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RESUMO DE DIREITO TRIBUTÁRIO II

Sistema Tributário Nacional

1. Conceito

- Primeiro ensinamento: Sistema Tributário Nacional não é o ordenamento jurídico de Direito


Tributário, e tampouco todas as suas normas dentro de um sistema
- Na verdade, o Sistema Tributário Nacional não diz respeito a todo o conjunto de normas
tributárias, mas sim apenas às normas constitucionais que regulam a atividade de tributação
por parte do Estado - arts. 145 a 162 da CF
- Em suma, é o recorte constitucional do Direito Tributário

2. Funções do Sistema Tributário Nacional

- Essa distinção teórica é mera construção doutrinária e não está expressa no texto da CF
- Há funções típicas - usuais, regulares, exercidas com primazia e com maior importância -,
e funções atípicas - casuais, incomuns, irregulares e esporádicas

2.1. Funções típicas do Sistema Tributário Nacional

a) Fixação de normas de competência tributária

- Competência tributária é atribuição de poder, ou seja, é uma norma exclusivamente


constitucional (só pode estar contida na CF e não em outras fontes legais) que é delegativa
de poder para se criar um tributo por meio de lei
- Ou seja, é atribuição de poder: a CF dá poder aos estados para criarem tributos por meio
de lei
- Nesse sentido, por atribuir poder a alguém para criar um tributo, as normas de
competência tributária não se direcionam aos cidadãos, mas sim aos legisladores
- Essas normas não são por si só institutivas de tributo, mas apenas partilham poder: não é
a norma que cria o tributo, mas só atribui poder a alguém para criá-lo
- Outrossim, essas normas não são autorizativas para cobrança de tributo: apenas
autorizam a criação do tributo, pois, se não houver lei que o institua, não se pode cobrá-lo
- A estrutura de competências tributárias na CF forma um mapa da federação brasileira
devido às disposições sobre competências tributárias: nossa CF entendeu por bem repartir
o poder de tributar a partir da estrutura federativa, cedendo um pedaço de poder a cada
ente, o que efetiva o princípio federativo
- As competências tributárias não são todas iguais na sua estrutura e no seu fundamento:
há algumas que se articulam em torno da ideia de bases econômicas e outras em torno da
ideia de fins públicos:

1) Bases econômicas → é a descrição de uma parte da realidade que se projeta e da qual


se pode deduzir riqueza (ex: propriedade)
1.1.) Faz-se presumir riqueza
2) Fins públicos → espécies tributárias em que sua razão central não é o que é tributado,
mas sim para que serve o tributo

analisamos a semântica e há expressões na CF - há alguns que entendem como um


conceito fechado e outros que entendem que são tipos e ideias abertas (permite que o
legislador e o judiciário redesenhe os tributos)

b) Princípios interpretativos e garantias fundamentais do contribuinte

- Diferentemente das competências tributárias, restringem o poder e protegem o contribuinte


do exercício do poder por parte do Estado
- Em suma, a competência tributária é o Estado, e os princípios e garantias são escudos
como elementos de proteção do contribuinte
- Mas afinal, o que são princípios interpretativos e garantias fundamentais do contribuinte?

1) Princípios interpretativos = pontos de partida de interpretação que auxiliam, inclusive, a


melhor compreender as competências tributárias
2) Garantias do contribuinte = proteções que o Estado não pode avançar e vulnerar

2.2. Funções atípicas do Sistema Tributário Nacional

a) Ponto de partida de interpretação do Direito Tributário


b) Critério último de validade de todas as demais fontes de Direito Tributário

Fontes do Direito Tributário

1. Conceito de fontes do Direito

- No dicionário, entende-se fonte como origem, nascedouro


- Na linguagem técnico-jurídica, fonte é o foco produtor de normas jurídicas, que as cria e as
legitima

1.1. Função das fontes do Direito

a) Dão o mínimo de segurança e previsibilidade na aplicação e na interpretação do


Direito
b) Criam também vínculos de legitimidade dentro do cumprimento do Direito

1.2. Características das fontes do Direito

a) Vinculantes = são de cumprimento cogente, ou seja, se é uma fonte do direito o seu


conteúdo normativo deve ser por nós cumprido
b) Plurais = não há apenas uma fonte do Direito, mas sim uma extensa gama
c) Numerus clausus = as fontes do Direito são muitas, mas são taxativas, ou seja, não
são infinitas
d) Hierárquico = algumas fontes possuem prioridade lógico-estrutural em relação às
outras, ou seja, umas são mais valiosas do que outras
1.3. Espécies das fontes do Direito

1.3.1. Fontes materiais e fontes formais

a) Materiais = normalmente compreendidas como as condições históricas, culturais,


sociais e políticas que levaram à produção daquela norma, ou seja, o seu contexto
histórico, sociológico e político
b) Formais = indicam rito, procedimento e processo de feitura da norma (ex: rito das
emendas constitucionais)

1.3.2. Fontes estatais X Fontes não estatais

a) Estatais = produzidas pelo Estado


i) Todas as fontes de Direito Tributário são estatais, ou seja, o Estado produz
todas as normas que criam obrigações tributárias
b) Não estatais = produzidas por quem não é o Estado
i) Costumes
ii) Fontes negociais → fontes do direito firmadas entre particulares por meio de
negócios jurídicos entre as partes
iii) Não são propriamente fontes do Direito Tributário

1.3.3. Fontes em sentido estrito e fontes interpretativas

a) Em sentido estrito = são as fontes propriamente ditas


b) Interpretativas = não são fontes propriamente ditas, mas auxiliam e servem apenas
para interpretar as fontes do direito
i) Doutrina
ii) Jurisprudência

1.4. Fontes do Direito Tributário

a) Fonte constitucional (STN)


b) Fonte legal
i) Lei Complementar
ii) Lei Ordinária
iii) Medida Provisória
c) Tratados internacionais (art. 98, CTN)
d) Fonte infralegal
i) Decretos (art. 99, CTN)
ii) Normas complementares (art. 100, CTN)

Lei Complementar em matéria tributária

1. Noções gerais

- A lei complementar em Direito Tributário tem um papel diferenciado se comparado com a


sua função em outras áreas do direito
- Tem função dúplice: típica (estruturante do direito tributário) e atípica (esporádica e casual)
- Essas duas funções tratam de leis complementares formalmente iguais, que não têm
terminologia distinta, mas seu conteúdo e sua função são diferentes
- Para compreensão da LC em Direito Tributário, é preciso classificar as normas jurídicas,
no direito, em dois grupos:

1) Normas de estrutura (PRODUÇÃO) = tidas como normas sobre normas, ou seja,


normas jurídicas que organizam e estruturam a produção de outra norma jurídica
(PRODUÇÃO)
a) Direcionam o seu comando normalmente ao legislador (ex: norma de
competência)
b) Em Direito Tributário, essas normas ilustram a função típica das leis
complementares em matéria tributária
2) Normas de conduta (AÇÃO) = dispõem sobre como devemos agir
a) Normas que estabelecem os comandos que proíbem, obrigam ou permitem
uma ação
b) Em Direito Tributário, essas normas ilustram a função atípica das leis
complementares em matéria tributária

2. Função típica - norma de estrutura

- A LC de estrutura tem esse papel pois é ela que cria as normas gerais de Direito
Tributário, e essas normas criam padrões gerais de definições e conceitos usados em várias
áreas do Direito Tributário (ex: CTN)
- Em tributário, há “três instâncias de normas jurídicas”, e isso ocorre porque a matéria
tributária é de competência concorrente:

