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TRIBUTÁRIO
Competência Tributária
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DIREITO TRIBUTÁRIO
Competência Tributária
Sumário
Competência Tributária....................................................................................................3
1. Conceito de Competência Tributária.............................................................................3
1.1. Capacidade Tributária Ativa...................................................................................... 10
2. Classificação da Competência Tributária................................................................... 14
2.1. Privativa.................................................................................................................. 14
2.2. Comum................................................................................................................... 18
2.3. Cumulativa............................................................................................................. 19
2.4. Residual.................................................................................................................22
2.5. Extraordinária........................................................................................................25
3. Bis in idem x Bitributação......................................................................................... 28
4. Jurisprudência Selecionada....................................................................................... 31
5. Doutrina Selecionada.................................................................................................32
Resumo.........................................................................................................................33
Questões Comentadas em Aulas...................................................................................38
Questões de Concurso................................................................................................... 41
Gabarito........................................................................................................................63
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DIREITO TRIBUTÁRIO
Competência Tributária
COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA
Querido(a) aluno(a), nesta aula vamos tratar da competência tributária, assunto muito im-
portante para a prova, pois é por meio do seu estudo que você aprenderá quais tributos cada
ente político pode instituir. O examinador costuma exigir essa informação, além da diferença
entre competência tributária e capacidade tributária.
Bons estudos!!
Diego Degrazia e Lis Ribas.
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DIREITO TRIBUTÁRIO
Competência Tributária
Embora a CF/88 tenha conferido poder aos entes para instituição de tributos, não desta-
cou prazo para que ela seja exercida, razão pela qual se diz que ela é imprescritível.
Além disso, ela é irrenunciável, o que quer dizer que embora o ente tenha a faculdade de
exercê-la ou não, não pode renunciar à competência conferida pela CF/88.
Quanto à afirmação de que o exercício da competência é facultativo, é preciso atentar-
-se ao fato de que a Constituição não determina que o ente é obrigado a exercê-la, podendo
instituir ou não o tributo conforme direito a ele conferido pelo legislador constitucional. Por
exemplo, a competência concedida pela Constituição à União para instituição do Imposto so-
bre Grandes Fortunas – IGF, previsto no inc. VII, art. 153, da CF/88, não foi exercida:
Art. 11. Constituem requisitos essenciais da responsabilidade na gestão fiscal a instituição, pre-
visão e efetiva arrecadação de todos os tributos da competência constitucional do ente da Fede-
ração.
Parágrafo único. É vedada a realização de transferências voluntárias para o ente que não observe
o disposto no caput, no que se refere aos impostos.
A lei afirma que a instituição do tributo é requisito de sua responsabilidade, além de des-
tacar a punição do gestor do ente pela não instituição do imposto de sua competência, o que
pode nos levar a concluir que o seu exercício não seria facultativo. Inobstante isso, tal inter-
pretação deve ser considerada na prova como correta somente se o examinador fizer essas
considerações.
A regra geral é dizer que o exercício da competência tributária é, sim, facultativo.
A respeito do tema, assim dispõe Eduardo Sabbag em seu Manual de Direito Tributário:
O dispositivo merece interpretação cautelosa, pois o legislador quis, salvo melhor juízo, estimu-
lar a instituição do tributo economicamente viável, cuja competência estaria inadequadamente
estanque. Portanto, entendemos que é defensável a facultatividade do exercício da competência
tributária, uma vez que o art. 11 da Lei de Responsabilidade Fiscal não traduz, incontestavelmente,
mecanismo efetivo de obrigatoriedade. (Eduardo Sabbag, em Manual de Direito Tributário, 12ª edi-
ção, página 456, editora Saraiva)
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DIREITO TRIBUTÁRIO
Competência Tributária
Art. 8º O não exercício da competência tributária não a defere a pessoa jurídica de direito público
diversa daquela a que a Constituição a tenha atribuído.
O CTN, conceituando o instituto da competência tributária, em seu art. 6º, destacou que ela
compreende a competência legislativa plena, tendo em vista que a sua representação fática se dá
diante da instituição de um tributo por intermédio da publicação de uma lei pelo respectivo ente:
O legislador faz uma ressalva quanto à competência legislativa plena, que diz respeito às
“limitações ao poder de tributar”. É que elas representam verdadeiros freios ao exercício da
competência, garantindo que o Estado não utilize o seu poder de tributar de forma abusiva e
irrestrita, protegendo, dessa forma, os contribuintes e o pacto federativo.
Em nosso curso, nas duas próximas aulas, estudaremos as limitações ao poder de tributar
constantes na Constituição Federal, e, na oportunidade, você verá quais as restrições devem
ser observadas pelo ente político no momento da instituição e cobrança de seus tributos.
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DIREITO TRIBUTÁRIO
Competência Tributária
Até aqui vimos a competência tributária legislativa para criação dos tributos, a qual não
se confunde com a competência para legislar sobre Direito Tributário.
Competência tributária ≠ Competência para legislar sobre Direito Tributário
A competência para legislar sobre Direito Tributário é concorrente, está prevista no art. 24,
CF, e é objeto de estudo de Direito Constitucional:
Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre:
I – direito tributário, financeiro, penitenciário, econômico e urbanístico.
…
§ 1º No âmbito da legislação concorrente, a competência da União limitar-se-á a estabelecer nor-
mas gerais.
§ 2º A competência da União para legislar sobre normas gerais não exclui a competência suple-
mentar dos Estados.
§ 3º Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão a competência legislativa
plena, para atender a suas peculiaridades.
§ 4º A superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende a eficácia da lei estadual, no que
lhe for contrário.
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DIREITO TRIBUTÁRIO
Competência Tributária
Nesse contexto, diz-se que há, nessa ordem constitucional, coincidência da competência legislati-
va com a competência tributária. Todavia, deve-se notar que a competência tributária, como poder
de instituição de tributo, não se confunde com a competência para legislar sobre Direito Tributário.
Esta é genérica; aquela, específica. Tal competência para legislar é denominada competência con-
corrente, conforme o art. 24 da CF. (Eduardo Sabbag, em Manual de Direito Tributário, 12ª edição,
página 453, editora Saraiva).
Na prática, sabemos que o CTN é uma lei tributária de normas gerais. Como já exposto,
ele foi editado como lei ordinária em 1966, pois a Constituição então vigente não exigia que
as normas gerais tributárias fossem objeto de lei complementar.
No entanto, tendo em vista que as Constituições seguintes assim o fizeram, afirma-se
que o CTN passou a ser lei ordinária somente formalmente e lei complementar sob o aspec-
to material.
Nesse sentido, o ordenamento jurídico brasileiro adota o CTN como a lei complementar
responsável por veicular as características presentes no art. 146, da CF/88.
Especificamente, o CTN dispõe sobre obrigação tributária, lançamento, crédito tributário,
prescrição e decadência tributárias, que devem ser observadas pelos entes federativos quan-
do forem legislar sobre tributos.
Tanto é assim que no CTN encontramos também diversas normas gerais sobre impostos
previstos na Constituição Federal, as quais definem fatos geradores, bases de cálculo e con-
tribuintes.
Note o artigo 31 que trata do contribuinte do ITR:
Art. 31. Contribuinte do imposto é o proprietário do imóvel, o titular de seu domínio útil, ou o seu
possuidor a qualquer título.
No momento em que a União for instituir o ITR ao exercer sua competência tributária, não
poderá ir além do que está previsto no artigo 31 do CTN no que tange à definição do contri-
buinte do referido imposto.
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DIREITO TRIBUTÁRIO
Competência Tributária
Tranquilo?
