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LATI- Fatec – Itu- Material de apoio- apostila1

I- FUNDAMENTOS DO DIREITO
O Estado de Direito tem como princípio fundamental a liberdade do homem, sendo seus
estatutos/leis criados para adequar, dentro ordenamento jurídico-social os conceitos
basilares que limitam essa liberdade, conferindo ao cidadão um direito irrenunciável.

A POSITIVAÇÃO DO DIREITO nasceu da necessidade de limitar o poder dos governantes


por meio da criação de normas impessoais e que sejam capazes de garantir a estabilidade
da sociedade.

CAPACIDADE DE ADAPTAÇÃO DO DIREITO


Porém a capacidade de adaptação do direito determina a própria segurança do
ordenamento jurídico, diante da necessidade de constante criação de leis novas que
normatizem as inovações trazidas pela sociedade, como é o caso do direito digital.

DIREITO VERSUS REALIDADE SOCIAL


A capacidade da norma refletir a realidade social determina a eficácia jurídica de um
ordenamento.

TODAS as nossas normas são eficazes??


Qual as principais barreiras com relação a normas DIGITAIS?

O SISTEMA JURÍDICO BRASILEIRO


Fontes do Direito – primárias e secundárias

Ramos do direito

Direito Eletrônico é um ramo do Direito?

Fontes do Direito: são as leis no sentido amplo. É o que dá forma ao direito, são as leis
escritas, que entram em vigor por ato de uma autoridade, são estabelecidas em
conformidade com normas superiores, e com objetivo de regular a sociedade
Hierarquia das leis: algumas normas são superiores a outras;
Para uma norma ser válida no ordenamento jurídico tem que respeitar o conteúdo formal da
norma superior.

Espécies de Leis e sua Hierarquia

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FONTES PRIMÁRIAS
Leis Constitucionais : CF e Emenda constitucional tem por objetivo permitir modificações
pontuais na Constituição de um país, sem a necessidade de abolir toda a Carta Magna
vigente e construir uma Constituição inteiramente nova.

Ex: EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 66, DE 13 DE JULHO DE 2010


Dá nova redação ao § 6º do art. 226 da Constituição Federal, que dispõe sobre a
dissolubilidade do casamento civil pelo divórcio, suprimindo o requisito de prévia separação
judicial por mais de 1 (um) ano ou de comprovada separação de fato por mais de 2 (dois)
anos.

CLÁUSULA PÉTREA: ALGUNS ARTIGOS CONSTITUCIONAIS SÃO IMUTÁVEIS, não podendo


ser alterado nem mesmo por uma Emenda à Constituição. Evita inovações. Assim, não serão
objetos de deliberações as propostas tendentes a abolir: (1º) A forma federativa de Estado (artigo
1º da Constituição Federal); (2º) O voto direto, secreto, universal e periódico (artigo 14 da
Constituição Federal); (3º) A separação dos poderes (artigo 2º da Constituição Federal); e (4º) Os
direitos e garantias individuais (artigo 5º e seus incisos da Constituição Federal). Todos os objetos
aqui tratados se vê no texto do artigo 60, § 4º, incisos de I a IV da Constituição Federal

A lei complementar é uma lei que tem como propósito complementar, explicar, adicionar
algo à constituição .
Ex:O Código Tributário Nacional é um código brasileiro que institui as normas gerais de
direito tributário que são exigidas pelo art. 146, inciso III da constituição brasileira. Regula as
normas gerais de direito tributário aplicáveis à todos os entes da federação: União, aos
Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios.

A lei ordinária, o seu campo material é alcançado por exclusão, se a constituição não exige
a elaboração de lei complementar então a lei competente para tratar daquela matéria é a lei
ordinária.
Ex: Código de propriedade industrial - Lei Ordinária 9.279, de 15 de maio de 1996, regula
direitos e obrigações relativos à propriedade industrial.

