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Planejamento Empresarial
Tributos
De acordo com o Art. 3º da Lei 5.172 de 1966, denominada “Código Tributário
Nacional”
Art. 3º Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda
ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato
ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa
plenamente vinculada.
Este talvez seja o dispositivo mais importante de todo o CTN. A razão se deve ao
conceito de tributo. É impossível estudar direito tributário sem se ter a noção exata do
que é um tributo. O art. 146, III, “a”, da CF/88, estabelece que cabe à lei complementar
dar a definição de tributo.
Comentando sobre os Tributos:
Prestação Pecuniária:
Vem de pecúnia, que quer dizer soma de determinado e específico valor, soma
está em moeda ou dinheiro, que contribuinte paga ao fisco.
Prestação Compulsória:
Significa que o tributo é uma obrigação que nasce independentemente da
vontade dos sujeitos envolvidos. Compulsório quer dizer obrigatório, o
contribuinte é obrigado a pagar o tributo, é um dever atribuído ao contribuinte
e nunca uma faculdade.
A contribuição de melhoria é uma forma de tributo que pode ser instituída pela União,
Estados, Distrito Federal e Municípios. Segundo o Código Tributário Nacional (BRASIL,
2011, Art. 81), seu objetivo consiste em arrecadar fundos para custear obras públicas
que tornarão os imóveis em seu entorno valorizados em termos imobiliários, tendo
como limite total a despesa realizada e como limite individual o acréscimo do valor
que da obra resultar para cada imóvel beneficiado.
Um exemplo de contribuição de melhoria seria o asfaltamento de uma rua, que geraria
a valorização dos imóveis da mesma, visto que esta obra facilitaria o acesso das
pessoas, permitiria a instalação de novas empresas, oferta de maiores serviços e
circulação de veículos.
De acordo com Giacomelli (2011), o fato gerador da contribuição de melhoria
constitui, visivelmente, o benefício que será acrescido a um imóvel particular
decorrente de obra pública. O autor ainda esclarece que a base de cálculo da
contribuição de melhoria é o limite total, o custo, observando a valorização
proporcional individual e particular de cada imóvel, auferido pela obra pública, de
acordo como Decreto-Lei nº 195/67, art. 3º, caput e parágrafos 1º e 2º:
Empréstimos compulsórios
O empréstimo compulsório é espécie de tributo, de competência exclusiva da União,
não vinculado à atividade estatal, com destinação específica (o valor arrecadado pelo
tributo tem destinação legalmente estabelecida) e restituível, uma vez que o ente
arrecadador tem o dever de devolver o valor pago ao contribuinte, cuja criação
depende de lei complementar.
O empréstimo compulsório está previsto na Constituição em seu Art. 148, que nos
traz:
Art. 148. A União, mediante lei complementar, poderá instituir
empréstimos compulsórios:
I - Para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de
calamidade pública, de guerra externa ou sua iminência;
II - No caso de investimento público de caráter urgente e de
relevante interesse nacional, observado o disposto no art. 150, III,
"b".
Parágrafo único. A aplicação dos recursos provenientes de
empréstimo compulsório será vinculada à despesa que fundamentou
sua instituição.
Vale mencionar que - tão somente - se justifica no caso de guerra, se esta for iniciada
pelo outro país, uma vez que se a iniciativa partir do Brasil, este deveria antes ter
preparado seu orçamento.
Ademais, nessas hipóteses, após criado o empréstimo compulsório, imediatamente já
se faz possível a cobrança do tributo, uma vez que diante do panorama, não há
necessidade de observância ao princípio da anterioridade anual, nem nonagesimal.
Outra peculiaridade deste tributo é que deve ser criado por meio de Lei
Complementar, que necessita da maioria absoluta dos membros da Câmara dos
Deputados e do Senado Federal para ser aprovada.
Convêm relembrar que
Contribuições especiais
A contribuição especial é uma modalidade de tributo trazida pela Constituição Federal
de 1988, que foge da teoria do fato gerador utilizado para classificar os tributos em
impostos, taxas e contribuições de melhoria. O seu critério de identificação baseia-se
na finalidade da criação do tributo (art. 149 CF/88), sendo necessária a vinculação da
receita que deu causa a sua criação. A Contribuição Especial é criada por meio de lei
ordinária e a competência legislativa para sua criação é da União, excetuando nos
casos em que o estados, os municípios e o Distrito Federal adotem regime de
previdência própria podendo assim criar a contribuição especial para tanto.
São três as espécies de contribuições especiais:
Sociais:
Que são aquelas que financiam direitos sociais como educação, saúde,
moradia, lazer, por exemplo. Dentro das Contribuições especiais sociais ainda
podemos subdividir em Gerais e de Seguridade. Esta última constitui em ações
para promover a saúde, previdência ou assistência social (art. 194 CF/88 traz o
conceito de seguridade). A contribuições de Seguridade possuem regras
próprias elencadas no art. 195 CF/88 estabelecendo as Contribuições que a
União pode criar, bem como a competência residual respeitando a regra do art.
154, I da CF/88. Como exemplo, podemos citar a extinta CPMF. Quanto às
Contribuições Sociais Gerais, a definimos por exclusão, isto é, são as
contribuições que financiam outros direitos sociais que não sejam saúde,
previdência e assistência.
Intervenção no domínio econômico:
Que são as chamadas CIDEs (Contribuição de Intervenção no Domínio
Econômico). Aqui não existe uma regra expressa para sua delimitação, mas sim
regras a partir de uma construção doutrinária. Para se ter uma CIDE, de acordo
com a doutrina, a União deve delimitar o domínio econômico que vai atuar;
além disso deve-se ter um motivo para atuação e a partir desse motivo traçar
uma finalidade bem como a destinação do dinheiro arrecadado; os sujeitos
passivos da CIDE devem ser atrelados ao setor econômico atingido; e alguns
autores ainda defendem que essa contribuição deve ser temporária (mas não é
pacífico na doutrina). Como exemplo temos a CIDE combustíveis.
Interesse de categoria profissional ou econômica (corporativas):
Aqui temos as contribuições que são feitas para as categorias profissionais
(CRM, CREA, CRP, CRC, CRA etc.). A União cria uma autarquia sui generis para
atuar no interesse da categoria profissional e junto a isso cria um tributo para
manter essa autarquia. Vale lembrar que a contribuição para OAB não é
considerada um tributo, de acordo com o STF, com o objetivo de manter a sua
independência perante o Estado.