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Preparação para o Ensaio Filosófico – Pobreza

Ideias texto de Peter Singer sobre a pobreza


- a pobreza com que estamos familiarizados nos países industrializados é uma pobreza relativa
- alguns cidadãos são pobres em comparação com a riqueza que gozam os seus vizinhos
- a pobreza absoluta, pelo contrário é sempre pobreza
- 23% da população mundial vive neste estado
- a falta de alimentação não é um problema de produção, mas sim de distribuição

O problema
Temos obrigação moral de ajudar quem vive na pobreza absoluta?
Toda a gente sabe que é moralmente correto ajudar quem vive nesta condição, mas a questão
imposta é se temos ou não o dever de o fazer.

Clarificar conceitos
Pobreza Absoluta: a ausência de rendimento suficiente para satisfazer as necessidades
biológicas mais básicas de alimentação, vestuário e habitação. Condição de vida caracterizada
por subnutrição, analfabetismo, doença, ambiente degradado, elevada mortalidade infantil e
baixa esperança de vida.

Perspetiva de Peter Singer – Sim


Componente Utilitarista
A pobreza absoluta é um mal, não em si mesma, mas porque diminui o bem-estar das pessoas
até limites inaceitáveis, aumentando imenso o seu sofrimento. Toda a ação tendente a
diminuir esse sofrimento maximiza o bem-estar, logo, não só é desejável como obrigatória.
Contribuir para a erradicação da pobreza extrema, na medida em que esta implica um imenso
sofrimento é, pois, uma obrigação moral.

O argumento a favor da obrigação de ajudar


(1) Se pudermos impedir que um mal aconteça sem sacrificarmos nada de importância moral
comparável, devemos fazê-lo
(2) A pobreza absoluta é um mal
(3) Há alguma pobreza absoluta que podemos impedir que aconteça sem sacrificar nada de
importância moral comparável
⸫ Temos o dever de impedir alguma pobreza absoluta

Defesa da primeira premissa


É aceite por pessoas que defendem várias posições éticas.

Defesa da segunda premissa


É improvável que esta seja contestada, porque como a pobreza absoluta está abaixo de
qualquer definição razoável de decência humana, é difícil encontrar uma perspetiva que não a
considere um mal.

Defesa da terceira premissa


Evita objeção de toda a ajuda que der não passa de “uma gota no oceano”, porque a questão
não é se a minha contribuição pessoal causará alguma impressão percetível, mas se impede
alguma pobreza. É também verdade para a maioria dos residentes de países industrializados,
porque a nossa abastança significa que podemos despender de rendimento sem por em causa
a satisfação das necessidades básicas. Esta premissa parece plausível para a maioria das
perspetivas éticas.

Deixar alguém morrer é, para Singer, o equivalente moral do homicídio. Quer isto dizer que
“viver numa situação abastada sem contribuir para uma organização de ajuda internacional é
eticamente equivalente a ir à Etiópia matar alguns camponeses”? Não é a mesma coisa, mas
não deixa de ser eticamente equivalente uma vez que as diferenças entre as duas situações
são extrínsecas e como tal irrelevantes para o nosso juízo moral.

Objeções a Peter Singer


Componente Deontológica
As regras morais possuem um carácter absoluto e, como tal, valem por si independentemente
das circunstâncias em que são aplicadas e das consequências da sua aplicação. Matar é sempre
pior do que não o fazer, mesmo que a morte de alguém permita um grande bem (por exemplo,
a morte de Hitler teria salvo milhares de Judeus).

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A minha opinião
- Se todos os cidadãos dos países ricos contribuíssem com 1% do seu rendimento para a ajuda
internacional, não só seria possível atingir os objetivos do milénio como também poderiam
ser alcançados num prazo de tempo mais curto do que aquele que está estipulado. Quem
poderá alegar que contribuir com 1% do seu rendimento constitui um sacrifício inaceitável?

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