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CEI-Defensorias | Intensivo Semestral 2021

Direito Constitucional: Controle de Constitucionalidade

Gustavo Goldzveig

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AULA 1 – CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE

Primeiros avisos

A matéria DIREITO CONSTITUCIONAL será dividida com o professor Luís Zouein. Nas minhas
aulas tratarei do tema Controle de Constitucionalidade. Nas aulas iremos abordar o Controle
Difuso e o Controle Concentrado.

Sugestão de Bibliografia: Pedro Lenza, Gilmar Mendes, Luis Roberto Barroso, Daniel Sarmento,
Marcelo Novelino, Bernardo Gonçalves Fernandes, Flavio Martins.

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Controle de Constitucionalidade

Conceito

Diante da supremacia da Constituição (material e formal) as demais normas do ordenamento


devem ser com ela compatíveis. Assim, a superioridade hierárquica da Constituição impõe que as
demais normas estejam de acordo com ela, sob pena de serem invalidadas. O controle de
constitucionalidade é decorrência das constituições rígidas, isto é, aquelas cuja alteração
depende de um processo de modificação mais complexo, de modo que a Constituição encontra-
se no vértice do ordenamento dentro de uma ordem hierarquizada – compatibilidade vertical.
Obs: A Constituição como parâmetro de controle será analisada quando do estudo do controle
concentrado, todavia, vale destacar que atualmente se reconhece que as normas constitucionais
compõe um verdadeiro Bloco de Constitucionalidade.

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Controle de Constitucionalidade

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Controle de Constitucionalidade

Espécies de Inconstitucionalidade
2) Inconstitucionalidade conforme o tipo de Vício:
-Inconstitucionalidade Formal: a lei ou ato normativo contém um vício no processo de produção
da norma estabelecido na Constituição. Há 3 tipos de inconstitucionalidade formal identificada
pela CF:
a) Inconstitucionalidade Formal Orgânica: trata do descumprimento de regras de competência
estabelecidas na Constituição. Ex: Lei Estadual que obriga as empresas de telefonia a
compartilhar dados com órgãos de segurança pública – violação da competência privativa da
União para legislar sobre telecomunicações (artigo 22, inciso IV, da CF – ADI 5040/PI –
informativo 997 STF).
b) Inconstitucionalidade formal por descumprimento de pressuposto objetivo do ato: a CF
estabelece alguns pressupostos para a edição do ato que, se não respeitados, podem
caracterizar inconstitucionalidade, ex: inexistência de relevância e urgência na Medida
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Controle de Constitucionalidade

Espécies de Inconstitucionalidade
c) Inconstitucionalidade forma propriamente dita: é aquela em que o procedimento para
aprovação da lei ou ato foi desrespeitado, ex: competência privativa do Chefe do Executivo para
apresentar projetos de lei sobre determinadas matérias (artigo 61, §1 da CF); não cumprimento de
quóruns de votação (Lei Complementar – maioria qualificada); dentre outras.
d) Inconstitucionalidade por Quebra de Decoro Parlamentar: desvirtuamento do processo
legislativo em razão de compra de votos – “Caso Mensalão”. Parte da doutrina sustenta que a
compra de votos caracteriza vício de constitucionalidade em razão do abuso das prerrogativas do
parlamentar (Pedro Lenza). O STF, no julgamento das ADI’s 4887, 4888, 4889, que tratavam da
inconstitucionalidade das EC 41 E 47, reconheceu a possibilidade de inconstitucionalidade formal
por quebra do decoro parlamentar. Todavia, na análise específica das EC entendeu que não ficou
demonstrado o indigitado vício, de modo que o pedido foi julgado improcedente (Inf. 998/STF)

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Controle de Constitucionalidade

Espécies de Inconstitucionalidade
Trecho do Inf 998: “Nesse sentido, o vício de corrupção da vontade do parlamentar e de seu
compromisso com o interesse público subverte o regime democrático e deliberativo adotado pela
CF e ofende o devido processo legislativo por contrariar o princípio da representação
democrática que deve, obrigatoriamente, nortear a produção de normas jurídicas. Demonstrada a
interferência ilícita na fase de votação pela prevalência de interesses individuais do parlamentar,
admite-se o reconhecimento de inconstitucionalidade formal de emenda constitucional ou norma
infraconstitucional.”
-Inconstitucionalidade Material: são aquelas decorrentes do conteúdo do ato normativo ou da lei
que está em desacordo com a CF. Reconhecesse também como inconstitucionalidade material o
desvio de poder ou excesso de poder do legislativo – vícios vinculados à violação do Princípio da
Proporcionalidade.

