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Feudalismo

O feudalismo foi um sistema político, econômico e social que existiu na Europa Ocidental durante
o período medieval. Seu auge aconteceu entre os séculos XI e XIII.

O feudalismo foi um sistema político, econômico e social típico da Europa Ocidental durante
a Idade Média, principalmente na Baixa Idade Média. Seu auge aconteceu durante os séculos XI e
XIII, entrando em crise a partir de então. O feudalismo teve seu processo de formação iniciado
com a desagregação do Império Romano, no século V.

Esse sistema foi marcado por uma sociedade estamental que se organizava com base em três
classes sociais: o clero, a nobreza e os servos. A economia girava em torno do feudo e da
exploração da terra, mas um crescimento comercial significativo aconteceu a partir do século XI,
permitindo o surgimento da burguesia e o crescimento urbano.

Resumo sobre feudalismo

 O feudalismo foi um sistema político, econômico e social que existiu na Europa Ocidental
durante a Idade Média.
 Ficou marcado por uma sociedade estamental e pela dependência e exploração do solo.
 A sociedade feudal era formada por clero, nobre e servos.
 A economia feudal dependia da agricultura, mas, a partir do século XI, houve um
crescimento comercial.
 Esse sistema entrou em crise a partir do século XIV devido a múltiplos fatores.

O que é o feudalismo?

O feudalismo é entendido como o sistema político, econômico e social que regeu a sociedade
da Europa Ocidental durante a Idade Média, em especial na Baixa Idade Média. Esse sistema
também se relacionou com a ideologia vigorante nesse período e teve uma forte ligação com as
relações de vassalagem e com o feudo.

No vocabulário medievalista, o feudo era a terra explorada pelos servos. Sendo assim, a
produção de riqueza nesse sistema se dava mediante a posse e exploração da terra. Esses feudos
pertenciam ao rei, sendo distribuídos aos senhores por meio de juramentos de fidelidade. Esses
senhores, por sua vez, permitiam que os servos explorassem a terra.

O feudalismo foi resultado de séculos de uma formação que levou em consideração traços da
cultura romana e da cultura latina. Os historiadores entendem que o auge desse sistema se deu
entre os séculos XI e XIII. Entre os séculos V e X, o feudalismo esteve em formação à medida que
o continente se alterava.

Qual a origem do feudalismo?

As origens do feudalismo passaram diretamente pela desgregação do Império Romano do


Ocidente, um processo de crise do Império Romano que levou ao fim de sua porção ocidental, em
476. A desagregação foi acompanhada das invasões germânicas, além de uma forte crise
econômica.
A insegurança e a violência trazidas pelas invasões germânicas levaram à ruralização da
Europa, isto é, a um processo de esvaziamento das cidades e aglomeração da população nas
regiões rurais da Europa Ocidental. Isso contribuiu diretamente para estabelecer uma relação entre
o servo, aquele que procurava uma terra para viver, e o senhor, o dono da terra — disso surgiu o
colonato.

Esse processo foi acompanhado por outros, como o declínio do comércio e a formação de
diversos reinos bárbaros, que, no longo prazo, contribuíram para a consolidação das relações de
homenagem (juramento de lealdade). A formação do feudalismo também passou
pelo fortalecimento da Igreja Católica no continente europeu.

A concentração de riqueza baseada na posse da terra, aliada com a formação de diferentes reinos,
permitiu o estabelecimento de um grupo aristocrático que controlava a sociedade em aspectos
políticos, econômicos e militares. A Igreja Católica ainda serviu como meio para dar sustentação
ideológica a esse regime.

Como era a sociedade feudal?

A sociedade feudal ficou conhecida pela sua pouca mobilidade, sendo assim, as classes são
chamadas de estamentos, tendo seu papel na sociedade muito bem definido. Um bispo francês
do século XI chamado Adalberão de Laon definia a sociedade medieval em três grupos: os que
oravam, os que guerreavam e os que trabalhavam.

Essa definição nos ajuda a entender a divisão da sociedade feudal: os três grupos que a formavam
eram o clero, a nobreza e os servos.