1) CF
2) Norma geral (CTN)
3) Lei

- Em matéria tributária todos os entes federativos podem editar as suas leis tributárias, haja
vista que a CF dá a todos uma pequena fração de competência legislativa
- Tendo em vista essa atribuição de poder da CF aos entes federativos, é preciso dessa
norma geral para conter esse excesso de produção legislativa, harmonizando a
interpretação e a aplicação do Direito Tributário
- Essa norma de estrutura deve ser entendida não como uma lei federal, mas sim como
uma lei nacional; as leis que saem do Congresso Nacional podem ser:

a) Leis federais = são de interesse imediato da União e não dos demais entes
federativos (ex: Lei 8.112/1990)
b) Leis nacionais = afetam toda a nação brasileira e toda a sociedade civil (ex: Código
Penal e Código Tributário Nacional)

- Sendo essa norma denominada como de estrutura, é lógico imaginar que é estruturante de
outra norma que ainda será produzida: regra geral, essa norma a ser produzida estará
inserida em uma lei ordinária
- Nesse sentido, não é errado dizer que essa norma de estrutura terá superioridade
hierárquica em relação às leis ordinárias que venham dispor acerca daquela matéria
específica
- Assim: essas normas gerais estão hierarquicamente superiores às leis ordinárias que por
elas são estruturadas, ou seja, as leis ordinárias devem respeitar as disposições das
normas gerais
- Por fim, atenção ao art. 146, III, da CF: o comando constitucional é de que LC irá
estabelecer normas gerais que irão estruturar o restante do ordenamento jurídico tributário
- Um exemplo é a LC 87/96 (norma geral do ICMS)

3. Função atípica - norma de conduta

- É uma LC que cria tributo e que dispõe tudo o que é preciso para que o Estado cobre o
respectivo tributo

a) Art. 148, CF - a criação de empréstimos compulsórios se dá mediante LC


b) Art. 153, VII, CF - a criação de imposto sobre grandes fortunas se dá mediante LC
c) Art. 154, I, CF - há a possibilidade de, mediante LC, a União criar outros impostos
que não aqueles federais criados por lei ordinária
d) Art. 195, par. 4º, CF - há a possibilidade de, mediante LC, a União criar novas
contribuições de seguridade social que não aquelas estabelecidas por lei ordinária

- Um exemplo é a LC 84/96, que criou a contribuição para seguridade social sobre o pro
labore (remuneração paga para quem não tem relação de emprego celetista)

Lei Ordinária em Direito Tributário

1. Noções gerais

- As leis ordinárias em Direito Tributário precisam obedecer determinadas diretrizes


traçadas pela LC de estrutura (função típica)
- Têm função dúplice:

1) Institutiva → é a regra geral de instituir todos os tributos previstos na CF, fixando seu
fato gerador, indicando contribuintes, fixando alíquotas, dispondo sobre base de
cálculo etc
a) Função prioritária de criar tributo fixando todos os seus detalhes
2) Residual → tratam de outras matérias tributárias que também precisam de lei
(parcelamento, multas, regras fiscalizatórias, concessão de benefícios fiscais etc)

Normas infralegais em Direito Tributário

1. Noções gerais

- São normas regulamentares que esclarecem e facilitam o sentido, a interpretação e a


aplicação da lei
- Não possuem autonomia normativa, ou seja, não podem criar direito novo e nem inovar
- Atos de regulamentação das leis, como portarias, resoluções etc
Regra Matriz de Incidência Tributária (RMIT)

1. Noções gerais

- De início, o que é fato gerador? É a ocorrência da realidade que uma vez materializada faz
surgir a obrigação de alguém pagar tributo
- Nesse sentido, a RMIT, construção teórica de Paulo de Barros Carvalho, é uma lista de
elementos mínimos (checklist) que a lei que vai instituir um tributo deve trazer para dentro
do seu texto, ou seja, um script para o legislador
- Se essa lei não trouxer esses elementos, terá um vício/defeito: se o legislador não seguir o
script dado, incorrerá em vício de inconstitucionalidade pois terá violado o princípio da
tipicidade tributária (um dos elementos da legalidade tributária)
- Para que a lei tributária seja válida, deve respeitar os seguintes elementos mínimos:

a) Hipótese (descritor)
i) Material = o quê?
1) Qual fato faz surgir o dever de pagar?
ii) Espacial = onde?
1) Qual o limite geográfico para a incidência da norma?
iii) Temporal = quando?
1) Qual momento que o legislador considera ocorrido o fato gerador?
2) Cuidado: não é quando devo pagar o tributo, pois isso é o seu prazo
de recolhimento!
b) Consequência (prescritor)
i) Pessoal = quem?
1) Qual o titular da pretensão tributária (aspecto pessoal ativo - dever de
fiscalizar e cobrar o tributo) e qual o responsável pelo pagamento
(aspecto pessoal passivo - contribuinte ou responsável tributário)?
ii) Quantitativo = quanto?
1) Qual a base de cálculo (mensuração econômica e quantitativa do
aspecto material) e a alíquota (é uma cota, um quinhão da base de
cálculo, e normalmente é percentual) do tributo?

Competência tributária

1. Fonte constitucional indelegável

- São normas constitucionais que encontram o seu fundamento no texto constitucional e


apenas nele
- A atribuição de poder por uma competência tributária deve ser interpretada como
indelegável, ou seja, não passível de delegação a outrem: se a CF deu o poder para a
União instituir o IR, não estaria na esfera da União delegar a outro ente federativo a tarefa
de criar o IR
2. Função
- A norma de competência tributária é norma constitucional delegativa de poder, delegando
poder a um ente que integra a federação, e que recebe do texto constitucional o poder para
criar tributo por meio de lei
- Essa norma de competência tributária, por ser delegativa de poder, não cria o tributo,
porque o que o faz é outro ato de poder por meio do legislador (ato legislativo); mais do que
isso, essa norma, ao mesmo tempo, dá poder e limita o seu exercício
- Em suma, a competência tributária é o marcador dentro do qual o poder de tributar pode
ser exercido
- Deve-se ressaltar que entidades públicas sem poder legislativo nunca receberão
competência tributária, haja vista que só é destinatário de competência tributária quem tem
poder para editar leis (União, Estados, DF e Municípios)
- Por fim, é preciso assinalar uma divergência corriqueira na doutrina: competência tributária
é conceito fechado ou é tipo ideal aberto?

