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Questões – Aula 09

1. (Enem) A política de pacificação não resolve todos os problemas da favela carioca, ela é
apenas um primeiro e indispensável passo para que seus moradores sejam tratados como
cidadãos. As Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) recuperam um território que estava
ocupado por bandidos com armas de guerra, substituíram a opressão de criminosos pela
justiça formal do Estado. [Mas] se a UPP não for seguida por escola, hospital, saneamento,
defensoria pública, emprego, daqui a pouco a polícia de ocupação terá que ir embora das
favelas por inútil. Ou será obrigada a exercer a mesma opressão que o tráfico exercia para
se proteger.

CACÁ DIEGUES. A contrapartida do lucro.O Globo, 28 jul. 2012.

Para o autor, a consolidação da cidadania nas comunidades carentes está condicionada à

a) efetivação de direitos sociais.

b) continuidade da ação ofensiva

c) superação dos conflitos de classe.

d) interferência de entidades religiosas.

e) integração das forças de segurança.

2. (Enem) A favela é vista como um lugar sem ordem, capaz de ameaçar os que nela não
se incluem. Atribuir-lhe a ideia de perigo é o mesmo que reafirmar os valores e estruturas da
sociedade que busca viver diferentemente do que se considera viver na favela. Alguns
oficiantes do direito, ao defenderem ou acusarem réus moradores de favelas, usam em seus
discursos representações previamente formuladas pela sociedade e incorporadas nesse
campo profissional. Suas falas se fundamentam nas representações inventadas a respeito
da favela e que acabam por marcar a identidade dos indivíduos que nela residem.

RINALDI, A. Marginais, delinquentes e vítimas: um estudo sobre a representação da categoria favelado no


tribunal do júri da cidade do Rio de Janeiro. In: ZALUAR, A.; ALVITO, M. (Orgs.).Um século de favela. Rio de
Janeiro: Editora FGV, 1998.
O estigma apontado no texto tem como consequência o(a)
a) aumento da impunidade criminal.
b) enfraquecimento dos direitos civis.
c) distorção na representação política.
d) crescimento dos índices de Criminalidade.
e) ineficiência das medidas Socioeducativas.

3. (Enem) Texto I
O que vemos no país é uma espécie de espraiamento e a manifestação da agressividade
através da violência. Isso se desdobra de maneira evidente na criminalidade, que está
presente em todos os redutos — seja nas áreas abandonadas pelo poder público, seja na
política ou no futebol. O brasileiro não é mais violento do que outros povos, mas a fragilidade
do exercício e do reconhecimento da cidadania e a ausência do Estado em vários territórios
do país se impõem como um caldo de cultura no qual a agressividade e a violência fincam
suas raízes.
Entrevista com Joel Birman. A Corrupção é um crime sem rosto. IstoÉ. Edição 2099, 3 fev. 2010.

Texto II
Nenhuma sociedade pode sobreviver sem canalizar as pulsões e emoções do indivíduo, sem
um controle muito específico de seu comportamento. Nenhum controle desse tipo é possível
sem que as pessoas anteponham limitações umas às outras, e todas as limitações são
convertidas, na pessoa a quem são impostas, em medo de um ou outro tipo.
ELIAS, N. O Processo Civilizador. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1993.

Considerando-se a dinâmica do processo civilizador, tal como descrito no Texto II, o


argumento do Texto I acerca da violência e agressividade na sociedade brasileira expressa
a

a) incompatibilidade entre os modos democráticos de convívio social e a presença de


aparatos de controle policial.
b) manutenção de práticas repressivas herdadas dos períodos ditatoriais sob a forma de leis
e atos administrativos.
c) inabilidade das forças militares em conter a violência decorrente das ondas migratórias
nas grandes cidades brasileiras.
d) dificuldade histórica da sociedade brasileira em institucionalizar formas de controle social
compatíveis com valores democráticos.
e) incapacidade das instituições político-legislativas em formular mecanismos de controle
social específicos à realidade social brasileira.

4. (Enem) “Pecado nefando” era expressão correntemente utilizada pelos inquisidores para
a sodomia. Nefandus: o que não pode ser dito. A Assembleia de clérigos reunida em
Salvador, em 1707, considerou a sodomia “tão péssimo e horrendo crime”, tao contrário à
lei da natureza, que “era indigno de ser nomeado” e, por isso mesmo, nefando.