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Controle de Constitucionalidade

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Controle de Constitucionalidade

Espécies de Inconstitucionalidade
b)Inconstitucionalidade Superveniente
Trata-se do fenômeno em que uma norma nasceu constitucional (formal e materialmente), mas
veio a tornar-se inconstitucional, posteriormente. O referido fenômeno, como regra, não é
admitido no Brasil, visto que há instrumentos específicos para tal situação, a saber:
-Recepção: uma nova Constituição surge se as leis anteriores forem compatíveis, elas serão
recepcionais; mas se forem incompatíveis, não são recepcionadas, em razão do fenômeno da
contemporaneidade – para ser inconstitucional, a norma deve ser contemporânea à Constituição.
Obs: cabe ADPF (Lei 9882/1999)
-Superveniência de Emenda Constitucional: se após uma Emenda, a lei ou ato se torna
incompatível, não há inconstitucionalidade superveniente, mas sim revogação.

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Controle de Constitucionalidade

Espécies de Inconstitucionalidade
A doutrina (Pedro Lenza), contudo, tem apontado que, EXCEPCIONALMENTE, pode haver
inconstitucionalidade superveniente:
-Mutação Constitucional: fenômeno em que há alteração informal da Constituição, a partir do
seu sentido interpretativo. Nesse sentido, diante da alteração do sentido interpretativo de uma
norma constitucional, determinada lei pode se tornar inconstitucional.
-Alteração do Substrato Fático: aqui não se altera a interpretação, mas o substrato fático
existente quando da primeira interpretação é alterado, fazendo com que a lei torne-se
inconstitucional. Ex: Amianto ADI 3937

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Controle de Constitucionalidade

Espécies de Inconstitucionalidade
Trecho da ADI 3937: “...no momento atual, a legislação nacional sobre o tema não mais se
compatibiliza com a Constituição, razão pela qual os Estados-membros passaram a ter
competência legislativa plena sobre a matéria até que sobrevenha eventual nova lei federal. A
Corte ressaltou que o processo de inconstitucionalização da Lei 9.055/1995 se operou em razão
de mudança no substrato fático da norma. A discussão em torno da eventual necessidade de
banimento do amianto é diferente da que havia quando da edição da norma geral(...)Portanto,
revela-se a inconstitucionalidade material superveniente da Lei 9.055/1995, por ofensa ao direito
à saúde (...) ao dever estatal de redução dos riscos inerentes ao trabalho por meio de normas de
saúde, higiene e segurança (...) e à proteção do meio ambiente (...).” (Rel. Min. Dias Toffoli).

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Controle de Constitucionalidade

Espécies de Inconstitucionalidade
5) Inconstitucionalidade Direta e Indireta
-Direta: é aquela que resulta da inadequação imediata de um ato normativo ou lei com a
Constituição. Não há qualquer intermediação normativa entre o ato e a Constituição.
-Indireta: é aquela em que há inconstitucionalidade de uma norma intermediária entre o ato
questionado e a Constituição. O ato inconstitucional não se relaciona diretamente com a
Constituição. A doutrina aponta duas espécies:
a) Reflexa: é a incompatibilidade de um ato normativo regulamentar com uma lei e, por via de
consequência, com a CF. Neste caso, o STF considera se tratar de mera ilegalidade, de modo
que o ato não estará sujeito ao controle;
b)Por Arrastamento: possibilidade de reconhecer como inconstitucional uma norma que não foi
objeto do pedido de inconstitucionalidade. Relação de dependência e instrumentalidade.
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Controle de Constitucionalidade

Teorias sobre a incompatibilidade

 A doutrina diverge sobre o resultado decorrente da incompatibilidade de uma norma com a


Constituição:
 Há quem sustente a nulidade do ato desde a sua origem – Teoria da Nulidade (direito norte-
americano). Trata-se de um vício no nascimento da norma, bastando apenas a declaração.
Regra: efeitos retroativos (“ex tunc”). Prevalece no Brasil;
 Há, por outra via, quem sustente que se trata de ato anulável – Teoria da Anulabilidade
(direito austríaco – Hans Kelsen). Necessária uma decisão constitutiva da incompatibilidade,
fazendo cessar os efeitos da lei. Regra: efeitos não retroativos (‘ex nunc”).

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Controle de Constitucionalidade

Teorias sobre a incompatibilidade – Flexibilização dos Efeitos


Brasil: Flexibilização da Teoria da Nulidade – o posicionamento adotado no sentido de que a
norma incompatível com a Constituição é nula desde a sua origem, passou a ser flexibilizado,
especialmente, para se preservar alguns valores, como a segurança jurídica e a boa-fé nas
relações. Ou seja, flexibilização a ideia de nulidade.
No controle abstrato de constitucionalidade, a flexibilização decorre da previsão de modulação
dos efeitos da decisão, na forma do artigo 27 da Lei 9868/1999 (ADI, ADI por Omissão e ADC) e
artigo 11 da Lei 9882/1999 (ADPF).
Já no controle concreto de constitucionalidade, a flexibilização também foi realizada pelo STF,
aplicando-se por analogia, o artigo 27 – “O Supremo Tribunal Federal tem reconhecido,
excepcionalmente, a possibilidade de proceder à modulação ou limitação temporal dos efeitos da
declaração de inconstitucionalidade, mesmo quando proferida, por esta Corte, em sede de
controle difuso. Precedente: RE 197.917/SP
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Controle de Constitucionalidade

