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JURÍDICAS
CARREIRAS JURÍDICAS
DIREITO TRIBUTÁRIO
CAPÍTULO 3
Recado para você que está assistindo às videoaulas
Prezado aluno, a princípio, estamos trazendo algumas informações relevantes para você
que está assistindo às nossas videoaulas e complementará os estudos através do conteúdo do
nosso CERS Book. Portanto, você deve estar atento que:
O CERS book foi desenvolvido para complementar a aula do professor e te dar um suporte
nas revisões!
Um mesmo capítulo pode servir para mais de uma aula, contendo dois ou mais temas,
razão pela qual pode ser eventualmente repetido;
A ordem dos capítulos não necessariamente é igual à das aulas, então não estranhe se o
capítulo 03 vier na aula 01, por exemplo. Isto acontece porque a metodologia do CERS é baseada
no estudo dos principais temas mais recorrentes na sua prova de concurso público, por isso,
nem todos os assuntos apresentados seguem a ordem natural, seja doutrinária ou legislativa;
1
Assim, os assuntos de Direito Tributário estão distribuídos da seguinte forma:
CAPÍTULOS
2
SOBRE ESTE CAPÍTULO
No Direito Tributário você deve privilegiar o estudo da Lei Seca, sendo certo que o
Examinador tem predileção por disposições objetivas da letra da lei. Todavia, não deve-se olvidar
da doutrina, especialmente quanto às questões conceituais, e da jurisprudência relativa aos
diversos temas que abrangem o plexo de relações jurídicas entre Estado e contribuinte.
3
SUMÁRIO
Capítulo 3 .................................................................................................................................................. 5
GABARITO ............................................................................................................................................... 31
JURISPRUDÊNCIA................................................................................................................................... 36
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DIREITO TRIBUTÁRIO
Capítulo 3
3. Competência Tributária
3.1 Competência
Para iniciar o estudo deste tópico, é necessário que você entenda a diferença entre dois
institutos:
2. A competência tributária.
instituir tributos – isto é, para que o ente federativo possa criar tributos.
COMPETÊNCIA PARA
• Poder para editar leis que versem sobre
LEGISLAR SOBRE DIREITO
tributos e relações jurídicas a eles pertinentes
TRIBUTÁRIO
5
Conforme preceitua Luciano Amaro (2014, p. 115), essa aptidão pertence a todos os entes
da federação - União, Estados, Distrito Federal e Municípios – e deve ser exercida dentro dos
limites constitucionais, respeitando os critérios de partilha de competência então consagrados
pela Lei Maior. Tratando sobre o assunto, o mencionado autor revela que a citada competência
abarca “um amplo poder político no que respeita a decisões sobre a própria criação do tributo
Por fim, antes de dar continuidade à matéria objeto do tópico, ainda se expõe a distinção
Tal conceito se traduz no aspecto material, específico, na efetiva repartição do poder a cada
unidade componente da estrutura federada. A competência tributária, portanto, diz respeito à
Além disso, atente que competência tributária e capacidade tributária ativa são conceitos
administrar tributos.
Federal. De acordo com o inciso I do citado dispositivo, compete à União, aos Estados e ao
Distrito Federal legislar concorrentemente sobre direito tributário, financeiro, penitenciário,
6
Conforme determina a Lei Maior, no âmbito da legislação concorrente, a competência da
União limitar-se-á a estabelecer normas gerais (§ 1º), não constituindo essa, contudo, óbice
para a competência suplementar dos Estados (§ 2º). É a chamada repartição vertical de
competências.
Atente que, ante a inexistência de lei federal sobre normas gerais, prescreve o § 3º do art.
24 da CF/88 que os Estados exercerão a competência legislativa plena, para atender a suas
peculiaridades.
Foi o que aconteceu com a competência dos Estados e DF para editar leis acerca do IPVC
(inexiste norma geral da União sobre o tema). Contudo, havendo a superveniência de lei federal
sobre normas gerais, prevê o texto constitucional a suspensão (não revogação) da eficácia da
lei estadual, no que lhe for contrário (art. 24, § 4º, CF/88).
anterior. Desde 15.03.1967 o CTN tem força de lei complementar. Com o advento da CF/88, o
CTN foi por ela recepcionado, não deixando de ser ordinária, mas com status de lei
complementar.