Ocorre que a União deveria ter, também, editado lei complementar para prever normas
gerais sobre o Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores - IPVA, de modo que os
estados fariam as previsões complementares sobre o seu respectivo imposto estadual.
Ocorre que o IPVA nasceu APÓS a promulgação do CTN e lá nesse normativo nada consta
sobre o tema.
Como a União não editou a referida lei, os estados, individualmente, editaram as suas pró-
prias normas gerais sobre o seu IPVA estadual, tendo por base o § 3º, artigo 24 da Constituição.
Provocado a se manifestar sobre a constitucionalidade das leis estaduais que preveem os
elementos do IPVA que deveriam ser dispostos em lei complementar (em atenção ao art. 146,
CF/88), o STF expôs o seu entendimento de que tais normas estaduais são constitucionais,
pois na ausência do exercício da competência legislativa da União para editar normas gerais
tributárias, os estados têm competência legislativa plena para tratar sobre o tema.
Veja, assim, a ementa do julgado do STF que expressa a consolidação desse entendimento:
Esse raciocínio aplica-se, ainda, aos impostos municipais. Embora o art. 24, CF/88, não
tenha tratado sobre o assunto, o inc. II, art. 30, CF/88, dispõe que o município também poderá
suplementar a legislação federal e estadual, no que couber.
Vale ainda ressaltar que nos casos em que há repasse da arrecadação de um ente político
para outro, segundo o parágrafo único do art. 6º do CTN, o ente competente para instituir o
tributo não perde a sua competência em razão da distribuição das suas receitas tributárias:
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DIREITO TRIBUTÁRIO
Competência Tributária
CTN, art. 6º, Parágrafo único. Os tributos cuja receita seja distribuída, no todo ou em parte, a outras
pessoas jurídicas de direito público pertencerá à competência legislativa daquela a que tenham
sido atribuídos.
Competência tributária é o poder conferido pela Constituição aos entes políticos para insti-
tuição dos tributos, o que deve ser feito por intermédio de edição de lei, razão pela qual se
afirma que a “atribuição constitucional de competência tributária compreende a competência
legislativa plena”, em atenção ao art. 6º do CTN.
Ocorre que a competência legislativa do ente político, no que se refere à matéria tributária, não
se resume à possibilidade de criar tributo, sendo objeto de questionamento nesta questão a
competência legislativa para tratar do Direito Tributário.
Ao tratar do “Sistema Tributário Nacional”, a CF/88, art. 146, III, destaca casos em que se exi-
ge edição de lei complementar, dentre eles, o estabelecimento de normas gerais em matéria
de legislação tributária.
Segundo o inc. I, art. 24 da CF/88, compete à União, aos estados e ao DF, a competência con-
corrente para legislar sobre Direito Tributário. No § 1º desse artigo, o legislador constituinte
afirma que no que se refere às matérias que devem ser legisladas de forma concorrente pelos
entes, a União deve editar normas gerais, o que não exclui a competência dos estados para
legislar de forma suplementar sobre o tema objeto da lei da União (§ 2º).
Ocorre que, caso a União não edite a referida norma geral, a competência do estado que antes
seria apenas suplementar passará a ser exercida de forma plena (§ 3º), razão pela qual o item
está correto:
Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre:
I – direito tributário, financeiro, penitenciário, econômico e urbanístico;
...
§ 1º No âmbito da legislação concorrente, a competência da União limitar-se-á a estabelecer nor-
mas gerais.
§ 2º A competência da União para legislar sobre normas gerais não exclui a competência suple-
mentar dos Estados.
§ 3º Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão a competência legislativa
plena, para atender a suas peculiaridades.
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Competência Tributária
§ 4º A superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende a eficácia da lei estadual, no que
lhe for contrário.
Certo.
Art. 119. Sujeito ativo da obrigação é a pessoa jurídica de direito público, titular da competência
para exigir o seu cumprimento.
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Competência Tributária
Art. 7º A competência tributária é indelegável, salvo atribuição das funções de arrecadar ou fisca-
lizar tributos, ou de executar leis, serviços, atos ou decisões administrativas em matéria tributária,
conferida por uma pessoa jurídica de direito público a outra, nos termos do § 3º do artigo 18 da
Constituição.
Art. 7º, § 2º A atribuição pode ser revogada, a qualquer tempo, por ato unilateral da pessoa jurídica
de direito público que a tenha conferido.
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Competência Tributária
O CTN ainda faz mais uma distinção sobre o tema, ele possibilita o cometimento (trans-
ferência) da função de arrecadar o tributo à pessoa jurídica de direito privado, e faz a ressalva
de que o exercício de tal função, isoladamente, não diz respeito à capacidade tributária ativa.
É o caso dos bancos que recebem o pagamento dos tributos e repassam os valores para
o respectivo ente federativo dono da competência para sua instituição, agindo como auxiliar
do sujeito ativo.
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Competência Tributária
O que é indelegável e não pode ser atribuído a pessoas de direito privado é a COMPETÊNCIA
TRIBUTÁRIA, ou seja, a capacidade de instituir tributos. A mera função de arrecadar tribu-
tos não se confunde com a delegação de competência, sendo perfeitamente possível atribuir
essa atividade a pessoas de direito privado. Veja o que diz o CTN:
Art. 7º A competência tributária é indelegável, salvo atribuição das funções de arrecadar ou fisca-
lizar tributos, ou de executar leis, serviços, atos ou decisões administrativas em matéria tributária,
conferida por uma pessoa jurídica de direito público a outra, nos termos do § 3º do artigo 18 da
Constituição.
§ 3º Não constitui delegação de competência o cometimento, a pessoas de direito privado, do en-
cargo ou da função de arrecadar tributos.
Errado.
Art. 7º. A competência tributária é indelegável, salvo atribuição das funções de arrecadar ou fiscalizar
tributos, ou de executar leis, serviços, atos ou decisões administrativas em matéria tributária, conferida
por uma pessoa jurídica de direito público a outra, nos termos do § 3º do artigo 18 da Constituição.
Certo.
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Competência Tributária
2.1. Privativa
Afirmar que um tributo é de competência privativa quer dizer que ele só pode ser instituído
pelo ente constitucionalmente autorizado. É o caso dos impostos, em que a CF/88, nos arts.
153, 155 e 156, destaca taxativamente como sendo de competência de cada ente.
Nos termos do art. 153 da CF/88, a União tem competência para instituir impostos sobre:
• importação de produtos estrangeiros – II;
• exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou nacionalizados- IE;
• renda e proventos de qualquer natureza - IR;
• produtos industrializados - IPI;
• operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores mobiliários -
IOF;
• propriedade territorial rural - ITR;
• grandes fortunas, nos termos de lei complementar - IGF.
Segundo o art. 155 da CF/88, os estados e o DF têm competência para instituir im-
postos sobre:
• transmissão causa mortis e doação, de quaisquer bens ou direitos - ITCMD;
• operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de
transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda que as operações e
as prestações se iniciem no exterior – ICMS;
• propriedade de veículos automotores – IPVA.
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Competência Tributária
Já os municípios, com base no art. 156 da CF/88, têm competência para instituir im-
postos sobre:
• propriedade predial e territorial urbana - IPTU;
• transmissão “inter vivos”, a qualquer título, por ato oneroso, de bens imóveis, por na-
tureza ou acessão física, e de direitos reais sobre imóveis, exceto os de garantia, bem
como cessão de direitos a sua aquisição - ITBI;
• serviços de qualquer natureza, não compreendidos no art. 155, II, definidos em lei com-
plementar – ISSQN.