NOVAIS, F.; MELLO E SOUZA L. História da vida privada no Brasil. V. 1. São Paulo: Companhia das Letras.

O número de homossexuais assassinados no Brasil bateu o recorde histórico em 2009. De


acordo com o Relatório Anual de Assassinato de Homossexuais (LGBT – Lés - bicas, Gays,
Bissexuais e Travestis), nesse ano foram registrados 195 mortos por motivação homofóbica
no País.

Disponível em: www.alemdanoticia.com.br/utimas_noticias.php?codnoticia=3871.

A homofobia é a rejeição e menosprezo à orientação sexual do outro e, muitas vezes,


expressa-se sob a forma de comportamentos violentos. Os textos indicam que as
condenações públicas, perseguições e assassinatos de homossexuais no país estão
associadas

a) à baixa representatividade polítíca de grupos organizados que defendem os direitos de


cidadania dos homossexuais.
b) à falência da democracia no país, que torna impeditiva a divulgação de estatísticas
relacionadas à violência contra homossexuais.
c) à Constituição de 1988, que exclui do tecido social os homossexuais, além de impedi-los
de exercer seus direitos políticos.
d) a um passado histórico marcado pela demonização do corpo e por formas recorrentes de
tabus e intolerância.
e) a uma política eugênica desenvolvida pelo Estado, justificada a partir dos
posicionamentos de correntes filosófico-científicas.
5. (Enem) Ninguém nasce mulher: torna-se mulher. Nenhum destino biológico, psíquico,
econômico define a forma que a fêmea humana assume no seio da sociedade; é o conjunto
da civilização que elabora esse produto intermediário entre o macho e o castrado que
qualificam o feminino.

BEAUVOIR, S. O segundo sexo. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1980

Na década de 1960, a proposição de Simone de Beauvoir contribuiu para estruturar um


movimento social que teve como marca o(a)

a) ação do Poder Judiciário para criminalizar a violência sexual.

b) pressão do Poder Legislativo para impedir a dupla jornada de trabalho.

c) organização de protestos púbicos para garantir a igualdade de gênero.

d) oposição de grupos religiosos para impedir os casamento homoafetivos.

e) estabelecimento de políticas governamentais para promover ações afirmativas.

6. (Enem) Muitos países se caracterizam por terem populações multiétnicas. Com


frequência, evoluíram desse modo ao longo de séculos. Outras sociedades se tornaram
multiétnicas mais rapidamente, como resultado de políticas incentivando a migração, ou por
conta de legados coloniais e imperiais.

GIDDENS,A. Sociologia. Porto Alegre: Penso, 2012 (adaptado).

Do ponto de vista do funcionamento das democracias contemporâneas, o modelo de


sociedade descrito demanda, simultaneamente,

a) defesa do patriotismo e rejeição ao hibridismo.

b) universalização de direitos e respeito à diversidade.

c) segregação do território e estímulo ao autogoverno.

d) políticas de compensação e homogeneização do idioma.

e) padronização da cultura e repressão aos particularismos.

7. (Enem) As mulheres quebradeiras de coco-babaçu dos Estados do Maranhão, Piauí, Pará


e Tocantins, na sua grande maioria, vivem numa situação de exclusão e subalternidade. O
termo quebradeira de coco assume o caráter de identidade coletiva na medida em que as
mulheres que sobrevivem dessa atividade e reconhecem sua posição e condição
desvalorizada pela lógica da dominação, se organizam em movimentos de resistência e de
luta pela conquista da terra, pela libertação dos babaçuais, pela autonomia do processo
produtivo. Passam a atribuir significados ao seu trabalho e as suas experiências, tendo como
principal referência sua condição preexistente de acesso e uso dos recursos naturais.

ROCHA, M. R. T. A luta das mulheres quebradeiras de coco-babaçu, pela libertação do coco preso e pela
posse da terra. In: Anais do VII Congresso Latino-Americano de Sociologia Rural, Quito, 2006 (adaptado).

A organização do movimento das quebradeiras de coco de babaçu é resultante da

a) constante violência nos babaçuais na confluência de terras maranhenses, piauienses,


paraenses e tocantinenses, região com elevado índice de homicídios.

b) falta de identidade coletiva das trabalhadoras, migrantes das cidades e com pouco vínculo
histórico com as áreas rurais do interior de Tocantins, Pará, Maranhão e Piauí.

c) escassez de água nas regiões de veredas, ambientes naturais dos babaçus, causada
pela construção de açudes particulares, impedindo o amplo acesso público aos recursos
hídricos.

d) progressiva devastação das matas dos cocais, em função do avanço da sojicultura nos
chapadões do Meio-Norte brasileiro.

e) dificuldade imposta pelos fazendeiros e posseiros no acesso aos babaçuais localizados


no interior de suas propriedades.

