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direitos fundamentais
como direitos humanos
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Introdução
Nem sempre todas as pessoas foram sujeitos de direitos. A luta por liber-
dade, igualdade e participação política advém desde as sociedades anti-
gas. As sociedades baseadas na escravização de seres humanos sempre
tiveram a perspectiva de diferenciação entre quem tem direitos e quem
não tem. As mulheres também eram vistas como seres inferiores. O Estado
absolutista, em nome da soberania e do seu interesse, desconsiderava
qualquer direito individual.
A Revolução Francesa e o seu ideário de igualdade, liberdade e fra-
ternidade marcaram a conquista dos primeiros direitos fundamentais.
A luta dos trabalhadores, cem anos depois, ampliou esses direitos. No
século XX, a Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH) efetivou
os direitos fundamentais para toda a humanidade.
Apesar de uma história de centenas de anos, a luta pela efetivação
dos direitos fundamentais é contínua. A violação de direitos por nações,
instituições e pessoas ainda é uma realidade mundial que afeta a dig-
nidade humana. Portanto, neste capítulo, você vai ler sobre a teoria e a
prática dos direitos fundamentais como direitos humanos.
14 Teoria e prática dos direitos fundamentais como direitos humanos
Direitos fundamentais
Os direitos fundamentais são os direitos de todas as pessoas expresso na
Constituição de um país, os quais nem mesmo o Estado pode violar, em
hipótese alguma. Mas nem sempre foi assim. Os direitos fundamentais fazem
parte de uma construção histórica, que vem desde as sociedades antigas, no
qual chegou-se a “[...] um rol mínimo de direitos humanos escrito, derivado
da soberana vontade popular” (MORAES, 2011, p. 1).
Em momentos históricos longínquos, sempre houve um grupo de pessoas ao
qual eram negados direitos. Por exemplo, nas sociedades antigas aos escravizados,
não eram garantidos os direitos fundamentais. Assim, a liberdade como direito
fundamental só foi possível a todos após o fim da escravidão no século XIX.
Na Idade Média, o preceito cristão apresentava o homem como imagem e
semelhança de Deus. Mesmo que esse seja o período histórico em que todas as
respostas eram encontradas em determinações divinas, esse discurso foi utilizado
para diferenciar as pessoas que tinham e as que não tinham direitos. Assim, a
sociedade medieval era organizada em castas, nas quais um grupo era escolhido
por Deus para liderar, sendo pecado mortal questionar a organização social. Essa
forma de organização do poder é chamada de Estado teocrático, no qual as normas
que determinam as ações estatais estão baseadas em determinações religiosas.
O conceito de direitos fundamentais foi se desenvolvendo na construção
do Estado moderno, momento em que o poder absoluto do soberano, o Abso-
lutismo, começou a ser questionado. Assim, a resposta de todas as perguntas
não mais se sustentava na concepção divina. A sociedade também iniciou
suas descobertas científicas em todas as áreas, ocasião que foi chamada de
Iluminismo, pois trouxe a luz da ciência e da razão às trevas da Idade Média.
poder político;
povo;
território.
O Iluminismo surgiu no século XVIII e pode ser definido como um movimento social,
cultural e político que contrariou a teocracia. A teocracia tem na religião suas verdades
e respostas e existe desde as sociedades antigas, com a organização social baseada
em perspectivas de divindades. O Iluminismo contrapõe essas ideias e busca respostas
na razão, utilizando a ciência como base.
Nesse momento, a burguesia foi uma classe revolucionária que conquistou uma
inversão da relação Estado-cidadão. A relação então passou a ser baseada na
vontade soberana do povo sobre o Estado.
A 13ª Emenda (2016), uma produção original da plataforma de streaming Netflix, que
concorreu ao Oscar de melhor documentário, apresenta as consequências para a
população negra da opção norte-americana por desconsiderar negros e negras como
sujeitos de direitos em sua Constituição. A principal consequência está no grande
número de negros na população carcerária norte-americana atualmente.
Link
O link a seguir apresenta um mapa mental produzido pelo site Brasil Escola. Nele,
podemos perceber que o aumento do controle da Inglaterra sobre a riqueza produzida
pelas colônias americanas foi a causa que culminou na Revolução Americana. O apoio
francês contribuiu para que a independência seja reconhecida e demonstrou os ideais
iluministas presentes em sua Declaração.
https://goo.gl/e9rx55
Link
https://goo.gl/szSqRr
Existe um debate entre juristas sobre direitos fundamentais de quarta e quinta ge-
rações, mas não há consenso nessa conceituação. Esses seriam direitos ligados ao
desenvolvimento tecnológico da sociedade globalizada.
direito de greve;
limitação da jornada de trabalho;
férias remuneradas.
Link
https://goo.gl/kYtY9p
24 Teoria e prática dos direitos fundamentais como direitos humanos
A DUDH foi inspirada na Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão por entender
que a Declaração de 1789 conseguia sintetizar em 17 artigos os direitos humanos
fundamentais. Mas o que era apenas para uma classe se ampliou para todos. Por meio
de 30 artigos, a DUDH conseguiu sintetizar o lema da Revolução Francesa: liberdade,
igualdade e fraternidade.
A família tem um poder central na DUDH, sendo apresentada como núcleo fundamental
da sociedade, a qual deve ser protegido pelo Estado.
trabalho;
saúde;
convivência familiar e comunitária;
educação;
cultura;
lazer;
vida digna.
Link
https://goo.gl/1pJpcB