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DATA: 24/03/23

DRE: 121121781
NOME: Igor Rodrigues Duarte
PROFESSOR: Luiz Carlos Thadeu Delorme Prado
HEG 2
Questão 1:
Antes de explicitar tais mudanças na economia mundial entre 1870-1913, é necessário
estabelecer o contexto e panorama da sociedade europeia nessa época. Esse período
foi marcado por uma tendência a ideias economicamente liberais e um foco constante
no avanço econômico europeu.
Essa globalização e internacionalização da economia pode ser explicada por diversos
fatores. Na segunda metade do século XIX houve avanços significativos nos transportes
e comunicações. A construção de ferrovias, a expansão das rotas marítimas, a evolução
e desenvolvimento de aparelhos que aprimoraram a comunicação humana com
capacidade de conectar pessoas e mercados em diferentes países. Essa melhoria nas
infraestruturas de transporte e comunicação facilitou o comércio global, a troca de
informações e a integração econômica. Além disso, padrão ouro, que foi amplamente
adotado no período entre 1870 e 1914, desempenhou um papel importante na
promoção da globalização. Esse sistema monetário baseado no ouro estabeleceu uma
taxa de câmbio fixa entre as moedas nacionais, o que facilitou as transações
internacionais e estimulou o comércio entre os países. A estabilidade proporcionada
pelo padrão ouro incentivou o investimento estrangeiro e a expansão das empresas
para além das fronteiras nacionais.
Além disso, a intensificação da Revolução Industrial é um fator crucial para a
globalização. A industrialização se espalhou por muitos países a partir de 1870,
impulsionada pela inovação tecnológica, pelo aumento da produtividade e pelo
crescimento do setor manufatureiro. Isso levou ao aumento da produção em larga
escala e à ampliação do comércio internacional. As indústrias se tornaram mais
eficientes e competitivas, buscando mercados em todo o mundo para vender seus
produtos, criando assim, uma conexão de mercado ainda mais entre as partes mais
variadas do globo terrestre.
Considerando esse avanço industrial e tecnológico do período, destaca-se a Segunda
Revolução Industrial. Essa revolução, liderada pelos Estados Unidos, Alemanha e Japão,
estabeleceu novas estruturas no processo e na organização industrial. Um exemplo
notável é o Fordismo, um modelo produtivo criado por Henry Ford, que introduziu
diversas inovações e práticas que transformaram a indústria e tiveram um impacto
significativo na economia global. Esse novo aumentou a produtividade na indústria de
maneira geral, principalmente na automobilística, reduziu os custos de produção e
modificou a indústria global, fazendo com que a produção em massa e a eficiência
permitiram a produção em larga escala de bens de consumo, tornando-os mais
acessíveis à população em gera.
Além disso, a implementação do padrão ouro nos países centrais europeus nessa
época foi uma consequência da internacionalização econômica. O período de 1870-
1914 foi marcado por uma intensa internacionalização de produtos, capitais e pessoas,
o que contribuiu para o crescimento econômico global. A expansão do padrão ouro na
Europa e sua consolidação como padrão econômico dominante a partir desse período
foram resultados diretos desse processo de internacionalização da economia.
Questão 2:
O padrão ouro foi um sistema monetário implementado 1873 a partir do coinage act,
que basicamente definiu os preços métricos da moeda britânica durante o período em
que o padrão ouro estava em vigor, as moedas de ouro eram cunhadas com base em
uma relação fixa com o ouro. O Coinage Act, nesse sentido, definia as especificações
técnicas das moedas, como peso, teor de ouro, tamanho e design.
O papel britânico na implementação e manutenção do padrão ouro como sistema
vigente na Europa se dá por conta. A Inglaterra foi a grande responsável pelo padrão
ouro e ganhou força pelo fato de ser o país hegemônico politicamente e
economicamente na época. Além disso, destacasse a função da grã Bretanha para
manter esse padrão a partir dos anos, já que como principal mentora desse
funcionamento, o país hegemônico funcionava como garantidora desse modelo
monetário para os outros países europeus,
Antes de detalhar o mecanismo de funcionamento do padrão vigente na década de
1870 cabe ressaltar e explicar o processo de cunhagem. Desse modo, a cunhagem atua
como autenticação das moedas e valores monetários no contexto do padrão ouro, pois
refere-se ao processo de produção de moedas utilizando ouro como metal base, em
que nesse sistema, cada unidade monetária tem um valor equivalente em ouro, e as
moedas são cunhadas de acordo com esse valor.