8. (Enem) TEXTO I

Nesta época do ano, em que comprar compulsivamente é a principal preocupação de boa


parte da população, é imprescindível refletirmos sobre a importância da mídia na propagação
de determinados comportamentos que induzem ao consumismo exacerbado. No clássico
livro O capital, Karl Marx aponta que no capitalismo os bens materiais, ao
serem fetichizados, passam a assumir qualidades que vão além da mera materialidade. As
coisas são personificadas e as pessoas são coisificadas. Em outros termos, um automóvel
de luxo, uma mansão em um bairro nobre ou a ostentação de objetos de determinadas
marcas famosas são alguns dos fatores que conferem maior valorização e visibilidade social
a um indivíduo.
LADEIRA, F. F. Reflexões sobre o consumismo. Disponível em: http://observatoriodaimprensa.com.br.

TEXTO II

Todos os dias, em algum nível, o consumo atinge nossa vida, modifica nossas relações,
gera e rege sentimentos, engendra fantasias, aciona comportamentos, faz sofrer, faz gozar.
Às vezes constrangendo-nos em nossas ações no mundo, humilhando e aprisionando, às
vezes ampliando nossa imaginação e nossa capacidade de desejar, consumimos e somos
consumidos. Numa época toda codificada como a nossa, o código da alma (o código do ser)
virou código do consumidor! Fascínio pelo consumo, fascínio do consumo. Felicidade, luxo,
bem-estar, boa forma, lazer, elevação espiritual, saúde, turismo, sexo, família e corpo são
hoje reféns da engrenagem do consumo.

BARCELLOS, G. A alma do consumo. Disponível em: www.diplomatique.org.br.

Esses textos propõem uma reflexão crítica sobre o consumismo. Ambos partem do ponto
de vista de que esse hábito

a) desperta o desejo de ascensão social.

b) provoca mudanças nos valores sociais.

c) advém de necessidades suscitadas pela publicidade.

d) deriva da inerente busca por felicidade pelo ser humano.

e) resulta de um apelo do mercado em determinadas datas.

9. (Enem) A tecnologia está, definitivamente, presente na vida cotidiana. Seja para consultar
informações, conversar com amigos e familiares ou apenas entreter, a internet e os celulares
não saem das mãos e mentes das pessoas. Por esse motivo, especialistas alertam: o uso
excessivo dessas ferramentas pode viciar. O problema, dizem os especialistas, é o usuário
conseguir diferenciar a dependência do uso considerado normal. Hoje, a internet e os
celulares são ferramentas profissionais e de estudo.

MATSUURA, S. O Globo, 10 jun. 2013 (adaptado).

O desenvolvimento da sociedade está relacionado ao avanço das tecnologias, que


estabelecem novos padrões de comportamento. De acordo com o texto, o alerta dos
especialistas deve-se à
a) insegurança do usuário, em razão do grande número de pessoas conectadas às redes
sociais.

b) credibilidade das informações transmitidas pelos meios de comunicação de massa.

c) comprovação por pesquisas de que os danos ao cérebro são muito maiores do que se
pode imaginar.

d) subordinação das pessoas aos recursos oferecidos pelas novas tecnologias, a ponto de
prejudicar suas vidas.

e) possibilidade de as pessoas se isolarem socialmente, em razão do uso das novas


tecnologias de comunicação.

10 – Analise a charge a seguir e responda à questão.

Leia o texto a seguir.

O avanço do uso de novas tecnologias de informação e comunicação altera as relações


sociais, os hábitos cotidianos e os costumes das pessoas, especialmente nas grandes
cidades. Um exemplo é a crescente utilização da Internet, das redes sem fio, dos celulares
e smartphones tanto em pesquisas escolares como nos espaços privados e públicos. Nos
trens, nos ônibus e nas ruas, o uso dessas tecnologias se multiplica e se transforma quase
em uma regra, relegando àqueles que não os usam como comportamentos “fora dos
padrões”.

