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Portugal – dificuldades e crescimento

Bandeirantes

Depois da Restauração (1640), a nobreza


reestruturara-se e conseguira um quinhão das
responsabilidades governativas. Reis e
conselhos governavam o país em relativa boa
harmonia. (…) Nos fins do século XVII, os
grandes proprietários detinham firmemente as
rédeas do poder. A prosperidade económica
que se seguiu à crise 1669-1692 deu-lhes os
meios de aumentar a sua fortuna e,
consequentemente, a sua força.

A.H. de Oliveira Marques (dir.), História de Portugal, vol I,


Lisboa, Palas Editores, 1978.
Portugal – dificuldades e crescimento

O papel da nobreza
Só os fidalgos governam, só eles são chamados a pronunciarem- se mesmo
sem experiência de nada. Esta maldição portuguesa é tal: a desconfiança
do que não é nobre é tamanha que homem que não é fidalgo não é
chamado para nada.
Diogo do Couto, O Soldado Prático, c. 1611.

Identifique a ordem socialBurguesia


que detinha
(pouca expressão)
maior poder em Portugal no século XVIII.
Nobreza portuguesa (mercantil) •Concorrência da nobreza mercantil
•Monopólio e interferência da Coroa no
•Cargos públicos vs comércio
•Rendimentos provenientes das terras •Instalação de casas comerciais e bancárias
•Comércio colonial – lucros investidos estrangeiras em Portugal abrindo-se as portas
nas terras e em bens supérfluos às colónias
•Repressão da Inquisição aos burgueses
cristãos-novos
•Atraso nas técnicas de gestão comercial
As dificuldades do sistema produtivo português

A agricultura portuguesa manteve-se


atrasada durante todo o Antigo Regime
(pintura do séc. XVIII).

Agricultura atrasada Manufaturas


• 40% da
•Maioria das terras ao abandono muito atrasadas
população
•Técnicas e métodos arcaicos: pousios
portuguesa no
longos, queimadas e pouca expressão
setor terciário
das novas de milho e batata
Importação
•Desenvolvimento das culturas do
de produtos • Portugal
vinho e azeite
manufaturados dependente do
comércio
colonial, numa
Balança comercial lógica de
Importação de géneros
cronicamente reexportação
agrícolas para subsistência
deficitária

Caracterize o sistema produtivo português nos séculos XVII e XVIII.


A crise comercial de finais do século XVII

O império colonial português no século XVII

As relações com os Holandeses foram sempre marcadas pela


tensão permanente entre os objetivos das duas partes (…), pois
na Índia, em África e no Brasil, onde ocuparam todo o Nordeste,
os Holandeses tinham avançado decididamente no antigo
Império Português. (…) Em 1661, seria finalmente acordada a
paz (…), mas este tratado não resolveu todas as questões
pendentes, até porque contrariava os acordados com os
Ingleses [abertura de portos e colónias no Oriente e África (…),
ficando dois territórios indianos e os rendimentos do sal de
Setúbal como penhor [aos Holandeses]. (…)
Plantação francesa de cana-de-
Nuno Gonçalo Monteiro «Idade Moderna», in História de Portugal(dir. Rui açucar nas Antilhas (gravura de c.
Ramos), Esfera dos Livros, 2009 (adaptado). 1651).

Na sua opinião, o Império


Português enfrentava, ou não,
uma feroz concorrência
internacional? Justifique.
Plantação inglesa de tabaco na América
do Norte (gravura de c. 1670).
A crise comercial de finais do século XVII

A reação dos portugueses às medidas protecionistas francesas

Os portugueses, alarmados por causa dos novos impostos que lançámos sobre o
açúcar, pensam, com mais decisão do que nunca, nos meios de estabelecer em
Portugal fábricas de fitas de seda e da maior parte das mercadorias que importam de
França, e que Duarte Ribeiro tem ordens para lhes conseguir e enviar ainda mais
operários de toda a espécie de manufaturas.

Carta do cônsul francês em Lisboa, 27 julho 1671.

Desenvolvimento manufatureiro, sob • Leis pragmáticas –


orientação do conde Identifique
da Ericeira: as medidas que Portugal
«controlo» tomou
do luxo
•Contratação de artífices
para promover o desenvolvimento económico.
• Desvalorização Crescimento
da
•Concessão de subsídios e privilégios
moeda económico
às manufaturas • Criação de companhias
•Criação de manufaturas do vidro, têxtil
monopolistas
e fundição do ferro
A crise comercial de finais do século XVII

O tratado de Methuen
Art.o 1.º – Sua Sagrada Majestade El-Rei de Portugal [D.
Pedro II] promete, tanto em seu próprio nome como de seus
sucessores, admitir para sempre, daqui em diante, no Reino de
Portugal, os panos de lã e mais fábricas de lanifícios de Inglaterra.
Art.o 2.º – É estipulado que Sua Sagrada e Real Majestade
Britânica, em seu nome e no de seus sucessores, será obrigada
para sempre, daqui em diante, a admitir na Grã-Bretanha os
vinhos de Portugal, de sorte que em algum não se poderá exigir
de direitos de Alfândega (…) mais que em o que se costuma pedir
A exportação de vinhos portugueses para
Inglaterra (1673-1789)
para igual quantidade ou medida de vinho de França, diminuindo
ou abatendo numa terça parte do direito do costume.

