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DIREITOS HUMANOS

Em 1948, pós segundo guerra mundial, foi promulgado pela ONU a Declaração
Universal dos Direitos Humanos. Sendo ela a maior conquista da humanidade.

 O que é Direitos Humanos?

- Humano: Homo Sapiens, homem, mulher ou criança, uma pessoa.

- Direitos: Liberdades que são garantidas, aquilo que é direito ou permitido.

- Direitos Humanos: Direitos que possuímos simplesmente por sermos


humanos. É algo que institivamente esperamos e merecemos ser tratados como
pessoa. Como direito de ser livre, falar, pensar e ser tratado como igual.

Tais direitos fazem com que o indivíduo possa vivenciar plenamente sua
condição biológica, psicológica, econômica, social, cultural e política. Os direitos
humanos se aplicam a todos os homens e servem como instrumento de proteção
contra qualquer ato de violência que possa negar sua condição humana. Tendo um
caráter universal, devem ser reconhecidos e respeitados por todos os homens, em
todos os tempos e sociedades.

EVOLUÇÃO HISTÓRICA

(https://www.youtube.com/watch?v=p-nP87rE2n4&list=WL&index=9)
https://www.youtube.com/watch?v=E-QVggVFKD0

Por muitos estudiosos, os Direitos Humanos dizem respeitos a características históricas


e fruto de determinados acontecimentos.
O capitalismo e a ordem econômica vigente desde o séc. XVIII, exerce grande
influência no desenvolvimento dos ideais modernos e, por consequência, dos Direitos Humanos.

 Contexto Histórico (1° Geração do DUDH)

Ao longo da história humana os direitos fundamentais, direitos humanos,


surgiram gradualmente por meio de lutas sociais. Locke e Rousseau no século XVII já
anunciaram a ideia de que o homem naturalmente tem direito à vida e à igualdade de
oportunidades (nascemos livres e iguais), sendo elas inatos e indispensáveis à sua
existência.

Antiga Pérsia: O exército de Ciro, O Grande, após conquistaram a cidade da


Babilónia, declarou a libertação de todos os escravos, liberdade religiosa e
estabeleceu a igualdade racial. Sendo todos os direitos escritos em um cilindro de
barro cozido, conhecido como “Cilindro de Ciro” e a primeira carta dos direitos
humanos.

Em seguida, diante de mais luta novos direitos foram conquistados pelos


homens, como:

- A Magna Carta – Inglaterra (estabeleceu limitação aos poderes do rei - Ele


devia seguir a lei e não podia mais reinar como bem entendesse. Foi um dos primeiros
documentos a conceder direitos aos cidadãos.

- Petição de Direitos: Documento criado pelo parlamento inglês mediante aos


abusos de poder do rei e das tropas após perderem o financiamento parlamentar.
Seguindo os seguintes termos: 1- Nenhum tributo pode ser cobrado sem o
consentimento do Parlamento, 2 - Nenhum súdito pode ser preso sem motivo
comprovado (reafirmação do direito de habeas corpus – proteger a liberdade individual
do direito de ir e vir), 3 - Nenhum soldado pode ser alojado na casa dos cidadãos e 4 -
a Lei Marcial (Unidade militar toma controle da administração) não pode ser usada em
tempo de paz.

Agora, os principais momentos históricos que marcaram a primeira geração:

 - Independência dos EUA: Thomas Jefferson escreveu a Declaração de


Independência dos Estados Unidos da América. a Declaração enfatizava dois temas:
os direitos individuais e o direito de revolução. Em sua Constituição (Bill Of Right),
houve limitação aos poderes do governo, proteção aos cidadãos de abusos e
acusações injustificadas, liberdade religiosa entre outros Direitos Fundamentais. Essas
ideias foram fortemente apoiadas pelos americanos e também influenciou
particularmente a Revolução Francesa.
Obs: A independência americana foi importante, pois mostrou
para as outras colônias americanas, que era possível se libertar de
suas metrópoles, mas sua contribuição se resumiu praticamente ao
seu território.