Não olvide que muitas matérias no âmbito do Direito Tributário devem ser reguladas por
meio de lei complementar, como é o caso do conflito de competência, das limitações
Conforme preceitua Luciano Amaro (2014, p. 122), a “Constituição não cria tributos; ela
outorga competência tributária, ou seja, atribui aptidão para criar tributos”. E, para a expressão
dessa competência a via formal é uma só: a lei.
Por esse motivo, o Código Tributário Nacional (CTN), o art. 6º revela que a competência
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Art. 6º A atribuição constitucional de competência tributária compreende a competência
legislativa plena1, ressalvadas as limitações contidas na Constituição Federal, nas
Constituições dos Estados e nas Leis Orgânicas do Distrito Federal e dos Municípios, e
observado o disposto nesta Lei.
Parágrafo único. Os tributos cuja receita seja distribuída, no todo ou em parte, a outras
pessoas jurídicas de direito público pertencerá à competência legislativa daquela a que
tenham sido atribuídos.
Neste ponto, aliás, é importante descortinar que a instituição do tributo e a cobrança desse
são exercícios praticados em momentos distintos na linha do tempo, um seguido do outro, em
Entenda que isso ocorre porque é requisito essencial da responsabilidade fiscal a instituição,
previsão e efetiva arrecadação de todos os tributos economicamente viáveis da competência
Uma segunda característica marcante da competência tributária que você deve fixar é a
indelegabilidade.
Ao prevê-la no art. 7º do CTN, o legislador criou óbice ao ente federativo para que esse não
1
Vide questão 6
2
Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os seguintes tributos [...]
8
capacidade tributária ativa – parcela meramente administrativa da competência tributária), ou
de executar leis, serviços, atos ou decisões administrativas em matéria tributária, conferida por
uma pessoa jurídica de direito público a outra, nos termos do §3º do artigo 18 da Constituição 3.
Sobre o teor do art. 7º do CTN, Hugo de Brito Machado Segundo (2017), ao citar Hugo de
Brito Machado, destaca que se trata de uma autorização legislativa para a delegação de meras
funções administrativas.
federativo e dos princípios adotados pela Constituição e das garantias individuais expressa ou
implicitamente por ela asseguradas”.
a inércia ante a competência tributária – isto é, a ausência do seu exercício – não permite a
apropriação dessa por outros entes da federação. Entende?
Tal qualidade da competência é registrada pelo legislador no art. 8º do CTN que traz o
Ainda tratando dos predicados da competência tributária, registra a doutrina que o instituto
Compreendeu? A título de exemplo, para que fique mais claro pra você, vejamos a Emenda
Constitucional nº 39/2002, que trouxe ao ordenamento jurídico a Contribuição para Custeio do
Serviço de Iluminação Pública (COSIP), ao acrescentar o texto do art. 149-A na Lei Maior4.
3
Vide questão 3
4
Vide questão 2
9
Além das características citadas, Roque Carrazza (2019) ensina que a privatividade ou
Em sentido diverso, Paulo de Barros Carvalho entende que a competência tributária ostenta
somente os atributos da indelegabilidade, irrenunciabilidade e incaducabilidade.
No que diz respeito à privatividade, o autor entende insustentável sua indicação como
5
Vide questão 8
10
ou não ser exercido (facultatividade), no entanto, jamais poderá ser renunciado pelo Ente
Federativo.
CARACTERÍSTICAS DA
COMPETÊNCIA
TRIBUTÁRIA
entre os entes federativos, de maneira a visualizar de modo mais claro qual o conjunto de
atribuições deferido a cada ente.
Comecemos apontando os critérios utilizados para tanto. Para impostos, taxas e contribuição
Quantos aos impostos, a Lei Maior define competências expressas e enumeradas nos seus
arts. 153, 155 e 156, distribuindo as materialidades entre as pessoas políticas.