Lei Delegada (vide artigos 59, IV e 68 da Constituição da República Federativa do Brasil de


1988. É um ato normativo elaborado pelo chefe do poder executivo no Âmbito federal,
estadual e municipal, com a autorização da sua respectiva casa legislativa, para casos de

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relevância e urgência, quando a produção de uma lei ordinária levaria muito tempo para dar
uma resposta à situação
EX: LEI DELEGADA Nº 13, DE 27 DE AGOSTO DE 1992- Lei elaborada pelo Presidente da
Republica. Institui Gratificações de Atividade para os servidores civis do Poder Executivo,
revê vantagens e dá outras providências.

Art. 2° Os servidores das carreiras de Diplomata e os Juízes do Tribunal Marítimo receberão


Gratificação de Atividade no percentual, não cumulativo, de 160%, sendo:
I - 80% a partir de 1° de agosto de 1992;
II - 100% a partir de 1° de outubro de 1992;
III - 120% a partir de 1° de novembro de 1992;
IV - 140% a partir de 1° de fevereiro de 1993;
V - 160% a partir de 1° de abril de 1993.

Medida provisória (MP) é um ato unipessoal do presidente da República, com força de lei,
sem a participação do Poder Legislativo, que somente será chamado a discuti-la e aprová-la
em momento posterior. O pressuposto da MP é urgência e relevância, cumulativamente.
Ex: MP- 9.311/1996- Institui a Contribuição Provisória sobre Movimentação ou Transmissão
de Valores e de Créditos e Direitos de Natureza Financeira - CPMF, e dá outras
providências.

FONTES SECUNDÁRIAS
Decreto legislativo- É a norma jurídica que vem abaixo das emendas a constituição, leis
complementares, leis ordinárias e medidas provisórias. Ela é destinada a veicular matéria de
competência do Congresso Nacional prevista basicamente no artigo 49 da Constituição
Federal (ex: sistema tributário, arrecadação e distribuição de rendas; planos e programas
nacionais, regionais e setoriais de desenvolvimento)

OUTRAS FONTES SECUNDÁRIAS: Resoluções, Atos Administrativos; Instruções


Normativas, Pareceres, Portarias, Comunicados ; Circulares, Resoluções, etc

INTERPRETAÇÃO DAS LEI


Nenhuma lei está livre de ambiguidade e a a legislação pode conter incertezas por
uma série de razões, nesse caso o Poder judiciário deverá interpretar como a legislação
deve ser aplicada em casos concretos :

INTERPRETAÇÃO DA LEI- fontes pela qual uma interpretação pode se utilizar:

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Autêntica
Doutrinária
Jurisprudencial
Gramatical
Lógica
Histórica
Sistemática
De direito comparado
Extensiva
Restritiva
Teleológica ou social

1- Interpretação autêntica: ocorre quando o próprio órgão responsável pela edição da


norma, edita outra, com função meramente interpretativa.
(limita-se a explicar o sentido da norma anterior).
2- Interpretação doutrinária: é aquela feita por mestres, juristas e especialistas do Direito.
Esse tipo de interpretação normalmente é encontrada em livros, obras científicas e
pareceres jurídicos.
3- Interpretação jurisprudencial: é aquela que surge no ato de julgar, tendo como intérpretes
os juízes e tribunais.
O colendo STJ decidiu o seguinte a esse respeito (Resp. 443119 RJ, DJ de
30.6.2003, Ministra Nancy Andrighi):

“Direito civil. Recurso especial. Ação de conhecimento sob o rito ordinário. Programa
de computador (software ). Natureza jurídica. Direito autoral (propriedade intelectual).
Regime jurídico aplicável. Contrafação e comercialização não autorizada. Indenização.
Danos materiais. Fixação do quantum. Lei especial (9610/98, art. 103). Danos morais.
Dissídio jurisprudencial. Não demonstração.- O programa de computador (software) possui
natureza jurídica de direito autoral (obra intelectual), e não de propriedade industrial, sendo-
lhe aplicável o regime jurídico atinente às obras literárias.
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4- A interpretação gramatical prende-se aos elementos puramente verbais da lei, ao real
significado de seus termos e períodos que informa o texto.
A etimologia (significado das palavras) = A interpretação gramatical busca
estabelecer a coerência entre o significado, ou seja, o sentido normativo da lei e os usos
linguísticos.