 - Revolução Francesa: Maior marco para a primeira geração dos Direitos


Humanos e principal influência para a criação da Constituição brasileira. Seus ideais,
assim como dos EUA, tinham como finalidade acabar com os abusos do antigo
regime, mas ao contrário da independência americana, ela não se limitou a França, e
sim possuía um objetivo mais universal sendo disseminado para outras nações.
Consolidando os Direitos e Garantias Individuais (igualdade formal).
Logo, o 1.º período, que se iniciou no final do sec. XVIII, tomou conta do século
XIX, ocupou-se da expansão e da consolidação dos direitos civis e políticos. Surgindo
então em virtude das lutas sociais conduzidas pela burguesia (titulares de poder
econômico e não político) o ESTADO LIBERAL e seu aspecto Democrático, visando a
LIBERDADE INVIDIDUAL (liberdade política, religiosa, locomoção, pensamento,
opinião etc).

Mais tarde, após Napoleão Bonaparte se torna imperador e por anos


negligenciar a democracia, a Europa guerreou contra tais abusos estabelecendo
novamente os Direitos Fundamentais. Infelizmente outras nações não estavam cientes
desses direitos, tendo em vista que os tratados internacionais se limitaram aos
europeus.

 Contexto Histórico (2° Geração do DUDH)

Ao invés de espalhar esses ideais (europeus), outras nações foram


colonizadas e tiveram seus direitos extintos pelos europeus.
A revolução industrial e primeira guerra mundial se tornaram palco para o
trabalho abusivo e servidão. Trazendo à tona a desigualdade social e estrutural.
- Mahatma Gandhi: Insistiu nos Direitos dos outros povos e mostrou para o
mundo que assim como a Europa, também tínhamos direitos fundamentais.
A segunda geração inaugura uma nova forma de Estado – Estado Social Pós
Guerra, voltada para prestações básicas como escola, saúde, oportunidades de
trabalho, transportes etc.
Logo, o 2.º período é dominado pela conquista dos direitos sociais e
econômicos e a transformação do Estado liberal em ESTADO SOCIAL DE DIREITO.
Chamado também de igualdade material.

 Contexto Histórico (3° Geração do DUDH)

Pós Segunda Guerra mundial, a humanidade se depara com um as


consequências dos atos de Hitler, levando a uma reflexão e necessidade de se
reafirmar os ideais democráticos por meio da garantia da diversidade cultural dos
povos. Promovendo também uma reconstrução dos direitos humanos.

Utilizando o Ordenamento Jurídico para justificar seus atos, houve a conclusão


de que a lei deve estar entrelaçada com princípios, ou seja, os direitos humanos
incorporados no ordenamento jurídico, tendo o direito moral paralelo a norma positiva.

A norma positivada é importante, mas sem uma interpretação utilizando a


moral como base, proporciona um retrocesso dos direitos fundamentais conquistados
ao longo da história humana. É importante ressaltar que a preocupação do Estado é
fornecer garantias válidas e eficácia para os direitos fundamentais, ao tempo em que
se empenha em aperfeiçoá-los continuamente, de modo a não os deixar engessados
em fórmulas solenes e vazias. Nasce então as ONGs, que lutam por interesses
coletivos e difusos.

Logo, o 3° período são os chamados direitos coletivos/transindividuais de um


ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITA, visando a FRATERNIDADE e
SOLIDARIEDADE.

Além da preocupação com o meio ambiente.

 Os Direitos Fundamentais devem estar presentes em todas as ideologias


politicas

O desenvolvimento dos Direitos Humanos esteve sempre ligado ao do capitalismo:


“Se analisarmos com mais detalhe o conteúdo dos direitos humanos nestes três
períodos, verificamos que as conquistas efetivamente consolidadas, apesar da sua aspiração
universalista, estiveram subordinadas às exigências do desenvolvimento do capitalismo nos
países centrais na medida em que procuram confrontar as suas consequências e não as suas
causas.” (BOAVENTURA, 1989, p.04)
Além disso, em todas os três períodos houveram como fator principal a desigualdade:
- Desigualdade Política: Que se traduz na dominação entre Estado Absoluto x Estado
Liberal.
- Desigualdade Socioeconômica: Estado Liberal x Estado Social
- Desigualdade Cultural: Que se traduz na necessidade de garantia do multiculturalismo
(existência de muitas culturas numa região, cidade ou país, com no mínimo uma predominante).