 Clero: era formado pelos representantes da Igreja Católica, sendo a classe social mais rica e
poderosa, que detinha o maior número de terras e tinha forte influência sobre os reinos
europeus.
 Nobreza: era formada pelos reis e nobres que mantinham juramentos de fidelidade com
os monarcas. Controlavam terras e possuíam servos trabalhando em seus domínios, sendo
também os responsáveis pela administração do reino. Por fim, era a classe que detinha o
poder militar e que guerreava quando necessário.
 Servos: eram aqueles quem trabalhavam nas terras da nobreza, devendo pagar impostos
estabelecidos pelas leis feudais. Estavam presos à terra em que trabalhavam e só poderiam
abandoná-la com uma autorização do senhor feudal. Era quase impossível para um servo
ascender socialmente na Europa feudal.

Como era a economia feudal?

A economia feudal era agrícola e dependia da exploração da terra para que a riqueza fosse
produzida. Pode ser dividida em duas fases, sendo que a primeira, até por volta do século X, era
marcada por um comércio muito fraco e pela quase inexistência de moedas circulantes.

A partir do século XI, a produção agrícola aumentou devido ao aprimoramento nas técnicas de
produção, o que trouxe uma melhoria na produtividade das colheitas. Além disso, a quantidade de
terra cultivada também aumentou devido à drenagem de pântanos e à derrubada das florestas.
Esse aumento na produção gerou um excedente, permitindo um crescimento do comércio e
do uso da moeda. Feiras itinerantes surgiram na Europa, e muitos comerciantes passaram a se
estabelecer aos redores das cidades europeias, formando os burgos. Essas mudanças
pavimentaram o caminho para o fim do feudalismo.

No feudalismo, os servos também eram obrigados a pagar impostos para os senhores feudais e
para a Igreja. Entre esses impostos, estavam:

 A talha: o servo deveria dar uma parte do que ele produziu para o senhor feudal (dono da
terra).
 As banalidades: os servos deveriam pagar pelo uso dos equipamentos do senhor feudal
em seu feudo.
 A corveia: obrigava o servo a trabalhar na colheita do senhor feudal durante um período
da semana.

O que foi a vassalagem no feudalismo?

Uma parte importante do feudalismo foram as relações de vassalagem — o termo juramentado


que ligava os senhores feudais ao rei. Nesse acordo, um rei cedia terras para o nobre que
jurasse fidelidade a ele, permitindo que esse nobre explorasse essas terras e os servos que nelas
trabalhassem. Tal fidelidade fazia com que o vassalo tivesse obrigações a cumprir com o rei
sempre que fosse convocado, em especial quando se tratava de dever militar.

Aquele que prestava o juramento era o vassalo e aquele que o recebia era o suserano. Esse
sistema surgiu no Império Carolíngio, e por meio dele os monarcas conseguiram estabelecer uma
rede de fidelidade que lhes garantia apoio, embora também os tornasse dependentes de seus
vassalos.

Quais as principais causas para a crise do feudalismo?

A partir do século XIII, as transformações em curso na Europa levaram o feudalismo a enfrentar


uma crise, que levou ao fim desse sistema político, econômico e social. A seguir, confira os
principais aspectos dela:

 Surgimento da burguesia: o fortalecimento do comércio e a consolidação dos burgueses


contribuíram para maior diversificação econômica, reduzindo a importância da posse e
exploração da terra.
 Crescimento demográfico e urbano: a maior disponibilidade de alimentos permitiu um
aumento populacional, criando uma pressão sobre a servidão. Muitos servos compraram
suas liberdades ou simplesmente fugiam e se estabeleciam nas cidades.
 Fortalecimento do poder real: os reis passaram a fortalecer o seu poder, reduzindo sua
dependência dos nobres.

Além disso, a abertura da Europa durante as Cruzadas; o fortalecimento econômico e político da


burguesia; a peste negra; a crescente contestação à Igreja Católica; e o Renascimento contribuíram
diretamente para o fim do feudalismo. Caso queira se aprofundar no tema deste tópico, leia: Crise
do feudalismo.
Estado Absolutista

Estado absolutista é um regime político surgido no fim da Idade Média.

