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É, em decorrência deste conjunto de razões, que os camponeses lutam no Brasil em duas

frentes, uma
para entrar na terra, para se tornarem camponeses proprietários, e em outra frente, lutam para
permanecerem na
terra como produtores de matérias-primas para a indústria e alimentos fundamentais à sociedade
brasileira

Assentamento
Acampamentos e assentamentos constituem-se em novas formas de luta de quem já lutou ou de
quem resolveu lutar pelo direito à terra livre e ao trabalho liberto. A terra que vai permitir aos
trabalhadores - donos do tempo que o capital roubou e construtores do território comunitário
e/ou coletivo que o espaço do capital não conseguiu reter à bala ou por pressão -
reporem-e/reproduzirem-se, no seio do território da reprodução geral capitalista. (137)

Reforma agrária
A reforma agrária constitui-se, portanto, em um conjunto de ações governamentais realizadas
pelos países capitalistas visando modificar a estrutura fundiária de uma região ou de um país
todo. Ela é feita através de mudanças na distribuição da propriedade e ou posse da terra e da
renda com vista a assegurar melhorias nos ganhos sociais, políticos, culturais, técnicos,
econômicos (crescimento da produção agrícola) e de reordenação do território. Este conjunto de
atos de governo deriva de ações coordenadas, resultantes de um programa mais ou menos
elaborado e que geralmente, exprime um conjunto de decisões governamentais ou a doutrina de
um texto legal (oliveira, 2007, p. 89)

BECKER, Bertha. <Geopolítica da Amazônia – a nova fronteira de recursos.> In: As


amazônias de Bertha Becker: ensaios sobre geografia e sociedade na região amazônica. :
vol. 1. Org. Ima Célia Guimarães Vieira. Rio de Janeiro: Garamond, 2015.

“Isto significa que toda estratégia de apropriação na fronteira é uma estratégia de luta pelo
domínio do espaço por determinados grupos sociais.” (BECKER, 2015, p. 236).

COELHO, Fabiano. Entre o bem e o mal: representações do MST sobre os


presidentes FHC e LULA (1995 – 2010), 2014. 440 f. Tese (Doutorado em História) –
Universidade Federal da Grande Dourados, Dourados-MS, 2014.

MEDEIROS, Leonilde S. de. e LEITE, Sergio. Apresentação. In: Assentamentos Rurais: mudança
social e dinâmica regional. Rio de Janeiro. Maud, 2004.

Essa intervenção pública provoca uma reordenação de relações no poder local: assentar
significa reconhecer uma situação de conflito, determinados agentes sociais, demandas,
muitas das quais até então ignoradas, e, possivelmente, permite sua transformação em
direitos reconhecidos, o que implica introduzir uma mediação legal na disputa. (MEDEIROS e
LEITE, 2004, p.22).
Em se tratando de um processo de mudança desejada, a constni9ao do assentado exige sua
incorporação num processo de desnaturalização dos modos de vida anteriormente
consagrados e de percepção de que Integra, como ator concorrente, um campo de disputas
pela defini9ao da sociedade desejada segundo interesses específicos. Para tanto, e
fundamental a intervenção de mediadores externos, especialmente no initio do processo,
colaborando para a emergência dos mediadores constituídos entre os próprios trabalhadores
em processo de assentamento. (NEVES, 1999, p.5)

INTRODUÇÃO

José de Souza Martins /páginas 113 – 114

Sobre as frentes de explanação e pioneira (antropologia e geografia)

Os primeiros têm procurado analisar situações, como a do campesinato, nas áreas de


expansão da sociedade nacional, a parir da dinâmica capitalista da sociedade, ou seja, a partir
daquilo que ela nem sempre tem sido caracteristicamente na frente de expansão, mas daquilo que ela
e caracteristicamente na retaguarda, nos centros de decisão política e econômica. Os segundos,
trabalhadores com o conceito de frente pioneira, estão pensando no progresso, na acepcao burguesa e
positivista da palavra, no avanço sobre “novas” áreas
daquilo que há de mais caracteristico no mundo capitalista: a ferrovia, o banco, a casa de comercio, o
dinheiro, as relacoes capitalistas, o empresario, o empregado.

Na Amazônia (e no Maranhão) as relações, refletem a expansão das relações


capitalistas e, portanto, a construção do território capitalista, esta construção,
ainda que não transforme tudo em relações em capitalistas, se alimenta de
relações não capitalista para garantir a produção do capital.
O território capitalista está em disputa:
 Luta pelo território dos indígenas e afrodescendentes quilombolas
 Luta pela terra dos camponeses
 Apropriação privada da terra pelos capitalistas
O campesinato não constitui um outro território, ele está no interior do território
capitalista assim como o latifundiário.

Quilombola e Indígena, ainda que ele tenha elementos que se aproximem do


camponês, eles possuem especificidades que o diferem.
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Indígenas e Quilombolas
Título I. DOS PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS
Artigo 4º. A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações
internacionais pelos seguintes princípios:
III – autodeterminação dos povos
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