I - mediante lei complementar, impostos não previstos no artigo anterior, desde que sejam
não-cumulativos e não tenham fato gerador ou base de cálculo próprios dos discriminados
nesta Constituição;
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II - na iminência ou no caso de guerra externa, impostos extraordinários, compreendidos
ou não em sua competência tributária, os quais serão suprimidos, gradativamente,
cessadas as causas de sua criação.
As competências relativas às taxas também estão expressas na Constituição, art. 145, II, mas
não são enumeradas posto que seria impraticável o texto fundamental arrolar todas as atividades
de polícia administrativa e todos os serviços públicos específicos e divisíveis, realizáveis pelas
É por esse motivo para as taxas a Constituição traz as regras-matrizes de incidência e impõe
o exercício da competência administrativa como exigência prévia para o exercício da
competência tributária.
cabimento excepcional, quais sejam, calamidade pública, guerra externa, ou sua iminência, e
investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional, nos termos do art.
148, II.
Já quanto às contribuições, o teor do art. 149 demonstra que, em relação a esses tributos,
o legislador constituinte adotou o critério finalístico, posto que aponta apenas finalidades que
Agora que você compreendeu estas importantes noções, vamos avançar para as atribuições
outorgadas a cada um dos entes políticos no âmbito tributário.
6
Vide questão 5
12
Produtos Industrializados7, Operações Financeiras, Propriedade Rural e Grandes Fortunas, além
das competências residual e extraordinária previstas nos arts. 153 e 154, I e II, da Constituição.
Nos termos do art. 147, primeira parte, CR, competem à União, em Território Federal, os
impostos estaduais e, se o Território não for dividido em Municípios, cumulativamente, os
de Territórios Federais
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Vide questão 9
8
Vide questão 4
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Ainda, uma única modalidade de contribuição está autorizada a esses entes: a contribuição
social cobrada de seus servidores, para o custeio, em benefício destes, do regime previdenciário
de que trata o art. 40, nos termos art. 149, § 1º, da Lei Maior.
Aos Municípios competem três impostos, a saber, Propriedade Predial e Territorial Urbana;
n. 39, de 2002.
Por fim, em relação ao Distrito Federal, é fundamental que você entenda que ele conjuga
as competências tributárias dos Estados-membros, por ser a eles equiparados, e dos
Por esse motivo, está autorizado a instituir seis impostos, as taxas e contribuição de melhoria
pertinentes à sua atuação, a contribuição para o custeio de regime previdenciário de seus
9
Vide questão 10
14
3.1.4.1.2 Competência comum
É assim considerada aquela que atinge a todos os Entes da federação. A título de exemplo,
O ente que prestar o serviço público específico e divisível ou exercer o poder de polícia é o
competente para a cobrança da taxa. Da mesma forma, o ente que realizar a obra pública da
qual decorra valorização imobiliária para o particular terá competência para a instituição da
contribuição de melhoria.
Regulada nos artigos 154, I, e 195, § 4º, da CF, a competência deste tipo somente se reserva
à União10, que tem permissão do constituinte para criar tributos ante circunstâncias não previstas
no texto da Lei Maior (MINARDI, 2018).
Segundo a doutrina mais recente, a competência residual para criar impostos é da União,
mas a competência residual para criar taxas e contribuições de melhoria é dos estados-membros
e do DF.
Prevista no art. 147 da CF, essa confere à União a possibilidade de instituir impostos federais
e estaduais dentro dos Territórios Federais, assim como os impostos municipais, caso não sejam
Ainda, reserva-se a competência cumulativa ao Distrito Federal, por ter sido autorizado pelo
constituinte para a criar impostos municipais e estaduais (MINARDI, 2018).
10
Vide questões 1 e 7
15
3.1.4.1.5 Competência extraordinária
Por último, mas não menos importante, apresenta-se a competência extraordinária, revelada
no artigo 154, II, da Constituição Federal. Esse instituto previsto na Lei Maior permite à União,
por meio de Lei Ordinária (ou ainda instituto normativo com força de lei), a criação do IOF -
De acordo com Josiane Minardi (2018, p. 54), a “Constituição Federal permite expressamente
que a União institua Imposto Extraordinário de Guerra proporcionando ampla liberdade na
escolha do fato gerador, trata-se, pois, de uma permissão expressa de bitributação e de bis in
idem”.