Modalidades de Controle de Constitucionalidade:


1)Quanto à Natureza do Órgão de Controle:
A) Político: neste caso o controle é realizado por um órgão político, ex: Poder Legislativo na Comissão de
Constituição e Justiça; Presidente da República – veto por inconstitucionalidade.
B) Jurídico: um órgão judicial avalia a inconstitucionalidade da lei ou ato.
C) Misto: o controle pode ser exercido tanto por um órgão político, quanto judicial. É o caso do Brasil, na
medida em que o controle de constitucionalidade pode ser exercido nas esferas política e judicial.
Todavia, no Brasil prepondera o controle judicial.
2)Quanto ao Órgão Judicial:
A) Difuso: qualquer juiz ou tribunal pode realizar o controle
B) Concentrado: apenas um órgão judicial se encarrega da tarefa;
C) Judicial Misto: os dois modelos acima convivem no sistema constitucional – Brasil.
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Controle de Constitucionalidade

Modalidades de Controle de Constitucionalidade:


3)Quanto ao Momento:

A) PREVENTIVO: neste caso, o controle do ato normativo ou lei ocorre antes de ingressar no sistema
jurídico. Em regra, ele ocorre durante o processo legislativa e é realizado por órgão político. Todavia, de
forma excepecional, pode ser realizado por órgão judicial – Mandado de Segurança por vício no
processo legislastivo – legitimidade exclusiva do parlamentar.
B) REPRESSIVO: neste caso, o controle do ato normativo ou lei ocorre quando já ingressou no sistema
jurídico (norma vigente). Em regra, o controle repressivo é realizado pelo Judiciário (controle difuso ou
concentrado). Contudo, também se admitem exceções, na medida em que há previsão na CF autorizando
o Congresso Nacional a sustar atos inconstitucionais do Poder Executivo e, ainda, a não aprovação de
Medida Provisória; do mesmo modo admite-se hipótese do Poder Executivo realizar controle repressivo
quando deixa de aplicar uma lei inconstitucional.

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Controle de Constitucionalidade

Controle Difuso de Constitucionalidade


 Modalidade de Controle de Judicial de Constitucionalidade das normas. No Brasil, tal
modalidade de controle de constitucionalidade foi consagrada desde a Constituição de 1891,
antes, portanto, do Controle Concentrado. É de origem americana (“Marbury vs Madison”)
 -Pode ser Exercido por qualquer Juiz ou Tribunal, sendo que sua análise e incidental, isto é,
dentro de um caso concreto, como questão prejudicial ao mérito. Logo, a decisão não declara
a inconstitucionalidade no dispositivo da decisão, mas afasta a aplicação da lei no caso
concreto. Deste modo, o controle também é chamado de “incidental” ou por “via de exceção”.
Exemplo atual: ações que visam reconhecer a inconstitucionalidade de parte da Lei
13.954/2019 (regulamenta EC 103/2019) ao criar hipótese de cobrança de contribuição social
previdenciária dos policiais militares inativos (ACO 3350 STF – Min. Luis Roberto Barroso)

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Controle de Constitucionalidade

Controle Difuso de Constitucionalidade – Cláusula de Reserva de Plenário/ “Full


Bench”/julgamento “em banc”.
 Cláusula de reserva de plenário: em controle difuso, realizado por Tribunais, a declaração de
inconstitucionalidade deve ser tomada pelo órgão especial do Tribunal.
 Artigo 97 da CF “Art. 97. Somente pelo voto da maioria absoluta de seus membros ou dos
membros do respectivo órgão especial poderão os tribunais declarar a inconstitucionalidade
de lei ou ato normativo do Poder Público.”. “Full bench”
 Súmula Vinculante 11: “Viola a cláusula de reserva de plenário (CF, artigo 97) a decisão de
órgão fracionário de tribunal que, embora não declare expressamente a inconstitucionalidade
de lei ou ato normativo do Poder Público, afasta sua incidência, no todo ou em parte.” Obs: o
órgão fracionário pode deixar de aplicar uma lei, simplesmente, porque ela não se adequada
ao caso contrário, o que difere do afastamento da aplicação da lei por inconstitucionalidade.
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Controle de Constitucionalidade

Controle Difuso de Constitucionalidade – Cláusula de Reserva de Plenário/ “Full


Bench”/julgamento “em banc”.
 Não caracteriza violação à cláusula de reserva de plenário:
1) Fazer uso da interpretação conforme à Constituição – restrição de aplicação da norma a
alguns casos, mantendo sua aplicação para outros casos – nessas circunstâncias, não é
necessária a aplicação da cláusula de reserva de plenário (RE 460.971);
2) Declarar uma norma constitucional – Princípio da presunção das normas constitucionais. Não
que se falar em cláusula de reserva de plentário;
3) A n á l i s e d o d i r e i t o p r é - c o n s t i t u c i o n a l ( r e c e p ç ã o d e n o r m a s ) . P o r n ã o h a v e r
inconstitucionalidade superveniente, a recepção de normas não se sujeita à Cláusula de
Reserva de Plenário.

