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TREINAMENTO

LEGISLAÇÃO
BRASILEIRA
Objetivos do treinamento:
1. Conhecer a hierarquia das leis brasileiras.
2. Entender a aplicação do direito no caso de omissão das leis.
3. Conhecer os princípios gerais do direito e do direito empresarial.
4. Conhecer métodos de consulta da legislação.
"O que é a Pirâmide de
Kelsen?
A Pirâmide de Kelsen é uma representação
gráfica do sistema de hierarquia de um Estado.
Ela tem como base a teoria do direito
constitucional desenvolvida pelo jurista
austríaco Hans Kelsen."
Topo (nível fundamental) – nesse nível se encontra a maior lei de uma
nação: a Constituição Federal (também conhecida como Carta Magna).
No topo, encontramos também as Emendas Constitucionais, Tratados e
Convenções sobre Direitos Humanos;

Meio (nível jurídico) – nesse patamar se posicionam as leis delegadas,


complementares, provisórias, resoluções e decretos legislativos;

Base (costumes) – é o nível mais amplo da pirâmide, pois engloba as


normas secundárias, costumes
No Brasil, a hierarquia das leis segue uma lógica
semelhante à da Pirâmide de Kelsen, em que as de
menor grau obedecem às normas de maior grau.
Nesse sentido, a pirâmide seria composta de
(começando pelo topo):
Pirâmide de Hierarquia das
Kelsen normas brasileiras
A Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 é a lei
fundamental e suprema do Brasil, servindo de parâmetro de validade a todas as demais
espécies normativas, situando-se no topo do ordenamento jurídico.

É composta por 250 artigos, sendo a segunda maior constituição do mundo, depois da
constituição da Índia.
A CF legisla de forma geral, por exemplo, vamos ver o que diz o artigo 5, XXXIII:

XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse
particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob
pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à
segurança da sociedade e do Estado; (Regulamento) (Vide Lei nº 12.527, de
2011)
LEI Nº 12.527, DE 18 DE NOVEMBRO DE 2011.

Regula o acesso a informações


previsto no inciso XXXIII do art.
5º , no inciso II do § 3º do art.
37 e no § 2º do art. 216 da
Constituição Federal; altera a
Lei nº 8.112, de 11 de
dezembro de 1990; revoga a
Lei nº 11.111, de 5 de maio de
2005, e dispositivos da Lei nº
8.159, de 8 de janeiro de 1991;
e dá outras providências

CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 1º Esta Lei dispõe sobre os procedimentos a serem observados pela União, Estados, Distrito Federal e
Municípios, com o fim de garantir o acesso a informações previsto no inciso XXXIII do art. 5º , no
inciso II do § 3º do art. 37 e no § 2º do art. 216 da Constituição Federal.
Lei complementar

Abaixo da Carta Magna e de suas emendas estão as leis complementares, que têm como
propósito justamente regular pontos da Constituição que não estejam suficientemente
explicitadas. Na hierarquia das leis ocupa uma categoria intermediária entre a CF e as
leis ordinárias. Pode tratar dos mais diversos assuntos. A Lei Orgânica da Magistratura
Nacional, a Lei de Responsabilidade Fiscal e o Estatuto Nacional da Microempresa e da
Empresa de Pequeno Porte são exemplos de leis complementares.
Leis ordinárias

As leis ordinárias ocupam o terceiro lugar no ordenamento jurídico brasileiro. Trata-se de