Ocorre bis in idem quando o mesmo ente tributante edita diversas leis instituindo múltiplas
admitidas).
Já a bitributação ocorre quando entes tributantes diversos exigem do mesmo sujeito passivo
tributos decorrentes do mesmo fato gerador. Nesse caso, o conflito é sempre aparente e a
bitributação é, na maioria dos casos, ilegítima. Há, contudo, dois casos admitidos:
caso de países diversos que tributam a mesma renda. Nesse caso, a única
possibilidade de elidir a dupla incidência é a celebração de tratado internacional.
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QUADRO SINÓPTICO
COMPETÊNCIA
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QUESTÕES COMENTADAS
Questão 1
(FCC - 2019 - TJ-AL - Juiz Substituto) A Constituição do Estado de Alagoas estabelece que os
Municípios têm competência para instituir o imposto sobre vendas a varejo de combustíveis
líquidos e gasosos, exceto sobre o óleo diesel, determina que esse imposto compete ao
Município em que se completa sua venda a varejo e ainda estabelece que o referido imposto
não exclui a incidência concomitante do ICMS sobre as mesmas operações. Por sua vez, a Lei
Orgânica do Município de Maceió estabelece que compete ao Município instituir o imposto
sobre vendas a varejo de combustíveis líquidos ou gasosos, exceto sobre o óleo diesel, quando
o negócio se completar no território do Município de Maceió, que sua incidência não exclui a
incidência do ICMS sobre a mesma operação e que suas alíquotas não poderão ultrapassar os
limites superiores estabelecidos em lei complementar federal. De acordo com a Constituição
Federal, os
A) Municípios têm competência para instituir esse imposto em seus territórios, embora sua
incidência esteja suspensa até que seja editada a lei complementar estabelecendo os limites
B) Estados têm competência suplementar para instituir esse imposto em seus territórios, caso
os Municípios não o façam, podendo o valor efetivamente pago ser escriturado como crédito
do ICMS, no mesmo período de apuração, quando a aquisição for feita por contribuinte desse
imposto.
C) Municípios têm competência para instituir esse imposto em seus territórios, o qual incidirá
D) Municípios não têm competência para instituir esse imposto em seus territórios.
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E) Municípios têm competência para instituir esse imposto em seus territórios, que incidirá,
Comentário:
A resolução desse quesito necessita que você conheça a competência tributária dos entes,
exclusiva da União. Deste modo, não pode o ente municipal instituir novo imposto fora
de sua competência tributária.
Deste modo, o ente estadual não pode instituir novo imposto fora de sua competência
tributária.
I - mediante lei complementar, impostos não previstos no artigo anterior, desde que
sejam não-cumulativos e não tenham fato gerador ou base de cálculo próprios dos
Portanto, como o IVVC não existe mais, a sua instituição pelo município em questão seria
exercício de competência residual, exclusiva da União Federal.
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Questão 2
(FCC - 2019 - TJ-AL - Juiz Substituto) Prefeito Municipal Aristóbulo ajuizou Ação Direta de
Inconstitucionalidade contra lei de iniciativa do Poder Legislativo Municipal que acrescentou
A) inconstitucional, pois ocorre vício formal de iniciativa, uma vez que cria despesa sem a
Comentário:
A assertiva A está errada. A esse respeito, leia a Tese 682 da Repercussão Geral: Inexiste,
na Constituição Federal de 1988, reserva de iniciativa para leis de natureza tributária,
inclusive para as que concedem renúncia fiscal (STF. Plenário. ARE 743.480/MG, rel. Min.
Incorreta a assertiva B posto que a lei de iniciativa parlamentar, descrita pela questão, dá
integral cumprimento aos princípios da legalidade e irretroatividade.
vez que a iniciativa de lei de natureza tributária é concorrente entre Poder Executivo e
Legislativo.
Questão 3
(VUNESP - 2018 - TJ-SP - Juiz Substituto) Com relação à competência tributária e aos
A) a Constituição prevê a progressividade não só para o Imposto de Renda mas também para
o Imposto Territorial Rural e para o Imposto sobre a Propriedade Territorial Urbana, e, com
B) o Supremo Tribunal Federal tem adotado entendimento no sentido de que, embora o confisco
seja conceito jurídico indeterminado, o princípio da vedação do confisco deve ser utilizado para
limitar o percentual de multa imposta ao contribuinte.