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Controle de Constitucionalidade

Controle Difuso de Constitucionalidade – Cláusula de Reserva de Plenário


Artigo 948 e seguintes do CPC – Arguição de Inconstitucionalidade – Procedimento.
Art. 948. Arguida, em controle difuso, a inconstitucionalidade de lei ou de ato normativo do poder
público, o relator, após ouvir o Ministério Público e as partes, submeterá a questão à turma ou à
câmara à qual competir o conhecimento do processo.
Art. 949. Se a arguição for:
I - rejeitada, prosseguirá o julgamento;
II - acolhida, a questão será submetida ao plenário do tribunal ou ao seu órgão especial, onde
houver.
Parágrafo único. Os órgãos fracionários dos tribunais não submeterão ao plenário ou ao órgão
especial a arguição de inconstitucionalidade quando já houver pronunciamento destes ou do
plenário do Supremo Tribunal Federal sobre a questão. www.cursocei.com
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Controle de Constitucionalidade

Controle Difuso de Constitucionalidade – Cláusula de Reserva de Plenário


 Art. 950. Remetida cópia do acórdão a todos os juízes, o presidente do tribunal designará a
sessão de julgamento.
§ 1º As pessoas jurídicas de direito público responsáveis pela edição do ato questionado poderão
manifestar-se no incidente de inconstitucionalidade se assim o requererem, observados os
prazos e as condições previstos no regimento interno do tribunal.
§ 2º A parte legitimada à propositura das ações previstas no art. 103 da Constituição Federal
poderá manifestar-se, por escrito, sobre a questão constitucional objeto de apreciação, no prazo
previsto pelo regimento interno, sendo-lhe assegurado o direito de apresentar memoriais ou de
requerer a juntada de documentos.
§ 3º Considerando a relevância da matéria e a representatividade dos postulantes, o relator
poderá admitir, por despacho irrecorrível, a manifestação de outros órgãos ou entidades.
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Controle de Constitucionalidade

Controle Difuso de Constitucionalidade – Cláusula de Reserva de Plenário

Há uma verdadeira cisão na Arguição de Inconstitucionalidade, na medida em que o Plenário ou


Órgão Especial do Tribunal irá apenas apreciar a inconstitucionalidade, sendo que o caso
concreto, propriamente dito, irá ser julgado pelo órgão fracionário, já de posse da decisão do
Plenário sobre a questão constitucional – CISÃO FUNCIONAL DA COMPETÊNCIA NO PLANO
HORIZONTAL.

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Controle de Constitucionalidade

Controle Difuso de Constitucionalidade – Cláusula de Reserva de Plenário


Jurisprudência do STF:
A reserva de plenário é dispensada nas Turmas Recursais dos Juizados Especiais.
O art. 97 da Constituição, ao subordinar o reconhecimento da inconstitucionalidade de preceito
normativo a decisão nesse sentido da "maioria absoluta de seus membros ou dos membros dos
respectivos órgãos especiais", está se dirigindo aos tribunais indicados no art. 92 e aos
respectivos órgãos especiais de que trata o art. 93, XI. A referência, portanto, não atinge juizados
de pequenas causas (art. 24, X) e juizados especiais (art. 98, I), os quais, pela configuração
atribuída pelo legislador, não funcionam, na esfera recursal, sob regime de plenário ou de órgão
especial. [ARE 792.562 AgR, rel. min. Teori Zavascki, j. 18-3-2014, 2ª T, DJE de 2-4-2014.]

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Controle de Constitucionalidade
Controle Difuso de Constitucionalidade – Cláusula de Reserva de Plenário
Jurisprudência do STF: Atos de caráter concreto.
O STF entendia que não era necessário observar a cláusula de reserve de plenário nos casos
envolvendo a inconstitucionalidade de atos concretos exarados pelo Poder Público, conforme
julgamento da Reclamação 18165 – Min. Teori Zavasci.

Contudo, em julgamento de Embargos de Declaração, nesta mesma reclamação, o STF modificou


seu entendimento, acolhendo os Embargos com efeitos infringentes, e reconhecendo a
necessidade de ser observada a Cláusula de Reserva de Plenário para atos concretos.

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Controle de Constitucionalidade

Controle Difuso de Constitucionalidade – Cláusula de Reserva de Plenário


 Jurisprudência do STF: cláusula não se aplica ao próprio STF

“O STF exerce, por excelência, o controle difuso de constitucionalidade quando do julgamento do


recurso extraordinário, tendo os seus colegiados fracionários competência regimental para fazê-
lo sem ofensa ao art. 97 da CF.” [RE 361.829 ED, rel. min. Ellen Gracie, j. 2-3-2010, 2ª T, DJE de
19-3-2010.]

Obs: a doutrina critica esta decisão, na medida em que, a rigor, o órgão responsável por realizar
o controle de constitucionalidade seria o plentário do STF.