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5- A interpretação lógica de uma norma representa o inconformismo com o sentido direto e


linear da letra da lei, que não raras vezes conduz a resultados insuficientes e imprecisos.
Desta forma, deverá o intérprete confrontar o texto e interpretar com outras disposições
legais.

6- A interpretação histórica consiste na investigação de elementos históricos remotos (origo


legis) e próximos (occasio legis) da lei. Esta técnica de interpretação procura desvendar o
estado de espírito dos autores da lei, os motivos que ensejaram a criação da norma.

7- A interpretação sistemática é aquela na qual se confronta o dispositivo a ser interpretado


com as demais normas do sistema que tratam do mesmo assunto ou, mesmo, com a própria
ordem jurídica global
Exemplo: O art. 5º, da CF/88, inciso XLIII diz que “a lei considerará crimes inafiançáveis e
insuscetíveis de graça ou anistia a prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e
drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes hediondos, por eles respondendo os
mandantes, os executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem;”.

Por sua vez, a Lei nº 8.930, de 06 de Setembro de 1994, que deu nova redação ao artigo 1º
da Lei nº 8.072, de 25 de julho de 1990, que dispõe sobre os crimes hediondos, nos termos
do artigo 5º, inciso XLIII, da Constituição Federal, determinou o seguinte.

Art. 1º. O artigo 1º da Lei nº 8.072, de 25 de julho de 1990, passa a vigorar com a seguinte
redação: “Art. 1º. São considerados hediondos os seguintes crimes, todos tipificados no
Decreto-Lei nº 2.848, de 07 de dezembro de 1940 - Código Penal, consumados ou tentados:

I - homicídio (artigo 121), quando praticado em atividade típica de grupo de extermínio,


ainda que cometido por um só agente, e homicídio qualificado (artigo 121, § 2º, I, II, III, IV e
V);

8- A interpretação teleológica é aquela que busca interpretar as leis de acordo com a sua
melhor aplicação ao ambiente social, para o qual a norma foi originariamente engendrada.

9- Interpretação de Direito Comparado, que se trata de uma ciência jurídica que utiliza a
sistemática técnica, comparando, confrontando, examinando textos legais pátrios com as
legislações estrangeiras.

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10- A interpretação restritiva procura restringir o texto que foge aos limites desejados pelo
legislador. Ela subordina os termos da lei à esfera do pensamento que o legislador
realmente desejou exprimir.
11- A interpretação extensiva, cabe quando o caso requer seja ampliado o alcance das
palavras da lei para que a letra corresponda à vontade do texto. Ocorre quando o texto não
expressa a sua vontade na extensão desejada. Ele diz menos do que o pretendido pelo
legislador

ONDE SE LOCALIZA O
DIREITO DIGITAL?
DIREITO CODIFICADO
+
DIREITO COSTUMEIRO E ANALOGIA
=
APLICAÇÃO DE ELEMENTOS QUE CADA UM TEM DE MELHOR PARA A SOLUÇÃO DAS
QUESTOES DA SOCIEDADE DIGITAL

II - CONSTITUIÇÃO FEDERAL

Constituição ou Carta Magna é um conjunto de regras de um governo, codificada como um


documento escrito, que enumera e limita os poderes e funções de uma entidade política.

A Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 é a atual lei fundamental e


suprema do Brasil, servindo de parâmetro de validade a todas as demais espécies
normativas, situando-se no topo do ordenamento jurídico

CONSTITUIÇÃO FEDERAL

A nossa CF traz direitos e garantias fundamentais ao homem e a coletividade,


enumera e regulamenta os direitos sociais, direitos políticos, organiza os três poderes,
dispõe sobre a segurança publica, sobre a organização do Estado, entre outras regras.

CONSTITUIÇÃO FEDERAL

PROMULGADA: democráticas. Aquela em que o processo de positivação decorre de


convenção, são votadas, originam de um órgão constituinte composto de representantes do
povo, eleitos para o fim de elaborá-las.