3. Espécies

a) Comum (art. 145, CF) = todos os entes federativos podem instituir impostos, taxas e
contribuições de melhoria (espécies tributárias)
b) Privativa (art. 148, CF) = só um ente federativo usufrui dessa competência
i) O empréstimo compulsório só pode ser criado pela União
c) Geral (art. 149, CF) = não é nem comum e nem privativa, e prevê algumas espécies
de contribuições para a União, algumas para os Estados e algumas para os
Municípios
i) Cada ente só pode instituir a contribuição que lhe cabe: a União pode instituir
contribuição social, de intervenção do domínio econômico e de categoria
profissional, os Estados apenas contribuição para sua previdência e os
Municípios somente contribuição para sua previdência municipal e para
iluminação pública
d) Nominada de imposto (arts. 153, 155 e 156, CF) = discriminação de competência
dos impostos
i) Quais impostos a União, os Estados e os Municípios podem instituir?
e) Residual de impostos (art. 154) = discriminação de competências residuais, ou seja,
é permitido instituir outras competências além das nominadas, mas quem pode fazer
isso é apenas a União
i) Competência residual da União para criar novos impostos que não os
nominados no art. 153 da CF
f) Residual de contribuições de seguridade social (art. 195, CF) = a União pode, por
LC, criar outras contribuições de seguridade social que não as enumeradas na CF

4. Controle de constitucionalidade (IPMF)

- A própria norma de competência tributária que está na CF pode ser acusada de


inconstitucionalidade?
- É preciso diferenciar duas situações:

1) A norma de competência tributária está na CF e dá poder para o legislador criar


tributo; se o legislador for além da competência fixada na CF, incorreu em
inconstitucionalidade e portanto a lei tributária é inconstitucional
2) A própria norma de competência tributária que está na CF pode ser declarada
inconstitucional pelo Judiciário se introduzida pelo constituinte derivada através de
EC, e se tiver desrespeitado cláusulas pétreas (ex: ADIN 939)

5. Repartição de competências tributárias

5.1. Bases econômicas

- São fatos signo-presuntivos de riqueza, ou seja, pode-se presumir a partir desse fato que
o sujeito possui algum tipo de riqueza
- É mera presunção pois não há nenhuma garantia da riqueza presumida, haja vista que
não se exige demonstração concreta de detenção da riqueza

5.1.1. Propriedade

- Tributação do que chama-se de riqueza estática - a propriedade está parada e inerte


- Paga-se o tributo independentemente de qualquer operação, atividade ou exploração
econômica daquele bem, ou seja, paga-se apenas pelo fato de ser proprietário do bem
- O verbo específico da tributação da propriedade é o SER - SER proprietário de [...]

a) ITR = ser proprietário de território rural = tributação pela União


b) IPVA = ser proprietário de veículo automotor = tributação pelos Estados
c) IPTU = ser proprietário de prédio e território urbano = tributação pelos Municípios

5.1.2. Atividade econômica

- Tributação do que chama-se de riqueza dinâmica (em movimento)


- Movimenta-se, na atividade econômica, a economia do ponto A ao ponto B, e assim
tributa-se uma riqueza que flui e que se movimenta
- O verbo que indica a tributação da atividade econômica é aquele que indicar uma ação
(ex: VENDER/PRESTAR/CIRCULAR)

a) IPI = industrializados = tributação pela União


b) ICMS = mercadorias = tributação pelos Estados
c) ISSQN = serviços de qualquer natureza = tributação pelos Municípios

5.1.3. Renda

- Tributação de uma riqueza dinâmica, haja vista que a renda pressupõe algum tipo de
atividade que a tenha gerado
- Renda é acréscimo patrimonial e mutação patrimonial (mudou patrimônio) positiva dentro
de um intervalo de tempo

a) IR = renda = tributação pela União

5.1.4. Proteção de atividade de interesse nacional


- Tributação que observa a defesa de atividades de interesse nacional em que a União se
envolve

a) II, IE e IOF = impostos extrafiscais cuja função não é gerar dinheiro, mas promover
outras finalidades não arrecadatórias, ou seja, não busca gerar dinheiro para os
cofres públicos = tributação pela União

5.1.5. Outros

a) IGF = grandes fortunas = tributação pela União


b) ITCMD = transmissão causa mortis (heranças) e doações = tributação pelos Estados
c) ITBI = transmissão de bens imóveis = tributação pelos Municípios

5.2. Repartição entre os entes

Base econômica União Estados Municípios

Propriedade ITR IPVA IPTU

Atividade IPI ICMS ISSQN


econômica

Renda IR X X

Proteção de II, IE, IOF X X


atividade de
interesse nacional

Outros IGF ITCMD ITBI

Conceito de tributo

1. Noções gerais

- Tributo é gênero do qual se desdobram as diferentes espécies de exigências tributárias

2. Natureza jurídica X Regime jurídico

- São duas noções correlatas, mas não são idênticas ou sinônimas:

a) Natureza jurídica = pretende responder a essência de determinado instituto jurídico e


pressupõe responder O QUE É
b) Regime jurídico = não busca entender as qualidades essenciais, mas sim quais as
regras e princípios que formam o sistema regulador desse tipo de instituto, ou seja,
visa responder COMO/DE QUE MODO

3. Qual o efeito de ser tributo?


- Se algo recebe a qualificação de tributo, a consequência lógica é de que a esse tributo
deve ser aplicado o regime tributário
- Deve-se ressaltar que o regime tributário, diferentemente dos demais, tem uma tendência
a ser mais rigoroso e impositivo ao Estado, criando uma série de rigores e formalidades

4. Conceito legal

a) Art. 9º da Lei 4.320/64


i) Receita derivada
ii) Criado por entidades de Direito Público (pessoa de Direito Privado não cria
tributo!)
iii) Compreende impostos, taxas e contribuições
iv) Destinado a custear as despesas do Estado

Art. 9º Tributo é a receita derivada, instituída pelas entidades de direito público,


compreendendo os impostos, as taxas e contribuições nos termos da Constituição e das leis
vigentes em matéria financeira, destinando-se o seu produto ao custeio de atividades gerais
ou específicas exercidas por essas entidades.

b) Art. 3º, CTN


i) Prestação pecuniária em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, ou
seja, é um tipo de exigência em dinheiro
ii) Compulsório, pois pagar o tributo é obrigatório
iii) Não constitui sanção de ato ilícito, pois o tributo não tem função punitiva
iv) Instituído em lei
v) Cobrado mediante atividade administrativa plenamente vinculada

Art. 3º Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se
possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante
atividade administrativa plenamente vinculada.

5. Conceito constitucional

a) Ser uma prestação pecuniária → para ser tributo precisa nascer como uma
obrigação em dinheiro
i) Cuidado: o CTN prevê formas de extinção do crédito tributário que não por
meio de dinheiro (ex: dação em pagamento)
ii) Tipos de obrigações jurídicas que se afastam do conceito de tributo:
desapropriação, serviço militar, serviço eleitoral, Tribunal do Júri etc
b) Independer da vontade do sujeito passivo, pois é obrigação ex lege haja vista que é
o direito e não a vontade da parte que cria o vínculo tributário
i) O contribuinte não pode barganhar
ii) Tipos de obrigações jurídicas que se afastam do conceito de tributo:
prestações devidas com base em contratos administrativos, aluguéis,
doações, depósitos, empréstimos voluntários, negócios jurídicos em geral etc
c) Não corresponder à sanção de ato ilícito, pois a hipótese do tributo nunca é um fato
contrário ao direito ou que viole a lei
i) Princípio do non olet - a arrecadação tributária independe da sua fonte de
produção de riqueza, ou seja, não interessa se o dinheiro veio de atividade
lícita ou ilícita
ii) Tipos de obrigações jurídicas que se afastam do conceito de tributo: multas,
indenizações por danos etc
d) Ser cobrado através do Estado, ou das entidades por ele criadas, para custeio da
sua atividade e de outras que manifestem relevante interesse público
i) O tributo precisa ser destinado a uma atividade pública de interesse público
ii) Tipos de obrigações jurídicas que se afastam do conceito de tributo: indébitos
tributários
e) Devem ingressar tais valores nos cofres públicos como receita derivada
1) Receita pública originária = receita pública oriunda da exploração do
próprio patrimônio do ente público
2) Receita pública derivada = receita pública em que o Estado toma o
patrimônio de outrem/terceiro para si
ii) Tipos de obrigações jurídicas que se afastam do conceito de tributo:
depósitos em contas do FGTS, compensação financeira pela exploração de
recursos minerais, taxa de ocupação por terreno de marinha etc