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Controle de Constitucionalidade
Controle Difuso de Constitucionalidade – Abstrativização do Controle Difuso
A decisão do STF que, em controle difuso, declara determinada lei ou ato normativo
inconstitucional, em regra, se aplica apenas às partes, na medida em que é controle realizado no
caso concreto, além da decisão ter efeitos retroativos (efeitos “ex tunc”).
É admissível, segundo a jurisprudência do STF, a modulação dos efeitos temporais no controle
difuso – RE 197.917 – Município de Mira Estrela.
Todavia, de acordo com o artigo 52, inciso X da CF, o Senado Federal, por meio de resolução
pode suspender a referida norma, no todo ou em parte. Esta resolução terá efeitos “erga omnes”
e “ex nunc”. Não cabe ao Senado, vale dizer, interpretar a decisão do STF, restringir ou ampliar.
De acordo com a doutrina, essa competência do Senado é discricionária, ou seja, uma vez que o
STF comunica o Senado, cabe ao órgão legislativo decidir se realiza ou não a resolução.
Obs: O STF deve enviar a decisão ao Senado, que irá se limitar ao que o STF decidiu, ou seja, o
Senado não pode ampliar o objeto da decisão do STF. A suspensão pode ser de atos federais,
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Controle de Constitucionalidade

Controle Difuso de Constitucionalidade - Abstrativização do Controle Difuso


Mutação Constitucional do artigo 52, X: há parcela da doutrina e alguns julgados do STF, no
sentido de que teria ocorrido uma mutação constitucional do Artigo 52, inciso X, da CF, de modo
que a declaração de inconstitucionalidade pelo STF, num caso concreto, já teria efeito “erga
omnes” e vinculante, tal como as decisões de controle abstrato, cabendo apenas ao Senado dar
publicidade á decisão. Os fundamentos seriam a força normativa da constituição e o papel do
STF de guardião da Constituição. No julgamento da Reclamação 4335, que envolvia a
inconstitucionalidade do artigo 2º da Lei dos Crimes Hediondos, por maioria de votos (8x2), o
STF entendeu que não houve mutação constitucional do artigo 52, inciso X, da CF, de modo que
não seria possível falar em abstrativização do controle difuso, de modo que para haver efeito
“erga omnes” da decisão proferida em caso concreto pelo STF, indispensável a resolução do
Senado Federal.

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Controle de Constitucionalidade

Controle Difuso de Constitucionalidade - Abstrativização do Controle Difuso


Mutação Constitucional do artigo 52, X:
Contudo, posteriormente, no julgamento de duas Ações Diretas de Inconstitucionalidade 3406 e
3470, cujo debate envolvia a constitucionalidade de legislação sobre o uso de amianto, o
Supremo Tribunal Federal, incidentalmente, ao referido julgado, passou a adotar entendimento de
que o artigo 52, inciso X, da CF sofreu mutação constitucional, ou seja, que as decisões
proferidas pelo Supremo Tribunal Federal, ainda que em controle incidental, geram efeitos “erga
omnes”, de modo que cabe ao Senado Federal apenas dar publicidade à referida decisão. No
julgamento que envolvia legislação estadual sobre amianto, o STF se viu obrigada a
incidentalmente julgar a norma federal, declarando-a inconstitucional incidentalmente, e
afirmando ser tal decisão vinculante e com efeito “erga omnes”.

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Controle de Constitucionalidade

Controle Concentrado de Constitucionalidade – Parâmetros de Controle


 Bloco de Constitucionalidade
Para realização do controle de constitucionalidade é indispensável que se saiba qual é o
parâmetro utilizado para verificar a compatibilidade. A questão que se coloca é saber quais são
as normas dotadas de constitucionalidade, especialmente, em se tratando de uma Constituição
escrita, como a brasileira, bem como em razão do conteúdo do artigo 5º, §2º da CF, “in verbis”:
“§ 2º Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem outros decorrentes do
regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a República
Federativa do Brasil seja parte.”. Diante disso, surge a ideia de bloco de constitucionalidade. Ou
seja, quais normas constitucionais, que carregam este “status” e que servem de parâmetro para
o Controle. A amplitude do bloco de constitucionalidade está alinhada ao próprio “status”
normativo dos tratados de direitos humanos. Vejamos as posições.