(Adaptado de: OLIVEIRA, L. F.; COSTA, R. C. R. Sociologia para jovens do século XXI.
Rio de Janeiro: Imperial Novo Milênio, 2013. p.250-254.)
Com base na charge, no texto e nos conhecimentos sociológicos sobre os efeitos da
expansão das novas tecnologias de informação e comunicação nas relações sociais,
assinale a alternativa correta.
a) Para Zygmunt Bauman, na modernidade líquida, a intensa interatividade e a multiplicação
das relações em rede criam vínculos sociais mais duradouros.

b) Para Umberto Eco, os efeitos principais do avanço dos novos meios de comunicação, nos
locais mais isolados, são a padronização dos comportamentos, o desaparecimento das
diversidades culturais e das tradições comunitárias.

c) O uso de tecnologias móveis e pessoais de comunicação, como os smartphones, ao


mesmo tempo em que estimula relações sociais virtuais, seja através de voz, de SMS, de
fotos ou vídeos, dificulta a disseminação de conteúdos e de ideias divergentes.

d) Na contemporaneidade, o acesso universal e ilimitado às redes digitais rompe com o


controle das grandes empresas sobre a produção e a circulação de notícias e com a sua
atuação em rede nacional e internacional.

e) A utilização cada vez mais frequente de celulares confere maior mobilidade nas
comunicações, modifica as formas de controle dentro e fora dos grupos e torna públicas
relações e ações consideradas, no passado, restritas ao mundo privado.

Resolução Comentada
1. A
Vejam que a questão é da interpretação do texto do Cacá Diegues. Segundo o texto, para
conseguir sucesso as UPPs devem “um primeiro e indispensável passo para que seus
moradores sejam tratados como cidadãos” – A cidadania é um direito social, portanto
alternativa A – Efetivação dos direitos sociais.

2. B
Quando um indivíduo ou grupo sofre a estigmatização, por viver onde vive, ser quem é, tem
seus direitos civis desprezados, é visto como cidadão secundário ou nem é considerado
cidadão (enfraquecimento dos direitos civis).

3. D
Questão interdisciplinar com História e Interpretação - O Brasil viveu grande parte de sua
história sobre regimes autoritários, tanto no período colonial, como também na república. A
experiência da democracia é recente e ainda não foi enraizada na sociedade, diferentemente
da violência e do autoritarismo, que ainda assolam muitos locais do nosso país. Ainda há
dificuldade de institucionalizar o controle social e manter a democracia.

4. D
Questão que se relaciona com História e interpretação. A sociedade ocidental tem um
histórico de condenação ao homossexualidade desde a Idade Média, vamos lembrar que na
Antiguidade a homossexualidade não foi um tabu. O monopólio cultural e ideológico da Igreja
católica, desde esse período. fez com que as relações homoafetivas fossem condenadas
como crime. Tal tradição veio sendo reproduzida ao longo do tempo através de exclusão,
segregação e até mesmo violência a homossexuais que, infelizmente, permanecem até hoje
– Homofobia.

5. C
O movimento feminista se fortaleceu muito a partir dos anos 1960. Os protestos públicos
organizados pelas mulheres buscava a garantia da igualdade de gênero.

6. B
As democracias atuais buscam universalizar os direitos (todos terem os mesmos direitos) e
também a diversidade, em todas suas formas, tende a ser respeitada.

7. E
Questão que envolve muitos temas, luta das mulheres, posse de terra, meio ambiente.
Também interpretação e atenção nas referências (a referência do texto já encaminha na
resposta) - As quebradeiras de coco lutam, pois os fazendeiros cercaram as terra dos
babaçuais dificultando o acesso delas, já que agora estão no interior da propriedade.
8. B
Ambos os textos mostram que os valores sociais são alterados pelo consumismo.
“Coisificações das coisas”, “Modifica nossas relações”, etc.

9. D
Também uma questão baseada na Interpretação, mas que trabalha com conceitos pós-
modernos. A preocupação apresentada no texto, está relacionada à subordinação das
pessoas a ponto de prejudicar suas vidas.

10. E
Questão que pode confundir por ter o nome do Bauman na A. Porém, as relações não
ficaram mais Duradouras com as redes – lembrar-se que Bauman traz a ideia da
Modernidade Líquida, as coisas se alteram mais rapidamente. A E é a única alternativa
correta. Com a tecnologia o público e o privado confundem-se e a comunicação torna-se
ainda mais móvel (mobilidade dos meios).

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