Teoria Geral dos Impostos

1. Características dos impostos

a) Fato gerador não vinculado = o imposto é um tributo cujo fato gerador é não
vinculado à atividade estatal
i) Quanto àquele fato que faz surgir a obrigação de pagar o imposto, sua
descrição não tem nenhuma relação necessária com alguma atividade
estatal (ex: quanto ao IPVA, seu fato gerador é ser dono de um carro)
b) Tributo distributivo = o imposto não tem relação contraprestacional com o Estado
i) No Direito Tributário, a relação distributiva que marca o imposto é sempre um
tipo de manifestação de riqueza
1) Por meio da qualificação da riqueza, é permitido se criar um critério
de diferenciação de contribuintes
ii) Não é tributo comutativo em que há uma relação de troca com o Estado
(paguei o tributo e quero algo em troca)
c) Fim constitucional não específico (art. 167, IV, CF) = os impostos têm finalidade não
predeterminada pelo constituinte
i) O legislador ao criar imposto não está autorizado a especificar a finalidade do
imposto: se o fizer, criou um imposto finalístico e incorreu em
inconstitucionalidade

2. Classificação dos impostos

2.1. Diretos X Indiretos

- Essa definição se dá com base em presunções, e essas expressões dizem respeito a


fenômeno econômico e não puramente normativo
a) Diretos = aqueles que não presumimos e não podemos presumir que haverá o
repasse do ônus econômico do tributo a um terceiro
i) Não presumidamente repassados, ou seja, não ocorre a chamada translação
do valor econômico do tributo
ii) Ex: IPTU
b) Indiretos = aqueles em que se deve presumir que esse ônus será assumido
economicamente por outra pessoa além do contribuinte
i) Há translação do ônus econômico, e isso se dá normalmente por meio de
impacto no preço do ônus do tributo
ii) São presumidamente repassados
iii) Geralmente são tributos que incidem sobre o consumo

- Cuidado: há situações de impostos diretos que repassam o ônus econômico e indiretos


que não o fazem

2.2. Fiscais X Extrafiscais

a) Fiscais = aqueles em que há uma prioridade na arrecadação, ou seja, são


eminentemente arrecadatórios
i) Cobra-se o imposto porque se precisa de dinheiro
b) Extrafiscais = aqueles que buscam eminentemente outras finalidades que não a
arrecadação, ou seja, buscam outros objetivos fiscais que não a arrecadação (mas
geram dinheiro para os cofres públicos ainda assim)
i) São modulatórios do comportamento do contribuinte

2.3. Proporcionais X Progressivos X Regressivos

- Trata-se da questão quantitativa do imposto: como se calcula o imposto? Ou seja, diz


respeito à técnica de apuração da alíquota daquele imposto e como o tributo será
mensurado

a) Proporcionais = aqueles que têm alíquota fixa: uma única alíquota para todas as
ocorrências possíveis
i) Cada contribuinte irá pagar mais de acordo com sua manifestação de riqueza
b) Progressivos = escala progressiva de alíquotas (oscilação positiva de alíquota - da
mais baixa para a mais alta): alíquotas que vão aumentando conforme aumenta a
base de cálculo
c) Regressivos = dois sentidos:
i) Oscilação negativa de alíquota (da mais alta para a mais baixa), ou seja, a
alíquota vai diminuindo
ii) Regressividade no sentido dos efeitos econômicos negativos da tributação
do consumo
1) Tributar o consumo em alíquotas elevadas e expressivas como o
Brasil faz onera quem é mais pobre e, de forma regressiva, aquele
que é mais rico, ou seja, proporcionalmente os mais pobres pagam
mais impostos indiretos do que os mais ricos

2.4. Pessoais X Reais


a) Pessoais = impostos que interessam à qualidade pessoal do contribuinte, ou seja, as
qualidades pessoais do contribuinte são determinantes para se definir quanto será
pago de imposto
i) Ex: imposto de renda
b) Reais = impostos que incidem sobre a coisa/patrimônio/propriedade
i) Ex: IPVA, IPTU e ITR

3. Divisão dos fatos geradores

- Os fatos geradores podem ser:

a) Instantâneos = aqueles em que se olha para a realidade e vê-se o fenômeno


ocorrendo, sendo que normalmente são os impostos que incidem sobre a operação
econômica
i) Fórmula = a cada ocorrência no mundo, eu, operador de Direito Tributário,
devo registrar um fato gerador
1) Cada evento = 1 FG
b) Continuados = aqueles em que não se é possível pinçar no tempo o momento em
que ocorrem, sendo próprios dos impostos que incidem sobre a propriedade
i) Quase sempre o fato gerador se dá no dia primeiro de janeiro
ii) Fórmula = estado de coisas/tempo = 1 FG
c) Complexivos = aqueles em que se registram infinitos eventos
i) É o fato gerador geral da tributação da renda
ii) Fórmula: X eventos/tempo = 1 FG

Impostos

1. Noções gerais

- Estrutura básica de apresentação dos impostos e seu roteiro:

a) Suporte normativo = é a arquitetura normativo do imposto, que dá referência a


diferentes níveis de normas jurídicas que o regulam
i) Qual a norma de competência do imposto?
1) Há LC enquanto norma geral de tributário que estabeleça
padronização normativa para o imposto?
(a) Quais as leis tributárias que instituem o tributo?
(i) Há legislação infralegal quanto ao tributo?
b) Base econômica = é a descrição que está na CF e que projeta alguma dimensão de
riqueza
i) Conjunto de palavras que o constituinte utilizou quando desenhou a
competência tributária, e que delimita o que pode efetivamente ser tributado
a título desse imposto
ii) O legislador infraconstitucional não pode ir além da base econômica definida
na CF, haja vista que essas palavras limitam o poder do que o estado pode
tributar, fixando o limite semântico da tributação
c) Características especiais = conjunto de características que marcam a natureza e o
regime jurídico do imposto estudado
d) RMIT (5 aspectos) = dá o detalhamento formal e estrutural da base econômica,
sendo que a lei que cria o tributo deverá detalhar toda essa RMIT em seus 5
aspectos
e) Casuística = casos polêmicos e complexos que geraram discussão doutrinária e
jurisprudencial