ESCRITA e FORMAL: codificada e aprovada em assembléia

ANALÍTICA:(Amplas)- aquela que cuida de detalhes que poderiam ser abordados pela
legislação ordinária ou específica (passa a tutelar sobre assuntos que vão além daquelas
suscitadas pelo constitucionalismo clássico.
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DOGMÁTICA: que consagra certos dogmas da ciência política e do Direito .

RÍGIDA - somente pode ser modificada mediante processo legislativo, e exigências formais
especiais.

GERAÇÕES DOS DIREITOS

Direitos de primeira geração: SÃO OS DIREITOS CIVIS E POLÍTICOS, POR EXEMPLO:


DIREITO À LIBERDADE, PROPRIEDADE, VIDA E SEGURANÇA.

Os direitos de primeira geração CORRESPONDEM A LIMITAÇÕES DO ESTADO EM


RELAÇÃO AO CIDADÃO. Na prática funciona como uma prestação negativa do Estado,
onde o cidadão fica protegido de arbitrariedades.

Direitos de segunda geração: são os direitos sociais, econômicos e culturais, por exemplo:
proteção ao trabalho e à velhice;

Nos direitos de segunda geração, O PROPÓSITO É MELHORAR AS CONDIÇÕES DE


VIDA E DE TRABALHO DA POPULAÇÃO. Constituem uma prestação positiva, onde o
Estado não pode abster-se de tais obrigações.

Direitos de terceira geração: são os direitos difusos e coletivos;

Os direitos de terceira geração são direitos coletivos como A PROTEÇÃO DO MEIO


AMBIENTE, À QUALIDADE DE VIDA SAUDÁVEL, À PAZ, a autodeterminação dos povos
e a defesa do consumidor, da infância e juventude. Esses direitos são denominados
transindividuais.

DOS DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS:

Direitos e garantias fundamentais

Art. 5.º: “Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade
do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos
seguintes:

Direitos e garantias fundamentais

art.5º: inciso I- CF: Homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos
termos desta Constituição.

NÃO É QUE TODOS TEM TRATAMENTO IGUAL PERANTE A LEI E SIM QUE TERÃO
TRATAMENTO DIFERENCIADO NA MEDIDA DE SUAS DIFERENÇAS. Tratar = com
igualdade e desiguais com desigualdade

Inciso II- CF: ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa
senão em virtude de lei.

SÓ SE PODE FAZER O QUE A LEI EXPRESSAMENTE AUTORIZAR OU DETERMINAR

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art. 5º inciso IV- é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o


anonimato;

Inciso V- é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da


indenização por dano material, moral ou à imagem;

É o direito de manifestar livremente opiniões, idéias e pensamentos (emitir opnião).

A manifestação do pensamento pode atingir direitos de terceiros, em sua esfera de


privacidade e até mesmo causar-lhes prejuízos. Por essa razão é imprescindível a
identificação do responsável pelos juízos emitidos

OFENSA POR ESCRITO= DIREITO DE RESPOSTA POR ESCRITO.

INDENIZAÇÕES - DANO MATERIAL – PREJUIÍZO ECONÔMICO, MATERIAL SOFRIDO


OU PREJUÍZO QUE DEIXOU DE TER EM RAZÃO DA OFENSA= LUCROS CESSANTES

DANO MORAL- PELA INVASÃO A INTIMIDADE A PESSOA OU A SUA IMAGEM.-


Considera-se dano moral a dor subjetiva, dor interior que fugindo à normalidade do dia-a-
dia do homem médio venha a lhe causar ruptura em seu equilíbrio emocional interferindo
intensamente em seu bem estar.

Direitos e garantias fundamentais

Art. 5º, X – são invioláveis à intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das
pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente
de sua violação;

Tal inciso confere ao indivíduo a possibilidade de conduzir sua própria vida de


maneira que julgar mais conveniente sem intromissão da curiosidade alheia, desde
que não viole a ordem publica, os bons costumes, e o direito de terceiros.

A proteção a privacidade é assegurada a pessoas comuns e públicas (pessoas


públicas proteção da espera intima a da vida privada é mais ampla).