Também chamado de Absolutismo se caracteriza por concentrar o poder e autoridade no rei e de


poucos colaboradores.

Nesse tipo de governo, o rei está totalmente identificado com o Estado ou seja, não há diferença
entre a pessoa real e o Estado que governa.

Não há nenhuma Constituição ou lei escrita que limite o poder real e tampouco existe um
parlamento regular que contrabalance o poder do monarca.

Origem do Estado Absolutista

O rei Luís XIV é considerado o modelo do monarca absolutista


O Estado Absolutista surgiu no processo de formação do Estado Moderno ao mesmo tempo que a
burguesia se fortalecia.

Durante a Idade Média, os nobres detinham mais poder que o rei. O soberano era apenas mais um
entre os nobres e deveria buscar o equilíbrio entre a nobreza e seu próprio espaço.

Durante a transição do feudalismo para o capitalismo houve a ascensão econômica da burguesia e


do Mercantilismo. Era preciso outro regime político na Europa centro-ocidental que garantisse a
paz e o cumprimento das leis.

Por isso, surge a necessidade de um governo que centralizasse a administração estatal.

Desta maneira, o rei era a figura ideal para concentrar o poder político e das armas, e garantir o
funcionamento dos negócios.

Nesta época, começam a surgir os grandes exércitos nacionais e a proibição de forças armadas
particulares.

Exemplos de Estados Absolutistas

Ao longo da história, com a centralização do Estado Moderno, várias nações passaram a formar
Estados Absolutistas. Eis alguns exemplos:

França

Considera-se a formação do Estado francês sob reinado dos reis Luís XIII (1610-1643) e do rei Luís
XIV (1643-1715) durando até a Revolução Francesa, em 1789.

Luís XIV limitou o poder da nobreza, concentrou as decisões econômicas e de guerra em si e seus
colaboradores mais próximos.
Realizou uma política de alianças através de casamentos que garantiu sua influência em boa parte
da Europa, fazendo a França ser o reino mais relevante no continente europeu.

Este rei acreditava que somente "um rei, uma lei e uma religião" fariam prosperar a nação. Deste
modo, inicia uma perseguição aos protestantes.

Inglaterra

A Inglaterra passou um longo período de disputas internas devido às guerras religiosas, primeiro
entre católicos e protestantes e, mais tarde, entre as várias correntes protestantes.

Este fato foi decisivo para que o monarca concentrasse mais poder, em detrimento da nobreza.

O grande exemplo de monarquia absolutista inglesa é o reinado de Henrique VIII (1509-1547) e o


de sua filha, a rainha Elizabeth I (1558-1603) quando uma nova religião foi estabelecida e o
Parlamento foi enfraquecido.

A fim de limitar o poder do soberano, o país entra em guerra e somente com a Revolução
Gloriosa estabelece as bases da monarquia constitucional.

Espanha

Considera-se que a Espanha teve dois períodos de monarquia absoluta.

Primeiro, durante o reinado dos reis católicos, Isabel e Fernando, no final do século XIV, até o
reinado de Carlos IV, que durou de 1788 a 1808. Isabel de Castela e Fernando de Aragão
governaram sem nenhuma constituição.

De todas as formas, Isabel e Fernando, deviam estar sempre atentos aos pedidos da nobreza tanto
de Castela como de Aragão, de onde procediam respectivamente.

O segundo período é o reinado de Fernando VII, de 1815 -1833, que aboliu a Constituição de
1812, restabeleceu a Inquisição e retirou alguns direitos da nobreza.

Portugal

O absolutismo em Portugal começou ao mesmo tempo que se iniciavam as Grandes Navegações.


A prosperidade trazida com os novos produtos e os metais preciosos do Brasil foram
fundamentais para enriquecer o rei.

O reinado de Dom João V (1706-1750) é considerado o auge do estado absolutista português,


pois este monarca centralizou na coroa todas as decisões importantes como a justiça, o exército e
a economia.