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Controle de Constitucionalidade

Controle Concentrado de Constitucionalidade – Parâmetros de Controle


A doutrina divide o bloco de constitucionalidade em Restrito e Amplo.
Bloco de Constitucionalidade Restrito: para parcela da doutrina, somente serão consideradas
normas constitucionais, as normas que tenham passado por procedimento formal que lhe confira
este “status”. Nesse sentido, o bloco de constitucionalidade restrito tem por fundamento a
supremacia formal das normas, de modo que, no que tange aos tratados internacionais de
direitos humanos, somente comporiam o bloco de constitucionalidade aqueles aprovados nos
termos do artigo 5º, §3º da CF. Essa é a posição majoritária na doutrina e adotada para fins de
controle. Ou seja, são normas formalmente constitucionais: CF, ADCT, EC e Tratados
incorporados na forma do artigo 5º, §3º da CF (Tratado ONU pessoa com deficiência e Tratado
de Marraqueche)

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Controle de Constitucionalidade

Controle Concentrado de Constitucionalidade – Parâmetros de Controle


Bloco de Constitucionalidade Amplo: na linha do artigo 5º, §2º da CF, o bloco de constitucionalidade amplo
é aquele no qual estão inseridas não só normas previstas expressas e formalmente constitucionais, mas
também aquelas que pelo seu conteúdo e espírito representam valores constitucionais. Nesse sentido,
qualquer tratado de direitos humanos, tenha ele ou não passado pelo procedimento previsto no artigo 5º,
§3º da CF teria “status constitucional”, em virtude do artigo 5º, §2º da CF. Posição minoritária.
Não são parâmetros de Controle:
-Preâmbulo da CF;
-Normas Constitucionais já revogadas;
-Normas Constitucionais exauridas (ADCT)
-Normas constitucionais de Constituições anteriores.

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Controle de Constitucionalidade

Controle Concentrado de Constitucionalidade – Ação Direta de Inconstitucionalidade (Dicas


Gerais)
- Artigo 102, inciso I, “a” da Constituição da República e Lei 9.868/99
- Obs: Artigo 125, §2º da Constituição da República – Representação de Inconstitucionalidade
Estadual
- Objeto do Controle: lei ou ato normativo federal e estadual. Atos normativos: devem ter
abstração, generalidade e impessoalidade; Leis: espécies normativas do artigo 59 da
Constituição da República; leis ou atos normativos de efeitos concretos (desde que espécies
normativas primárias)
- Não é cabível controle de lei Municipal, perante o STF, via ação direta de inconstitucionalidade
(é cabível, entretanto, Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental)
- Não é cabível controle de lei distrital, de natureza municipal, perante o STF, via ação direta de
inconstitucionalidade. Obs: apesar disso, quando não for possível distinguir se a natureza da
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Controle de Constitucionalidade

Controle Concentrado de Constitucionalidade – Ação Direta de Inconstitucionalidade (Dicas Gerais)

- Não podem ser objeto de controle de constitucionalidade via ação direta:

Súmula representativa de entendimento dominante de tribunal – não tem grau de normatividade qualificada; Súmula
vinculante – procedimento próprio de cancelamento na Lei 11417/2006

Decretos Regulamentares e Execução – a violação da CF é reflexa, assim se está diante de um conflito de legalidade, e
não de constitucionalidade.

Ato normativo anterior à Constituição: recepção ou não do ato. Não se trata de controle via ação direta, mas é cabível
Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (Lei 9882/1999).

Não cabe ADI contra Lei Municipal – Obs: cabível, por outro lado, a representação de inconstitucionalidade no Tribunal
de Justiça se houve ofensa à Constituição do Estado (artigo 125, §2º da CF) e, em se tratando de norma de repetição
obrigatória (CE deve repetir a CF), é cabível ADI para o TJ local e, eventualmente, Recurso Extraordinário da decisão para
o STF.

Leis revogadas – Não cabe ADI, Exceções :fraude processual e repetição do ato impugnado pela nova lei.

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Controle de Constitucionalidade

Controle Concentrado de Constitucionalidade – Ação Direta de Inconstitucionalidade


 Legitimidade Ativa: rol do artigo 103 da CF.
Legitimidade Universal: Presidente da República; Mesa do Senado; Mesa da Câmara; PGR;
Conselho Federal da OAB; Partido Político com representação no Congresso Nacional;
Legitimados Especiais: precisam demonstrar pertinência temática (relação institucional com o
objeto da ação) – Mesa da Assembleia Legislativa/Câmara Distrital; Governador Estado/DF;
confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional.
Peculiaridades: a aferição da legitimidade do partido político ocorre no momento da propositura
da ação. Se após a propositura, o partido perde representação, a ação prossegue
(indisponibilidade das ações do controle). Basta apenas um membro no Congresso Nacional, um
deputado ou um senador.
Defensoria Pública – não tem legitimidade. Há PEC (31/2017) para conferir legitimidade ao
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Defensor Público-Geral da União. STF: rol exaustivo. Doutrina: defende a abertura do rol.
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Controle de Constitucionalidade

Controle Concentrado de Constitucionalidade – Ação Direta de Inconstitucionalidade


 Aspectos Procedimentais:

Causa de Pedir Aberta: o STF não esta restrito aos fundamentos de inconstitucionalidade
apresentados na petição inicial. Ou seja, a declaração de inconstitucionalidade pode ocorrer em
virtude de outros fundamentos.
Pedido: o STF deve, a princípio, respeitar o princípio da congruência ou adstrição. Exceções:
inconstitucionalidade por arrastamento (relação de conexão entre o artigo objeto da ADI e outro
dispositivo legal).

