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1. (Enem) A política de pacificação não resolve todos os problemas da favela carioca, ela é
apenas um primeiro e indispensável passo para que seus moradores sejam tratados como
cidadãos. As Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) recuperam um território que estava
ocupado por bandidos com armas de guerra, substituíram a opressão de criminosos pela
justiça formal do Estado. [Mas] se a UPP não for seguida por escola, hospital, saneamento,
defensoria pública, emprego, daqui a pouco a polícia de ocupação terá que ir embora das
favelas por inútil. Ou será obrigada a exercer a mesma opressão que o tráfico exercia para
se proteger.
2. (Enem) A favela é vista como um lugar sem ordem, capaz de ameaçar os que nela não
se incluem. Atribuir-lhe a ideia de perigo é o mesmo que reafirmar os valores e estruturas da
sociedade que busca viver diferentemente do que se considera viver na favela. Alguns
oficiantes do direito, ao defenderem ou acusarem réus moradores de favelas, usam em seus
discursos representações previamente formuladas pela sociedade e incorporadas nesse
campo profissional. Suas falas se fundamentam nas representações inventadas a respeito
da favela e que acabam por marcar a identidade dos indivíduos que nela residem.
3. (Enem) Texto I
O que vemos no país é uma espécie de espraiamento e a manifestação da agressividade
através da violência. Isso se desdobra de maneira evidente na criminalidade, que está
presente em todos os redutos — seja nas áreas abandonadas pelo poder público, seja na
política ou no futebol. O brasileiro não é mais violento do que outros povos, mas a fragilidade
do exercício e do reconhecimento da cidadania e a ausência do Estado em vários territórios
do país se impõem como um caldo de cultura no qual a agressividade e a violência fincam
suas raízes.
Entrevista com Joel Birman. A Corrupção é um crime sem rosto. IstoÉ. Edição 2099, 3 fev. 2010.
Texto II
Nenhuma sociedade pode sobreviver sem canalizar as pulsões e emoções do indivíduo, sem
um controle muito específico de seu comportamento. Nenhum controle desse tipo é possível
sem que as pessoas anteponham limitações umas às outras, e todas as limitações são
convertidas, na pessoa a quem são impostas, em medo de um ou outro tipo.
ELIAS, N. O Processo Civilizador. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1993.
4. (Enem) “Pecado nefando” era expressão correntemente utilizada pelos inquisidores para
a sodomia. Nefandus: o que não pode ser dito. A Assembleia de clérigos reunida em
Salvador, em 1707, considerou a sodomia “tão péssimo e horrendo crime”, tao contrário à
lei da natureza, que “era indigno de ser nomeado” e, por isso mesmo, nefando.
NOVAIS, F.; MELLO E SOUZA L. História da vida privada no Brasil. V. 1. São Paulo: Companhia das Letras.
ROCHA, M. R. T. A luta das mulheres quebradeiras de coco-babaçu, pela libertação do coco preso e pela
posse da terra. In: Anais do VII Congresso Latino-Americano de Sociologia Rural, Quito, 2006 (adaptado).
b) falta de identidade coletiva das trabalhadoras, migrantes das cidades e com pouco vínculo
histórico com as áreas rurais do interior de Tocantins, Pará, Maranhão e Piauí.
c) escassez de água nas regiões de veredas, ambientes naturais dos babaçus, causada
pela construção de açudes particulares, impedindo o amplo acesso público aos recursos
hídricos.
d) progressiva devastação das matas dos cocais, em função do avanço da sojicultura nos
chapadões do Meio-Norte brasileiro.
8. (Enem) TEXTO I
TEXTO II
Todos os dias, em algum nível, o consumo atinge nossa vida, modifica nossas relações,
gera e rege sentimentos, engendra fantasias, aciona comportamentos, faz sofrer, faz gozar.
Às vezes constrangendo-nos em nossas ações no mundo, humilhando e aprisionando, às
vezes ampliando nossa imaginação e nossa capacidade de desejar, consumimos e somos
consumidos. Numa época toda codificada como a nossa, o código da alma (o código do ser)
virou código do consumidor! Fascínio pelo consumo, fascínio do consumo. Felicidade, luxo,
bem-estar, boa forma, lazer, elevação espiritual, saúde, turismo, sexo, família e corpo são
hoje reféns da engrenagem do consumo.