Diferença entre intimidade e vida privada

INTIMIDADE: A intimidade é o âmbito do exclusivo que alguém reserva para si, sem
nenhuma repercussão social. (os desejos, pensamentos, idéias e emoções)

VIDA PRIVADA: É um campo em que se compartilha com pessoas próximas os fatos,


assuntos do dia-a-dia e até mesmo segredos, mas que não extrapola esse contexto,
excluindo uma publicidade mais ampla de tais acontecimentos.

Um exemplo em que se mostra evidente a invasão no âmbito de vida privada das pessoas
em face das novas tecnologias são os questionários que preenchemos para nos cadastrar
em sites, ou para participar de sorteio pela Internet ou pelo simples fato de visitar
determinadas páginas da web, onde fornecemos dados pessoais e esses dados são
colhidos, armazenados e vendidos sem o consentimento de seus usuários. Outro exemplo,
é o de publicação de imagem sem a devida autorização.
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Se a violação ao direito personalíssimo de alguém lhe cause perda de emprego, cessação


de lucros, despesas com tratamentos médicos, dificuldades em conseguir clientes, pode o
indivíduo ajuizar ação de indenização por danos materiais e morais no intuito de ser
ressarcido economicamente por tudo aquilo que deixou de lucrar ou pelo que lhe causou
despesas.

Art. 5º, inciso XIV- é assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo
da fonte, quando necessário ao exercício profissional.

Art. 220 - A manifestação do pensamento, a criação, a expressão e a informação, sob


qualquer forma, processo ou veículo não sofrerão qualquer restrição, observado o
disposto nesta Constituição

O direito de informação abrange o direito de informar, de se informar e, ainda, o


direito de ser informado.

Liberdade de informação da imprensa: É um dos princípios pelos quais um Estado


democrático assegura a liberdade de expressão aos seus cidadãos e respectivas
associações, principalmente no que diz respeito a quaisquer publicações que estes
possam pôr a circular. Porém o abuso no direito de informar pode gerar dano moral.

COLISÃO DE DIREITOS FUNDAMENTAIS

A popularização das novas tecnologias ao mesmo tempo em que possibilita a liberdade do


acesso à informação, torna também cada vez mais difícil repelir-se eventuais invasões na
privacidade do indivíduo, em razão da ampla liberdade de divulgação de informações
possibilitada pelas novas mídias.

Um caso de colisão de direitos fundamentais é o que envolve o direito à privacidade e a


liberdade de informação.

Por exemplo, a divulgação de uma informação invasiva da privacidade pode ser admitida
quando ocorrer os seguintes fatores: i) licitude da informação; ii) forma adequada de
transmissão; iii) contribuição para o debate de interesse geral ou relevância para a formação
da opinião publica. **

DIREITO DE INFORMAÇÃO X INTERNET

O DIREITO À INFORMAÇÃO (constitucionalmente garantido) é um dos princípios basilares


do Direito Digital, pois a internet é atualmente um dos meios mais eficazes para a
INFORMAÇÃO.

A informação tem relevância no direito digital em razão de seus desdobramentos


comerciais e de responsabilidade civil, pois a massificação da internet como serviço de
informação está evoluindo e deve seguir as normas jurídicas existentes.

Temos hoje informações autênticas com responsabilidade editorial pelo conteúdo. Temos
hoje relações comerciais que surgem através do conteúdo da internet, temos hoje,
publicidade on line.
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Tem relevância também quanto a responsabilizar o “culpado” por conteúdos impróprios e


que possa a vir ferir os direitos de personalidade.

art. 5.º , inc. XII da CF- é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações
telegráficas, de dados radiofônicos e das comunicações telefônicas, salvo, no último
caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de
investigação criminal ou instrução processual penal.

Tipos de Inviolabilidade da comunicação pessoal:

 sigilo de correspondência
 sigilo de dados
 sigilo das comunicações telefônicas
 inviolabilidade do domicilio

Uma das expressões fundamentais da liberdade de pensamento pode ser materializada


através da comunicação estabelecida via e-mail através da internet e deverá ser
resguardada no sentido de priorizar a proteção a intimidade do remetente e do destinatário
da correspondência. Sendo assim, qualquer comando, ainda que legal, que vise a violação
por parte de pessoas atribuindo a faculdade de inspeção sobre o conteúdo das mensagens
poderá vir a ser considerada como norma inconstitucional.

