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SUMÁRIO
CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE ............................................................................................................ 2
5- ESPÉCIES DE INCONSTITUCIONALIDADE ............................................................................................... 2
5.1- VÍCIO FORMAL .................................................................................................................................... 2
5.1.1- INCONSTITUCIONALIDADE FORMAL ORGÂNICA ............................................................................. 2
5.1.2- INCONSTITUCIONALIDADE FORMAL PROPRIAMENTE DITA............................................................ 2
5.2- VÍCIO MATERIAL ................................................................................................................................. 3

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CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE
5- ESPÉCIES DE INCONSTITUCIONALIDADE
O que se busca com esse tema é saber quando uma norma infraconstitucional padecerá
do vício de inconstitucionalidade, que poderá verificar-se em razão de ato comissivo ou por
omissão do Poder Público.

Fala-se, então, em inconstitucionalidade por ação (positiva ou por atuação), a ensejar a


incompatibilidade vertical dos atos inferiores (leis ou atos do Poder Público) com a
Constituição, e, em sentido diverso, em inconstitucionalidade por omissão, decorrente da
inércia legislativa na regulamentação de normas constitucionais de eficácia limitada.

Particularizando, a inconstitucionalidade por ação pode-se dar: a) do ponto de vista formal;


b) do ponto de vista material. Na medida em que o vício formal decorre de afronta ao devido
processo legislativo de formação do ato normativo, isso nos dá a ideia de dinamismo, de
movimento. Por sua vez, o vício material, por ser um vício de matéria, de conteúdo.

5.1- VÍCIO FORMAL


Podemos, então, falar em inconstitucionalidade formal orgânica, em
inconstitucionalidade formal propriamente dita.

5.1.1- INCONSTITUCIONALIDADE FORMAL ORGÂNICA


A inconstitucionalidade formal orgânica decorre da inobservância da competência
legislativa para a elaboração do ato. Para se ter um exemplo, o STF entende inconstitucional
lei municipal que discipline o uso do cinto de segurança, já que se trata de competência da
União, nos termos do art. 22, XI, legislar sobre trânsito e transporte.

5.1.2- INCONSTITUCIONALIDADE FORMAL PROPRIAMENTE DITA


Por sua vez, a inconstitucionalidade formal propriamente dita decorre da inobservância
do devido processo legislativo. O vício pode ocorrer em momentos distintos - na fase de
iniciativa ou nas fases posteriores

Vício formal subjetivo: o vício formal subjetivo verifica-se na fase de iniciativa. Tomemos
um exemplo: algumas leis são de iniciativa exclusiva (reservada) do Presidente da República,
como as que fixam ou modificam os efetivos das Forças Armadas, conforme o art. 61, § 1.º, I, da
CF/88. Iniciativa privativa, ou melhor, exclusiva ou reservada, significa, no exemplo, ser o
Presidente da República o único responsável por deflagrar, dar início ao processo legislativo da
referida matéria. Em hipótese contrária (ex.: um Deputado Federal dando início), estaremos
diante de um vício formal subjetivo insanável, e a lei será inconstitucional.

A sanção do projeto supre a falta de iniciativa do Poder Executivo. (Súmula 5


STF superada).

O desrespeito à prerrogativa de iniciar o processo de positivação formal do


Direito, gerado pela usurpação do poder sujeito à cláusula de reversa, traduz vício

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jurídico de gravidade inquestionável, cuja ocorrência reflete típica hipótese de


inconstitucionalidade formal, apta a infirmar, de modo irremissível, a própria
integridade jurídica do ato legislativo eventualmente editado. Dentro desse contexto
- em que se ressalta a imperatividade da vontade subordinante do poder constituinte
-, nem mesmo a aquiescência do Chefe do Executivo mediante sanção ao projeto de
lei, ainda quando dele seja a prerrogativa usurpada, tem o condão de sanar esse
defeito jurídico radical. Por isso mesmo, a tese da convalidação das leis resultantes
do procedimento inconstitucional de usurpação - ainda que admitida por esta
Corte sob a égide da Constituição de 1946 (Súmula 5) - não mais prevalece,
repudiada que foi seja em face do magistério da doutrina (...), seja, ainda, em razão
da jurisprudência dos Tribunais, inclusive a desta Corte (...). [ADI 1197, rel. min.
Celso de Mello, P, j. 18-5-2017, DJE 114 de 31-5-2017.]

Vício formal objetivo: por seu turno, o vício formal objetivo será verificado nas demais
fases do processo legislativo, posteriores à fase de iniciativa. Como exemplo citamos uma lei
complementar sendo votada por um quorum de maioria relativa. Existe um vício formal
objetivo, na medida em que a lei complementar, por força do art. 69 da CF/88, deveria ter sido
aprovada por maioria absoluta.

Outro exemplo seria uma PEC votada com quorum diferente do previsto no art. 60, § 2.º
(3/5 em cada Casa e em 2 turnos de votação). Se isso ocorrer, a emenda promulgada padecerá
de vício formal objetivo de inconstitucionalidade.

5.2- VÍCIO MATERIAL


Por seu turno, o vício material (de conteúdo, substancial ou doutrinário) diz respeito à
“matéria”, ao conteúdo do ato normativo. Assim, aquele ato normativo que afrontar qualquer
preceito ou princípio da Lei Maior deverá ser declarado inconstitucional, por possuir um vício
material. Não nos interessa saber aqui o procedimento de elaboração da espécie normativa,
mas, de fato, o seu conteúdo. Por exemplo, uma lei discriminatória que afronta o princípio da
igualdade.

Atenção: Observamos que uma lei pode padecer somente de vício formal,
somente de vício material, ou ser duplamente inconstitucional por apresentar tanto
o vício formal como o material.

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