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UNIDADE CURRICULAR: IGUALDADE, EXCLUSÃO SOCIAL E CIDADANIA

CÓDIGO: 410102

DOCENTE:

A preencher pelo estudante

NOME: Telmo José Torra Nunes de Viveiros

N.º DE ESTUDANTE: 2002666

CURSO: Ciências Sociais

DATA DE ENTREGA: 12/11/2023

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TRABALHO / RESOLUÇÃO:

Para abordar esta campanha, escolhi a palavra “Dignidade”, alias, palavra essa
que tem estado na voga nos mais variados cenários ultimamente, mas vamos
por partes. O conceito de Dignidade, aparece nesta campanha como um dos
pilares essenciais à condição humana, alias facto esse referido por Higino
Costa, de Lisboa, que afirma que “O Ser humano, como elemento do planeta
Terra, nascendo num sítio, pode morara noutro sítio, o que interessa é a
produtividade para o desenvolvimento da sociedade, sem cor, sem raça e sem
origem. Baseado nos mesmos direitos sem diferença social”. Ao analisarmos
também o nosso interlocutor, e sem juízos de valor, pelo tom de pele e pelo
sotaque com que fala português podemos assumir que Higino não é natural de
Portugal, e que muito provavelmente emigrou de algum dos PALOP’s para
Portugal precisamente à procura de dignidade para a sua vida, no sentido de
uma qualidade de vida melhor. Embora Portugal não seja um país considerado
racista, sabemos que o racismo é algo que está presente na nossa sociedade
como um todo, e penso não ser totalmente descabido afirmar que a escolha da
palavra Dignidade por Higino, não foi uma mera coincidência, mas sim fruto da
sua experiência pessoal vivida ao longo das suas décadas de vida. Acima de
tudo o ser humano, tem de viver, trabalhar e levar todos os pontos da sua vida
quotidiana com o máximo de dignidade. A Dignidade também tem de ser
também potenciada pela sociedade como um todo, nomeadamente através de
ferramentas que a promovam, como o chamado “Elevador Social” com o
Estado a ter de intervir para garantir a igualdade entre todos
independentemente da sua etnia, sexo, religião, condição económica, entre
outros. Ao analisarmos também a Dignidade como um todo não podemos fugir
também de analisar a pobreza, que muitas vezes é associada precisamente à
falta de dignidade. Podemos dividir a pobreza em dois tipos: a absoluta e a
relativa. A absoluta é aquela que leva à carência das necessidades humanas
básicas, dai a ligação á dignidade. Por sua vez a relativa aborda a falta de
condições financeiras para manter uma vida estável e devidamente
“padronizada” com o resto da sociedade. Se essa pobreza não for “atacada” a
mesma pode levar a situações ainda piores, como desemprego, habitação
precária, eventualmente a casos de malnutrição, privação de atividades extra

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essenciais para a condição mental, sendo depois uma reação em cadeia e uma
espiral quase sem fundo, levando a casos de exclusão social ou até mesmo
situações piores ainda. Claro que para erradicar o flagelo da pobreza, muito
tem de ser feito e com planos a longo prazo, nomeadamente identificar todos
os possíveis indivíduos em risco de exclusão social e procurar “agarrá-los”
antes da sua vulnerabilidade se agravar ainda mais. Importante também referir
que para erradicar a pobreza é preciso um planeamento a longo prazo, bem
como programas próprios e quase feitos à medida, para apoiar grupos mais
vulneráveis. A título de exemplo, em Lisboa a associação “O Companheiro”
leva a cabo ações para reinserir antigos reclusos na sociedade. Afinal de
contas, há um enorme estigma para os com os reclusos, e Ex reclusos, e são
sobejamente conhecidas as dificuldades que os mesmos passam aquando da
sua saída, esta associação ajuda-os, promove um ambiente de comunidade e
ajuda na sua reinserção social através da promoção de formações com vista a
encontrar emprego. Um outro exemplo de um programa governamental mais
abrangente é o programa Escolhas. Que apoia jovens e crianças para
“promover a inclusão social de crianças e jovens de contextos
socioeconómicos vulneráveis, visando a igualdade de oportunidades e o
reforço da coesão social.” É um programa abrangente, que já leva vários
anos de existência e que tem tido o seu sucesso, tendo em conta que é
renovado vezes e vezes sem conta ao longo dos anos. Todos os planos
que têm como foco combater a pobreza têm de ter uma abrangência que
efetivamente os façam ter sucesso. Têm de ser de largo espectro para
que tenham sucesso, e aquando do seu sucesso, se crie “espaço” para
indivíduos em risco que não foram incluídos numa fase inicial. Sobre a
pobreza, há duas características que têm de ser tomados em conta: a
multidimensionalidade da mesma, bem como peso que tem na dignidade
de direitos humanos. A Pobreza Multidimensional, é mais que apenas
falta de meios financeiros, é tudo o que advém disso, tendo em conta as
privações causadas pela mesma que por sua vez terá impacto na
dignidade e nos direitos humanos, uma vez que as diversas privações
por carências económicas, terão impacto no estado de espírito e numa

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desigualdade para com o resto da sociedade. Há que ter em conta
também os fatores influenciadores da situação de pobreza, s
económicos, que já as referi anteriormente, as sociais e culturais, do
qual o estigma que os reclusos são alvo, e o contexto geográfico e
pessoal no qual a Dignidade, nesta campanha, pode se encaixar, tendo
em conta as palavras proferidas por Higino Costa na campanha e o seu
presumível percurso, assumindo que é imigrante em Portugal.
Sem dignidade não é possível sair duma situação de pobreza, e com a
pobreza não há espaço para a dignidade. Os dois conceitos estão
intrinsecamente ligados, e como tal ao apostar em politicas de promoção
de dignidade humana, estamos a combater a pobreza, e ao combater a
pobreza estamos a promover a dignidade humana.

Webgrafia:

https://www.publico.pt/2022/09/12/p3/reportagem/sai-prisao-ninguem-sabe-nao-
vai-feliz-assim-nasceu-companheiro-2019802

https://www.acm.gov.pt/pt/-/escolhas

https://www.eapn.pt/campanhas-nacionais/nacionais-campanhas-
nacionais/palavras-com-corpo-e-alma-porque-a-pobreza-nao-e-ficcao/

Bibliografia:

Almeida, J. F. (2013). Desigualdades e Perspetivas dos Cidadãos:


Portugal e a Europa. Lisboa: Mundos Sociais.
Costa, A. F. (2012). Desigualdades Sociais Contemporâneas. Lisboa:
Mundos Sociais.

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