2. Impostos federais

2.1. Impostos do Comércio Exterior (importação e exportação)

- São impostos federais indicados no art. 153, I e II, da CF

2.1.1. Impostos sobre a importação de produtos estrangeiros

a) Suporte normativo
i) Norma de competência = art. 153, I, CF
ii) Norma geral de Direito Tributário = arts. 19 a 22 do CTN
iii) Lei tributária = Decreto-Lei nº 37/66 e suas alterações
iv) Atos infralegais = Decreto 6.759/09 (Regulamento Aduaneiro)
b) Base econômica
i) “Importar” = movimento físico de entrada no território nacional + incorporação
à economia interna (trazer o bem com definitividade para o território nacional,
e não apenas o levar a comércio)
1) Não basta o mero ingresso físico
ii) “Produto” = é um gênero, que tem duas espécies e dá uma base ampla de
tributação
1) Bem = produto adquirido para o consumo próprio
2) Mercadoria = produto destinado ao comércio/mercancia
3) Não há contribuinte habitual do imposto de importação, haja vista que
todos podem praticar o fato gerador do imposto, ou seja, não é
somente aquele que tem loja de produtos importados que é
contribuinte do imposto de importação, mas sim qualquer pessoa
física ou jurídica
iii) “Estrangeiro” = procedência internacional = origem no exterior = produzido
em outra economia
1) Casuística = art. 1º, parágrafo 1º, DL 37: a jurisprudência não
recepcionou o artigo, haja vista que não se considera estrangeira uma
mercadoria nacional que sai e volta do país (foi exportada e voltou ao
país)
c) Características
i) Legalidade atenuada = segue uma atenuação à legalidade tributária*

* Legalidade tributária = dois sentidos:

1) Princípio constitucional que exige que a criação de tributo se dê por meio de ato do
parlamento, ou seja, se o Estado quer criar e depois cobrar determinado tributo, a CF, como
proteção ao particular, exige que apenas o poder legislativo venha a exercitar poder no
sentido de criar ou majorar um tributo

2) Mais do que isso, a legalidade é uma proteção que o contribuinte recebe da CF, e assim
o contribuinte pode saber de antemão que não virão tributos de outros locais que não a lei
(outras fontes jurídicas não podem criar tributo)

1) Conforme estiver estabelecido na lei tributária desse imposto, e


dentro dos seus limites, o Executivo pode alterar a alíquota do
imposto de importação (art. 153, par. 1º, CF)
2) A legalidade é atenuada porque ainda assim será necessário lei para
criar esse imposto
3) A própria regulamentação aduaneira permite que o Ministério da
Fazenda venha exercitar determinados limitadores à importação,
sendo inclusive possível proibir a importação de certos bens
ii) Exceção à anterioridade de exercício e mínima (art. 150, par. 1º, CF)
1) Anterioridade = é garantia constitucional que exige que o Estado,
quando pretender aumentar ou criar um tributo novo, tenha que
aguardar determinado lapso temporal entre a majoração/criação e a
efetiva cobrança desse tributo
(a) Anterioridade de exercício = exige o aguardo do exercício
financeiro seguinte, ou seja, aguardar até o dia 1º de janeiro
do ano seguinte
(b) Anterioridade mínima = exige o aguardo de 90 dias da criação
da lei que o cria ou majora
2) O imposto de importação pode ser cobrado imediatamente, sem a
necessidade de aguardar esses períodos para cobrança
iii) Extrafiscal = não são arrecadatórios, mas visam outra finalidade que não a
arrecadação de recursos por parte do Estado
1) A finalidade é resguardar e controlar o comércio exterior
2) RE 225.602 = a motivação do decreto que majora a alíquota não é
determinante e vinculante para aplicação da lei tributária
iv) Direto = não se presume o repasse do ônus econômico do tributo
d) RMIT
i) Material = qual fato que gera o dever de alguém pagar o imposto de
importação?
1) Fato = entrada no território nacional de produtos estrangeiros (art. 19
do CTN)
(a) Incide sobre “mercadoria” estrangeira e tem como fato gerador
sua entrada no Território Nacional (art. 1º, DL 37)
(i) Uma leitura mais formalista desse artigo, ao atentar
que o CTN fala produto e o artigo fala em mercadoria,
traria uma restrição no exercício de competência
tributária e excluiria a necessidade de pagar tributo aos
particulares que meramente importam bens para
consumo próprio
(1) Porém, o STJ, no RESP 392, ressalta que as
expressões produto e mercadoria foram
utilizadas com o mesmo sentido
ii) Espacial = território nacional
iii) Temporal = quando ocorre o fato gerador descrito no aspecto material? (art.
23, DL 37/66)
1) Uma operação de importação nunca é um ato simples: é sempre um
procedimento complexo (cadeia de atos), e se desenvolve em várias
etapas:
(a) Tratativa negocial = etapa contratual feita entre privados
(b) Licença de Importação = se a empresa/pessoa física quiser se
caracterizar como importadora e quiser ela própria importar e
não recorrer a uma importadora intermediária, deverá ir ao
SISCOMEX e lá realizar seu cadastro como importadora
(i) A depender do produto a ser importado, a Receita
Federal irá exigir uma licença de importação
(documento prévio emitido junto ao SISCOMEX)
(c) Trânsito internacional
(d) Porto = momento de entrada no território nacional
(e) Registro da Declaração de Importação = o importador vai ao
SISCOMEX e com esse registro traz informações acerca do
produto estrangeiro que está internalizando
(i) Submete-se o produto à autoridade alfandegária e
essa avalia se está tudo certo e se observou-se a
legislação
(ii) É o momento de ocorrência do fato gerador do imposto
de importação, ou seja, é o aspecto temporal do
imposto de importação
(iii) O prazo de recolhimento do imposto de importação,
junto com outros impostos que incidem na importação,
como o IPI e o ICMS, também é o Registro da
Declaração de Importação
(1) Nesse caso, o aspecto temporal e o prazo de
recolhimento acontecem juntos no imposto de
importação
(f) Despacho aduaneiro = ocorre após análise da autoridade
alfandegária
(g) Desembaraço aduaneiro = momento em que a mercadoria
estrangeira fica livre para entrar no território nacional
iv) Pessoal = quem cobra e quem paga? (art. 22 CTN)
1) Quem cobra (sujeito ativo) = União
2) Quem paga (sujeito passivo) = importador ou arrematante (aquele
que, em caso de produtos apreendidos na alfândega, arremata em
leilão público)
(a) Cuidado: o art. 31 do DL 37/66 não prevê o arrematante
v) Quantitativo = o quanto terei que pagar do imposto - base de cálculo +
alíquota?
1) Base de cálculo = valor aduaneiro, que é “o preço normal que o
produto, ou seu similar, [...] em condições de livre concorrência para
entrega no porto ou lugar de entrada do produto no país”
(a) O valor aduaneiro é o preço que aquele produto estrangeiro
tem em condições normais de livre concorrência
(b) Outrossim, o valor aduaneiro é o que se declara na nota fiscal,
e há só uma presunção relativa do valor declarado, pois o
fiscal pode fazer prova em contrário
(c) INCOTERM - segue a cláusula CIF que delimita o que estará
dentro ou fora do valor aduaneiro
(i) CIF = cost, insurance and freight = custos do seguro de
transporte e valor de frete
(1) O valor aduaneiro deve levar em consideração
a cláusula CIF, que considera que dentro do
preço do produto deve-se incluir os custos
necessários para entrega, o seguro de
transporte e o valor do frete
2) Alíquota = seletiva conforme interesse cambial

2.1.2. Imposto sobre a exportação de produtos estrangeiros

a) Suporte normativo
i) Norma de competência = art. 153, II, CF
ii) Norma geral de Direito Tributário = arts. 23 a 29 do CTN
iii) Lei tributária = Decreto-Lei nº 1578/77 e suas alterações
iv) Atos infralegais = aplicação subsidiária do Regulamento Aduaneiro
b) Base econômica
i) “Exportar para o exterior” = transportar para fora do país
1) Será tributada apenas a exportação do Brasil para outro país
ii) “Produto”
iii) “Nacional ou nacionalizado”
1) Nacional = produto integralmente nacional
2) Nacionalizado = insumos importados que são industrializados para
remessa ao exterior
c) Características
i) Legalidade atenuada = segue uma atenuação à legalidade tributária*

