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Parte I.

APLICABILIDADE DAS NORMAS


CONSTITUCIONAIS.
REFERÊNCIAS:

MORAES, ALEXANDRE DE. DIREITO CONSTITUCIONAL. SÃO PAULO: ATLAS, 2012.

SILVA, JOSÉ AFONSO DA. COMENTÁRIO CONTEXTUAL À CONSTITUIÇÃO. SÃO PAULO:


MALHEIROS, 2005.

 SILVA, JOSÉ AFONSO DA. APLICABILIDADE DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS. SÃO PAULO:
MALHEIROS, 2004.

VADE MECUM COMPACTO. SÃO PAULO: SARAIVA, 2014.

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APLICABILIDADE DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS.

As normas jurídicas,
inclusive as constitucionais,
são criadas para reger
relações sociais, condutas
humanas; enfim, para serem
aplicadas.
Esta consiste na
atuação concreta da
norma.
Mas uma norma só é
aplicável se estiver
aparelhada para incidir, o
que suscita várias questões,
como:
2
AS NORMAS JURÍDICAS
CONSTITUCIONAIS.

Será apta para


Será válida ou
Estará em vigor? produzir os efeitos
legítima?
pretendidos?

Precisará de
outras normas que Tem, ou não tem,
lhe desenvolvam o eficácia?
sentido?

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VIGÊNCIA.
 A Constituição – e assim as leis em geral –
contém uma cláusula de vigência; cláusula que
determina o momento em que ela começará
a vigorar e, com isso, tornar-se apta a
produzir os EFEITOS próprios de seu
conteúdo.
  VIGÊNCIA: tomada no seu sentido
técnico-formal de norma que foi regularmente
PROMULGADA E PUBLICADA, com a
condição de entrar em vigor em data
determinada. 4
VIGÊNCIA.
 A OBRIGATORIEDADE da lei decorre de sua
publicação. O ato promulgatório confere à lei certeza
quanto à sua existência e autenticidade.
 PROMULGAR: é ATESTAR que a ordem jurídica foi
inovada, declarando que uma lei existe e deverá ser
cumprida.
 PUBLICAR: A publicação consiste em uma
COMUNICAÇÃO dirigida a todos os que devem
cumprir o ato normativo, informando-os de sua
existência e de seu conteúdo, constituindo-se na inserção
do texto promulgado no Diário Oficial, para que se
torne de conhecimento público a existência da lei, pois é
condição de eficácia da lei. 5
Exemplos:
A Constituição do Brasil de 1967 foi promulgada em 24 de
janeiro de 1967, mas determinou, no seu artigo 189, que
entraria em vigor no dia 15 de março do mesmo ano.

A atual constituição de 1988 não trouxe cláusula de


vigência e de promulgação. Vários de seus dispositivos,
contudo, especialmente , das Disposições Transitórias,
estabelecem prazos de realização de situações a partir de
sua promulgação –
Entrada em vigor e sua promulgação:
05 de outubro de 1988 (publicada no Diário Oficial da
União n. 191 – A, de 05-10-1988).
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“VACATIO CONSTITUTIONIS”
É O PERÍODO QUE VAI DA PUBLICAÇÃO DO ATO
 ´´e é
PROMULGATÓRIO ATÉ A EFETIVA ENTRADA DA LEI EM VIGOR.

JUSTIFICAÇÃO: PORQUE FAZ A LEI MAIS E MELHOR CONHECIDA E


PORQUE PROPORCIONA ÀS AUTORIDADES INCUMBIDAS DE FAZÊ-LA
EXECUTAR E ÀS PESSOAS POR ELA ATINGIDAS, A OPORTUNIDADE DE
SE PREPAREM PARA A SUA APLICAÇÃO.

Durante a vacatio legis continuam em vigor as normas anteriores


reguladoras da mesma matéria e interesses, sendo, portanto, válidos os
atos praticados na sua conformidade.

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EFICÁCIA.
Uma norma só é APLICÁVEL
na medida em que é EFICAZ.
Eficácia e Aplicabilidade das
normas constitucionais
constituem fenômenos
conexos, aspectos do mesmo
fenômeno.

EFICÁCIA: potencialidade
da norma em produzir efeitos.
APLICABILIDADE:
produção efetiva de efeitos –
realizabilidade.
8
EFICÁCIA.
 Eficácia é a capacidade de atingir objetivos
previamente fixados como metas.
 Tratando-se de normas jurídicas, a eficácia
consiste na capacidade de atingir os objetivos
nela traduzidos, que vêm a ser, em última análise,
realizar os ditames jurídicos objetivados pelo
legislador.
 Por quê? A eficácia jurídica da norma designa a
qualidade de produzir, em maior ou menor grau,
efeitos jurídicos, ao regular, desde logo, as
situações, relações e comportamentos de que
cogita.
9
Eficácia e Aplicabilidade das normas constitucionais.

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Normas Constitucionais de Eficácia Plena.
(Requisitos).
Contenham vedações ou proibições.

Confiram isenções, imunidades e prerrogativas.

Não designem ógãos ou autoridades especiais a que


incubam especificamente sua execução.

Não indiquem processos especiais de sua execução.

Não exijam a elaboração de novas normas legislativas


que lhe completem o alcance e o sentido, ou lhes fixem o
conteúdo, porque já se apresentam suficientemente
explicítas na definição dos interesses nelas regulados.
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Normas Constitucionais de Eficácia Plena.
(Definição).