No que se refere a esses impostos, o DF também tem competência para instituí-los, pois,
como você verá adiante, a Constituição confere a ele competência cumulativa para instituir
impostos de competência dos municípios.
Como já explanado, os tributos devem ser criados por meio de lei, de modo que aqueles
que devem ser objeto de lei complementar para a sua instituição não podem ser criados por
intermédio de Medida Provisória - MP.
Então, quanto aos impostos de competência da União, o Imposto sobre Grandes Fortunas
não pode ser instituído por MP.
Sob uma ótica interdisciplinar, lembre-se de que para o Direito Constitucional, a compe-
tência exclusiva é indelegável, enquanto a competência privativa é passível de transferência.
No entanto, para fins de Direito Tributário, a competência tributária privativa conferida a
determinado ente para instituir tributo não é passível de delegação, razão pela qual tem fina-
lidade similar à da competência exclusiva estudada em Direito Constitucional.
A competência privativa tributária não é restrita para instituição de impostos: ela também
é representada por meio da competência para criação de empréstimos compulsórios e de
contribuições especiais.
Sendo mais diretos, a União tem competência privativa para instituir: (i) empréstimos com-
pulsórios; e (ii) contribuições especiais, conforme arts. 148 e 149 da CF/88, respectivamente:
Art. 148. A União, mediante lei complementar, poderá instituir empréstimos compulsórios:
I – para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, de guerra externa
ou sua iminência;
II – no caso de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional, observa-
do o disposto no art. 150, III, “b”.
Parágrafo único. A aplicação dos recursos provenientes de empréstimo compulsório será vincula-
da à despesa que fundamentou sua instituição.
Art. 149. Compete exclusivamente à União instituir contribuições sociais, de intervenção no do-
mínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas, como instrumento
de sua atuação nas respectivas áreas, observado o disposto nos arts. 146, III, e 150, I e III, e sem
prejuízo do previsto no art. 195, § 6º, relativamente às contribuições a que alude o dispositivo.
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Competência Tributária
Art. 149, § 1º A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão, por meio de lei,
contribuições para custeio de regime próprio de previdência social, cobradas dos servidores ativos,
dos aposentados e dos pensionistas, que poderão ter alíquotas progressivas de acordo com o va-
lor da base de contribuição ou dos proventos de aposentadoria e de pensões. (Redação dada pela
Emenda Constitucional n. 103, de 2019)
Ainda com fulcro nesse dispositivo, os municípios gozam de competência privativa para
instituição da contribuição para custeio do seu regime próprio de previdência social, e, com
base no art. 149-A, os municípios e o DF também são competentes privativamente para insti-
tuir contribuição para custeio do serviço de iluminação pública – COSIP:
Art. 149-A Os Municípios e o Distrito Federal poderão instituir contribuição, na forma das respec-
tivas leis, para o custeio do serviço de iluminação pública, observado o disposto no art. 150, I e III.
(Incluído pela Emenda Constitucional n. 39, de 2002)
COMPETÊNCIA PRIVATIVA
União Estados/DF Municípios/DF
II ITCMD IPTU
IE ICMS ITBI
IR IPVA ISSQN
IOF COSIP
ITR
IGF
Impostos residuais
IEG
Empréstimos compulsórios
Contribuições especiais,
salvo COSIP
Contribuições residuais
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Competência Tributária
O único imposto listado nas alternativas que se enquadra na competência dos estados é o
IPVA, em atenção à redação do inciso III, artigo 155, CF/88.
Letra a.
a) Errada. De acordo com o disposto no artigo 148 da CF/88, a competência para a instituição
dos empréstimos compulsórios é da União.
b) Errada. De acordo com o disposto no artigo 155, III da CF/88, a competência para a institui-
ção do IPVA é dos estados.
c) Correta. De acordo com o disposto no inciso I do artigo 156 da CF/88, a competência para
a instituição do IPTU é dos municípios.
d) Errada. A competência para instituir imposto sobre a propriedade territorial pode ser da
União ou dos municípios, a depender da localização do bem. Se for rural, compete à União, for-
te na redação do inciso VI, artigo 153, CF/88; se for urbana, é de competência dos municípios.
e) Errada. De acordo com o disposto no inc. II, art. 155, da CF/88, a competência para a insti-
tuição do ICMS é dos estados.
Letra c.
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Competência Tributária
Art. 149. Compete exclusivamente à União instituir contribuições sociais, de intervenção no do-
mínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas, como instrumento
de sua atuação nas respectivas áreas, observado o disposto nos arts. 146, III, e 150, I e III, e sem
prejuízo do previsto no art. 195, § 6º, relativamente às contribuições a que alude o dispositivo.
Letra b.
2.2. Comum
Afirmar que um tributo é de competência comum, é afirmar que todos os entes políticos
podem criar um tributo da sua espécie.
É o caso das taxas e contribuições de melhoria, tributos vinculados, que têm como hipóte-
se de incidência uma atividade do poder público a ser exercida pelo respectivo ente federativo
conforme suas atribuições previstas na Constituição Federal.
Se for o município que preste o serviço público específico e divisível ou realize o exercício
do poder de polícia, será ele o competente para cobrança da taxa, ou, sendo os estados, DF ou
a União a prestar o serviço, a taxa caberá a eles.
Se a obra pública que acarretar em valorização do imóvel for realizada pela União, será ela
a competente pela instituição e cobrança da contribuição de melhoria. Já se a obra for reali-
zada pelo estado, município ou DF, a contribuição caberá a eles.
É importante ter presente que não se pode criar qualquer taxa ou contribuição de melho-
ria. É preciso que sejam observadas as competências administrativas que cabem a cada ente,
segundo a CF/88.
Pontue-se que, como o Distrito Federal acumula as competências estaduais e municipais,
conforme será visto a seguir, poderá cobrar taxas e contribuições de melhoria que sejam de
competência de ambos os entes.
O posicionamento de que a competência para instituição das taxas e das contribuições de
melhoria é comum não é unânime na doutrina. Hugo de Brito Machado afirma que a compe-
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Competência Tributária
tência para criar as taxas e as contribuições de melhoria é privativa, pois cada ente deve agir
conforme delimitação das suas atribuições pela Constituição Federal. Pela sua importância,
ao final da aula, na seção Doutrinas, colocaremos o excerto da obra do autor para leitura.
2.3. Cumulativa
A competência cumulativa para instituição de impostos está prevista no art. 147 da
Constituição:
Art. 147, CF/88. Competem à União, em Território Federal, os impostos estaduais e, se o Território
não for dividido em Municípios, cumulativamente, os impostos municipais; ao Distrito Federal ca-
bem os impostos municipais.
Em Direito Constitucional, você já deve ter visto que os entes da federação são União,
estados, municípios e DF, não é mesmo? Os Territórios não são considerados entes políticos,
pois fazem parte da União (CF/88, art. 18, § 2º), e segundo a CF/88, art. 33, § 1º, se criados,
poderão ou não ser divididos em municípios:
Essa explanação inicial quanto aos territórios se deu para que você rememore esse tema
estudado em Direito Constitucional e compreenda melhor a competência cumulativa.
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Uma vez criado o território, em sua base territorial, a União será competente para instituir
os impostos estaduais, quais sejam, IPVA, ITCMD e ICMS, destacados no tópico precedente.
E, ainda, não sendo o território dividido em municípios, a União também instituirá os im-
postos municipais, quais sejam ITBI, ISSQN e IPTU.