Tratado de Methuen, 27 de dezembro de 1703 (adaptado).

Resuma:
a)as condições do tratado de Methuen;
b)o seu impacto da exportação de vinhos
portugueses.

Na sua opinião, o aumento de remessas de


ouro do Brasil provocou o equilíbrio ou o
défice na balança comercial portuguesa?
As remessas de ouro e as importações
portuguesas (1701-1783). Justifique.
A crise comercial de finais do século XVII

Tratado de Methuen

Enormes remessas
de ouro do Brasil
• Diminuição de
investimento nas
manufaturas portuguesas
• Aumento de défice na
balança comercial
portuguesa

Aumento da importação de Aumento de exportação


produtos manufaturados dos vinhos do Douro
O crescimento económico com a ação pombalina

As companhias de comércio
Para esta Companhia [do Grão-Pará e Maranhão] se poder sustentar, e ter
algum lucro compensativo não só das despesas que há-de fazer com os navios
de guerra e suas guarnições (…), Vossa Majestade é servido conceder-lhe nelas
o referido comércio exclusivo, para que nenhuma pessoa possa mandar ou levar
[produtos e mercadorias] às sobreditas duas capitanias e seus portos, nem deles
extrair mercadorias, géneros ou frutos alguns, a não ser a mesma Companhia.

Estatutos da Companhia do Grão-Pará e Maranhão,


criada pelo marquês de Pombal, em 1755.

• Diminuição das
Agravamento do défice
remessas de ouro do
da balança comercial
Brasil
• Dificuldades de
escoamento de
produtos coloniais
• Desinvestimento nas
As manufaturas em Portugal Medidas económicas protecionistas
manufaturas •Criação da Junta do Comércio
(séc. XVIII).
•Criação de Companhias
monopolistas
•Reforço do investimento nas
manufaturas
Quadro económico e social em virtude da ação pombalina

Sebastião José de Carvalho e Melo, primeiro Conde de Oeiras e


Marquês de Pombal  (13 maio 1699- 8 maio 1782), foi diplomata e
secretário de Estado do Reino durante o reinado de D. José I (1750-
1777). Pombal não era muito querido da nobreza e do clero português
devido às suas reformas que reduziram o poder e privilégios destas
ordens sociais. Quando o rei José morreu e D. Maria I subiu ao trono,
em 1777, o marquês foi afastado do governo e condenado ao
ostracismo, acusado de corrupção. Sem direito a defesa, Pombal
isolou-se no seu palácio até morrer, aos 83 anos.

Reformas pombalinas
•Criação da Aula do Comércio – formação da
burguesia na atividade comercial Um novo quadro social
•Promoção do comércio como uma atividade
nobre •Promoção social da burguesia
•Fim da distinção entre cristãos-novos e portuguesa
cristãos-velhos •Dinamização pela burguesia das
•Tribunal do Santo Ofício sob autoridade da atividades produtivas
Coroa
Balanço da política pombalina

Balança comercial portuguesa (1796 a 1811).

• Bom desempenho das companhias


Na sua opinião,
monopolistas – novasas medidas da política pombalina
culturas surtiram,
Balança oufavorável
comercial não,
coloniais
os Menor volumeJustifique
efeitos desejados na balança comercial portuguesa? de importações
• Forte crescimento da produção do que de exportações
manufatureira
O Património no Horizonte

Ouro Preto no Brasil, Cidade Património da Humanidade


@ @ @ pela UNESCO – Cidade fundada pelos Bandeirantes.

@ O Jardim e o Palácio do Marquês de Pombal.

O retrato de Pombal e as plantas de Lisboa pombalina – no


@ Museu da Cidade de Lisboa.
Em síntese

Domínio económico da Grã-Bretanha

Mudanças profundas
na Grã-Bretanha:

•Inovações agrícolas
•Crescimento demográfico Domínio do
Domínio do comércio
•Urbanização comércio
triangular
•Inovações industriais – intraeuropeu
arranque, industrial no setor
têxtil e metalúrgico, início da
Revolução Industrial
•Crescimento do comércio Domínio territorial da Índia
externo e colonial e do comércio asiático,
•Crescimento do mercado Exclusivo
através da companhia
colonial
nacional monopolista das Índias
•Estabilidade financeira Orientais
•Sistema político liberal e
promotor da livre iniciativa

Capitalismo comercial
A avaliação no Horizonte…
A avaliação no Horizonte…

Clarifique as suas ideias!

Organize cronologicamente os seguintes momentos.

a)Pragmática portuguesa contra o luxo;


b)Tratado de Methuen;
c)Descoberta do ouro no Brasil;
d)Marquês de Pombal, ministro de D. José I;
e)Criação da Companhia para a Agricultura das Vinhas do Alto Douro.

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