* Legalidade tributária = dois sentidos:

1) Princípio constitucional que exige que a criação de tributo se dê por meio de ato do
parlamento, ou seja, se o Estado quer criar e depois cobrar determinado tributo, a CF, como
proteção ao particular, exige que apenas o poder legislativo venha a exercitar poder no
sentido de criar ou majorar um tributo

2) Mais do que isso, a legalidade é uma proteção que o contribuinte recebe da CF, e assim
o contribuinte pode saber de antemão que não virão tributos de outros locais que não a lei
(outras fontes jurídicas não podem criar tributo)
1) Conforme estiver estabelecido na lei tributária desse imposto, e
dentro dos seus limites, o Executivo pode alterar a alíquota do
imposto de exportação (art. 153, par. 1º, CF)
2) A legalidade é atenuada porque ainda assim será necessário lei para
criar esse imposto
ii) Exceção à anterioridade de exercício e mínima (art. 150, par. 1º, CF)
1) Anterioridade = é garantia constitucional que exige que o Estado,
quando pretender aumentar ou criar um tributo novo, tenha que
aguardar determinado lapso temporal entre a majoração/criação e a
efetiva cobrança desse tributo
(a) Anterioridade de exercício = exige o aguardo do exercício
financeiro seguinte, ou seja, aguardar até o dia 1º de janeiro
do ano seguinte
(b) Anterioridade mínima = exige o aguardo de 90 dias da criação
da lei que o cria ou majora
2) O imposto de exportação pode ser cobrado imediatamente, sem a
necessidade de aguardar esses períodos para cobrança
iii) Extrafiscal = Extrafiscal = não são arrecadatórios, mas visam outra finalidade
que não a arrecadação de recursos por parte do Estado
1) A finalidade é resguardar e controlar o comércio exterior
2) RE 225.602 = a motivação do decreto que majora a alíquota não é
determinante e vinculante para aplicação da lei tributária
iv) Direto = não se presume o repasse do ônus econômico do tributo
d) RMIT
i) Material
1) Fato = saída do território nacional de produtos nacionais ou
nacionalizados (art. 23 do CTN)
ii) Espacial = território nacional
1) Zona Franca de Manaus (DL 288/67): equivale à operação de
exportação
iii) Temporal (art. 1º, par. 1º, DL 1578/77) = Registro da Guia de Exportação
iv) Pessoal (art. 27 do CTN)
1) Sujeito ativo = União
2) Sujeito passivo = exportador ou equiparado
v) Quantitativo (art. 24 do CTN)
1) Base de cálculo = valor da exportação: “o preço normal que o
produto, ou seu similar, … em condições de livre concorrência”
(a) INCOTERM - segue a apuração FOB (free on board) -
excluem-se os custos da cláusula CIF, e o que restar é o valor
necessário para fazer embarcar o produto
2) Alíquota (art. 3º, DL 1578/77) = 30% majorada no máximo em 5x
(150%)

2.2. Imposto sobre rendas e proventos

a) Suporte normativo
i) Norma de competência = art. 153, III, CF
1) Norma Geral de Direito Tributário = arts. 43 a 45 do CTN
(a) Lei tributária
* Pessoa física = Lei nº 7.713/88 (lei básica)
* Pessoa jurídica = Lei nº 9430/96 e 12.973/14 (exemplos)
(i) Atos infralegais = RIR (Regulamento do Imposto de
Renda) = Decreto nº 9.580/2018
b) Base econômica
i) Renda (gênero) = acréscimo patrimonial oriundo do trabalho, do capital ou da
combinação de ambos
1) Renda-produto (fruto de fonte permanente) = definição a partir da sua
fonte produtora, ou seja, é o que sobra, o que sai, o que é gerado a
partir de uma fonte produtora de riqueza que seja permanente
2) Acréscimo patrimonial (mutação positiva) = a renda não é em si o
patrimônio, mas sim uma mensuração econômica quantificada como
acréscimo ao patrimônio
(a) Renda na sua essência como sendo acréscimo patrimonial: é
a renda em si considerada independentemente da sua fonte
produtora
(b) A renda não é estática, mas dinâmica: a base econômica da
renda pressupõe sempre um tipo de atividade, de movimento,
de mudança no status patrimonial
(i) Renda é mutação patrimonial positiva
(1) A propriedade é estática, mas quando se
mensura renda deve-se pensar a modificação
de um marco temporal e a oscilação do
patrimônio nesses marcos
3) Renda como acréscimo patrimonial pode ser definida como sendo
mutação patrimonial positiva em um intervalo de tempo
(a) A apuração desse acréscimo patrimonial é temporal
ii) Provento (espécie) = acréscimo patrimonial de atividades já cessadas e
outras atividades (exemplos: benefício de previdenciário, pensão, atividade
ilícita etc)
1) Espécie de cláusula residual de tributação em acréscimos
patrimoniais
2) Abarca acréscimos patrimoniais em que se pode ser dificil identificar a
fonte produtora dessa riqueza
3) Situações em que há dificuldade para se definir a fonte produtora da
riqueza
4) Há dúvida quanto à fonte produtora da riqueza
5) Tipo de acréscimo patrimonial que abarca atividades econômicas que
já se encerraram e outras atividades que não se enquadrariam
perfeitamente no conceito de trabalho, capital ou combinação de
ambos

- Os conceitos de renda e provento são constitucionais e não estão à livre disposição do


legislador, ou seja, deve observar os conceitos de renda e provento, pois caso não o faça
estará incorrendo em inconstitucionalidade
- Observações pontuais:
1) Venda de imóvel X Ganho de capital = ninguém paga o imposto de renda sobre a venda
de um imóvel ou de seu patrimônio, mas o que ocorre é a tributação da renda oriunda de
ganho de capital, ou seja, paga-se então imposto de renda oriundo de acréscimo
patrimonial que foi gerado pela venda de um imóvel
2) Não se permite atualização do valor dos bens que estão na declaração do imposto de
renda, mas a lei permite apenas a modificação do valor do bem na declaração de IR quando
a pessoa realizar reformas ou benfeitorias no imóvel acompanhadas de notas fiscais

- Conceitos relevantes:

1) O que é lucro? É o resultado positivo da atividade empresarial, ou seja, a renda da


pessoa jurídica
2) O que é capital? É o incremento permanente no patrimônio da empresa, sob o qual não
incide imposto de renda