Esses textos propõem uma reflexão crítica sobre o consumismo. Ambos partem do ponto
de vista de que esse hábito
9. (Enem) A tecnologia está, definitivamente, presente na vida cotidiana. Seja para consultar
informações, conversar com amigos e familiares ou apenas entreter, a internet e os celulares
não saem das mãos e mentes das pessoas. Por esse motivo, especialistas alertam: o uso
excessivo dessas ferramentas pode viciar. O problema, dizem os especialistas, é o usuário
conseguir diferenciar a dependência do uso considerado normal. Hoje, a internet e os
celulares são ferramentas profissionais e de estudo.
c) comprovação por pesquisas de que os danos ao cérebro são muito maiores do que se
pode imaginar.
d) subordinação das pessoas aos recursos oferecidos pelas novas tecnologias, a ponto de
prejudicar suas vidas.
(Adaptado de: OLIVEIRA, L. F.; COSTA, R. C. R. Sociologia para jovens do século XXI.
Rio de Janeiro: Imperial Novo Milênio, 2013. p.250-254.)
Com base na charge, no texto e nos conhecimentos sociológicos sobre os efeitos da
expansão das novas tecnologias de informação e comunicação nas relações sociais,
assinale a alternativa correta.
a) Para Zygmunt Bauman, na modernidade líquida, a intensa interatividade e a multiplicação
das relações em rede criam vínculos sociais mais duradouros.
b) Para Umberto Eco, os efeitos principais do avanço dos novos meios de comunicação, nos
locais mais isolados, são a padronização dos comportamentos, o desaparecimento das
diversidades culturais e das tradições comunitárias.
e) A utilização cada vez mais frequente de celulares confere maior mobilidade nas
comunicações, modifica as formas de controle dentro e fora dos grupos e torna públicas
relações e ações consideradas, no passado, restritas ao mundo privado.
Resolução Comentada
1. A
Vejam que a questão é da interpretação do texto do Cacá Diegues. Segundo o texto, para
conseguir sucesso as UPPs devem “um primeiro e indispensável passo para que seus
moradores sejam tratados como cidadãos” – A cidadania é um direito social, portanto
alternativa A – Efetivação dos direitos sociais.
2. B
Quando um indivíduo ou grupo sofre a estigmatização, por viver onde vive, ser quem é, tem
seus direitos civis desprezados, é visto como cidadão secundário ou nem é considerado
cidadão (enfraquecimento dos direitos civis).
3. D
Questão interdisciplinar com História e Interpretação - O Brasil viveu grande parte de sua
história sobre regimes autoritários, tanto no período colonial, como também na república. A
experiência da democracia é recente e ainda não foi enraizada na sociedade, diferentemente
da violência e do autoritarismo, que ainda assolam muitos locais do nosso país. Ainda há
dificuldade de institucionalizar o controle social e manter a democracia.
4. D
Questão que se relaciona com História e interpretação. A sociedade ocidental tem um
histórico de condenação ao homossexualidade desde a Idade Média, vamos lembrar que na
Antiguidade a homossexualidade não foi um tabu. O monopólio cultural e ideológico da Igreja
católica, desde esse período. fez com que as relações homoafetivas fossem condenadas
como crime. Tal tradição veio sendo reproduzida ao longo do tempo através de exclusão,
segregação e até mesmo violência a homossexuais que, infelizmente, permanecem até hoje
– Homofobia.
5. C
O movimento feminista se fortaleceu muito a partir dos anos 1960. Os protestos públicos
organizados pelas mulheres buscava a garantia da igualdade de gênero.
6. B
As democracias atuais buscam universalizar os direitos (todos terem os mesmos direitos) e
também a diversidade, em todas suas formas, tende a ser respeitada.
7. E
Questão que envolve muitos temas, luta das mulheres, posse de terra, meio ambiente.
Também interpretação e atenção nas referências (a referência do texto já encaminha na
resposta) - As quebradeiras de coco lutam, pois os fazendeiros cercaram as terra dos
babaçuais dificultando o acesso delas, já que agora estão no interior da propriedade.
8. B
Ambos os textos mostram que os valores sociais são alterados pelo consumismo.
“Coisificações das coisas”, “Modifica nossas relações”, etc.
9. D
Também uma questão baseada na Interpretação, mas que trabalha com conceitos pós-
modernos. A preocupação apresentada no texto, está relacionada à subordinação das
pessoas a ponto de prejudicar suas vidas.
10. E
Questão que pode confundir por ter o nome do Bauman na A. Porém, as relações não
ficaram mais Duradouras com as redes – lembrar-se que Bauman traz a ideia da
Modernidade Líquida, as coisas se alteram mais rapidamente. A E é a única alternativa
correta. Com a tecnologia o público e o privado confundem-se e a comunicação torna-se
ainda mais móvel (mobilidade dos meios).