21
D) o princípio da anterioridade, tal como previsto no texto constitucional vigente, impede que
qualquer imposto seja cobrado no mesmo exercício em que haja sido publicada a lei que o
instituiu ou aumentou e antes de decorridos noventa dias da data daquela publicação.
Comentário:
Correta a letra B. O STF entende inconstitucional a multa que supere 100% o valor do
tributo devido, por violação ao princípio do não-confisco (STF. 1ª Turma. RE 833.106/GO,
CTN).
importação e exportação.
Questão 4
(VUNESP - 2018 - TJ-SP - Juiz Substituto) Com relação à operação de importação por não
A) criou nova competência tributária para estender o campo de incidência do ICMS à operação
de importação de bem por não contribuinte e convalidou a legislação anterior sobre a matéria,
válida portanto a tributação a partir de sua vigência.
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B) criou nova competência tributária para estender o campo de incidência do ICMS à operação
de importação de bem por não contribuinte e convalidou a legislação anterior sobre a matéria,
válida portanto a tributação fundada em legislação local já existente sobre a matéria.
C) não criou nova competência para a ampliação do campo de incidência do imposto, mas
D) criou nova competência tributária para estender o campo de incidência do ICMS à operação
de importação de bem por não contribuinte, cuja tributação há de ter fundamento de validade
em lei complementar de normas gerais e legislação local supervenientes.
Comentário:
439.796/PR, relatados pelo então ministro Joaquim Barbosa, ter julgado constitucional a
incidência do imposto em operação de importação de bem destinado a pessoa não
a edição de lei local não só posterior à edição da EC 33/2011, mas ambém posterior à LC
114/02, que modificou o inciso I do § 1º do art. 2º da Lei Complementar 87/96, que passou
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Min. JOAQUIM BARBOSA, Tema 171), fixou a orientação de que, “após a Emenda
Questão 5
(CESPE - 2017 - TJ-PR - Juiz Substituto) O município de Curitiba – PR instituiu, por lei ordinária,
taxa de coleta e remoção de lixo para os imóveis urbanos situados em seu território,
estabelecendo como base de cálculo do tributo a área construída do imóvel, que, multiplicada
pelo valor de R$ 2, resultaria no valor do tributo devido pelo contribuinte. Acerca dessa situação
hipotética e dos preceitos constitucionais pertinentes ao poder de tributar, assinale a opção
correta.
mencionado tributo.
B) A restrição constitucional para que haja identidade da base de cálculo atinge apenas as
contribuições, e não as taxas, sendo, portanto, constitucional o tributo em questão.
C) O serviço de coleta e remoção de lixo em questão pode adotar um dos elementos de base
de cálculo de impostos, desde que não haja identidade completa e o valor pago pelo
contribuinte seja proporcional ao serviço que lhe é prestado.
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D) A coleta e remoção de lixo é serviço público inespecífico e indivisível, por beneficiar toda a
Comentário:
mais elementos da base de cálculo do IPTU, desde que não haja identidade das bases de
cálculo. Vide comentário da alternativa C.
Está errada a assertiva B. A Constituição é expressa em seu art. 145, §2º, ao dizer que as
taxas não terão base de cálculo própria de impostos. No caso apresentado, o tributo é
constitucional por outro motivo, qual seja a não identidade das bases de cálculo, uma
vez que foi adotada apenas um dos elementos da base de cálculo do IPTU.
possível que a base de cálculo das taxas adote um ou mais elementos da base de cálculo
dos impostos. É o que determina a Súmula Vinculante nº 29: “É constitucional a adoção,
divisível e, deste modo, pode ser instituída taxa nesse caso. É específico porque possível
de destacar em unidade de autônoma de intervenção (art. 79, II, CTN). É divisível porque
suscetível de utilização separadamente por cada usuário (art. 79, III, CTN).