Obs: há exceções em que se permite por exemplo desconsiderar a privacidade na rede


em nome da segurança, no caso de terrorismo internacional ou pedofilia.

_____________________________________________

Artigo 5º da CF:

TÍTULO II
Dos Direitos e Garantias Fundamentais
CAPÍTULO I
DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos
brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à
igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:

I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição;

II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei;

<P

III - ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante;

IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato;

V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano


material, moral ou à imagem;

VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos


cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias;
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VII - é assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência religiosa nas entidades civis e
militares de internação coletiva;

VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou
política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir
prestação alternativa, fixada em lei;

IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação,


independentemente de censura ou licença;

X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o
direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação;

XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do
morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia,
por determinação judicial;

XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das


comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a
lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual penal; (Vide Lei nº 9.296, de
1996)

XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações


profissionais que a lei estabelecer;

XIV - é assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo da fonte, quando


necessário ao exercício profissional;

XV - é livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos
termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens;

XVI - todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público,
independentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião anteriormente convocada
para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade competente;

XVII - é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de caráter paramilitar;

XVIII - a criação de associações e, na forma da lei, a de cooperativas independem de autorização,


sendo vedada a interferência estatal em seu funcionamento;

XIX - as associações só poderão ser compulsoriamente dissolvidas ou ter suas atividades


suspensas por decisão judicial, exigindo-se, no primeiro caso, o trânsito em julgado;

XX - ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a permanecer associado;

XXI - as entidades associativas, quando expressamente autorizadas, têm legitimidade para


representar seus filiados judicial ou extrajudicialmente;

XXII - é garantido o direito de propriedade;

XXIII - a propriedade atenderá a sua função social;

XXIV - a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por necessidade ou utilidade


pública, ou por interesse social, mediante justa e prévia indenização em dinheiro, ressalvados os
casos previstos nesta Constituição;

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XXV - no caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar de propriedade
particular, assegurada ao proprietário indenização ulterior, se houver dano;

XXVI - a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que trabalhada pela família, não
será objeto de penhora para pagamento de débitos decorrentes de sua atividade produtiva, dispondo
a lei sobre os meios de financiar o seu desenvolvimento;

XXVII - aos autores pertence o direito exclusivo de utilização, publicação ou reprodução de suas
obras, transmissível aos herdeiros pelo tempo que a lei fixar;

XXVIII - são assegurados, nos termos da lei:

a) a proteção às participações individuais em obras coletivas e à reprodução da imagem e voz


humanas, inclusive nas atividades desportivas;

b) o direito de fiscalização do aproveitamento econômico das obras que criarem ou de que


participarem aos criadores, aos intérpretes e às respectivas representações sindicais e associativas;

XXIX - a lei assegurará aos autores de inventos industriais privilégio temporário para sua
utilização, bem como proteção às criações industriais, à propriedade das marcas, aos nomes de
empresas e a outros signos distintivos, tendo em vista o interesse social e o desenvolvimento
tecnológico e econômico do País;

XXX - é garantido o direito de herança;

XXXI - a sucessão de bens de estrangeiros situados no País será regulada pela lei brasileira em
benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, sempre que não lhes seja mais favorável a lei pessoal
do "de cujus";

XXXII - o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do consumidor;

XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular,
ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade,
ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado;
(Regulamento)

XXXIV - são a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas:

a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso
de poder;

b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de direitos e esclarecimento de


situações de interesse pessoal;

XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito;

XXXVI - a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada;

XXXVII - não haverá juízo ou tribunal de exceção;

XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe der a lei, assegurados:

a) a plenitude de defesa;

b) o sigilo das votações;

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c) a soberania dos veredictos;

d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida;

XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal;

XL - a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu;

XLI - a lei punirá qualquer discriminação atentatória dos direitos e liberdades fundamentais;

XLII - a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão,
nos termos da lei;

XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a prática da


tortura , o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes
hediondos, por eles respondendo os mandantes, os executores e os que, podendo evitá-los, se
omitirem;

XLIV - constitui crime inafiançável e imprescritível a ação de grupos armados, civis ou militares,
contra a ordem constitucional e o Estado Democrático;

XLV - nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de reparar o dano
e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra
eles executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido;

XLVI - a lei regulará a individualização da pena e adotará, entre outras, as seguintes:

a) privação ou restrição da liberdade;

b) perda de bens;

c) multa;

d) prestação social alternativa;

e) suspensão ou interdição de direitos;

XLVII - não haverá penas:

a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art. 84, XIX;

b) de caráter perpétuo;

c) de trabalhos forçados;

d) de banimento;

e) cruéis;

XLVIII - a pena será cumprida em estabelecimentos distintos, de acordo com a natureza do delito,
a idade e o sexo do apenado;

XLIX - é assegurado aos presos o respeito à integridade física e moral;

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L - às presidiárias serão asseguradas condições para que possam permanecer com seus filhos
durante o período de amamentação;

LI - nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em caso de crime comum, praticado
antes da naturalização, ou de comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas
afins, na forma da lei;

LII - não será concedida extradição de estrangeiro por crime político ou de opinião;

LIII - ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente;

LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal;

LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são


assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes;

LVI - são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos;

LVII - ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal
condenatória;

LVIII - o civilmente identificado não será submetido a identificação criminal, salvo nas hipóteses
previstas em lei; (Regulamento).

LIX - será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não for intentada no prazo
legal;

LX - a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa da intimidade
ou o interesse social o exigirem;

LXI - ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada de
autoridade judiciária competente, salvo nos casos de transgressão militar ou crime propriamente
militar, definidos em lei;

LXII - a prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comunicados imediatamente
ao juiz competente e à família do preso ou à pessoa por ele indicada;

LXIII - o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer calado, sendo-lhe
assegurada a assistência da família e de advogado;

LXIV - o preso tem direito à identificação dos responsáveis por sua prisão ou por seu
interrogatório policial;

LXV - a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela autoridade judiciária;

LXVI - ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a lei admitir a liberdade provisória,
com ou sem fiança;

LXVII - não haverá prisão civil por dívida, salvo a do responsável pelo inadimplemento voluntário e
inescusável de obrigação alimentícia e a do depositário infiel;

LXVIII - conceder-se-á "habeas-corpus" sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de


sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder;

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LXIX - conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não amparado
por "habeas-corpus" ou "habeas-data", quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for
autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público;

LXX - o mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por:

a) partido político com representação no Congresso Nacional;

b) organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em


funcionamento há pelo menos um ano, em defesa dos interesses de seus membros ou associados;

LXXI - conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de norma regulamentadora torne
inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à
nacionalidade, à soberania e à cidadania;

LXXII - conceder-se-á "habeas-data":

a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante, constantes


de registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter público;

b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou
administrativo;

LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato lesivo
ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio
ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de
custas judiciais e do ônus da sucumbência;

LXXIV - o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que comprovarem
insuficiência de recursos;

LXXV - o Estado indenizará o condenado por erro judiciário, assim como o que ficar preso além
do tempo fixado na sentença;

LXXVI - são gratuitos para os reconhecidamente pobres, na forma da lei:

a) o registro civil de nascimento;

b) a certidão de óbito;

LXXVII - são gratuitas as ações de "habeas-corpus" e "habeas-data", e, na forma da lei, os atos


necessários ao exercício da cidadania. (Regulamento)

LXXVIII a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a razoável duração do


processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 45, de 2004)

§ 1º - As normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm aplicação imediata.

§ 2º - Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem outros decorrentes do


regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a República
Federativa do Brasil seja parte.

§ 3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em


cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos

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membros, serão equivalentes às emendas constitucionais. (Incluído pela Emenda Constitucional nº


45, de 2004) (Atos aprovados na forma deste parágrafo)

§ 4º O Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Penal Internacional a cuja criação tenha


manifestado adesão. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

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