O absolutismo em Portugal duraria até a Revolução Liberal do Porto, em 1820, quando o rei Dom
João VI (1816-1826) foi obrigado aceitar uma Constituição.

Mercantilismo
O Mercantilismo foi o conjunto de ideias e práticas econômicas, desenvolvidas na Europa no séc.
XV, durante a Idade Moderna.

Segundo o mercantilismo, a fonte de riqueza de uma nação se baseava no comércio com o


mercado exterior e no acúmulo de metais preciosos.

Principais características do Mercantilismo

O mercantilismo apresentou alguns elementos comuns nos diferentes países em que foi aplicado.
Vejamos:

Controle estatal da economia

Os reis, com o apoio da burguesia mercantil, foram assumindo o controle da economia nacional,
visando fortalecer ainda mais o poder central e obter os recursos necessários para expandir o
comércio.

Dessa forma, o controle estatal da economia tornou-se a base do mercantilismo.

Balança comercial favorável

Consistia na ideia de que a riqueza de uma nação estava associada a sua capacidade de exportar
mais do que importar.

Para que as exportações superassem sempre as importações (superávit), era necessário que o
Estado se ocupasse com o aumento da produção e na busca de mercados externos para a venda
dos seus produtos.

Monopólio

Os governos, interessados numa rápida acumulação de capital, estabeleceram monopólio sobre as


atividades mercantis e manufatureiras, tanto na metrópole como nas colônias.

Donos do monopólio, o Estado concedia à burguesia, através das Companhias de Comércio, o


direito de explorar o comércio de pessoas escravizadas, a venda de produtos agrícolas, etc.

A burguesia, favorecida pela concessão exclusiva, comprava pelo preço mais baixo o que os
colonos produziam e vendiam pelo preço mais alto tudo o que os colonos necessitavam. Dessa
forma, a economia colonial funcionava como um complemento da economia da metrópole.

Protecionismo

Protecionismo significa proteger o mercado interno de um país.

Através do aumento das tarifas alfandegárias, que elevava os preços dos produtos importados, os
governos garantiam o mercado interno para os produtores nacionais.

O protecionismo também ocorria através da proibição de se exportar matérias-primas que


favorecessem o crescimento industrial do país concorrente.
Metalismo

Os mercantilistas defendiam a ideia de que a riqueza de um país era medida pela quantidade de
ouro e prata que possuíssem.

Por isso, houve a busca por regiões na América onde fosse possível extrair estes metais preciosos.

Origem do Mercantilismo

O mercantilismo começou a surgir na Baixa Idade Média (X a XV), época em que teve início o
processo de formação das monarquias nacionais.

Porém, foi somente na Idade Moderna (XV a XVIII) que ele se firmou como política econômica
nacional e atingiu o seu desenvolvimento.

Ao passo que as monarquias europeias foram se firmando como Estados modernos, os reis
recebiam o apoio da burguesia comercial, que buscava a expansão do comércio para fora das
fronteiras do país.

Além disso, o Estado lhe concedia o monopólio das atividades mercantis e defendia o comércio
nacional e colonial da interferência de grupos estrangeiros.

Transição do Feudalismo para o Capitalismo


O que é Capitalismo?

O capitalismo é um sistema econômico baseado na posse de terra e de bens. Ele surge no século
XV, com a crise do feudalismo e segue até os dias atuais.

Claro que o capitalismo que surge nesse momento, é bem diferente do qual temos hoje em dia.
Para elucidar, veja abaixo as três fases que passou o capitalismo:

 Capitalismo Comercial ou Mercantil (pré-capitalismo) – do século XV ao XVIII


 Capitalismo Industrial ou Industrialismo – séculos XVIII e XIX
 Capitalismo Financeiro ou Monopolista –século XX e XXI

Resumo

Diversas mudanças nos campos social, cultural, econômico, político foram marcando uma nova
fase na Europa. Elas resultaram na crise do sistema feudal que esteve baseado numa economia
agrária e de subsistência, dando início ao pré-capitalismo ou “capitalismo comercial”.