O mecanismo de funcionamento do padrão ouro, de acordo com David Hume Uma das
contribuições de Hume para a teoria monetária está relacionada à sua teoria da
balança de pagamentos e à análise do fluxo de ouro entre países. Segundo Hume, se
um país tiver um superávit comercial e receber mais ouro, isso aumentará sua oferta
monetária e, consequentemente, os preços internos. Por outro lado, um país com
déficit comercial perderá ouro, reduzindo sua oferta monetária e levando a uma
diminuição dos preços internos. Essa teoria é conhecida como o mecanismo de ajuste
do fluxo de ouro. Essa analise implica em uma e acordo com o mecanismo de ajuste do
fluxo de ouro, acredita-se que o sistema monetário do padrão ouro poderia se ajustar
automaticamente.
Outra perspectiva interessante para se explicar o funcionamento do padrão ouro é a
partir da teoria quantitativa da moeda, em que pode ser expressa como: M x V = P x Y,
em que M é a quantidade de moeda na economia, V é a velocidade de circulação da
moeda, P é o nível de preços e Y é a produção econômica. A partir dessa equação,
podemos inferir que no padrão ouro, em que cada unidade monetária possui um valor
equivalente em ouro, qualquer alteração na quantidade de moeda em circulação está
relacionada diretamente à disponibilidade de ouro na economia. Quando há um
aumento na quantidade de ouro disponível, isso tende a aumentar a quantidade de
moeda em circulação, o que, por sua vez, pode levar a um aumento nos preços e na
atividade econômica. Da mesma forma, uma diminuição na disponibilidade de ouro
resultaria em uma redução da quantidade de moeda em circulação, podendo levar a
uma queda nos preços e na atividade econômica. Assim, a teoria quantitativa da
moeda fornece uma base para compreender a relação entre o padrão ouro e as
variáveis monetárias e econômicas.
Além disso, outras características que decorrem do padrão ouro, como a presença de
taxa de cambio fixa entre o ouro e as moedas nacionais de cada país, com paridade
entre as moedas e com o ouro, como assegurador de seu padrão. Também destacasse
a proibição de dificultar qualquer que era a exportação de importação de entre os
países, garantindo assim liquidez no padrão vigente. Pode-se citar também a
estabilidade da taxa de cambio ao ouro em que cada unidade monetária tem um valor
equivalente em ouro, e essa relação é mantida estável, e com as moedas nacionais
sendo lastreadas em ouro e com a livre conversibilidade entre as moedas.
Pode-se citar algumas vantagens do padrão que dominou o sistema monetário
europeu na década de. fragilidades exprime a Ideia de que os países periféricos eram
excluídos desafios e maior esforço para se manter para se manterem totalmente
integrados ao sistema do padrão ouro. Além disso, outro fator negativo com relação ao
padrão ouro, seria pelo fato de que para você conseguir se manter próspero nesse
sistema monetário é necessário seguir as regras do jogo, ou seja, manter uma
quantidade adequada de reservas de ouro, garantir a convertibilidade da moeda em
ouro e manter a estabilidade econômica e financeira. Qualquer desvio dessas regras
pode levar a consequências adversas não só na economia nacional, como também na
economia global.
Questão 4:
Após o término da Primeira Guerra Mundial, o panorama econômico dos países
europeus foi marcado por desafios significativos que dificultaram sua recuperação. As
devastadoras consequências do conflito deixaram uma trilha de destruição, resultando
em cidades arrasadas, infraestrutura comprometida e escassez de recursos. Esses
fatores contribuíram para um ambiente desfavorável à reconstrução econômica e ao
crescimento sustentável.
Além dos danos físicos, as nações europeias também enfrentaram um legado de
dívidas onerosas. O custo financeiro da guerra foi enorme, com a necessidade de
financiar operações militares, fornecer assistência aos soldados e cobrir os gastos
governamentais. Esses altos níveis de endividamento sobrecarregaram os países,
resultando em déficits fiscais e pressionando suas economias.
Outro fator que contribuiu para a dificuldade na recuperação econômica foi a
instabilidade política que permeava a Europa pós-guerra. A guerra levou a mudanças
significativas nas fronteiras, bem como a um rearranjo das relações de poder entre os
países. Isso gerou tensões geopolíticas, disputas territoriais e incertezas que afetaram
negativamente a confiança dos investidores e a estabilidade econômica.
Por outro lado, a economia norte-americana experimentou um período de rápido
crescimento no pós-guerra. A participação dos Estados Unidos no conflito
proporcionou um impulso significativo para a indústria, que estava focada na produção
de suprimentos militares. A demanda por esses produtos estimulou a atividade
econômica, impulsionando a produção, o emprego e o crescimento.
Além disso, a posição dos Estados Unidos como uma potência mundial emergente e
sua capacidade de fornecer bens e alimentos para outras nações impactaram
positivamente sua economia. O comércio internacional expandiu-se, especialmente
com os países afetados pela guerra, o que fortaleceu a balança comercial dos Estados
Unidos e impulsionou o crescimento econômico.