 O termo GERAÇÃO, não faz com que uma se exclua da outra. Todas as
gerações (ou chamadas de dimensões) são cumulativas.

https://www.youtube.com/watch?v=p-nP87rE2n4&list=WL&index=9

DIREITO NATURAL

São direitos decorrentes de sua própria natureza. Nasceu com a humanidade. É inerente
a existência humana.
A atribuição de direitos naturais ao indivíduo se inspira na ideia de que o homem é um
ser provido de sensibilidade e razão, capaz de se relacionar com o seu semelhante e de constituir
as bases do seu próprio viver.

DIGNIDADE HUMANA
https://www.youtube.com/watch?v=aO-tdxH5Vy4

 Princípios da dignidade humana:


- Liberdade;
- Igualdade;
- Fraternidade.

“Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São


dotados de razão e consciência e devem agir em relação uns aos outros com espírito
de fraternidade.”
É inegável o fato que todos, independentemente de sua etnia, cultura,
nacionalidade, espécie ou gênero devemos ser tratados com respeito. Incluindo os
animais e meio ambiente. Há uma biodiversidade dos direitos fundamentais que vai
além da pessoa humana.
A biodiversidade, desse modo, entrou na pauta de obrigações constitucionais a
ser cumprida pelo Poder Público, exigindo-se dele um papel atuante na preservação e
proteção das espécies e outros particulares. Respeitando o direito à vida em geral.

Obs.: A transformação do código genético de plantas, animais


ou microrganismos por meio da engenharia genética, já é uma
realidade. Mediante um comando químico na cadeia genética, é
possível obter um organismo geneticamente modificado, de melhor
resistência e adaptação às reais necessidades do homem, como
também é possível que se faça a reprodução de espécies a partir de
células outras que não os gametas, o que dá origem à espécimes
idênticos, os chamados “clones”.

Portanto as diferenças são permitidas e devem ser protegidas do preconceito e


inclusas socialmente justamente pelo fato de que nossa condição não altera nossa
natureza.
 O princípio da dignidade da pessoa humana se refere à garantia das
necessidades vitais de cada indivíduo, aquilo que é essencial, como: o direito de
questionar os valores, o direito à educação e o direito à informação (verdadeira e de
qualidade). Garantindo uma vida digna.
 O fundamento dos direitos humanos está baseado na ideia de dignidade
A dignidade é a qualidade que define a essência da pessoa humana, ou ainda
é o valor que confere humanidade ao sujeito.
Trata-se daquilo que existe no ser humano pelo simples fato de ele ser
humano.
A ideia de dignidade deve garantir a liberdade e a autonomia do sujeito.
 Para KANT, o homem por ser um ser racional, deve utilizar o direito
como instrumento para ser um fim, nunca um meio.
O homem deve construir o direito/ ordenamento para garantir a dignidade
humana. Na qual não podemos ser utilizados como meio.

“Eis por que o homem deve ser considerado como um fim em si mesmo, jamais
como um meio ou instrumento para a realização de algo (Kant, 1980). O homem é um
ser cuja existência constitui um valor absoluto - nada do que existe no mundo lhe é
superior ou equivalente.”

 A dignidade tem como características:


- Incondicional (existe independente de qualquer coisa);
- Incomensurável (não se pode medir ou avaliar sua extensão),
- Insubstituível (nada pode ocupar seu lugar de importância na nossa vida);
- Não admite equivalente (está acima de qualquer outro princípio ou ideia).

