Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
CAMERALISMO
Conclusões
A boa compreensão do Balanço de
Pagamentos dera sustentação às propostas
mercantilistas de uma longa série de restrições
que afetavam o montante e a composição do
comércio internacional, de modo a assegurar
um superávit constante na conta dos registros
de metais preciosos.
A importância do acúmulo de ouro e prata,
como vimos, era estimular a oferta doméstica
de bens e serviços e, com isso, o
enriquecimento do reino
Teoria monetária mercantilista
As teses monetárias do mercantilismo foram
se desenvolvendo à medida que surgem os
problemas inflacionários trazidos pelo grande
fluxo de ouro e prata que inundou a Europa
vindo das colônias americanas.
De início, os mercantilistas achavam que a
causa da inflação era a adulteração das
moedas pelo poder público que
sistematicamente reduzia a quantidade de
metal contida nelas.
Jean Bodin
Em 1568, Jean Bodin combate essa idéia, reconhecendo
que é, de fato, o afluxo de metais preciosos que explica a
alta dos preços.
Bodin formula a lei de que o poder de compra das moedas
de ouro e prata é inversamente proporcional à quantidade
de ouro e prata existente no país, mas não identifica
claramente um mecanismo de conexão entre moeda e
preços.
Embora a tese de Bodin tenha sido admitida por muitos no
século XVII, isto não impedirá que se mantenha a idéia
mercantilista segundo a qual a riqueza de uma nação está
ligada à abundância interna de moedas.
A ilusão da moeda
A interpretação de como o lado monetário da
economia poderia afetar a produção real era
um tanto tosca entre os mercantilistas, e isso
favorecia a ilusão monetária de se associar
riqueza ao dinheiro em circulação.
A despeito dos avanços fornecidos pelos
estudos de Bodin, ainda faltava, entre eles,
uma teoria monetária. Tema de que alguns
pensadores se ocupariam no século XVIII.
Críticas
Os dois argumentos da explicação são algo
falaciosos.
1. No primeiro caso, basta observar que
os benefícios da moeda para as trocas
dependem da estabilidade dos preços
que pode ser ameaçado com o excesso
de oferta monetária.
2. O segundo argumento omite o fato das
taxas de juros dependerem também do
comportamento da demanda monetária
que por sua vez refletem as
expectativas de rentabilidade interna
dos investimentos.
Análise de Petty
Considerações sobre a demanda monetária
são encontradas na obra de William Petty, o
autor mercantilista que mais contribui para
uma melhor compreensão das taxas de juros.
No entanto, a análise mais arguta do
pensamento de Petty não se faz presente na
maioria dos escritores da época.
Thomas Culpeper
Os mercantilistas avançaram em relação ao
pensamento medieval na compreensão do juro.
Eles não tecem as antigas considerações morais
contra os juros e lançam mão de argumentos
mais sofisticados condenando a usura.
Neste tocante, destaca-se a análise de Thomas
Culpeper (1635-1689), nomeado governador
colonial da Virgínia, Estados Unidos, que no
Manifesto contra a Usura explica que os negócios
economicamente viáveis devem possuir uma
rentabilidade interna acima dos juros cobrados
pelos bancos.
John Hales
Hales, nobre inglês e membro do Parlamento,
desenvolve suas teses mercantilistas em 1549 no livro
Um Discurso sobre a Prosperidade Pública no Reino
da Inglaterra.
Hales afirma que o interesse do Estado deve ser posto
em primeiro lugar, mas não defende os controles
legislativos na promoção do bem-estar social.
Ele acredita na ordem espontânea dos mercados que
têm por base homens movidos pelo auto-interesse.
Buscando maximizar lucros, suas ações resultam na
alocação ótima dos recursos, melhor do que o governo
poderia fazer.
Mercantilistas liberais
Também defendem teses liberais autores do
século XVII: Locke e Petty e nomes menos
conhecidos como Dudley North e Charles
Davenant.
O que mostra que o mercantilismo não era um
rígido sistema de controle como Adam Smith
viria a caracterizá-lo.
Comentários...
O ponto A é crítico, de modo que para salários
acima de W há uma queda na oferta do insumo
trabalho (N’< N), pois os trabalhadores preferirão
não trabalharem já que são naturalmente avessos
ao trabalho e o salário mais elevado W’ torna-os
propensos a desfrutarem lazer em troca de
trabalho.