A competência cumulativa também é conferida ao Distrito Federal, que, segundo o art. 32
da CF, não pode ser dividido em municípios:
Art. 32. O Distrito Federal, vedada sua divisão em Municípios, reger-se-á por lei orgânica, votada
em dois turnos com interstício mínimo de dez dias, e aprovada por dois terços da Câmara Legisla-
tiva, que a promulgará, atendidos os princípios estabelecidos nesta Constituição.
§ 1º Ao Distrito Federal são atribuídas as competências legislativas reservadas aos Estados e
Municípios.
Assim, a União não pode editar lei isentando o contribuinte do pagamento de tributo de
competência estadual, por exemplo, o ICMS.
Entretanto, no caso da competência cumulativa, isso não se aplica. A concessão de isen-
ção pela União de um imposto instituído de forma cumulativa em um território não irá ferir o
dispositivo constitucional. Note que, a bem da verdade, não estamos falando de isenção he-
terônoma, mas sim, de uma isenção autônoma. O ICMS instituído no território federal é, sim,
de competência da União.
Ademais, embora a Constituição em seu art. 147 faça referência somente aos impostos,
compreenda que a União e o DF no caso podem instituir cumulativamente também as demais
espécies tributárias.
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Competência Tributária
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DIREITO TRIBUTÁRIO
Competência Tributária
2.4. Residual
A Constituição Federal concedeu à União a competência tributária residual para instituir
impostos e contribuições sociais de seguridade social que não estejam previstos em seu tex-
to vigente, conforme previsão do art. 154, I, e do art. 195, § 4º:
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DIREITO TRIBUTÁRIO
Competência Tributária
Já as Contribuições Residuais:
• Também devem ser instituídas por meio de Lei Complementar.
• Também devem ser não cumulativas.
• Não devem ter o fato gerador das contribuições da seguridade social já previstas na
CF/88.
• Não devem ter a base de cálculo das contribuições da seguridade social já previstas na
CF/88.
Saiba que a conclusão de que as contribuições da seguridade social não devem ter fato
gerador ou base de cálculo de contribuições da seguridade social já previstas constitucional-
mente deriva de interpretação do STF.
Tal decisão sedimentou o entendimento de que a afirmação da CF/88, art. 154, I, não se
aplica na literalidade para a instituição de contribuição residual, mas sim de forma análoga.
O respeito deve se dar às contribuições de seguridade social previstas na Constituição e
não aos impostos, como disposto de forma literal no artigo 154, I.
Veja ementa do julgamento do RE n. 242.615/BA:
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DIREITO TRIBUTÁRIO
Competência Tributária
Além disso, é importante você ter a compreensão de que a competência residual em apre-
ço permite que a União institua novos impostos e contribuições para a seguridade social por
meio da edição de lei complementar.
Esse fato não se confunde com a possibilidade de o legislador constituinte prever novos
impostos e contribuições para a seguridade social mediante emenda à Constituição Federal.
Nesse sentido, o Min. Carlos Velloso proferiu o seu voto nos autos da Ação Direta de In-
constitucionalidade n. 939/DF, de relatoria do Min. Sydney Sanches, afirmando que “a proibi-
ção inscrita no art. 154 da Constituição dirige-se ao legislador ordinário, e não ao constituinte
derivado”.
Ademais, sobre a competência dos estados, em Direito Administrativo é aprendido que
eles possuem competência administrativa residual. Até por isso, as atividades que não forem
atribuídas aos municípios e à União expressamente pelo texto constitucional serão de com-
petência dos estados.
Essa é a razão pela qual há doutrinadores que destacam que, quanto à instituição de ta-
xas e contribuições de melhoria, os estados possuem competência residual.
Para a sua prova, guarde que é a União que tem competência residual para instituir impos-
tos e contribuições para a seguridade social.
Somente é possível afirmar que os estados também possuem competência residual para
instituição de taxas e contribuições de melhoria se o examinador fizer as devidas considera-
ções na afirmativa.
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Competência Tributária
2.5. Extraordinária
A competência extraordinária concedida à União pela CF/88 está prevista no 154, II:
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Competência Tributária
Em caso de guerra externa ou na sua iminência, a União pode instituir Impostos Extraor-
dinários, que podem ter o fato gerador de impostos já existentes, seja de sua competência ou
da competência de outro ente.
Isso significa que a União pode, por exemplo, instituir o Imposto Extraordinário de Guerra
– IEG e determinar que o seu fato gerador será a operação com circulação de mercadorias, o
qual coincide com o fato gerador do ICMS, que é imposto de competência privativa dos esta-
dos e do DF previsto na Constituição, art. 155, II.
É importante que você fique atento: o fato gerador do imposto extraordinário não é a guer-
ra externa, nem a sua iminência, essa é uma situação que confere à União a prerrogativa de o
instituir.
E mais, o examinador pode afirmar que em caso de guerra interna é possível a institui-
ção do IEG, o que é incorreto, pois o constituinte somente autorizou tal ato diante de guer-
ra externa.
Repare, ainda, que o constituinte não exige que a sua criação se dê por meio de lei com-
plementar, podendo o IEG ser instituído por meio de lei ordinária ou de medida provisória, tal
o seu caráter de urgência.
O legislador constituinte destaca que o IEG deve ser suprimido gradativamente. Sobre
esse assunto, o legislador ordinário foi ainda mais específico, por intermédio do art. 76 do
CTN, ao exigir que o IEG seja suprimido, gradativamente, no prazo máximo de cinco anos,
contados da celebração da paz:
Art. 76. Na iminência ou no caso de guerra externa, a União pode instituir, temporariamente, impos-
tos extraordinários compreendidos ou não entre os referidos nesta Lei, suprimidos, gradativamen-
te, no prazo máximo de cinco anos, contados da celebração da paz.
Conforme ainda será visto em nosso curso, a instituição e majoração do tributo, em regra,
deve se dar no ano seguinte ao da publicação da lei que o institui/majora (Princípio da Anterio-
ridade Anual) e após 90 (noventa) dias da publicação dessa lei (Princípio da Anterioridade No-
nagesimal).
Ocorre que o IEG é exceção aos Princípios da Anterioridade Anual e da Anterioridade No-
nagesimal, em atenção ao § 1º, art. 150 da CF/88, razão pela qual pode ser exigido imediata-
mente após a publicação da lei que o cria.
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Competência Tributária
Todos os tributos citados na questão são de competência da União. Note a base cons-
titucional:
Art. 148. A União, mediante lei complementar, poderá instituir empréstimos compulsórios:
I – para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, de guerra externa
ou sua iminência;
II – no caso de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional, observado
o disposto no art. 150, III, “b”.
Parágrafo único. A aplicação dos recursos provenientes de empréstimo compulsório será vinculada
à despesa que fundamentou sua instituição.
...
Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre:
I – importação de produtos estrangeiros;
II – exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou nacionalizados;
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Competência Tributária
No que se refere aos impostos extraordinários, em atenção ao inc. II, art. 154, CF/88, eles se-
rão criados ou na iminência ou no caso de guerra externa, podendo a União até entrar/invadir
a competência dos estados e municípios para a instituição desse imposto.
Certo.
Art. 164. A importância de crédito tributário pode ser consignada judicialmente pelo sujeito passi-
vo, nos casos:
...
III – de exigência, por mais de uma pessoa jurídica de direito público, de tributo idêntico sobre um
mesmo fato gerador.
Outro instituto inerente à competência tributária diz respeito ao bis in idem, que represen-
ta a cobrança de diferentes tributos diante da ocorrência de um fato gerador.
