Você está na página 1de 4

Aula 02: Princípio da Irretroatividade Tributária (consiste em uma limitação ao poder de

tributar)

Sistema constitucional tributário (Arts. 145 até 162): é o conjunto de princípios e regras
que disciplina a tributação. E tributação é a ação estatal de constituir, ação estatal de
exigir tributos.

Obs: a constituição de 1988 não criou tributo. No entanto houve 5 principais atividades
na constituição de 88 em relação a esfera tributária.

1. Discriminou competências tributárias, ou seja, ela apontou quais eram os entes


federados competentes para a criação de determinados tributos. Ex: IGF.
2. Classificou os tributos em espécies e subespécies tributárias. A CF de 88 adotou
a teoria pentapartida, ou seja, além das que já se encontravam no CTN [impostos
(tributo não vinculado, ou seja, não tem nenhuma relação com uma estatal - art.
16 CTN), taxas e contribuição de melhoria (tributos vinculados a atuação estatal
do poder de polícia ou serviço público)- art. 145 CF/88 - que pode ser criado pela
U, E, M ou DF] houve o acréscimo de empréstimo compulsório [art. 148 e só é de
competência da União] e contribuições especiais (tributos qualificados pela
finalidade ou pela destinação).

1. Depois de classificar a CF traçou a regra matriz das varias espécies e


subespécies tributárias.
2. Apontou as limitações ao poder de tributar e é aqui que se concentra o princípio
da irretroatividade tributária.
3. Delimitou a repartição das receitas tributárias.

Obs: Ou seja, toda vez que houver uma limitação constitucional ao poder de tributar em
que é exigida uma regulamentação de disciplina infraconstitucional, ou seja, fora da
constituição, essa disciplina, essa regulamentação, deve se da necessariamente por lei
complementar, lei ordinária não é suficiente. Lei ordinária editada para esse fim será
inconstitucional por agredir o art. 146, II da CF.

Obs: as limitações ao poder de tributar se exteriorizam por meio de duas formas: 1) por
meio de imunidades tributárias; 2) por meio dos princípios constitucionais tributários.
Essas limitações se situam no art. 150 da CF, como regra, e esse artigo não trata de rol
taxativo, mas sim, exemplificativo.

Cláusula pétrea: é o núcleo imodificável da CF. Muitas vezes então relacionadas a um


direito de garantia fundamental do contribuinte. Ex: princípio da anterioridade tributária
de exercício financeiro. Ex2: imunidade tributária recíproca.
Estado social: é o estado onde se prepondera o fazer.

A irretroatividade não é uma norma absoluta de acordo com o que foi dito acima. Outro
exemplo é a remissão tributária, anistia tributária (é um perdão da multa tributária antes
que haja o lançamento). Desde que respeitadas as 3 premissas acima descritas.

Obs: não há direito adquirido a regime jurídico.

Obs: III - não é cobrar, mas sim instituir (criar).


Obs: a irretroatividade tributária tem como carro chefe a vigência da lei. Ao contrário
das demais que é de acordo com a publicação, pode ocorrer uma coincidência entre a
vigência e a publicação. No âmbito infraconstitucional a irretroatividade tributária tem
previsão no CTN, nos arts. 106 e 144 §1º, mas aplica-se somente se a norma for
compatível.

Obs: o art. 106 trata da retroatividade, da lei interpretativa. A lei interpretativa se


caracteriza a chamada interpretação autêntica, ou seja, feita pelo próprio legislador. Só
pode retroagir APENAS quando tem conteúdo declaratório, e não constitutivo, ou seja,
quando modifica. Ex: mudança de jurisprudência.

Obs: o prazo de 5 anos de prescrição da repetição de indébito passou a ser contado do


pagamento antecipado. É essa lei tem conteúdo constitutivo, ou seja, não pode ser
retroativo.

Obs: ações distribuídas antes de 9/6/2005 seguem a jurisprudência anterior do STJ


(5+5), ações distribuídas a partir dessa data que é a da entrada da lei em vigor de
118/05 leva em conta para aferição de prescrição o prazo de 5 anos, ou seja, analisa-se
a data da distribuição da ação.

