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REVOLUÇÃO FRANCESA

Era um período de pobreza e miséria para os súditos franceses,


estavam todos submissos ao poder do rei, onde este detinha todo o poder
político e econômico da época, o que gerou enorme crise fiscal onde poucos
tinham muito, e muitos tinham pouco. Tal desigualdade levou pensadores e
intelectuais a fundarem um movimento denominado Iluminismo, onde eles
levantavam a bandeira de que todos eram iguais em direitos e deveres. A
revolução se estendeu por 10 anos (1789-1799), com banho de sangue dos
dois lados da revolução.

Sob uma ótica mais aprofundada, vemos certa hipocrisia por parte dos
Iluministas e revolucionários que estavam contra o reinado do rei Luís XVI.
Estes lutaram a ferro e fogo por liberdade e igualdade em direitos, ainda
proclamaram a Declaração Universal dos direitos do homem e do cidadão,
onde em um de seus artigos estabelecia que a liberdade consistia em ‘’poder
fazer tudo o que não prejudique os outros’’. Eles guilhotinaram centenas de
pessoas em nome da liberdade, alguns afirmam que tais atos cruéis são
justificáveis pelo fato de que a situação do país estava em declive e apenas
uma revolução por parte dos oprimidos e intelectuais poderia reduzir as
desigualdades e descentralizar o poder.

A revolução se fundamentava por parte dos intelectuais em princípios


de que o homem nasce livre e igual, assim, não havia motivo para um ter o
poder que de direito era de todos. Essa ideia é usada por Rousseau em
‘’Contrato Social’’, disse ‘’o homem nasceu livre, mas por toda parte se
encontra a ferros’’, tal ideal explorado por Rousseau se assemelha a ideia
estudada por Hobbes no quesito de que todos nascem livres em seu estado de
natureza, entretanto, o estado de natureza de Hobbes é um estado onde o
homem tem liberdade de fazer o que bem entender, não há nada que o
impeça, inclusive, ainda diz ele, que os homens têm direito aos corpos uns dos
outros.

A batalha travada por homens até então sem direitos em cima


daqueles que possuíam todo o poder, nos deixou um legado histórico de que
nós, homens, não devemos nos submeter a vontade de alguém e que esta
vontade e poder sejam mais fortes que nossos direitos a liberdade e igualdade,
pois do povo emana o poder.

DECLARAÇÃO DOS DIREITOS DO HOMEM E DO CIDADÃO

Durante a revolução, fora proclamada a Declaração dos direitos do


Homem e do cidadão, onde ela previa e impunha direitos e deveres aos
homens que segundo ela própria, nasciam livres e iguais. O documento foi
proclamado 1789, e inverte a ideia antiga do pensamento político onde o poder
é o pastor e o povo é o rebanho. Dessa inversão ideológica, nasce o Estado
moderno, primeiramente liberal, onde os indivíduos que reivindicam o poder
soberano é apenas uma parte da sociedade, logo em seguida democrático, no
qual são potencialmente todos a fazer tal reinvindicação, e por último, social,
onde todos que agora detém o poder soberano, reivindicam os direitos sociais
e à liberdade. O Estado deixa de ser um e passa a ser todos, o mais
apropriado seria que todos participassem ativamente da política, para que
todos exercessem sua soberania, entretanto, é inviável que todos se reúnam
para discutir como administrar o Estado, assim, emergem os conceitos de que
todos cedam um pouco de sua soberania à alguns, que em nome do povo, irão
administrar o Estado.

A Declaração não tem poder constitutivo, apenas declaratório,


entretanto, seus fundamentos e as causas que a cercam, fizeram dela, molde
para diversas Constituições, inclusive a Constituição da República Federativa
do Brasil de 1988, que em seus direitos e garantias fundamentais asseguram a
todos os mesmos direitos e deveres que estão na Declaração dos direitos do
homem e do cidadão. Isso mostra a grande divisão de águas que a revolução e
a declaração ocasionaram, inspirando países a adotar o mesmo regime de
garantia à direitos e deveres fundamentais estabelecidos na declaração.

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