A dignidade possui um valor intrínseco, por isso uma pessoa não pode ter mais
dignidade do que outra. Quando colocamos um valor em alguém estamos a
objetificando, logo, retirando sua dignidade.
É difícil e gera muitos debates definir dignidade, todavia, ainda que esta noção
pareça confusa, complexa ou imprecisa, sempre é possível perceber quando ela é
negada, violada e esquecida. O sofrimento de pacientes em filas de hospitais públicos,
a condição de exclusão a que são submetidos os mendigos e crianças em situação de
risco, o drama dos desempregados e outros marginalizados sociais, estes são apenas
alguns exemplos da negligencia do homem perante o outro, assim sendo, quando se
defende os direitos desses indivíduos, é sempre em nome de uma dignidade que foi
negada/violada.
Mesmo sem uma definição, não a torna menos relevante. Devemos reconhecer
que esta existe como uma marca fundamental do sujeito.
 Racionalidade como fator diferenciador:
Na antiguidade acreditava-se na criação divina, em que o homem era imagem
e semelhança de Deus, por isso a dignidade é fruto de uma ordem divina.
Contudo, há quem acredita na natureza racional do homem. O homem é
detentor da razão, o torna essencialmente único e, portanto, diferente dos demais
seres. Assim, com ela, fomos capazes de criar a cultura, moral, direito e a dignidade
que lhe serve como fundamento.
Portanto, a dignidade é justificada pelo atributo que nos difere de outros seres,
a razão. Além de:
- Autonomia da sua vontade;
- Liberdade;
- Responsabilidade.

Obs.: Ser acional = Nasce livre e autônomo

O homem é um ser dotado de razão, mas também de emoção. Logo, pode-se


afirmar que nos tornamos diferentes dos outros animais porque, dentre outras
capacidades, usamos nossos sentimentos em prol dos nossos semelhantes e da
conquista de uma vida social justa e harmoniosa.
Somos dotados de vontade e isso permite na elaboração de normas de
conduta e na capacidade de agir livremente, controlando nossos instintos a favor de
nosso semelhante.
Infelizmente, a conclusão de que todos os seres humanos são dotados da
mesma dignidade, não evita que os homens continuem a sofrer violências e
discriminações por motivos sociais, culturais, políticos, étnicos, religiosos.
Por isso, falar em dignidade universal pode parecer uma ideia vaga, já que uma
vida verdadeiramente digna é reservada apenas a certas classes de indivíduos, ou
seja, àqueles que pertencem a determinados grupos sociais.

Obs.: O respeito, a garantia e a promoção da dignidade é um


processo que envolve avanços e conquistas, mas também está
sujeito a recuos e fracassos.
A FUNDAMENTAÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS

 FUNDAMENTAÇÃO JUSNATURALISTA
A dignidade humana nasce, não quando é reconhecido pelo direito (Positivados nas
Declarações de Direitos e Constituições), mas sim com o próprio homem, intrinsecamente
relacionada com a própria existência da humanidade e de seu desenvolvimento histórico,
político, econômico e social.
Sendo:
- Universais;
- Inalienáveis;
- Imprescritíveis.
Conclusão: A origem dos direitos naturais não é de Direito Positivo, mas sim do Direito
Natural; É natureza humana é comum e universal para todos os homens; direitos humanos
existem independentemente do seu reconhecimento ou não por determinada ordem jurídica.

 FUNDAMENTAÇÃO ILUMINISTA:
Culminou com a aprovação, no pós 2.ª Guerra, da DHDH de 1848, pela Assembleia das
Nações Unidas.
Seu fundamento é a racionalidade (razão e ciência)
O fim da Segunda Guerra Mundial significou uma total ruptura com o Positivismo
Jurídico, considerado o grande responsável por dar legitimidade às atrocidades do Nazismo.
Houve uma reconstrução do que achávamos ser direitos humano.

Obs.: Atualmente ainda há casos de ausência e violação destes Direitos, por


grupos sociais e governos, sendo eles consideradas ideias utópicas e isso se
deve pelo fato de não sermos capazes de concretiza-los.

Segundo Bobbio:” O problema grave do nosso tempo, com relação aos direitos
humanos, não é mais o de fundamentá-los e sim o de protegê-los”. Portanto, estamos diante de
uma crise, não mais sociológica ou filosófica, mas sim político.
O Estado e o Direto (ordenamento jurídico, normas) deve ser construído a fim de
respeitar e garantir os Direitos Fundamentais. O homem como ser racional nunca deve ser
objetificado (utilizado como meio - Instrumento), mas sim, o fim
Obs.: Se algo não tem preço, tem dignidade.
Para ser um cidadão peno é preciso ter nossos Direitos Fundamentais
garantidos.