A conseqüência para a economia nacional é a
perda da produção e com ela a menor
competitividade no comércio internacional, com a
saída de ouro e prata e todas as conseqüências
indesejáveis que dela advém. Assim, cumpre ao
governo estabelecer um teto salarial.
Limitações de Petty
Petty identificou uma ordem natural subjacente
aos fatos econômicos e viu a economia como
uma esfera de fenômenos dotados de
racionalidade própria.
Faltou-lhe, entretanto, para uma Economia
verdadeiramente científica, a construção de
um sistema unificado de explicação dos fatos
econômicos.
Não muito tempo depois, apareceriam então
as obras dos fisiocratas e de Smith, os
primeiro tratados da Economia como ciência.
CAMERALISMO
Por mais de três séculos o cameralismo influenciou o
pensamento econômico nas nações de língua alemã.
Trata-se de um enfoque específico do mercantilismo ligado
aos problemas particulares da economia de um conjunto de
países de fala alemã.
A Europa central era uma região mais atrasada em relação
à França e à Inglaterra. Ela estava mergulhada em graves
problemas econômicos e o cameralismo surge como um
conjunto de idéias voltado à solução das calamidades
econômicas, por meio de uma melhor administração
pública.
Diferentemente do mercantilismo ocidental, a ênfase não
recaia na competitividade comercial com outros países,
mas era em fornecer aos reis conhecimentos para uma boa
gestão econômica.
Origem da expressão...
O termo cameralismo vem da palavra alemã
Kammer que designa o lugar onde se
guardava o tesouro real.
Depois ela passou a se aplicar a tudo o que
dizia respeito à propriedade real. Virou a
Economia do rei ou a arte que bem administra
a renda real procurando mantê-la e se possível
aumentá-la.
De início, era uma combinação de idéias
envolvendo aspectos políticos, jurídicos e
técnicos, além do econômico. Com o tempo,
seus autores foram se especializando em
Economia Política e se afastando das
preocupações jurídicas.
Semelhanças com o
mercantilismo
Há elementos comuns com o mercantilismo
ocidental, como a ênfase nas regulamentações
governamentais, dada a confiança na eficácia
das leis, e o receituário análogo de política
tributária, de como organizar o sistema de
tarifas e taxas públicas.
Como no mercantilismo, o metal precioso é
tido como a forma mais desejável de riqueza e
eles também se assemelham na pregação,
comum a ambos, do aumento populacional, da
frugalidade e do auto-interesse.
Temas principais...
O cameralismo é menos interessado em
relações internacionais, em comércio entre
países e no desempenho da balança
comercial. A rivalidade internacional não é tão
importante para ele.
A ênfase recai em “finanças públicas” e em
como remediar o atraso na economia alemã
pelo desenvolvimento da indústria doméstica,
da tecnologia agrícola, e da exploração de
minas e florestas.
Subsídios para uma administração
eficiente
Os mercantilistas franceses e ingleses eram
panfletários e só ofereciam pequenos tratados
não muito abrangentes.
Enquanto isso, o cameralismo desenvolve a
sua doutrina em grandes volumes que
apresentam um corpo de pensamento bem
conectado, versando sobre a lógica da
organização do Estado e da economia
nacional, em seus aspectos financeiros e
técnicos.
O desejo da administração eficiente da coisa
pública é o eixo principal a guiar a análise
cameralista.
Luther e Ossa
No início do século XVI, o cameralismo
buscava oferecer aos burocratas do Estado
meios para remediar os males econômicos
que afetavam a Alemanha.
Luther e Ossa, autores cameralistas, propõem
uma reforma tributária a fim de aperfeiçoar o
atrasado sistema de taxação. O descontrole
monetário também foi tema de debate.
O influente pensador Nicolau Copérnico,
expoente de uma revolução científica na
astronomia, havia proposto uma moeda
uniforme por todo o reino, sem a necessidade
de nenhum lastro ou aval.
Conclusão...
O cameralismo, portanto, é a versão alemã da
disciplina econômica que apresenta certas
peculiaridades.
Mais voltado a aspectos técnicos da produção
e ao lado financeiro, não acredita que o Estado
e os capitalistas tenham sempre interesses
harmônicos e posiciona-se ao lado dos
interesses do primeiro.
Ele enfatiza os dispositivos de política fiscal
procurando combater a falência do tesouro
público.