2.1.) PF = patrimônio = incide IR


2.2.) PJ = capital = não incide IR

c) Casuística
i) Indenização = reparação por minus patrimonial sofrido no passado, sendo
uma forma de reestabelecer status patrimonial
1) Não incide IR
2) É o oposto da renda, pois não gera acréscimo patrimonial
3) Há a aparência de que a pessoa teve algum ganho, mas não o teve,
pois o valor recebido é meramente indenizatório
4) Ela “tapa” um dano patrimonial sofrido no passado
5) Dano patrimonial
(a) Férias indenizadas = possibilidade que o empregador pode
dar ao seu empregado de vender 1/3 do seu periodo de férias
(i) Recebendo esses 10 dias, o empregador paga o valor
proprocional a 1/3 do seu salário
(ii) Súmulas 125 e 386
(iii) Se a pessoa teve o “prejuízo” de não ter 30 dias de
férias e teve só 20, esse prejuízo deve ser entendido
como indenização e não incide IR
(b) PDV - programa de demissão voluntária (Resp 1.112.745/SP) -
é entendido como indenização e não incide o IR
6) Dano moral = RESP 963.387 (“A indenização por dano estritamente
moral não é fato gerador do IR, pois limita-se a recompor o patrimônio
imaterial da vítima, atingida pelo ato ilícito praticado”)
7) O professor critica o entendimento dessas situações casuísticas de
danos patrimoniais e morais sem incidência do IR, pois é claro que
houve acréscimo patrimonial que é a base econômica do IR
(a) Ressalta que o judiciário vem usando a expressão
indenização de maneira bastante elástica, e se preocupa com
o mau uso dessa expressão
ii) Receita = é um tipo de ingresso, ou seja, é parcela do valor do ingresso que
terá 4 características:
1) Positividade patrimonial = o valor registrado na contabilidade da PJ
deve contribuir para um aumento no patrimônio da PJ
2) Titularidade e disponibilidade = o ingresso deve ser de titularidade do
praticante da operação econômica, e esse pode livremente usufruir e
dispor dos valores
(a) Valores que não são de minha titularidade e de minha
disponibilidade são meros ingressos
3) Definitivdade = ingresso definitivo, sem condição ou obrigação de
repasse futuro
4) Potencialidade de lucro = aptidão de contribuir na formação do
eventual lucro da empresa, depois de excluídos os custos e as
despesas da atividade empresarial
(a) Não é garantia de lucro, ou seja, o fato de uma empresa
auferir receita de nenhum modo garante que se tem ou terá
lucro
(i) Mas uma receita, para assim sê-la, deve poder
contribuir para apuração do lucro da empresa
5) Renda e receita não são a mesma coisa (art. 43 do CTN)
(a) A receita contabilmente antecede o lucro, pois é um tipo de
riqueza que o contribuinte vai auferir, mas não se confunde
com o lucro ou com a renda da atividade empresarial
6) Par 1º do art. 43 do CTN - a incidência do IR independe da
denominação da receita, onde auferiu, sobre quais condições e onde
esteve sua fonte produtora, ou seja, para pessoa jurídica não
interessa qual o nome atribuído para a receita
(a) O ponto de partida para apuração do lucro será a receita bruta
da empresa
7) Par. 2º do art. 43 do CTN - na hipótese de receita ou de rendimento
oriundo do exterior, a lei irá definir quando a pessoa vai auferir essa
receita
(a) Se tributa também a renda à base global, e não apenas a
renda nacional
8) Esse art. 43 do CTN seria inconstitucional na medida em que fala
receita e a CF fala em rendas e proventos? Entende-se que não, pois
esses dispositivos não estão falando que será tributada a receita, mas
sim que ela será o ponto de partida para apurar o lucro
(a) Ou seja, não haverá tributação da receita enquanto receita,
mas sim a possibilidade de sua tributação como ponto de
partida para se alcançar o lucro
iii) Ingresso = é o todo, gênero mais amplo
1) Indica tudo que é registrado contabilmente - todos os valores que
contabilmente transitam pela empresa
2) É todo tipo de valor numerário que é auferido pela empresa mesmo
que não haja definitivdade ou titularidade por parte dela
3) Abrange tanto receitas propriamente ditas, quanto as somas que
apenas representam movimentçaão financeira temporária, que
repercutem no patrimônio de terceiro (ex: vendas em consignação,
honorários de cliente, créditos presumidos de ICMS)
4) Nem todo ingresso constitui uma receita!
iv) Faturamento = é um tipo/espécie de receita, a saber uma receita operacional
(tem a ver com a natureza da operação econômica da empresa), e para se
definir o que é faturamento é importante saber qual o objeto societário da
empresa
1) Possuidora de todas as características essenciais de receita
2) Definida pelo objeto da operação econômica - quinhão da receita que
representa o somatório das vendas de mercadorias e de serviços
3) Receitas não operacionais são valores que não dizem respeito à
operação da empresa, e portanto não são faturamento
d) Características constitucionais
i) Imposto pessoal = considera características do contribuinte, pois incide sobre
determinadas características de riqueza atreladas a ele
ii) Imposto direto = não se presume o repasse do ônus econômico referente ao
tributo
iii) Imposto fiscal = intuito essencialmente arrecadatório
iv) Exceção à anterioridade mínima (art. 150, par. 1º, CF) - não é preciso
esperar o prazo de 90 dias para cobrar o tributo, devendo-se obedecer
apenas a anterioridade de exercício
v) Art. 153, par. 2º, da CF
1) Generalidade = critério subjetivo = nenhuma classe de contribuinte
pode ser excluído (contra privilégios)
(a) Faixas de isenção não agridem a generalidade!
2) Universalidade = critério objetivo = nenhuma categoria de renda pode
ser afastada ou todos os tipos de renda devem ser tributadas do
mesmo modo - todas as rendas devem ser tributadas!
(a) Renda do capital X Renda do trabalho = a alíquota que incide
nas rendas de capital é menor que a aliquota na renda que é
oriunda do trabalho
3) Progressividade = variação positiva de alíquota de acordo com o
aumento da base de cálculo (capacidade contributiva)
e) RMIT da pessoa física
i) Material (art. 43 do CTN) = o que é tributado por meio desse imposto?
1) Fato = aquisição da disponibilidade econômica OU jurídica -
realiza-se o fato gerador quando alguém adquirir a disponibilidade
econômica ou jurídica
(a) Será objeto de aquisição o acréscimo patrimonial, seja oriundo
do capital, do trabalho, das duas ou de alguma outra natureza
que não os dois
(b) O fato gerador é a aquisição da disponibilidade econômica ou
jurídica de acréscimo patrimonial
(c) Disponibilidade econômica = possibilidade efetiva e atual de
dispor do valor em moeda (regime de caixa)
(i) É o acesso físico ao valor econômico que gerou o
acréscimo patrimonial (o dinheiro pingou na conta)
(1) Para as PF’s é a regra geral
(d) Disponibilidade jurídica = possuir instrumento jurídico para
dispor ou transferir a riqueza (regime de competência)
(i) A pessoa tem de forma liquida, certa e exigivel o
crédito correspondente àquele acréscimo patrimonial
(1) Se a RF quiser cobrar IR se a pessoa tem só o
crédito e não a sua liquidação (valor
disponível), pode e deve apurar o IR sobre esse
montante
(2) Para as PJ’s é a regra geral
(e) Atualidade = não se tributa mera expectativa de renda, ou
seja, a renda precisa ser atual, líquida e certa, seja ela em
dinheiro ou seja ela em crédito
(i) Crédito não é expectativa de renda pois já é título
(f) Titularidade = não se tributa mera posse de numerário,
devendo o contribuinte ser proprietário do acréscimo
patrimonial (ex: honorários de cliente e venda em
consignação)
ii) Temporal = o momento em que ocorre o fato gerador (quando?)
1) Fato gerador complexivo
(a) Regra geral = cálculo anual (31 de dezembro) - período de 1
ano
(i) O fato gerador se materializa no último dia do ano, mas
não precisa ser pago no momento da ocorrência do
fato gerador (pois aspecto temporal e prazo de
recolhimento são coisas diferentes)
(ii) Ano-calendário X Exercício = ano-calendário é o
período em que se ganhou o dinheiro, e exercício é o
período seguinte quando se deve fazer o ajuste de
contas - ex: ano-calendário 2020, exercício 2021
(1) Ano-calendário = momento de aquisição da
disponibilidade econômico-jurídica do
acréscimo patrimonial
(2) Exercício = ano seguinte em que se faz o ajuste
de contas
(b) Regimes especiais
(i) Antecipações mensais = retenções pela PJ
(1) O imposto recolhido não é definitivo (ex:
salários e remunerações em geral)
(2) Retenções mensais a partir do que a pessoa
recebe em cada mês
(ii) Exclusivamente na fonte = retenção definitiva do
imposto em cada operação (ex: 13º salário,
rendimentos financeiros, não residentes, prêmios)
(1) Pagamento no momento do recebimento do
dinheiro - ganhou, pagou!
(iii) Pagamento por alíquota fixa = o próprio contribuinte
apura e recolhe imposto por operação (ex: ganho de
capital e renda variável), ou seja, o próprio contribuinte
apura o valor devido
(iv) Recolhimento mensal obrigatório = outras rendas
pagas em carnê-leão (ex: outra PF, exterior, não
justificados)
(v) Complementação anual = ajuste de contas com base
nas antecipações mensais e IR devido com base em
renda anual
(1) Saldo a pagar X restituição do antecipado a
maior
(c) Obrigações acessórias = Declaração de Ajuste Anual (DAA) -
deveres formais de prestar informação à RF - dever de fazer e
de informar
(i) Declaração de rendimentos-despesas dedutíveis
(renda) - independentemente do regime
(ii) Declaração de bens e direitos-dívidas (patrimônio) -
permite que a RF faça acompanhamento anual da
evolução patrimonial da pessoa
iii) Espacial = demarcação geográfica em que poderá a lei tributária alcançar
determinados fatos, ou seja, a fronteira em que o imposto pode ser cobrado
1) Extraterritorialidade = é uma exceção à regra geral tributária da
territorialidade, pois permite-se tributar as rendas auferidas no exterior
(a) O IR não fica adstrito ao limite geográfico do território
nacional, podendo captar manifestação de riqueza gerada fora
do Brasil
(b) Princípio da base global = para fins de tributação da renda, a
pessoa que a aufere terá que pagar o IR sobre todas as suas
rendas auferidas no globo terrestre, e é fixado pelo domicílio
tributário do contribuinte (art. 43, par. 1º, CTN)
(c) Três instâncias de tributação da renda
(i) Critério fonte = territorialidade = analisar onde foi
gerada a renda, e o local em que foi gerada a renda é
quem tributa
(1) O Brasil tributa a renda aqui gerada
(ii) Critério residência = extraterritorialidade = não
interessa em qual local do mundo está a renda, se a
pessoa tem sua casa fixada dentro do território
nacional, o Brasil que irá tributar
(1) O Brasil tributa a pessoa que aqui mora
(iii) Critério nacionalidade = totalidade da renda =
tributação com base na nacionalidade
(d) A tributação da renda no plano internacional faz-se esperar a
bitributação, por mais que pareça injusto
(i) Mecanismo antibitributação = tratados internacionais
iv) Pessoal (art. 45 do CTN) ´= quem paga e quem cobra?
1) Sujeito ativo = União (quem cobra)
2) Sujeito passivo = contribuinte titular da disponibilidade (quem paga)
3) Responsável tributário = terceiro que assume a função de facilitar a
cobrança e arrecadação desse tributo
(a) Agente retentor (art. 45, parágrafo único, CTN)
v) Quantitativo
1) Pessoa física
(a) A declaração pode ser completa (deduzir todas as despesas
autorizadas em lei uma a uma) ou simplificada (não interessa
as despesas, podendo-se presumir que 20% do seu
rendimento bruto é despesa, no limite total de R$ 16.754,00)
(b) Em 31 de dezembro o contribuinte deve apurar os seus
rendimentos brutos (soma de todos os rendimentos do ano) e
descontar as despesas dedutíveis
(i) O aspecto quantitativo da pessoa física é o rendimento
bruto da pessoa, descontadas as despesas dedutíveis
autorizadas (art. 3, Lei 7.713/88)
(c) São despesas dedutíveis - previsto em lei ou derivada da CF?
(i) Contribuição à previdência oficial (total) e
complementar (12% r.t.)
(ii) Dependentes (R$ 2.275 por dependente ao ano)
(iii) Despesas com instrução/educação (R$ 3.561 por ano)
(iv) Despesas médicas (ilimitado - podem ser deduzidas
ilimitadamente)
(1) Cuidado: medicamentos não podem ser
deduzidos
(v) Pensão alimentícia judicial (ilimitado)
(vi) Faixas de alíquota progressivas: quanto mais a pessoa
ganha progressivamente, paga mais progressivamente
de IR
(1) Valores desde o ano-calendário de 2015:

(2) Há direito subjetivo à atualização da tabela? Há


direito do contribuinte de ter essa tabela
periodicamente atualizada, sob pena de ter
majoração do imposto por subterfúgio
inflacionário?
a. Questão já levada ao STF, que decidiu
que não há esse direito subjetivo
(3) A parcela a deduzir visa a ser uma simplificação
de cálculo para dar conta de uma apuração do
IR que, não importando o valor que a pessoa
recebe, sempre é por faixas
a. O IR não incide de modo bruto sobre o
valor final, mas sim em todas essas
faixas progressivas
i. Ou seja, há cinco cálculos de IR
para quem ganha + de R$
4.664,68
(vii) Rendimentos de capital:

2) Pessoa jurídica (art. 44 do CTN)


(a) Três regimes de apuração:
(i) Lucro real = lucro efetivo = resultado líquido apurado
na escrituração comercial, ajustado pelas adições,
exclusões e compensações admitidas
(1) Desvantagem: maior rigor em controles e
maiores custos de gestão
(2) Diferente do lucro contábil = nem toda receita é
tributável, nem toda despesa é dedutível
(3) Vantagem: pagar o IR efetivamente sobre o
lucro da empresa, pois as despesas dedutíveis
são todas as despesas operacionais, que são:
1) Necessárias = indispensáveis à atividade da empresa e manutenção
da fonte de receitas
2) Usuais = comuns e habituais ao tipo de operação
3) A contrário sensu, todas as outras despesas são desnecessárias e
indedutíveis
4) Dedução da despesa pelo regime de competência
b) Lucro arbitrado = incide sobre outros indicadores da empresa em casos de fraude ou
vício na contabilidade fiscal
i) Procedimento administrativo de arbitramento com contraditório e ampla
defesa, realizando-se inclusive perícia
ii) Auto-arbitramento = possibilidade do contribuinte pedir para si a possibilidade
de fazer o arbitramento, como se fosse uma espécie de lucro presumido
iii) Alternativas:

c) Lucro presumido = incide, por presunção, sobre receitas globais auferidas (portanto,
não tributa o lucro)
i) É opção do contribuinte, desde que não obrigado ao lucro real
ii) Vantagem: menor rigor na apuração e gestão contábil
iii) Receita bruta X coeficiente = lucro
iv) Não podem optar pelo lucro presumido:

(b) Alíquota do lucro presumido e real = 15%, com adicional de


10% sobre a parcela do lucro que exceder 20.000 por mês

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