Coma expansão da legislação, os Direitos Fundamentais deixaram de ser


exclusivamente uma forma de direito individual. Passaram a expressar, também, direitos sociais,
econômicos, culturais e políticos.
A II Conferência Mundial de Direitos Humanos, organizada pela ONU e realizada em
Viena, 1993, em sua Declaração e Programa de Ação (ONU. Doc. A/CONE 157/23), diz que:
“Todos os direitos humanos são universais, indivisíveis e interdependentes e estão
relacionados entre si. A comunidade internacional deve tratar os direitos humanos de forma
global e de maneira justa e equitativa, em pé de igualdade, dando a todos o mesmo peso. Deve-
se ter em conta a importância das particularidades nacionais e regionais, assim como aquelas
dos diversos patrimônios históricos, culturais e religiosos, porém, os Estados têm o dever,
sejam quais forem seus sistemas políticos, econômicos e culturais, de promover e proteger
todos os direitos humanos e as liberdades fundamentais” (Tradução livre do § 5).

 FUNDAMENTAÇÃO HISTÓRICA:

Os direitos humanos manifestam-se em diferentes contextos histórico.


Diferente do Jusnaturalista: naturais, universais e absolutos, fala-se de direitos
históricos, variáveis e relativos. Ainda mais, ao invés de atribuir um direito anterior e superior,
acredita-se na criação mediante a evolução histórica da sociedade.
Os direitos assegurados são frutos da evolução social e lutas da minoria. Conquistadas
ao longo da história mediante a necessidade da sociedade.
Primeiro foi conquistado na Revolução Francesa a Liberdade Individual (Estado
Liberal), mais adiante devido a desigualdade desenvolvida na Revolução Industrial e Pós 1°
Guerra, o Estado precisou intervir tendo uma postura mais ativa (e mínima), desenvolvendo a
Liberdade Social (Estado social). Por fim, Pós 2° Guerra mundial, em um contexto na qual
atrocidades foram legitimadas, o sentimento de Fraternidade aflorou, trazendo Direitos
Transindividuais/Coletivos.

 FUNDAMENTAÇÃO ÉTICA:
Os direitos humanos não podem ser apenas jurídicos, mas baseada em VALORES, em
uma fundamentação ética ou axiológica.
Direitos Humanos = Direitos Morais
Os homens possuem pelo fato de serem homens e portanto, um direito igual a seu
reconhecimento, proteção e garantia por parte do poder político e jurídico, independentemente
de qualquer contingência histórica ou cultural, característica física ou intelectual, poder político
ou classe social.
 Somente os direitos que tem a ver intrinsecamente com a ideia de dignidade humana,
podem ser considerados como direitos humanos fundamentais.
 Partindo deste prisma, e tendo por base como um dos valores fundantes, o da
dignidade da pessoa humana, pode-se chegar à conclusão que não existe uma única
fundamentação, senão diversas fundamentações para os direitos humanos.

Desafio Atual = Concretização dos Direitos


UNIVERSALISMO VERSUS
MULTICULTURALISMO E SUAS VERTENTES

Multiculturalismo: Vive-se uma era onde tudo pode ser relativo e nada absoluto. Um
simples caso jurídico pode tornar-se complexo na medida em que as partes demonstrem as
peculiaridades por trás dos acontecimentos. Com os direitos humanos não é diferente. É
necessário conhecê-los, muito além da tradição jurídica, respeitado a multiplicidade de
conceitos e posicionamentos progressistas, e desconstruindo os pensamentos discriminatórios.
Em meio a dificuldade metodológica de definir um fundamento universal, o relativismo
é a forma mais adequada de enxergar os direitos humanos como produtos de uma cultura,
todavia, não deve ser utilizado de forma intransigente, sob pena de torna-se, subjetivista e
contraditório.
O Relativismo se pauta, por tanto, no respeito à diferença, à diversidade e às
identidades culturais.
A mais forte crítica feita contra os argumentos relativistas diz respeito à utilização de
tais instrumentos como máscara a atos atentatórios aos Direitos Humanos. O mais claro
exemplo a ser dado de tais situações se dá no continente Africano e se caracteriza como a
chamada “mutilação genital feminina” ou “circuncisão feminina”.
O discurso relativista seria legitimador de práticas consideradas desumanas? Visto que
preza pelo multiculturalismo...
Não, em todas as culturas e sociedades, os indivíduos possuem valores comuns: De que
todo ser humano é igualmente digno de consideração e respeito.