normas de competência exclusiva do Poder Legislativo. Essas matérias precisam ser
discutidas e aprovadas por deputados ou senadores e, posteriormente, sancionadas pelo
chefe do Poder Executivo, o Presidente da República. Como exemplos de leis ordinárias,
temos os códigos em geral (Civil, Penal) e a lei sobre o regime jurídico dos Servidores
Federais. Tem caráter residual.
As leis delegadas têm a mesma hierarquia das ordinárias. São elaboradas pelo chefe
do Poder Executivo a partir de delegação do Congresso Nacional.
Anteriormente conhecida como decreto-lei, a medida provisória (MP) é expedida
pelo Presidente da República em caso de relevância ou urgência, tem força de lei e
vigência de 60 dias. Deve, obrigatoriamente, ser examinada pelo Congresso. Deputados e
senadores podem aprovar ou rejeitar a norma, ou ainda criar nova lei em sua
substituição. Se ultrapassado o prazo e não for aprovada, a MP perde a validade.
Os decretos legislativos são atos normativos de competência do Congresso
Nacional. Cite-se por exemplo a ratificação de tratados internacionais, autorizar
referendos populares e plebiscitos, e conceder autorização para o funcionamento de
emissoras de rádio e de televisão.
Já as resoluções, ainda como uma espécie normativa prevista na CF, são atos editados
pelo Congresso Nacional, pelo Senado Federal e pela Câmara dos Deputados para tratar
de assuntos internos.
Costumes
Costume significa uma série de atos semelhantes que são
constantemente repetidos dentro de uma comunidade. São
comportamentos reiterados que acabam adquirindo um status de norma.
A pessoa pratica o ato porque tem consciência de que deve fazer isso, porque precisa seguir o
costume.
Assim, o direito consuetudinário é o direito que surge dos
costumes de uma certa sociedade.
Jurisprudência
A jurisprudência é uma série de decisões semelhantes do Tribunal, indo por
um mesmo sentido. Ela representa a visão do Tribunal sobre as questões
levadas a julgamento.
Procedimentos de integração das leis
De acordo com o artigo 140 do Código de Processo Civil, o juiz não pode deixar de
tomar uma decisão por haver uma lacuna ou uma obscuridade do ordenamento
jurídico. Ou seja, o juiz não pode cruzar os braços e dizer: “Bem, como não existe
lei sobre esse assunto, eu não vou fazer a sentença desse processo. Quando a lei for
criada, aí eu decido”.
O artigo 4º da Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro, também
conhecida como LINDB, dispõe que “Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o
caso de acordo com a analogia, os costumes e os princípios gerais de direito.”
Analogia
Uma analogia é, digamos assim, uma comparação. Vai existir uma analogia quando
você comparar um caso que não está previsto em lei, com outro semelhante que
esteja previsto.
Você aplica a solução do caso previsto para o caso não previsto.

Atenção: a analogia nem sempre pode ser utilizada. Podemos citar aqui o Direito
Penal: não é possível haver analogia de norma penal incriminadora.
E novamente, costumes.
Quando a lei for omissa, o costume será um método de integração do direito.
No Direito Empresarial, é comum a utilização de costumes nas relações que são
travadas entre as empresas e seus parceiros, como fornecedores, importadores,
comerciantes, e por aí vai.

Vejamos alguns exemplos…


Aquela pessoa que alega um costume e espera dele extrair uma norma
jurídica deve demonstrá-lo por meio de provas, a menos que o
costume seja conhecido pelo juiz. Tal é o teor do art. 337 do Código
de Processo Civil: quem alegar direito consuetudinário (costumeiro)
deve prová-lo, se assim determinar o juiz.
Princípios Gerais do Direitos
Alguns exemplos de princípios gerais do direito são:

legalidade, igualdade, boa-fé, segurança


jurídica, razoabilidade, proporcionalidade,

moralidade, publicidade, eficiência, entre


outros.
Princípios do Direito Empresarial
Livre iniciativa Liberdade de concorrência
Prevista no caput do art 170 da Constituição Esse princípio permite que uma empresa
Federal, o Princípio da Livre Iniciativa é concorra livremente com as outras. Somente
considerado um direito fundamental, pois é o que o Estado pode interferir, mediante a provas
permite ao cidadão o direito de acesso à reais que comprovem o uso de má-fé ou
produção de bens e serviços do que ele outras ações que firam a Constituição, por
empreende por conta própria, em qualquer exemplo.
atividade econômica.
Princípio da função social
Princípio da Defesa do Consumidor
O princípio da função social significa seguir a
Na prática, o princípio da Defesa do
obrigação de cumprir determinada função social,
Consumidor atende a relação da empresa com
tais como, por exemplo: pagar tributos ao Estado
seus consumidores nas relações comerciais.
e participar do desenvolvimento econômico.
O consumidor é visto como a parte menos
forte da negociação, sendo assim, o Estado
deve dar atenção especial a ele e órgãos
Defesa do meio ambiente específicos devem fazer valer o Direito dos
Todas as empresas têm a tarefa de proteger o consumidores.
meio ambiente e receber incentivos do Estado
quando cumprem com excelência as suas
responsabilidades. Entretanto, se a empresa fere
esse princípio, deve ser penalizada.
Exemplos de como pesquisar alguns
assuntos na lei usando o
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