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As limitações ao poder de tributar previstas nos artigos 150 a 152 da CF caso se constituem em
instrumento de proteção aos direitos fundamentais ou organização da federação são
consideradas cláusulas pétreas.
PRINCÍPIOS TRIBUTÁRIOS
Função dos Princípios: Conferem validade às normas jurídicas e funcionam como vetores
interpretativos que dão coerência ao sistema jurídico.
Para que o Estado possa implementar estas funções, ele necessita de recursos, que em sua
grande maioria, são arrecadados através dos tributos. É neste aspecto que reside o princípio
da solidariedade.
PRINCÍPIO DA PRATICABILIDADE
As leis tributárias devem ser exequíveis de modo que o Fisco disponha de mecanismos que
reduzam o inadimplemento e a sonegação, bem como facilitem a cobrança e a fiscalização.
(Paulsen). (Exemplo: substituição tributária, presunções legais).
EC 132/2023
Artigo 145 § 3º O Sistema Tributário Nacional deve observar os princípios da simplicidade, da
transparência, da justiça tributária, da cooperação e da defesa do meio ambiente. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 132, de 2023)
Exemplo: Pessoas físicas que se encontram em situações distintas devem ser tratadas de
maneira diferenciada na medida em que se diferenciam. Exemplos: Deduções do IR.
(educação, dependentes, saúde).
Art. 151. É vedado à União: I - instituir tributo que não seja uniforme
em todo o território nacional ou que implique distinção ou preferência
em relação a Estado, ao Distrito Federal ou a Município, em
detrimento de outro, admitida a concessão de incentivos fiscais
destinados a promover o equilíbrio do desenvolvimento
socioeconômico entre as diferentes regiões do País;
Artigo 145 da CF. § 1º - Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão
graduados segundo a capacidade econômica do contribuinte, facultado à administração
tributária, especialmente para conferir efetividade a esses objetivos, identificar, respeitados os
direitos individuais e nos termos da lei, o patrimônio, os rendimentos e as atividades
econômicas do contribuinte.
Capacidade contributiva absoluta (capacidade econômica): evento eleito pelo legislador como
apto a concorrer com as despesas públicas.
Em que pese a expressão “impostos” (tributo que não exige contraprestação pelo Estado), o
STF já o considerou aplicável (princípio da capacidade contributiva) em relação às taxas e as
contribuições especiais.
PROPROCIONALIDADE. Técnica que consiste na aplicação de uma alíquota única sobre uma
base tributável variável. Tal técnica pode ocasionar o fenômeno da regressividade.
NÃO SURPRESA.
Estado deve dar um prazo razoável para que o contribuinte encontre soluções que a Economia
oferece e reorganize seu orçamento a fim de fazer frente à carga tributária futura.
PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE
b) no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou
aumentou;
A expressão exercício financeiro deve ser entendida como ano fiscal (ano civil – 1º janeiro a 31
de dezembro) conforme artigo 34 da Lei nº 4.320/64.
Princípio existe para proteger o contribuinte. Não se aplica. (1) Redução do tributo. (2)
Alteração de data de pagamento (Súmula Vinculante nº 50 do STF); (3) ou atualização
monetária do tributo.
c) antes de decorridos noventa dias da data em que haja sido publicada a lei que os
instituiu ou aumentou, observado o disposto na alínea b; (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 42, de 19.12.2003).
EXCEÇÕES A NOVENTENA.
Artigo 150 § 1º A vedação do inciso III, b, não se aplica aos tributos previstos nos arts. 148, I, 153, I, II,
IV e V; e 154, II; e a vedação do inciso III, c, não se aplica aos tributos previstos nos arts. 148, I, 153, I,
II, III e V; e 154, II, nem à fixação da base de cálculo dos impostos previstos nos arts. 155, III, e 156, I.
Se o tributo foi instituído ou majorado por medidas provisórias o STF entende que se não
houve alterações relevantes no texto das reedições, o prazo deve ser contado da edição da
medida provisória. Se houver mudança substancial no texto da medida provisória quando de
sua conversão em lei, o prazo deve começar a contar da publicação da lei de conversão.
PRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à
União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
INTERPRETATIVAS
Não definitivamente julgado. Abrange a esfera administrativa e judicial. São atos que não mais
comportam apreciação judicial. Exemplo: Na execução fiscal quando realizada a arrematação,
adjudicação ou remição. Extinção do processo nos termos do artigo 924do CPC.
Fato gerador complexo: fatos sucessivos que ao final de determinado período de tempo, são
integrados.
PRINCÍPIO DA VEDAÇÃO AO CONFISCO.
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à
União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
O poder de tributar conferido pela Constituição aos entes políticos deve ser exercido de forma
razoável e moderada sem que a tributação tenha por efeito impedir o exercício de atividades
lícitas, dificultar o suprimento de suas necessidades vitais básicas ou comprometer seu direito
a uma existência digna bem como o direito de propriedade. (Princípio da razoabilidade ou
proporcionalidade da carga tributária).
Apesar de o texto literal do art. 150, IV constitucional anunciar o não-confisco como princípio a
ser aplicado aos tributos, a restrição para parte da doutrina também é aplicável às multas
tributárias. (STF - 100%).
Para o STF, no caso das taxas se caracteriza o confisco quando se o valor da taxa ultrapassar o
custo do serviço prestado ou posto à disposição do contribuinte, dando causa, assim, a uma
situação de onerosidade excessiva, que descaracterize essa relação de equivalência entre os
fatores referidos (o custo real do serviço, de um lado, e o valor exigido do contribuinte, de
outro).
ADI 800: O pedágio cobrado pela efetiva utilização de rodovias conservadas pelo Poder
Público, cuja cobrança está autorizada pelo inciso V, parte final, do art. 150 da Constituição de
1988, não tem natureza jurídica de taxa, mas sim de preço público, não estando a sua
instituição, consequentemente, sujeita ao princípio da legalidade estrita.
Art. 151. É vedado à União: I - instituir tributo que não seja uniforme em todo o território
nacional ou que implique distinção ou preferência em relação a Estado, ao Distrito Federal ou
a Município, em detrimento de outro, admitida a concessão de incentivos fiscais destinados a
promover o equilíbrio do desenvolvimento socioeconômico entre as diferentes regiões do
País;
Art. 151. É vedado à União: II - tributar a renda das obrigações da dívida pública dos Estados,
do Distrito Federal e dos Municípios, bem como a remuneração e os proventos dos respectivos
agentes públicos, em níveis superiores aos que fixar para suas obrigações e para seus agentes;
Art. 151. É vedado à União: III - instituir isenções de tributos da competência dos Estados, do
Distrito Federal ou dos Municípios.
As isenções devem ser concedidas pelo poder legislativo do ente político com a competência
de tributar, SALVO SE A CF PERMITIR DE FORMA DIVERSA. (Artigo 156 3º II da CF – Isenção
de ISS serviços destinados ao exterior, conforme Lei Complementar).
Segundo o STF a União nos tratados internacionais pode conceder isenções de quaisquer
tributos. (RE 229.096/RS).
Art. 152. É vedado aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios estabelecer diferença
tributária entre bens e serviços, de qualquer natureza, em razão de sua procedência ou
destino.