 “Sendo aquelas que, desde a entrada em


vigor da constituição, produzem, ou têm
possibilidade de produzir, todos os efeitos
essenciais, relativamente aos interesses,
comportamentos e situações, que o
legislador constituite, direta e
normativamente, quis regular”
 (J.H. Meirelles. Curso de Direito Constitucional. Rio de Janeiro: Forense, 1991, p. 317).

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Normas Constitucionais de Eficácia Plena.
(Exemplos)

Artigo
Artigo
Artigo
44,
Artigo
17,
5º, §
§ 1º,
76,
parágraf
15,
1º,
o4º, CF.
CF.
único,
CF.
CF
CF.
.
CF

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Normas Constitucionais de Eficácia Contida.
(Requisitos).

Solicitam a intervenção do legislativo ordinário, fazendo expressa remissão a


uma legislação futura – apelo de restrição.

Enquanto o legislador ordinário não expedir a normação restritiva, sua


eficácia será plena.

São de aplicabilidade direta e imediata, visto que o legsilador constituinte


deu normatividade suficiente aos interesses vinculados à matéria.

Algumas dessas normas já contêm um conceito ético jurídico (bons


costumes, ordem pública etc.) como valores sociais ou políticos a preservar
que implica a limitação de sua eficácia.
Sua eficácia pode ainda ser afastada pela incidência de outras normas
constitucionais, se ocorrerem certos pressupostos de fato (estado de sítio,
por exemplo).

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Normas Constitucionais de Eficácia Contida.
(Exemplos).

Artigo 5º, VIII, CF. Ningúem será privado de direitos por motivo de
crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as
invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se
a cumprir prestação alternativa, fixada em lei.

• (vide artigo 220, § 2º, CF e § º, do artigo 143 ).

Artigo 5º, XIII, CF. É livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou


profissão, atentidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer.

• (vide artigo 37, I, CF).

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Normas Constitucionais de Eficácia Limitada:

A) DECLARATÓRIAS DE PRINCÍPIOS INSTITUTIVOS OU ORGANIZATIVOS.

 Quando se menciona em normas definidoras


de princípios institutivos ou organizativos, a
palavra “princípio” se apresenta na
acepção própria de começo, de início, isto é,
são normas que contêm o início ou o
esquema de determinado órgão, entidade ou
instituição, deixando a efetiva criação,
estruturação ou formação para a lei
complementar ou ordinária.

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Normas Constitucionais de Eficácia Limitada:
A) DECLARATÓRIAS DE PRINCÍPIOS INSTITUTIVOS OU ORGANIZATIVOS.

A caracterização
fundamental das
normas constitucionais
de princípio institutivo
está no fato de
indicarem uma
legislação futura que
lhes complete a a
eficácia e lhes dê
efetiva aplicação.

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Normas Constitucionais de Eficácia Limitada:
A) DECLARATÓRIAS DE PRINCÍPIOS INSTITUTIVOS OU ORGANIZATIVOS .
(Exemplos).

Artigo 18, § 2º, CF. Os territórios federais integram a União, e sua


criação, transformação em Estado ou reintegração ao Estado de origem
serão reguladas em lei complementar.

Artigo 33, CF. A lei disporá sobre a organização


administrativa e judiciária dos Territórios.

Artigo 90, § 2º, CF. A lei regulará a organização e o funcionamento do Conselho


da República.

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Normas Constitucionais de Eficácia Limitada:

A) Princípio Programático.

 BREVE EXPLICAÇÃO TEÓRICA: O embate entre o


liberalismo, com seu conteúdo de democracia política, e o
intervencionismo ou o socialismo repercute nos textos das
constituições contemporâneas, com seus princípios de
direitos econômicos e sociais, comportando um conjunto
de disposições concernentes tanto aos direitos dos
trabalhadores como à estrutura de economia e ao
estatuto dos cidadãos. O conjunto desses princípios
forma o chamado conteúdo social das constituições. Vem
daí o conceito de constituição – dirigente, de que a
Constituição de 1988 é exemplo destacado, enquanto
define fins e programas de ação futura no sentido de uma
orientação social democrática.
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Normas Constitucionais de Eficácia Limitada:

A) Princípio Programático.
(Definição)

 “Regras jurídicas programáticas são


aquelas em que o legislador, constituinte
ou não, em vez de editar regra jurídica de
aplicação concreta, apenas traça linhas
diretoras, pelas quais se hão de orientar os
Poderes Públicos”
 (Pontes de Miranda. Comentários à Constituição de 1967 com a Emenda n. 1
de 1969, t. I/126 e 127). (grifo nosso).

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Normas Constitucionais de Eficácia Limitada:

A) Princípio Programático.
(EXEMPLOS)

A participação nos lucros, ou resultados, desvinculada da


remuneração, e, excepcionalmente, participação na gestão da
empresa, conforme definido em lei (artigo 7º, XI, CF).
• Proteção do mercado de trabalho da mulher,
mediante incentivos específicos, nos termos da lei
(artigo 7º, XX, CF).
A lei reprimirá o abuso do poder econômico que vise à
dominação dos mercados, à eliminação da concorrência e ao
aumento arbitrário dos lucros (artigo 173, § 4º, CF).
• A lei estabelecerá incentivos para a produção e o
conhecimento de bens e valores culturais (artigo
216, § 3º, CF).
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