Em suma, enquanto a economia europeia enfrentou dificuldades para se recuperar


após a Primeira Guerra Mundial, a economia norte-americana desfrutou de um
período de crescimento devido à sua participação no conflito e à demanda por seus
produtos. Os desafios econômicos e as mudanças geopolíticas levaram a uma
disparidade no processo de recuperação, impactando de maneira diferente os
diferentes países e regiões ao redor do mundo.
Questão 5:
Antes de explorarmos o conceito da Grande Depressão em si, é importante destacar as
causas que levaram a esse período de crise sistemática nos Estados Unidos por volta de
1929. A economia americana no pós-guerra era muito boa e estava em prosperidade
graças à venda de produtos militares para toda a Europa durante a primeira guerra
mundial, com isso a indústria americana se desenvolveu e a realidade econômica do
país se encontrava em crescimento até sua desaceleração prévia à Grande Depressão.
Os EUA financiaram a guerra, e a partir disso receberam o germe da crise que está
ligado à ideia de falta de demanda efetiva.
A princípio, pode-se destacar o papel central desempenhado pelos Estados Unidos na
propagação da crise, uma vez que a economia americana era a maior e mais influente
do mundo na época, discute como a queda da produção, o desemprego em massa, a
deflação de preços e a instabilidade financeira afetaram os diferentes países ao redor
do mundo, esses fatores contribuíram para uma desaceleração significativa da
atividade econômica em várias nações, levando a uma queda acentuada na produção
industrial, ao aumento do desemprego e à redução dos níveis de renda e consumo e
esses impactos variaram entre os países, dependendo de seus sistemas econômicos,
políticas adotadas e grau de integração na economia global. Também é necessário
analisar as respostas dos governos e os esforços de cooperação internacional para
tentar lidar com a crise, destacando os desafios enfrentados na busca por soluções
efetivas.
A partir disso, A Grande Depressão tratou-se de um período em que a economia
estadunidense sofreu uma repentina deflação no nível geral de preços em sua
economia. A partir daí, afetou a economia de maneira global. A princípio, essa crise
aconteceu devido ao fato de superprodução nos setores econômicos estadunidenses.
Há dois pensadores econômicos que explicam essa crise de maneira diferente, Keynes
e Friedman.
Keynes argumentou que a Grande Depressão foi resultado de uma queda acentuada na
demanda agregada. Ele defendeu que as flutuações econômicas eram causadas
principalmente por falhas na demanda efetiva. Durante a depressão, Keynes observou
que as empresas estavam reduzindo a produção e o emprego, levando a uma espiral
descendente, uma vez que a redução de renda resultava em uma queda adicional na
demanda.
Keynes propôs que o governo deveria intervir para estimular a demanda agregada por
meio de políticas fiscais expansionistas, como aumentos nos gastos públicos e
reduções nos impostos. Essas medidas, segundo ele, poderiam aumentar o consumo e
o investimento, impulsionando a economia e reduzindo o desemprego.
Por outro lado, Milton Friedman, em sua obra "Uma História Monetária dos Estados
Unidos, 1867-1960", enfatizou a importância das políticas monetárias na explicação da
Grande Depressão. Friedman argumentou que a Reserva Federal dos Estados Unidos
foi a principal responsável pela severidade e prolongamento da depressão devido às
suas políticas monetárias restritivas.
Ele afirmou que a política monetária deficiente, com uma oferta monetária em declínio
e uma redução na disponibilidade de crédito, agravou a crise econômica. Friedman
argumentou que o sistema bancário sofreu uma série de falências, causando uma
contração no crédito e na oferta de moeda, levando a uma queda nos investimentos e
no consumo. Para Friedman, a resposta adequada seria que a autoridade monetária
aumentasse a oferta de moeda para estimular a atividade econômica.
Em resumo, Keynes enfatizou a importância da demanda agregada e defendeu
intervenções governamentais para estimulá-la, enquanto Friedman destacou o papel
da política monetária e a importância de uma oferta monetária estável para evitar
crises econômicas como a Grande Depressão. Ambas as teorias influenciaram as
políticas econômicas adotadas pelos governos em resposta a crises econômicas ao
longo do século XX.