Universalismo: O princípio da universalidade dos Direitos Humanos defende a


aplicação de tais direitos de maneira homogênea e mundial (aplicável a todos,
independentemente de raça, cor, nacionalidade ou religião), tendo por fundamento a dignidade
da pessoa humana, característica inerente a sua condição de ser humano. Como argumento, o
universalismo tem como objetivo acabar com a violação dos direitos fundamentais.
Exemplo pós Segunda Guerra Mundial, as atrocidades feitas à doutrina nazista, segundo
a qual apenas era cidadãos, sujeitos de direitos, aqueles que pertencessem à raça pura ariana.
Os autores que defendem esta doutrina não reconhecem o regionalismo, tendo em vista
que os direitos devem ser tratados de forma homogênea e igualitária em todos os países e
regiões do mundo.
Parte da doutrina entende que falar em direitos humanos universais é uma forma de
impor a cultura ocidental a todos os povos, sem considerar que os direitos humanos devem
preservar a diversidade cultural.
A pergunta: É POSSÍVEL A UNIVERSALIZAÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS
SEM QUE ISSO REPRESENTE UMA IMPOSIÇÃO DE UMA CULTURA SOBRE A
OUTRA? Ou melhor, da cultura ocidental sobre as demais?
Em um contexto globalizado, É preciso analisar a universalização dos Direitos
Humanos frente à diversidade cultural. Deve ser aceito o mínimo universal, não podendo impor
uma uniformidade.
Os direitos universais não podem ser impostos e utilizados para exterminar uma cultura,
padronizando seus ideais, comportamentos e moral.
O universal deve ser, unicamente, a ideia de dignidade humana, diferenciando-se a
partir das formas de obtê-la. Neste sentido, o universalismo da dignidade não remete à
imposição de uma forma particular, mas no desenvolvimento de maneiras adequadas onde todos
os humanos possam empoderar-se.

 Artigo 27. 1. Todo ser humano tem o direito de participar livremente da vida
cultural da comunidade, de fruir as artes e de participar do processo científico e
de seus benefícios.”

O artigo 27 trata da diversidade cultural. A Declaração resguarda, tutela o direito da


participação da vida cultural
 Artigo 16 da declaração estabelece: “O casamento não será válido senão com o
livre e pleno consentimento dos nubentes.”

Sabe-se que em vários países, como por ex., na Índia, há casamentos arranjados entre as
famílias.
A conclusão a que se chega é a de que a Declaração dos Direitos Humanos não serve
para nada mais do que enumerar quais seriam os direitos a serem respeitados caso todas as
sociedades fossem justas, igualitárias, com um bom nível de desenvolvimento social e
econômico, ou seja, idealmente perfeitas.
 Mesmo neste contexto de diversidade cultural, os direitos humanos podem ser
universalizáveis, desde que respeitadas as especificidades de cada cultura.
 Existem valores que são comuns e válidos para todas as culturas = princípios comuns
éticos para toda a humanidade.
 É possível a universalização de direitos humanos sem que isso se apresente como uma
imposição de uma cultura sobre a outra, reconhecendo os direitos válidos para todos os seres
humanos, sem um discurso dominante.
Nota-se que as correntes universalista e relativista devem unir-se, tendo como objetivo
alcançar de forma efetiva e concreta o maior número possível de cidadãos mundiais. Tal
objetivo será, então, alcançado se o universalismo conceituar direitos básicos (que sirvam de
base para que os relativistas desenvolvam direitos culturais, de forma a gerar o reconhecimento
e o acolhimento de tais direitos em todos os lugares do mundo.
Os direitos humanos não devem igualar, mas – ao contrário – devem assegurar a
individualidade de cada um e do grupo social ao qual pertence.

DIREITOS HUMANOS X DIREITOS FUNDAMENTAIS

Direitos fundamentais são aqueles reconhecidos dentro do ordenamento jurídico. Está


no rol de direitos que precisam ser estabelecidos dentro do direito.

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