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A economia política do sistema

colonial
Jorge Pedreira
“É demonstrativamente certo que sem o
Brasil Portugal é uma insignificante
potência; e que o Brasil sem forças é
um preciosíssimo tesouro abandonado a
quem o quiser ocupar”
• Axioma fundamental: preocupação estratégica
essencial
▫ Diplomacia e da política colonial (século XVIII)
• Domínios ultramarinos: prosperidade e segurança
do reino de Portugal
▫ Império e o comércio marítimo: recursos
financeiros da Coroa portuguesa
Império pluricontinetal
• Brasil: importância econômica que reverberava em questões
políticas em Portugal e no equilíbrio de poder na Europa.
▫ “De vaca leiteira” a “Bezerro de Ouro”: projetos de migração
da Corte (capital do Império) para a América portuguesa
ainda no século XVIII (D. Luís da Cunha).
• Dispersão e extensão do Império: espaço pluricontinental
▫ Coparticipação dos coloniais na defesa da integridade do
Império (defesa).
• Confirmação da autoridade régia: colônia em expansão para
o interior
▫ Povoamento do interior: povoamento da região das minas;
▫ Fronteiras no sul: disputas com a Espanha;
▫ Fronteiras e povoamento: regimento dos índigenas.
A formação do sistema pombalino
• Sebastião José de Carvalho e Melo: secretário de Estado de Guerra e de
Negócios Estrangeiros
▫ Familiares e política;
▫ Fronteira: reorganização do sistema de defesa no sul da América
portuguesa.
• Formação do sistema: percepção dos problemas da sociedade
portuguesa e das perspectivas sobre o propósito e as responsabilidades
do governo.
▫ Experiência política: diplomacia em Londres e Viena.
• Causas do declínio do comércio de Portugal, enquanto o da Inglaterra
e de outras nações conhecia grande crescimento
▫ Comércio: interesse político;
▫ Acumulação de riqueza;
▫ Comércio colonial: espaço vantajoso de segurança, estabilidade e
competição restrita.
• Orientação do sistema: nacionalização da economia luso-brasileira.
Sistema colonial
• Posse dos domínios coloniais: vantagens e
riquezas.
• Princípio da política colonial do marquês de
Pombal.
• Recursos coloniais: disposição da Coroa
▫ Ouro: reforma no sistema fiscal;
▫ Diamantes: reformas no sistema de exploração
(Contrato; Real Extração);
▫ Circulação de mercadorias e comércio: sistema de
frotas e as mesas de inspeção.
Nacionalização do comércio luso-brasileiro:
fortalecimento da burguesia mercantil
lusitana
• Novas instituições: comércio e desenvolvimento dos
domínios portugueses
▫ Cia. Geral do Grão-Pará e Maranhão (1755);
▫ Cia. Geral de Pernambuco e Paraíba (1759);
▫ Junta do Comércio (1755): corporação dos comerciantes de
grosso trato e capitalistas;
▫ Aula de Comércio (1759): formação de um corpo mercantil.
• Objetivo de Pombal: garantir um comércio ativo para
Portugal e criar um grupo forte de negociantes-capitalistas
que conduzisse esse comércio.
 Rompendo a primazia inglesa.
Monopólio e monopolistas

• Política mercantilista: monopolização e


distribuição prescritiva dos recursos.
▫ Fluxo de renda e lucros excepcionais: homens de
negócios.
▫ Monopólio das oportunidades: rent seeking
▫ Elite mercantil: concentração das atividades mais
lucrativas do desenvolvimento econômico do
Império sob da proteção do Estado.
Pombal, o mercantilismo e o antigo
sistema colonial
• Governo de Pombal: epítome do mercantilismo português (século
XVIII).
• Mercantilismo regado as luzes do racionalismo da Ilustração
▫ Concepção de Estado: visão holística, que implica na precedência do
Estado sobre os indivíduos (súditos)
▫ Bem comum e a prosperidade geral.
▫ Tentação do fiscalismo: não agravou a pressão fiscal sem o
correspondente crescimento da riqueza
 Comércio: jogo de soma nula;
 Ampliação da riqueza dos súditos: assegurava a riqueza para o Estado;
 Quadro de maiores dificuldades: Erário Régio;
 Projetos de modernização e racionalização do aparelho financeiro:
contrabando.
▫ Comércio intercolonial: relações entre os domínios eram indispensáveis
ao funcionamento do sistema.
 Pacto colonial, versão mais restritiva, não era objetivo da política
pombalina.
O Império e as finanças da Coroa
• Rendimentos provenientes do Império: importância
extraordinária na formação da renda da Coroa.
 Ouro (1762-1768): 15% do rendimento total da Coroa;
 Tarifas aduaneiras sobre o açúcar: 8,7% das receitas da Coroa
(e 40% dos direitos cobrados nas alfândegas de Lisboa);
 Monopólio sobre o sal e pau-brasil: 3% das receitas.
 No conjunto: Brasil gerava 40% das rendas da Coroa.
• 1760-1770: auge do contributo financeiro do Império
para a Coroa.
• Sucesso da política mercantilista de Pombal.
• 1797-1798: declínio do contributo financeiro, apesar do
renascimento agrícola no Brasil.
O novo governo: fidalgos e “pombalistas”
• Crise de financeira:
 Diminuição do contributo do Império a formação da renda da
Coroa;
 Declínio da mineração;
 Sistema fiscal: limitada ação imediata.
 Mudança: a passagem de uma estrutura patrimonial
para uma estrutura fiscal.
▫ Visões diferentes a respeito dos problemas econômicos:
fidalgos (agraristas) e os “pombalistas”.
• “Viradeira”: “apesar da mudança no ambiente político e
intelectual, a estrutura que Pombal promovera
sobreviveu à sua queda” (p. 450).
A reforma do sistema colonial
• Sistema colonial: pacto colonial mais restritivo.
▫ “Nexos indissolúveis”: unem Portugal e seus domínios;
 Glorioso Império Luso-Brasileiro.
• Divisão do trabalho entre os domínios
▫ Alvará de 1785: proibição de manufaturas na colônia
▫ Renascimento agrícola do Brasil: expansão da agroexportação;
▫ Crescimento das manufaturas portuguesas: maior participação no
comércio colonial;
▫ Crescimento do mercado interno do Brasil: interiorização da metrópole.
• Sistema mercantil luso-brasileiro: trama social que impediu o
desenvolvimento “de uma doutrina consistente de oposição ao sistema
colonial” (p. 455).
• Crise do Sistema Colonial: transferência da Corte portuguesa, em 1808.

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