Questão 6
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A) isenção, que é sempre decorrente de lei, não pode ser restrita a determinada região do
C) lei pode autorizar que a autoridade administrativa conceda, por despacho fundamentado,
remissão total ou parcial do crédito tributário objetivando a terminação de litígio e consequente
E) responsabilidade dos pais pelos tributos devidos por seus filhos menores é de caráter pessoal.
Comentário:
Lei".
Questão 7
A) a norma jurídica editada por um ente federativo no âmbito de sua competência tributária
exige que os demais entes federativos respeitem sua incidência, dentro dos respectivos limites
geográficos estaduais.
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B) a lei geral federal prevalece em relação às leis estaduais e estas prevalecem em relação às
D) na ausência de normas gerais federais, os Estados têm competência para legislar em matéria
tributária, e, na ausência de leis federais e estaduais, os Municípios têm a referida competência,
o que se denomina competência concorrente cumulativa.
Comentário:
I - mediante lei complementar, impostos não previstos no artigo anterior, desde que
sejam não-cumulativos e não tenham fato gerador ou base de cálculo próprios dos
discriminados nesta Constituição
A letra D está incorreta. Essa prerrogativa não é extensível aos municípios, posto que eles
Questão 8
27
(FCC - 2018 - MPE-PB - Promotor de Justiça Substituto) O Sistema Tributário Nacional,
A) as operações com mercadorias feitas de ouro, inclusive o ouro em barra, utilizado como
instrumento cambial, estão no campo de incidência do ICMS.
B) as transmissões causa mortis, bem como as transmissões por doação, de direitos, de bens
móveis e de bens imóveis, excluída a transmissão dos direitos relativos aos bens imóveis, estão
sujeitas à incidência do ITCMD.
D) o IPVA incide sobre a propriedade de veículos, devendo suas alíquotas máxima e mínima
Comentário:
Incorreta a letra A. O outro enquanto ativo financeiro ou instrumento cambial está sujeito
apenas ao IOF, conforme art. 153, §5º, da Carta Maior.
Errada a letra B posto que a Constituição prevê que o ITCMD inclui transmissão dos
direitos relativos aos bens imóveis, conforme art. 155, I.
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Assertiva D incorreta. Apenas as alíquotas mínimas do IPVA serão fixadas pelo Senado
O gabarito da questão é a letra E. Nos termos do art. 155, II, CF, o serviço de comunicação
é fato gerador do ICMS. Por sua vez, o inciso IX, do art. 155, §2º, dispõe o ICMS incide
sobre o total das operações quando mercadorias forem fornecidas com serviços não
compreendidos na competência do ISS municipal.
Questão 9
Comentário:
A resolução desta questão passa pelo conhecimento da letra de lei acerca das
competências tributárias.
IV - produtos industrializados;
29
Incorreta a letra B. O IOF é de competência da União.
Questão 10
(MPE-SC - 2016 - MPE-SC - Promotor de Justiça - Matutina) Segundo o artigo 156, III, da
Constituição Federal, compete exclusivamente aos Municípios instituir impostos sobre serviços
de qualquer natureza.
( ) CERTO
( ) ERRADO
Comentário:
Distrito Federal também pode instituir o ISS, conforme previsto no art. 147, da CF.
30
GABARITO
Questão 1 - D
Questão 2 - C
Questão 3 - B
Questão 4 - D
Questão 5 - C
Questão 6 - D
Questão 7 - C
Questão 8 - E
Questão 9 - A
Questão 10 - Errado
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QUESTÃO DESAFIO
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GABARITO QUESTÃO DESAFIO
O artigo 9 do CTN dispõe sobre benefícios fiscais de algumas instituições, entre elas os
Partidos Políticos, na alínea c do inciso IV. Na constituição Federal tal previsão se encontra no
Sobre tal regulamentação o autor Ricardo Alexandre explica (ALEXANDRE, Ricardo. Direito
Tributário. 12. ed. Salvador: Juspodivm, 2018. p. 230-230): “O fato de a norma constitucional
depender de regulamentação legal não pode levar à conclusão de que o benefício previsto seja
uma isenção e não uma imunidade. O que acontece neste caso é que a imunidade foi estipulada
em norma constitucional de eficácia limitada, mas, editada a norma que a Constituição reclama,
o não pagamento de impostos sobre o patrimônio, renda e serviços decorrerá da eficácia que
a lei regulamentadora conferiu à norma constitucional. Assim, é lícito afirmar que a
Para que tal benefício seja aplicado, o art. 14 traz os seguintes requisitos: não distribuírem
qualquer parcela de seu patrimônio ou de suas rendas, a qualquer título; aplicarem
Porém, no caso de não aplicação desses requisitos, o mesmo artigo prevê a suspensão
do benefício.