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Controle de Constitucionalidade

Controle Concentrado de Constitucionalidade – Ação Direta de Inconstitucionalidade


 “Amicus Curiae”: amigo da corte (artigo 7º, §2º da Lei 9868/1999). Da decisão do relator que
indefere o ingresso do “amicus curiae”, entende-se cabível recurso de Agravo Interno. Para
ingressar como “amigo da corte” deve-se demonstrar a representatividade e a relevância da
matéria. O STF, como regra, não admitia pessoas físicas para atuar enquanto “amicus curiae”,
em razão da falta de representatividade (ADI 4178/GO). Contudo, é preciso destacar que o
CPC, ao prever a figura do “amicus curiae” no artigo 138, reconheceu a possibilidade que
pessoa física atue como “amicus curiae”, de modo que o STF vem analisando pedidos de
pessoas físicas, desde que demonstrada relevância da matéria, repercussão social da
controvérsia, representatividade adequada do pretendente.

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Controle de Constitucionalidade

Controle Concentrado de Constitucionalidade - Efeitos da Decisão


 “Erga omnes” – oponível a todos. Processo Objetivo
 Vinculante – vincular todos os órgãos do executivo (Federal, Estadual, Distrital e Municipal) e
do judiciário. Obs: o legislativo não fica vinculando pela decisão, visto que é quem exercer o
poder de legislar.
 “ex tunc” – diante da teoria da nulidade, a regra adotada no Brasil é que declarada a
inconstitucionalidade, a invalidade retroage desde a edição da lei. Contudo, a Lei 9868/1999,
no artigo 27, prevê a possibilidade de modulação dos efeitos “ex nunc” e para momento
futuro, em razão de segurança jurídico ou interesse social.
 Efeito repristinatório: declarada inconstitucionalidade de lei, que revogou lei anterior, esta lei
volta a vigorar, pois a lei anterior nunca existiu (nula). Trata-se de situação diversa da
repristinação entre leis, cuidado!
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Controle de Constitucionalidade

Controle Concentrado de Constitucionalidade – Técnicas de Decisão


Artigo 28, parágrafo único, da Lei 9868/1999

Declaração de Inconstitucionalidade com Redução de texto: a declaração de inconstitucionalidade


pode reduzir total ou parcialmente o texto de lei ou ato normativo. Ou seja, aqui a Corte funciona
como legislador negativo, suprimindo totalmente o texto de uma lei ou, apenas uma parcela dele
como expressões e palavras. Neste último caso, é indispensável que seja possível a divisibilidade
do texto normativo.

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Controle de Constitucionalidade

Controle Concentrado de Constitucionalidade – Técnicas de Decisão


Interpretação conforme a Constituição: a doutrina a ponta que a interpretação conforme serve
tanto como princípio de interpretação, quanto como técnica de decisão (Novelino). Enquanto
técnica de decisão, a interpretação conforme é utilizada em 3 sentidos:
A- Ato impugnado é considerado constitucional desde que interpretado no sentido fixado pelo
órgão jurisdicional;
B- Exclui-se uma das possíveis interpretações do dispositivo, por ser incompatível com a
Constituição – nesse sentido, a interpretação conforme equivale à declaração parcial de nulidade
sem redução de texto. Obs: a doutrina também costuma colocar a interpretação parcial sem
redução de texto como técnica própria, mas o STF costuma trata-la de maneira equivalente à
interpretação conforme.
C- Afastar uma norma validade de uma determinada incidência possível. Ao invés de ser
declarada inconstitucional, interpreta-se a norma afastando sua incidência em determinada
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Controle de Constitucionalidade

Controle Concentrado de Constitucionalidade – Ação Declaratória de Constitucionalidade –


Dicas Gerais
-Artigo 102, inciso I, “a” – apenas contra Lei Federal.
-Mesmo rol de legitimados da ADI;
-Admite “amicus curiae”
-Necessidade de demonstração de controvérsia judicial relevante para pedir a declaração de
constitucionalidade de uma lei. A lei presume-se constitucional, mas é relativa a presunção.
Quando há questionamentos no judiciário, a ADC serve para fixar de maneira absoluta a
constitucionalidade. Ou seja, deve haver insegurança ou incerteza na aplicação da lei.
-Natureza dúplice ou ambivalente – a ADC é a ADI de sinal trocado. Logo, se a ADC for julgada
IMPROCEDENTE, a lei é declarada inconstitucional; por outro lado, se a ADI é julgada
IMPROCEDENTE, a lei é declarada constitucional.
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Controle de Constitucionalidade

Controle Concentrado de Constitucionalidade – Ação Direta de Inconstitucionalidade por