Obs: atos relacionados apenas e tão somente a infrações tributárias, a nova lei pode
incidir, se ela for melhor.

Base para o inciso II.


Obs: desde que o ato não esteja definitivamente julgado.

Carraza acredita que a lei não poderia. No entanto há quem acredite que pode sim. É
isso não se confunde com o direito penal tributário, esse se relaciona com os crimes de
por exemplo, sonegação fiscal.
Antes da reforma de 84 ☝🏾.

Obs: ato não definitivamente julgado tanto na esfera administrativa quanto na judicial.
Na esfera administrativa ele está definitivamente julgado quando todos os recursos já
foram apreciados. Já na esfera judicial leva-se em consideração o pagamento, ou
outras hipóteses similares ao pagamento (arrematação, adjudicação ou remição) até
antes do pagamento na execução fiscal não se tem ato definitivamente julgado e a lei
benéfica pode incidir. Se já tem o pagamento ou os corolários o ato já vai está
definitivamente julgado.

Se o CTN não especifica qual multa será favorecida pela nova lei tributária, qualquer
espécie ensejo a aplicação benéfica. Ou seja, a lei não distingue elas então pode aplicar
a que mais for benéfica.
1. Moratória:
2. Punitiva:

A.
B. Até a palavra “omissão” é igual a alínea a. O que difere é a inexistência de fraude e a
ausência de pagamento do tributo.

Obs: o art 106 e o 144, §1º permitem que haja retroatividade. Apenas e tão somente
para atos não julgados (art. 106).

Fato gerador periódico: é aquele que só se encerra depois de um período. Ex: IR

Art. 105: Fatos pendentes: fato jurídico condicional, ou seja, evento futuro é incerto. Ex:
doação de imóvel assim que minha filha se casar, faço essa proposta em 2001 quando
a alíquota vigente era de 2% e quando finalmente em 2018 houver o casório a alíquota
vigente vai ser a de 5%, aplica-se a alíquota pertinente ao momento da condução. No
entanto a causa para doação se deu lá atrás, mas o aperfeiçoamento deu-se com o
casamento onde se encerrou o fato gerador, dessa forma aplica-se a alíquota de 5%.
Art. 116, II: no caso do IR vai de 1 de janeiro até 31 de dezembro.

Retroatividade impropria: quando o ato não está aperfeiçoado, ou seja, o ato está
pendente.

Extrafiscal: o tributo é usado como meio para desestimular. Aqui não se aplica a
retroatividade imprópria.

II: tem como fatos o ingresso do produto em território nacional, a qualificação não é
geográfica mas sim jurídica. O fato gerador é o registro da declaração de importação.
Aplica-se a alíquota vigente na época do registro da importação.
Sujeito passivo: é o devedor do tributo ou da multa tributária. E todos eles estão
amparados ao princípio da garantia relacionada a irretroatividade tributária. (Art. 121
CTN). O sujeito passivo direto é o responsável, é aquele que não realiza fato gerador em
concreto. (Ex: art. 129 a 138). O substituto tributário responde a título de débito a lei,
porque a lei assim expressamente o específica. Eles se vem obrigado a responder pela
dívida tributária.

Obs: substituição tributária para frente ou progressiva ou subsequente (art. 150 CF). O
substituto é obrigado a pagar o tributo de maneira antecipada diante de tudo que
acontecerá lá na frente. Ou seja, há uma antecipação de pagamento do tributo. Ex: caso
de refinaria de petróleo.

É o credor do tributo ou da multa tributária. Normalmente é uma pessoa jurídica (U, E, M,


DF). Esse sujeito ativo NÃO é tutelado pelo princípio da irretroatividade tributária.

Correção monetária é a atualização da moeda frente ao fenômeno inflacionário. Com


juros de mora (preço pelo capital indevidamente retido). Correção monetária não é
nenhum plus, ou seja, não é nenhum acréscimo. No entanto, se a pretexto de incidência
de índice de correção monetária nós tivermos aplicação de verdadeiro aumento do
tributo, aí no caso, esse aumento não poderá ter natureza retroativa ainda que a
pretexto de correção monetária. Porque naturalmente, correção monetária NÃO é
nenhum acréscimo, ele apenas se ajusta.

Você também pode gostar