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Competência Tributária
É o caso do Imposto Extraordinário de Guerra que seja instituído pela União e tenha fato
gerador de um imposto de competência da própria União já delimitado na Constituição vigen-
te. Se durante a guerra externa ou na sua iminência a União instituir o IEG e destacar que o seu
fato gerador será o auferimento de rendas, identificaremos a cobrança de IEG e de Imposto
sobre a Renda por só um ente.
Atualmente, o bis in idem no Brasil é representado por meio da instituição pela União do
Imposto sobre a Renda – IR e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido - CSLL, que devem
ser pagos pela pessoa jurídica quando da apuração de lucro.
Atente-se, no caso, a um olhar multidisciplinar sobre o tema e lembre-se do estudo de
Contabilidade em que você aprende a elaborar uma Demonstração de Resultado do Exercí-
cio – DRE. Ali, em que se apura o lucro líquido contábil da empresa e, antes de apurar o lucro
líquido do exercício, calcula-se o IRPJ e a CSLL devidas.
Ocorre que o legislador ordinário não pode indiscriminadamente instituir tributos que in-
corram em bis in idem.
A própria Constituição, ao dispor sobre a competência residual, destacou que esses tribu-
tos, respectivamente, não podem ter o fato gerador ou base de cálculo de outros impostos ou
de outras contribuições para a seguridade social já existentes.
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Competência Tributária
d) a vedação alcança os impostos extraordinários, que não poderão ter base de cálculo ou
fato gerador próprio de impostos já discriminados na Constituição Federal, ainda que de com-
petência de outro ente federado, diferente daquele que o esteja instituindo.
e) a vedação não alcança, via de regra, as contribuições sociais, que podem ter mesmo fato
gerador de imposto, tendo em vista que as contribuições sociais têm destinação necessá-
ria do produto da arrecadação, o que importa em distinção na materialidade relativamente
ao imposto.
a, b) Erradas. De acordo com o CTN, art. 77, parágrafo único, a taxa não pode ter fato gerador
idêntico ao dos impostos.
c) Errada. Os impostos residuais estão previstos no inc. I do art. 154 da CF/88. Esse dispositi-
vo prevê expressamente que esses impostos não podem ter o mesmo fato gerador nem base
de cálculo de impostos já previstos na Constituição:
d) Errada. Por intermédio do inc. II, art. 154, CF/88, o legislador constituinte autoriza a insti-
tuição de IEG, o qual pode ter base de cálculo e gerador próprio de impostos já previstos na
Constituição:
e) Certa. Tendo em vista que a CF/88 não vedou expressamente o bis in idem de forma gené-
rica, a doutrina e jurisprudência admite-o no ordenamento jurídico brasileiro. Como visto na
teoria, o bis in idem no Brasil é representado por meio da instituição pela União do Imposto
sobre a Renda – IR e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido - CSLL, que devem ser pa-
gos pela pessoa jurídica quando da apuração de lucro.
Lembre-se, ainda, da aula de espécies tributárias, em que vimos que a destinação das con-
tribuições especiais é determinante para a sua natureza jurídica tributária, podendo haver
coincidência entre o seu fato gerador e de outras espécies tributárias.
Letra e.
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Competência Tributária
4. Jurisprudência Selecionada
Súmula n. 69-STF: A Constituição Estadual não pode estabelecer limite para o aumento
de tributos municipais.
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DIREITO TRIBUTÁRIO
Competência Tributária
5. Doutrina Selecionada
“A competência tributária de cada ente político é estabelecida taxativamente pela Consti-
tuição da República em seus arts. 145 a 149-A. As possibilidades de tributação são, portanto,
numerus clausus.
Assim é que só poderão ser instituídos tributos que possam ser reconduzidos a uma das
normas concessivas de competência tributária, sob pena de inconstitucionalidade.
O exercício, por um ente político, de competência concedida constitucionalmente a outro
implica invasão de competência. Cada qual deve se circunscrever à competência que lhe foi
outorgada, não podendo extrapolá-la.” (Leandro Paulsen, Curso de Direito Tributário, p. 51, 5ª
ed., Editora Livraria do Advogado)
...
“Só a pessoa jurídica de direito público que exercita a atividade estatal específica pode
instituir o tributo vinculado a essa atividade. A competência tributária, assim, é privativa do
ente estatal que exercita a atividade respectiva. Indicar-se como de competência comum os
tributos vinculados não nos parece adequado. Preferimos dizer que esses tributos são priva-
tivos de quem exerce a atividade estatal a que se ligam, sendo a competência para o exercício
dessa atividade estatal matéria estranha ao direito tributário.” (Hugo de Brito Machado, Curso
de Direito Tributário, p. 301, 34ed. Malheiros Editores)
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Competência Tributária
RESUMO
Competência Tributária
Conceito de Competência Tributária
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DIREITO TRIBUTÁRIO
Competência Tributária
Competência Privativa
COMPETÊNCIA PRIVATIVA
União Estados/DF Municípios/DF
II ITCMD IPTU
IE ICMS ITBI
IR IPVA ISSQN
IOF COSIP
ITR
IGF
Impostos residuais
IEG
Empréstimos compulsórios
Contribuições especiais,
salvo COSIP
Contribuições residuais
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Competência Tributária
Competência Comum
Competência Cumulativa
Competência Residual
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DIREITO TRIBUTÁRIO
Competência Tributária
Competência Extraordinária
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DIREITO TRIBUTÁRIO
Competência Tributária
a) Empréstimos Compulsórios.
b) Imposto sobre a propriedade de veículos automotores.
c) Imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana.
d) Imposto sobre a propriedade territorial.
e) Imposto sobre serviço de transporte intermunicipal e de comunicação.
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Competência Tributária
QUESTÕES DE CONCURSO
012. (CESPE/AUDITOR/SEFAZ-RS/2019) Com relação à competência tributária dos entes fe-
derados, assinale a opção correta.
a) O Distrito Federal e os municípios têm competência para instituir contribuições para o cus-
teio de serviços de iluminação pública.
b) Os estados federados e o Distrito Federal têm competência residual para legislar sobre
empréstimos compulsórios.
c) Os municípios, os estados federados, o Distrito Federal e a União têm competência con-
corrente para instituir contribuições sociais interventivas e de interesse das categorias pro-
fissionais.
d) À União competem originariamente os impostos sobre doações de bens imóveis quando o
donatário vier a ser beneficiado com os direitos reais em dois ou mais estados.
e) Aos municípios e ao Distrito Federal competem os impostos incidentes sobre operações
relativas à circulação de mercadorias com a mudança de titularidade.
Art. 149-A Os Municípios e o Distrito Federal poderão instituir contribuição, na forma das respec-
tivas leis, para o custeio do serviço de iluminação pública, observado o disposto no art. 150, I e III.
Art. 148. A União, mediante lei complementar, poderá instituir empréstimos compulsórios:
I – para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, de guerra externa
ou sua iminência;
II – no caso de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional, observa-
do o disposto no art. 150, III, “b”.
c) Errada. A União tem competência privativa para instituir contribuições sociais, de inter-
venção no domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas,
segundo art. 149, CF/88:
Art. 149. Compete exclusivamente à União instituir contribuições sociais, de intervenção no do-
mínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas, como instrumento
de sua atuação nas respectivas áreas, observado o disposto nos arts. 146, III, e 150, I e III, e sem
prejuízo do previsto no art. 195, § 6º, relativamente às contribuições a que alude o dispositivo.
d) Errada. O imposto sobre doações compete aos estados e ao DF, conforme inc. I, art.
155, CF/88:
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Competência Tributária
Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre:
I – transmissão causa mortis e doação, de quaisquer bens ou direitos; (Redação dada pela
Emenda Constitucional n. 3, de 1993)
e) Errada. O imposto sobre operações relativas à circulação de mercadorias compete aos es-
tados e ao DF, conforme inc. II, art. 155, CF/88:
Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre:
...
II – operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte
interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda que as operações e as prestações se ini-
ciem no exterior;
Letra a.
Art. 149-A Os Municípios e o Distrito Federal poderão instituir contribuição, na forma das respec-
tivas leis, para o custeio do serviço de iluminação pública, observado o disposto no art. 150, I e III.
(Incluído pela Emenda Constitucional n. 39, de 2002)
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DIREITO TRIBUTÁRIO
Competência Tributária
A União deve, por meio de lei complementar, dispor, em normas gerais, sobre fato gerador,
base de cálculo e contribuintes dos impostos previstos na Constituição Federal, tendo em
conta as disposições da alínea “a”, inc. III, art. 146 da Lei Maior.
Como o ICMS e o IPTU são impostos previstos na CF/88, essa competência para legislar so-
bre normas gerais de Direito Tributário é exercida pela União, tanto na Lei Complementar n.
87/1996 (ICMS), quanto no CTN (IPTU). Note que, em que pese a assertiva não mencione os
contribuintes, ela não está errada.
Certo.
Tendo como referência inicial o texto apresentado, julgue o item a seguir, em relação à discri-
minação constitucional de rendas.
A instituição, pela União, da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF)
decorre do exercício de sua competência residual. Para a sua instituição, exige-se a edição de
emenda constitucional, uma vez que a hipótese de incidência desse tipo de contribuição não
encontra previsão na Constituição Federal de 1988.
A Constituição concede competência residual à União, no inc. I, art. 154 e no § 4º, art. 195,
para instituir, respectivamente, impostos e contribuições sociais da seguridade social que
não estejam previstos na Constituição Federal:
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Competência Tributária
Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos
termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais:
...
§ 4º A lei poderá instituir outras fontes destinadas a garantir a manutenção ou expansão da segu-
ridade social, obedecido o disposto no art. 154, I.
O exercício da competência residual deve se dar por meio de lei complementar, sendo o erro
do item afirmar que nessa hipótese se exige a edição de emenda constitucional.
A título de conhecimento, saiba que a CPMF foi inserida no ordenamento jurídico brasileiro
por meio de Emenda Constitucional, não havendo razão para se falar em competência residu-
al, portanto, nem em exigência de lei complementar para sua instituição. Uma vez prevista na
CF, basta lei ordinária para instituí-la.
Errado.
Segundo o inc. II, art. 154, CF/88, a União tem competência exclusiva para a instituição de
impostos extraordinários na hipótese de iminência ou no caso de guerra externa, os quais
deverão ser suprimidos gradativamente quando cessadas as causas de sua criação.
Errado.
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Competência Tributária
A competência tributária representa o direito conferido pela Constituição Federal aos entes
políticos para instituírem tributo, arrecadá-lo, fiscalizá-lo e executar normas e decisões a res-
peito da matéria tributária.
A competência tributária é indelegável e deve ser exercida somente pelo ente político compe-
tente segundo a CF/88, por meio de edição de lei para instituir o tributo.
No entanto, determinadas funções relativas à competência, quais sejam as de arrecadar, de
fiscalizar e de executar normas e decisões, representam a chamada capacidade tributária
ativa e podem ser delegadas.
Diante da explicação, podemos concluir que ao afirmar que “uma coisa é poder de legislar,
desenhando o perfil jurídico de um gravame ou regulando os expedientes necessários à sua
funcionalidade” está o doutrinador tratando da competência, enquanto afirmar que outra coi-
sa “é reunir credenciais para integrar a relação jurídica, no tópico do sujeito ativo” representa
característica da capacidade tributária ativa.
Letra e.
a) Certa. A alternativa trata da capacidade tributária ativa, conforme o CTN, art. 7º, § 3º:
Art. 7º, § 3º Não constitui delegação de competência o cometimento, a pessoas de direito privado,
do encargo ou da função de arrecadar tributos.
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DIREITO TRIBUTÁRIO
Competência Tributária
b) Errada. Os estados não podem delegar a sua competência tributária, mas podem delegar
aos municípios a atribuição de fiscalizar os tributos (art. 7º CTN). No entanto, essa atribuição
pode ser revogada a qualquer tempo pelos estados sem necessidade de anuência dos muni-
cípios (§ 2º, art. 7º, CTN), razão pela qual a alternativa está errada.
Art. 7º. A competência tributária é indelegável, salvo atribuição das funções de arrecadar ou fisca-
lizar tributos, ou de executar leis, serviços, atos ou decisões administrativas em matéria tributária,
conferida por uma pessoa jurídica de direito público a outra, nos termos do § 3º do artigo 18 da
Constituição.
...
§ 2º A atribuição pode ser revogada, a qualquer tempo, por ato unilateral da pessoa jurídica de
direito público que a tenha conferido.
Art. 8º O não exercício da competência tributária não a defere a pessoa jurídica de direito público
diversa daquela a que a Constituição a tenha atribuído.
d) Errada. Os municípios não têm competência para legislar sobre o ICMS, tendo em vista
que este é um imposto estadual, e a competência tributária determinada pela Constituição é
indelegável.
e) Errada. Como já visto, a competência tributária é indelegável (art. 7º, CTN).
Letra a.
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DIREITO TRIBUTÁRIO
Competência Tributária
A competência tributária é o direito concedido pela Constituição aos entes políticos para ins-
tituição de tributo, o que deve se dar por intermédio de edição de lei. O legislador constituinte
delimita a competência de cada ente mediante atribuição de poderes para criação do tributo
e imposição de limites no seu exercício, por intermédio das chamadas “limitações ao poder
de tributar”.
O legislador afirma no art. 7º do CTN que ela é indelegável, pois não pode ente político que tem
a competência para criar o tributo transferir esse direito a outro.
No entanto, o CTN destaca que determinadas funções inerentes à competência podem ser
delegadas à pessoa jurídica de direito público, não sendo incluída dentre elas a função de
legislar e, consequente, de instituir o tributo.
Art. 7º A competência tributária é indelegável, salvo atribuição das funções de arrecadar ou fisca-
lizar tributos, ou de executar leis, serviços, atos ou decisões administrativas em matéria tributária,
conferida por uma pessoa jurídica de direito público a outra, nos termos do § 3º do artigo 18 da
Constituição.
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DIREITO TRIBUTÁRIO
Competência Tributária
A competência tributária representa o poder atribuído pela CF/88 a determinado ente político
para legislar sobre determinado tributo e para o instituir.
A competência tributária é indelegável, não sendo admitida a sua transferência nem quando
a receita do tributo for repartida com outro ente federativo.
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Competência Tributária
a, b, c) Erradas. O IPVA é imposto de competência privativa dos estados e do DF. Caso esses
entes federativos não exerçam a sua competência tributária para instituir o tributo, não é pos-
sível delegá-la aos municípios.
d) Errada. O ITR é imposto de competência da União, não sendo admitida a possibilidade de o
município legislar a seu respeito.
e) Certa. A competência tributária é intransferível e indelegável, não sendo admitido o seu
exercício por ente político distinto daquele que teve a competência deferida pela CF/88:
Art. 8º, CTN. O não exercício da competência tributária não a defere a pessoa jurídica de direito
público diversa daquela a que a Constituição a tenha atribuído.
Letra e.
Veja que o examinador, nesta questão, afirmou ainda que a competência tributária é inaliená-
vel, tendo em vista a impossibilidade de o ente competente transferir/alienar ela para terceiro,
o que está correto.
Certo.