Essa primeira fase do capitalismo vigorou do século XV ao XVIII e foi determinada pelo sistema
mercantilista, por isso, é também chamada de "Capitalismo Mercantil". Ele visava o acúmulo de
riquezas e de capital, e ainda, a comercialização de bens com vistas a aumentar o lucro.
Muitos fatores contribuíram para essa transição, por exemplo, o surgimento de uma nova classe
social, a burguesia. Os burgueses foram contribuindo para o aumento e aceleração da economia
mercantil através do surgimento da moeda.

Sendo assim, o escambo que antes era praticado no sistema feudal, foi perdendo lugar para um
novo modelo econômico baseado no comércio.

Nessa fase, o Renascimento, movimento artístico e cultural que teve início na Itália, foi inserindo
uma nova visão do lugar do homem no mundo. Ele esteve vinculado ao humanismo, que por sua
vez, estava inspirado no antropocentrismo (homem no centro do mundo).

Além disso, o cientificismo a partir de diversas descobertas e invenções, foi primordial para que a
Igreja enfraquecesse seu poder, que no sistema feudal era indiscutível, e que aos poucos, foi
perdendo muitos fiéis.

Um exemplo significativo foi o sistema heliocêntrico (Sol no centro do universo), proposto por
Copérnico, em detrimento do sistema geocêntrico (Terra no centro do Universo), disseminado pela
Igreja.

Nessa fase, o crescimento das cidades fortaleceu ainda mais o comércio (Renascimento comercial
e urbano), donde as feiras livres se tornaram essenciais para que terminasse definitivamente o
sistema feudal do medievo.

As grandes navegações demostraram essa nova postura do homem moderno, com a exploração
de novas terras no continente americano, resultando ainda mais na expansão do comércio.

As Grandes Navegações
Chamam-se Grandes Navegações as expedições marítimas realizadas por europeus entre os
séculos XV e XVI.

Os pioneiros na expansão marítima europeia foram os portugueses e os espanhóis, seguidos pelos


ingleses, franceses e holandeses.

Diversos fatores possibilitaram a Grandes Navegações como o aprimoramento das técnicas de


navegação, a necessidade de metais preciosos e de se descobrir um novo caminho marítimo para
as Índias.

Por fim, não podemos esquecer os motivos religiosos, algo importantíssimo naquela época. Deste
modo, os europeus também queriam expandir a fé cristã às novas terras.

Resumo da história das grandes navegações

Com a tomada de Constantinopla pelos turcos em 1453, o comércio entre a Ásia e a Europa sofreu
um abalo. Os produtos que ali chegavam aumentaram de preço devido aos impostos que os
turcos passaram a cobrar dos europeus.

Por isso, comerciantes de Veneza e Gênova, que monopolizavam o comércio marítimo, buscaram
alternativas para chegar às Índias. Isto vinha ao encontro do projeto de expansão marítima de
Portugal e do Reino de Castela. Desta forma, os interesses de distintos grupos voltavam-se para
patrocinar as navegações pelo oceano Atlântico.

A aliança entre o rei e a burguesia também contribuiu de maneira decisiva para a expansão
comercial e marítima. Nesta época, os monarcas queriam centralizar o poder, num movimento
histórico conhecido como absolutismo.

O rei possuía prestígio, mas pouco poder e dinheiro. A burguesia tinha dinheiro, mas não poder,
nem prestígio. Desta forma, rei e burguesia apoiaram e financiaram expedições para a África, Ásia
e a América, e assim alcançar seus objetivos.

Portugal foi o pioneiro na realização de grandes viagens marítimas. Voltado para o Atlântico e sem
possibilidade de expandir-se na Península Ibérica, os portugueses preferiram aventurar-se no Mar
Oceano.

No início do século XV, Portugal tornou-se o centro de estudos de navegação, através do estímulo
do infante D. Henrique, o Navegador.

Este príncipe reunia em sua residência, em Sagres, Algarve, navegadores, cosmógrafos,


cartógrafos, mercadores e aventureiros a fim de ensinarem e aprenderem os segredos dos mares.