Omissão
 Artigo 103, §º da CF e Regulada pela Lei 9868/1999 – alterada pela Lei 12.063/2009 – Normas
Constitucionais de Eficácia Limitada (lembrar Classificação da Eficácia das normas constitucionais). A
omissão pode ser TOTAL ou PARCIAL.
 Legitimidade: artigo 103, da CF
 Efeitos da ADO: artigo 103, §2º da CF e Artigo 12-h, §1º
Poder Competente: ciência ao poder competente sobre a omissão, sem previsão de prazo
Órgão administrativo: deverá suprir a omissão no prazo de 30 (trinta) dias ou em prazo razoável.
 Jurisprudência do STF:
 -ADI 3682 (omissão quanto à Lei para criação de Municípios – artigo 18, §4º da CF) recomendou prazo.
Realizada Emenda Constitucional convalidando os Municípios (EC 57/2008); ADO 24 e 25 STF fixou
prazo. www.cursocei.com
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Controle de Constitucionalidade

Controle Concentrado de Constitucionalidade – Ação Direta de Inconstitucionalidade por


Omissão
 ADO 26 – Criminalização da Transfobia:
 Tribunal, por unanimidade, conheceu parcialmente da ação direta de inconstitucionalidade por omissão.
Por maioria e nessa extensão, julgou-a procedente, com eficácia geral e efeito vinculante, para: a)
reconhecer o estado de mora inconstitucional do Congresso Nacional na implementação da prestação
legislativa destinada a cumprir o mandado de incriminação a que se referem os incisos XLI e XLII do art.
5º da Constituição, para efeito de proteção penal aos integrantes do grupo LGBT; b) declarar, em
consequência, a existência de omissão normativa inconstitucional do Poder Legislativo da União; c)
cientificar o Congresso Nacional, para os fins e efeitos a que se refere o art. 103, § 2º, da Constituição
c/c o art. 12-H, caput, da Lei nº 9.868/99; d) dar interpretação conforme à Constituição, em face dos
mandados constitucionais de incriminação inscritos nos incisos XLI e XLII do art. 5º da Carta Política,
para enquadrar a homofobia e a transfobia, qualquer que seja a forma de sua manifestação, nos diversos
tipos penais definidos na Lei nº 7.716/89, até que sobrevenha legislação autônoma, editada pelo
Congresso Nacional www.cursocei.com
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Controle de Constitucionalidade

Controle Concentrado de Constitucionalidade – Arguição de Descumprimento de Preceito


Fundamental
 Artigo 102, §1º CF: § 1º A argüição de descumprimento de preceito fundamental, decorrente desta
Constituição, será apreciada pelo Supremo Tribunal Federal, na forma da lei.
 Lei 9882/1990
 ADI 2231-8 – Diversos dispositivos da ADPF cuja constitucionalidade foram questionados, dentre os
quais o artigo 1º, parágrafo único, I – objeto da ADPF. Legislador teria ampliado cabimento da ADPF
contrariando a CF.
 Parâmetro: “Preceito Fundamental” – não é definitivo o conceito. A doutrina é bastante variável.
 Legitimados: artigo 103 da CF
 Objeto: artigo 1º, parágrafo único, I - Leis Municipais e normas pré- constitucionais. Obs: lembrar que é
cabível ADPF quando uma lei não é recebida por uma Emenda Constitucional – inconstitucionalidade
superveniente.
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Controle de Constitucionalidade

Controle Concentrado de Constitucionalidade – Arguição de Descumprimento de Preceito


Fundamental
 Subsidiariedade para o STF:
“...Ademais, não se pode admitir que a existência de processos ordinários e recursos
extraordinários deva excluir, a priori, a utilização da arguição de descumprimento de preceito
fundamental. Até porque, entre nós, o instituto assume feição marcadamente objetiva. Sendo
assim, é possível concluir que a simples existência de ações ou de outros recursos processuais
não poderá servir de óbice à formulação da arguição de descumprimento. Ao contrário, a
multiplicação de processos e decisões sobre um dado tema constitucional reclama, as mais das
vezes, a utilização de um instrumento de feição concentrada, que permita a solução definitiva e
abrangente da controvérsia.” (ADPF nº 347, de relatoria do Min. Gilmar Mendes)

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Controle de Constitucionalidade
Controle Concentrado de Constitucionalidade – Arguição de Descumprimento de Preceito
Fundamental
1)ADPF 45: possibilidade de intervenção judicial em políticas públicas, em caso de inércia do Poder
Legislativo e Executivo.
2)ADPF 54: possibilidade de interrupção da gravidez de feto anencéfalo.
3)ADPF 153: recepção da lei de anistia – conjugação com o julgamento da Corte Interamericana no caso
Gomes Lund vs. Brasil
4)ADPF 130: não recepção da lei de imprensa.
5)ADPF 132: constitucionalidade das Uniões Homoafetivas – interpretação conforme artigo 1723 do CC.
6)ADPF 347/MC: Estado inconstitucional das coisas no sistema carcerário. Obs: tutela de urgência em razão
de Pandemia
7)ADPF 548/MC: possibilidade de manifestação políticas em Universidades Públicas e Privadas
8)ADPF 165: homologação de acordo em razão de conflito de planos econômicos www.cursocei.com

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