A competência tributária é indelegável, não sendo admitida a sua transferência nem quando
a receita do tributo for repartida com outro ente federativo.
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Competência Tributária
Parágrafo único. Os tributos cuja receita seja distribuída, no todo ou em parte, a outras pessoas
jurídicas de direito público pertencerá à competência legislativa daquela a que tenham sido atri-
buídos.
Certo.
O ISS é imposto de competência privativa dos municípios, segundo inc. III, art. 156, CF/88. Já
o ICMS é imposto de competência privativa dos estados, segundo inc. II do art. 155, CF/88.
Certo.
Art. 7º A competência tributária é indelegável, salvo atribuição das funções de arrecadar ou fiscalizar
tributos, ou de executar leis, serviços, atos ou decisões administrativas em matéria tributária, conferida
por uma pessoa jurídica de direito público a outra, nos termos do § 3º do artigo 18 da Constituição.
d) Errada. O ente federativo não é obrigado a exercer a sua competência tributária, de modo
que a sua inércia não significa renunciabilidade da competência, até por que a sua irrenuncia-
bilidade é um de seus traços característicos:
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Art. 8º, CTN. O não exercício da competência tributária não a defere a pessoa jurídica de direito
público diversa daquela a que a Constituição a tenha atribuído.
Art. 149. Compete exclusivamente à União instituir contribuições sociais, de intervenção no do-
mínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas, como instrumento
de sua atuação nas respectivas áreas, observado o disposto nos arts. 146, III, e 150, I e III, e sem
prejuízo do previsto no art. 195, § 6º, relativamente às contribuições a que alude o dispositivo.
b) Certa. Estados, municípios e DF podem instituir contribuição a ser cobrada de seus servi-
dores, para o custeio em benefício destes, do regime previdenciário próprio, segundo § 1º do
art. 149 da CF/88:
§ 1º A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão, por meio de lei, contribui-
ções para custeio de regime próprio de previdência social, cobradas dos servidores ativos, dos
aposentados e dos pensionistas, que poderão ter alíquotas progressivas de acordo com o valor da
base de contribuição ou dos proventos de aposentadoria e de pensões. (Redação dada pela Emen-
da Constitucional n. 103, de 2019) (Vigência)
c) Errada. A COSIP é tributo de competência municipal e distrital, conforme art. 149-A da CF/88:
Art. 149-A Os Municípios e o Distrito Federal poderão instituir contribuição, na forma das respec-
tivas leis, para o custeio do serviço de iluminação pública, observado o disposto no art. 150, I e III.
(Incluído pela Emenda Constitucional n. 39, de 2002)
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e) Errada. O legislador constituinte, no capítulo que trata do sistema tributário, não prevê ex-
pressamente contribuições para a assistência social, mas tendo em vista que a seguridade
social é composta pelas áreas da saúde, previdência social e assistência social, concluímos
que a contribuição para o financiamento da seguridade social é de competência privativa da
União, segundo o caput do art. 149, CF/88, transcrito no comentário da alternativa “a”.
Letra b.
Letra e.
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Competência Tributária
a) Certa. IPI é imposto de competência da União, previsto no inc. IV do art. 153 da CF/88.
b) Errada. Compete à União a instituição de impostos sobre operações de câmbio, segundo
inc. V do art. 153 da CF/88.
c) Errada. Compete aos estados e ao DF a instituição de imposto sobre a propriedade de veí-
culos automotores, segundo inc. III do art. 155 da CF/88.
d) Errada. Compete aos estados e ao DF a instituição de impostos sobre circulação de merca-
dorias, segundo inc. II do art. 155 da CF/88.
e) Errada. Compete à União a instituição de imposto sobre grandes fortunas, segundo inc. VII
do art. 153 da CF/88.
Letra a.
Os impostos municipais, IPTU, ITBI e ISSQN, estão previstos no art. 156 da CF/88:
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II – transmissão “inter vivos”, a qualquer título, por ato oneroso, de bens imóveis, por natureza ou
acessão física, e de direitos reais sobre imóveis, exceto os de garantia, bem como cessão de direi-
tos a sua aquisição;
III – serviços de qualquer natureza, não compreendidos no art. 155, II, definidos em lei complemen-
tar.
Letra e.
Art. 7º A competência tributária é indelegável, salvo atribuição das funções de arrecadar ou fisca-
lizar tributos, ou de executar leis, serviços, atos ou decisões administrativas em matéria tributária,
conferida por uma pessoa jurídica de direito público a outra, nos termos do § 3º do artigo 18 da
Constituição.
Letra c.
I – Há bis in idem quando uma pessoa jurídica de direito público tributa mais de uma vez
o mesmo contribuinte sobre o mesmo fato gerador.
II – Ocorre bitributação quando duas pessoas de direito público tributam o mesmo contri-
buinte sobre o mesmo fato gerador.
III – Haverá inconstitucionalidade ainda que a bitributação esteja prevista no próprio texto
constitucional.
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Competência Tributária
O bis in idem ocorre quando um só entre cobra mais de um tributo sobre um fato gerador, en-
quanto a bitributação ocorre quando diferentes entes políticos cobram tributos sobre um fato
gerador. Ambos são constitucionais se autorizados pela CF/88.
Letra b.
Um exemplo de bitributação autorizada pela CF/88 está em seu art. 154, II, que prevê a pos-
sibilidade de instituição de IEG pela União. O seu fato gerador poderá coincidir com o fato
gerador dos impostos já previstos na CF/88, ainda que o imposto seja de competência de
outro ente federativo. Veja:
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Competência Tributária
Item I) Certo. Conforme caput, art. 7º, CTN, a competência tributária é indelegável:
Art. 7º A competência tributária é indelegável, salvo atribuição das funções de arrecadar ou fiscalizar
tributos, ou de executar leis, serviços, atos ou decisões administrativas em matéria tributária, conferi-
da por uma pessoa jurídica de direito público a outra, nos termos do § 3º do artigo 18 da Constituição.
Perceba que o art. 18 a que faz referência o art. 7º não é o previsto na constituição atual, tendo
em vista que o CTN foi editado antes da sua vigência e não teve alteração no citado disposi-
tivo original do CTN.
Item II) Certo. A competência tributária é indelegável e intransferível, conforme art. 8º, CTN,
ainda que o ente competente não exerça a sua competência:
Art. 8º, CTN. O não exercício da competência tributária não a defere a pessoa jurídica de direito
público diversa daquela a que a Constituição a tenha atribuído.
Item III) Errado. A competência tributária é indelegável, conforme caput, art. 7º, CF/88. No entanto, o
legislador autoriza atribuições de determinadas funções a outra pessoa jurídica de direito público.
Especificamente quanto à função de arrecadar, o legislador possibilita a sua transferência
para pessoa jurídica de direito privado, em atenção ao CTN, art. 7º, par. 3º:
Art. 7º A competência tributária é indelegável, salvo atribuição das funções de arrecadar ou fisca-
lizar tributos, ou de executar leis, serviços, atos ou decisões administrativas em matéria tributária,
conferida por uma pessoa jurídica de direito público a outra, nos termos do § 3º do artigo 18 da
Constituição.
...
§ 3º Não constitui delegação de competência o cometimento, a pessoas de direito privado, do en-
cargo ou da função de arrecadar tributos.
Letra d.
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Competência Tributária
b) à União, aos Estados e aos Municípios instituir contribuições de interesse das categorias
econômicas que atuam em seus respectivos territórios.
c) exclusivamente à União instituir contribuição, cobrada de seus servidores, para o custeio,
em benefício destes, do regime previdenciário próprio.
d) exclusivamente à União instituir contribuições de intervenção no domínio econômico, que
incidirão, inclusive, sobre as receitas decorrentes de exportação.
e) à União e aos Estados instituir contribuições de interesse das categorias profissionais que
atuam em seus respectivos territórios.