Além disso, D. Henrique patrocinou inúmeras viagens que possibilitaram a exploração da costa da
África.

As grandes navegações portuguesas

O pioneirismo português começa em 1415 com a conquista de Ceuta, uma cidade que era um
importante entreposto comercial.

Vejamos a cronologia das navegações portuguesas:

 1415 – chegada à Ceuta, no norte da África.


 1419 – ocupação da Ilha da Madeira.
 1431 – Gonçalo Velho chega aos Açores
 1434 – o Cabo do Bojador é superado pelos navegadores
 1444 – descoberto o arquipélago de Cabo Verde.
 1471 – ocupadas as ilhas de são Tomé e Príncipe
 1482 – o navegador Diogo Cão entra no rio Congo e estabelece contatos no território de Angola
 1488 – Bartolomeu Dias dobra o Cabo da Boa Esperança.
 1498 – Vasco da Gama atinge Calicute, na costa oeste da Índia.
 1500 – Pedro Álvares Cabral oficializa a existência de terras no sul da América e segue rumo à
Ásia, objetivo final da esquadra.
 1500 – em 10 de agosto, Diogo Dias encontra a ilha de Madagascar.
 1505 – os portugueses assinam um tratado com os governantes do Ceilão (Sri Lanka).
 1507 – a ilha de Ormuz (atual Irã) é atacada por Alfonso de Albuquerque
 1510 – tomada de Goa por Alfonso de Albuquerque.
 1511 – Francisco Serrão aporta em Malaca (Malásia).
 1512 – chegada dos portugueses a Timor.
 1543 – estabelecida as relações comerciais entre portugueses e japoneses.
 1557 – as autoridades chinesas permitem os portugueses a ficarem em Macau.

As grandes navegações espanholas

O segundo país europeu a se aventurar nas Grandes Navegações foi a Espanha, quase oitenta
anos depois de Portugal. As expedições contaram com o apoio, principalmente, de Isabel de
Castela.

O navegante Cristóvão Colombo pensava ser possível atingir as Índias por outro caminho a oeste.
Para isso, as caravelas deveriam abandonar a rota segura que margeava a costa africana e seguir
pelo oceano aberto.

Colombo pediu ajuda aos reis portugueses, mas foi rechaçado. Partiu para o reino de Castela,
onde sua ideia foi considerada louca por alguns e, por outros, fantástica. Conseguiu convencer
especialmente a rainha de Castela, Isabel I, interessada em expandir seus territórios por mais
distantes que fossem.

Em sua primeira viagem, Cristóvão Colombo desembarcou nas Bahamas, acreditando ter
alcançado as Índias. Somente em 1504 desfez-se o engano, quando o navegador Américo
Vespúcio confirmou tratar-se de um novo continente. Mesmo assim, até a morte, Colombo
sustentava que ele havia atingido o subcontinente indiano.

Consequências das Grandes Navegações

A expansão marítima europeia deixou marcas em todos os continentes.

A Europa percebeu que havia mais povos, línguas e costumes, do que os conhecidos até então. Na
maioria das vezes, o encontro de culturas foi repleto de violência.

Nas Américas, a vida dos indígenas nunca mais seria a mesma. Os colonizadores trouxeram
consigo uma nova forma de organização econômica, política e social. Desta mistura, sempre
desigual, nasceu as sociedades híbridas da América Latina.

A África foi o palco da deportação de milhares de pessoas que foram reduzidas à escravidão. Nas
Américas, os negros escravizados aprenderam a se reinventar e misturaram suas crenças e
costumes com os alimentos nativos e aqueles oferecidos pelo colonizador.

Os reinos asiáticos permitiram que os europeus se estabelecessem em seu território de maneira


restrita. A circulação de europeus só era permitida nos portos e mesmo assim, constantemente
vigiados. Isto não impediu que os produtos asiáticos chegassem à Europa e modificassem as
modas e a arte daquele momento.

Desta maneira, as consequências das grandes navegações são sentidas até hoje, pois foi este
movimento que permitiu a difusão da sociedade europeia nos quatro continentes.

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