A partir disso, também é importante citar como decorreu a Grande Depressão nos anos
posteriores ao Crash que teve início em 1929 com a desaceleração da produção nos
EUA e o crash da bolsa, que resultou em uma queda dos preços das ações e uma crise
de confiança nos mercados. A situação piorou em 1930, com uma queda de 9,3% no
PIB dos Estados Unidos, seguida por uma crise bancária em 1931, levando a uma
contração ainda maior da economia. O abandono do padrão ouro na Europa também
marcou esse período turbulento. A depressão atingiu seu ponto mais crítico em 1932,
com uma queda de 15,8% no PIB dos EUA. A partir de 1933, a economia começou a se
recuperar gradualmente, mas somente por volta de 1937 os níveis de produção e
atividade econômica se aproximaram dos patamares anteriores à crise de 1929.
Em resumo, Keynes enfatizou a importância da demanda agregada e defendeu
intervenções governamentais para estimulá-la, enquanto Friedman destacou o papel
da política monetária e a importância de uma oferta monetária estável para evitar
crises econômicas como a Grande Depressão. Ambas as teorias influenciaram as
políticas econômicas adotadas pelos governos em resposta a crises econômicas ao
longo do século XX.
Questão 6:
Após a Grande Depressão e a Primeira Grande Guerra Mundial, o padrão ouro não
voltou a funcionar da mesma forma que no período clássico de 1870 a 1913. É válido
destacar que houve várias razões para isso, por exemplo, a crise econômica da Grande
Depressão, que começou em 1929, abalou profundamente a economia global. Muitos
países enfrentaram dificuldades econômicas e tiveram que abandonar
temporariamente o padrão ouro para implementar medidas de estímulo econômico,
pelo fato do sistema baseado em ouro ser pautado em medidas econômicas cíclicas, ou
seja, e para se combater a grande depressão foram usados métodos anticíclicos a partir
do controle governamental sobre a política monetária, em que durante a crise de 1929,
os governos passaram a assumir um papel mais ativo no controle da política monetária
e na gestão econômica em geral. Com a necessidade de estabilizar as economias levou
ao aumento da intervenção estatal, o que entrava em conflito com os princípios do
padrão ouro, que limitavam a capacidade de implementação de políticas monetárias
mais flexíveis.
Além disso, A Primeira Guerra Mundial resultou em um grande distúrbio econômico,
principalmente nos países europeus, em especial França, Inglaterra e Alemanha.
Muitos países tiveram que abandonar o padrão ouro, ou seja, suspenderam a
convertibilidade de suas moedas em ouro, abandonando assim o padrão vigente na
época para financiar suas despesas de guerra e reconstruir o ambiente econômico de
seu país. Com isso, após o fim da Primeira Guerra Mundial, os líderes mundiais
buscaram restaurar a estabilidade econômica e monetária. O Padrão Ouro foi
restaurado em alguns países, mas não de forma tão eficiente como no período anterior
a guerra, além de que a reconstrução econômica e as reparações de guerra impuseram
grandes desafios aos países, afetando a estabilidade do sistema monetário
internacional.
No entanto, esse sistema também enfrentou desafios e tensões ao longo do tempo,
levando finalmente ao abandono do Padrão Ouro e à adoção de taxas de câmbio
flutuantes na década de 1970.
Em resumo, o Padrão Ouro não voltou a funcionar da mesma forma no pós-guerra
devido à Grande Depressão e às mudanças econômicas e políticas resultantes dela. O
sistema monetário internacional passou por alterações para lidar com os desafios
econômicos e promover a estabilidade financeira.
Em resumo, o impacto da Grande Depressão e da Primeira Guerra Mundial,
juntamente com as mudanças geopolíticas ocorridas nesse período, levaram ao
enfraquecimento e eventual abandono do padrão ouro como sistema monetário
internacional padrão. A Grande Depressão expôs as fragilidades do sistema e mostrou
que as políticas baseadas no padrão ouro eram insuficientes para lidar com os desafios
econômicos e financeiros enfrentados pelos países. Além disso, a devastação causada
pela Primeira Guerra Mundial resultou em um ambiente econômico instável na Europa,
dificultando a restauração do padrão ouro. Como resultado, o sistema monetário
internacional evoluiu para uma forma mais flexível, com taxas de câmbio flutuantes e
maior controle governamental sobre a política monetária. Essas mudanças refletiram a
necessidade de adaptação às novas realidades econômicas e geopolíticas do pós-
guerra e marcaram o fim da era do padrão ouro como sistema predominante.
BIBLIOGRAFIA
Eichengreen, Barry – Globalizing Capital: A History of the International Monetary
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Eichengreen, Barry & Temin, Peter – “The Gold Standard and The Great
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Rothermund, Dieter – The Global Impact of the Great Depression 1929-1939,
Routledge, 2003,
Franco, Gustavo – Assimetrias Sistêmicas sob o Padrão Ouro, TD n.184, PUC-RJ,
1988.
Charles Kindleberger, 1973 - “The World in Depression - 1929-1939”

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