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Antigo Regime 

é a denominação do sistema político e social da França anterior


à Revolução Francesa (1789).

Durante o Antigo Regime, a sociedade francesa era constituída por diferentes


estados: clero, nobreza e burguesia.

No degrau mais alto estava o rei, que governava segundo a Teoria do Direito
Divino na qual afirmava que o poder do soberano era concedido por Deus.

O termo foi aplicado depois da revolução para diferenciar os dois tipos de


governo.

Características do Antigo Regime


Política

A política do Antigo Regime se caracterizava pelo Absolutismo.

Este consistia na concentração da autoridade política sobre o rei com o apoio


da teoria do direito divino, desenvolvida pelo filósofo Jean Bodin. Existia uma
assembléia que reunia os três estados, mas esta só podia ser convocada quando
o rei decidisse.

O último rei a governar a França durante o Antigo Regime foi Luís XVI (1754 -
1793), da dinastia Bourbon, que morreu na guilhotina.

Economia

Durante o Antigo Regime, vigorava o mercantilismo, um conjunto de normas


econômicas onde o Estado organizava e intervinha na economia.

Segundo as ideias mercantilistas, a riqueza de um país estava baseado no


monopólio, na acumulação de metais e na regulação da economia pelo Estado.

Veja também: Mercantilismo
Sociedade

A sociedade do Antigo Regime se dividia em estamentos compreendidos entre


clero, nobreza, burguesia e camponeses. O clero e a nobreza eram livres de
impostos que recaíam sobre burgueses e camponeses.

Por sua parte, o rei governava sob a teoria do direito divino centralizando as
decisões do executivo, legislativo e judiciário. Para isto, ele era apoiado pela
Igreja Católica.
Os três estados do Antigo Regime: o clero, a nobreza e a burguesia
Veja também: Sociedade Estamental
Primeiro Estado

O primeiro estado era representado pelo clero. A França era um país católico e


à Igreja cabia os registros de nascimento e falecimento, a educação, os
hospitais, e, claro, a vida religiosa dos franceses.

A Igreja exercia forte influência sobre o governo porque várias figuras do alto
clero, como cardeais, bispos e arcebispos, eram conselheiros do rei. Entretanto,
havia o baixo clero, que atuava nas zonas rurais e pequenas cidades e que não
possuíam bens.

A Igreja estava isenta de impostos e era proprietária de terras e imóveis. Desta


forma, conseguiu acumular grande riqueza.

No entanto, o Rei interferia nos assuntos eclesiásticos e aproveitava das


cerimônias religiosas para reafirmar seu poder como representante de Deus na
Terra.

Veja também: Igreja Medieval


Segundo Estado
O segundo estado era constituído pela nobreza, pessoas com títulos
hereditários e que ocupavam cargos importantes no governo.

Os nobres eram proprietários de terras e viviam exaltando luxo. A fim de não


rivalizarem com o poder do rei, haviam sido cooptados pelo monarca para
viverem em Versalhes, na corte francesa.

A nobreza se dividia conforme a antiguidade dos seus títulos, pois alguns


nobres os haviam recebido na época das Cruzadas.

Por sua parte, havia nobres que eram antigos burgueses que conseguiram
chegar a essa condição por terem comprado títulos de nobreza ou por se
casarem com nobres que estavam empobrecendo.

Assim como o clero, não pagavam impostos e acumulavam cargos no governo


francês.

Veja também: Absolutismo
Terceiro Estado

Na base da sociedade francesa estava às pessoas comuns, o terceiro estado,


que correspondia a 95% da população. Nessa classe, estavam os burgueses,
ricos comerciantes e profissionais liberais.

Nessa camada também estavam os camponeses e criados dos nobres, que


enfrentavam dificuldades para manter condições mínimas de sobrevivência,
como alimentação e vestuário.

Sobre o terceiro estado recaía pesada tributação e era o único dos estados que
pagava impostos.

Veja também: Burguesia
O Iluminismo e o Antigo Regime
O iluminismo foi um movimento intelectual francês ocorrido entre os séculos
XVII e XVIII e que questionava o modelo econômico, social e político da Idade
Média. Para eles, nada de bom aconteceu nesta época e os iluministas a
classificaram como "Idade das Trevas".

Apoiado em uma nova visão a respeito de Deus, da razão, da natureza da


humanidade, o iluminismo teve significativa influência sobre o pensamento
revolucionário.
Os iluministas defendiam que os objetivos da humanidade são o conhecimento,
a liberdade e a felicidade. Além disso, queriam um governo onde os poderes
estivessem divididos e o papel do soberano fosse limitado.

Veja também: Iluminismo
Crise no Antigo Regime

A crise econômica provocou a revolta dos camponeses e dos trabalhadores urbanos


A partir de 1787, a velha organização política e social francesa começou a ser
questionada através das ideias iluministas.

Também contribuíram para isto a crise financeira na qual a França mergulhou


após o fracasso das colheitas de trigo nos anos de 1787 e 1788, e os gastos
militares na Guerra de Independência dos Estados Unidos.

O fracasso no campo não impediu o aumento da cobrança de impostos ao


terceiro estado, que passa a exigir melhores condições sociais e a reforma do
governo.

O rei convocou a Assembléia dos Estados Gerais para encontrar uma solução
para a crise financeira. Contudo, tanto o primeiro, como o segundo estado não
aceitavam abdicar os privilégios e integrar o regime de recolhimento de
tributos.
O desenho da revolução ocorria com a organização da burguesia e do baixo
clero, que conseguiram a instituição da monarquia constitucional.

A Revolução Francesa e o fim do Antigo Regime


A Revolução Francesa provocou o fim do Antigo Regime na França e
posteriormente, na Europa.

A burguesia estava ressentida da exclusão do poder e rejeitava os últimos


vestígios do anacrônico feudalismo.

Por sua parte, o governo francês estava à beira da falência; o aumento da


população elevou proporcionalmente o descontentamento com a falta de
alimentos e o excesso de impostos.

No contexto ideológico, as ideias iluministas defendiam uma nova ordem e a


teoria do direito divino deixou de ser aceita.

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