Art. 149. Compete exclusivamente à União instituir contribuições sociais, de intervenção no do-
mínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas, como instrumento
de sua atuação nas respectivas áreas, observado o disposto nos arts. 146, III, e 150, I e III, e sem
prejuízo do previsto no art. 195, § 6º, relativamente às contribuições a que alude o dispositivo.
...
§ 2º As contribuições sociais e de intervenção no domínio econômico de que trata o caput deste
artigo:
II – incidirão também sobre a importação de produtos estrangeiros ou serviços;
§ 1º A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão, por meio de lei, contribui-
ções para custeio de regime próprio de previdência social, cobradas dos servidores ativos, dos
aposentados e dos pensionistas, que poderão ter alíquotas progressivas de acordo com o valor da
base de contribuição ou dos proventos de aposentadoria e de pensões. (Redação dada pela
Emenda Constitucional n. 103, de 2019) (Vigência)
d) Errada. As CIDEs não incidem sobre as receitas decorrentes de exportação, segundo inc. I,
§ 2º, art. 149, CF/88:
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Competência Tributária
Vamos lá: a primeira coisa que temos que ter presente nessa questão é que o examinador
quer a INCORRETA. Quando isso acontece, geralmente é mais fácil encontrar a resposta.
Com isso em mente, vamos dar uma olhada no artigo 154, I, citado no comando da questão:
Ora, a competência residual é exercida pela União, com reserva de Lei complementar. Isso
quer dizer que só LEI COMPLEMENTAR poderá dispor sobre a matéria em comento. Como a
gente sabe, essa é a diferença primordial entre Lei Complementar e a Lei Ordinária: a reserva
constitucional. Se uma matéria é submetida à reserva de lei complementar pela Constituição,
essa matéria não pode ser regulada por lei ordinária.
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Competência Tributária
A pergunta que vem logo após é a seguinte: se não pode ser regulada por lei ordinária, pode
ser por medida provisória?
Para respondermos a esse questionamento é preciso ter em conta o disposto na CF/88, no
artigo 62, § 1º, III:
Art. 62. Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República poderá adotar medidas provi-
sórias, com força de lei, devendo submetê-las de imediato ao Congresso Nacional.
§ 1º É vedada a edição de medidas provisórias sobre matéria:
(...)
III – reservada a lei complementar;
Com efeito, a instituição de novos impostos, em face da competência residual da União, não
pode se dar por meio de medida provisória. Por isso, a resposta a ser marcada é a letra “D”.
Mesmo assim, vamos dar uma olhada nas outras alternativas:
a) Certa. Quem exerce a competência residual é o legislador ordinário. Lembre-se de que a
Constituição NÃO INSTITUI tributos, apenas defere a competência ao ente político respectivo.
É por isso que o constituinte derivado não exerce a competência residual.
b) Certa. A necessidade de se levar em conta os aspectos da não cumulatividade, bem como a
impossibilidade de a União instituir nova exação sobre fatos geradores e bases de cálculo (bis
in idem) já delimitados pela Constituição de 1988, é uma imposição ao legislador ordinário e
não ao legislador constituinte derivado. Essa é, resumidamente, uma das conclusões exara-
das pelo STF quando do julgamento da ADI 939/DF, já explicada anteriormente.
c) Certa. Como a exigência constitucional para a instituição do imposto é de lei complemen-
tar, todos os aspectos materiais para sua instituição (hipótese de incidência, base de cálculo,
alíquota, sujeito passivo) devem estar previstos em tal normativo.
e) Certa. Apenas não ficam sujeitos ao princípio da anterioridade os impostos criados pelo
exercício da competência extraordinária da União, previstos no artigo 154, II, e não aqueles
frutos do exercício da competência residual, que decorrem das disposições do art. 154, inciso
I. A base para tal conclusão é a redação da CF/88, art. 150, § 1º.
Letra d.
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Competência Tributária
III – É permitido, sem que tal seja considerado delegação de competência, cometer a uma
sociedade anônima privada o encargo de arrecadar impostos.
Item I) Errado. Nesse caso hipotético, em que pese o valor da arrecadação do tributo deva
ser destinado a outros entes políticos, o ente que o instituiu não perde a sua competência.
O que o CTN estabelece em seu art. 6º, parágrafo único, é que essa distribuição das receitas
tributárias não afasta a competência tributária do ente que efetua o repasse, continuando ele
legitimado a instituí-lo e a regulamentá-lo.
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Competência Tributária
a) Considerada correta pela banca. Em que pese a banca tenha considerado essa alternativa
como correta, há alguns pontos controversos. Por primeiro, a ideia de Soberania aqui está
mal empregada. Ora, os estados possuem competência tributária, mas não são soberanos, ou
seja, não possuem indivíduos submetidos à sua soberania.
Por segundo, quando o examinador menciona que a capacidade tributária ativa consiste na
aptidão atribuída “a uma pessoa” para figurar no polo ativo de uma relação jurídico tributária,
esquece de mencionar que essa “pessoa” deve NECESSARIAMENTE ser uma pessoa JURÍ-
DICA de DIREITO PÚBLICO. Como se sabe, as pessoas podem ser jurídicas ou naturais. As
primeiras podem ser de direito privado ou de direito público. O CTN é expresso em seu artigo
7º ao limitar que a capacidade tributária ativa só pode ser atribuída a uma PESSOA JURÍDICA
de DIREITO PÚBLICO, o que torna a assertiva errada.
Enfim, de resto os conceitos estão adequados, mas no nosso entendimento a questão deveria
ter sido anulada.
b) Errada. Capacidade tributária ativa não é a aptidão para se instituir tributos, essa é a defi-
nição de COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA.
c) Errada. A capacidade tributária ativa é delegável, desde que de uma PESSOA JURÍDICA de
DIREITO PÚBLICO a outra.
d) Errada. A competência tributária é INDELEGÁVEL.
e) Errada. A atribuição da capacidade tributária ativa deve obedecer, no mínimo, às delimita-
ções do artigo 7º do CTN, ou seja, só pode ser feita de uma pessoa jurídica de direito público a
outra. E mais, o que deve se levar em conta aqui, no âmbito do Direito Público, é o INTERESSE
PÚBLICO e não o interesse das pessoas envolvidas, ok?
Letra d.
Como a União não editou normal geral para tratar do IPVA, os estados, em atenção ao § 3º,
art. 24 da CF/88, podem legislar plenamente sobre o tema:
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Competência Tributária
Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre:
I – direito tributário, financeiro, penitenciário, econômico e urbanístico.
…
§ 1º No âmbito da legislação concorrente, a competência da União limitar-se-á a estabelecer nor-
mas gerais.
§ 2º A competência da União para legislar sobre normas gerais não exclui a competência suple-
mentar dos Estados.
§ 3º Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão a competência legislativa
plena, para atender a suas peculiaridades.
§ 4º A superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende a eficácia da lei estadual, no que
lhe for contrário.
Certo.
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Competência Tributária
GABARITO
1. C
2. e
3. E
4. C
5. a
6. c
7. b
8. d
9. c
10. C
11. e
12. a
13. d
14. C
15. E
16. E
17. e
18. a
19. a
20. e
21. C
22. C
23. C
24. e
25. b
26. e
27. a
28. e
29. c
30. b
31. e
32. d
33. a
34. d
35. d
36. a
37. C
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