33
Art. 14, §1º do CTN
É o parágrafo 1º do art. 14, do Código Tributário Nacional quem afirma que cabe a
autoridade competente suspender a aplicação do benefício na falta de cumprimento dos
O autor Ricardo Alexandre comenta (ALEXANDRE, Ricardo. Direito Tributário. 12. ed.
Salvador: Juspodivm, 2018. p. 230-230): “Se a entidade deixar de cumprir qualquer dos requisitos,
essenciais.”.
34
LEGISLAÇÃO COMPILADA
COMPETÊNCIA
Constituição Federal: Arts. 24, 145, 148, 149, 149-A, 153, 154, 195
Código Tributário Nacional: Arts. 6º a 15
Lei de Responsabilidade Fiscal: Art. 11
em concursos públicos, sendo certo que seu conteúdo estará presente em questões sobre o
tema. Deste modo, é fundamental que você se familiarize com o que dispõe a letra de lei e,
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JURISPRUDÊNCIA
COMPETÊNCIA
(STF, 2.ª T., RE-AgR 191.703/SP, Rei. Min. Néri da Silveira, j. 19.03.2001, OJ 12.04.2002, p. 63)
Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores - IPVA. 3. Competência legislativa plena da
unidade da federação, à falta de normas gerais editadas pela União. Art. 24, § 3.0, da Constituição
Federal. Precedentes"
Comentário:
Este julgado apresenta relevante recorrência em concursos públicos. Quando o CTN foi editado, a Constituição
Federal então vigente (CF/1946) não previa a existência de um Imposto sobre a Propriedade de Veículos
Automotores. Consequentemente, o Código não trouxe as regras gerais sobre tal imposto, cuja previsão
constitucional apenas surgiu com o advento da Emenda Constitucional 27/1985.
O problema é que o art. 146, III, a, da CF/1988 afirma caber à lei complementar estabelecer normas gerais em
matéria de legislação tributária, especialmente sobre definição de tributos e de suas espécies, bem como, em
relação aos impostos discriminados na Constituição, a dos respectivos fatos geradores, bases de cálculo e
contribuintes. Diante da ausência de norma geral da União sobre IPVA, cada Estado exerceu a competência
legislativa plena, com base no art. 24, § 3.º , da atual CF.
Ricardo Alexandre aponta que alguns autores defenderam a inconstitucionalidade de todas as leis estaduais
instituidoras do IPVA (exercício de competência tributária) em face da ausência de normas gerais editada pela
União (falta de exercício da competência para legislar sobre direito tributário). O Supremo Tribunal Federal deu
razão aos Estados, conforme sei pode verificar no julgado supracitado.
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MAPA MENTAL
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AMARO, Luciano. Direito tributário brasileiro. 20ª ed. São Paulo: Saraiva, 2014.
CARRAZZA, Roque. Curso de Direito Constitucional Tributário. 32. ed. Juspodivm. Salvador: 2019.
CARVALHO, Paulo de Barros. Curso de direito tributário. 29ª Edição. São Paulo: 2017.
COSTA, Regina Helena. Curso de direito tributário. – 8ª ed. – São Paulo: Saraiva Educação, 2018.
HARADA, Kiyoshi. Direito financeiro e tributário. 26. ed. rev., atual. e ampl. São Paulo: Atlas, 2017.
MACHADO, Hugo de Brito. Código Tributário Nacional: anotações à Constituição, ao Código Tributário Nacional e
às Leis Complementares 87/1996 e 116/2003. 6ª ed. rev., atual. e ampl. São Paulo: Atlas, 2017.
MINARDI, Josiani. Manual de Direito Tributário. 5ª ed. rev., atual. e ampl. Salvador: Editora JusPodvm, 2018.
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