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HISTÓRIA

QUESTÕES do manual, página 39 (09/02/2021)

1.) O objetivo da OTAN (NATO) era “salvaguardar a liberdade, herança comum e


civilização dos seus povos, fundadas nos princípios da democracia, das liberdades
individuais e do respeito pelo direito” (doc.23).
2.) A organização (NATO) foi criada em 1949, no contexto da Guerra Fria, com o objetivo
de constituir uma frente oposta ao bloco comunista. E desta forma, a NATO tinha, na
sua origem, um significado e um objetivo paralelos, no domínio político-militar, aos do
Plano Marshall no domínio político-económico.
3.) A NATO propõe que “as partes acordam que um ataque armado contra uma ou mais
de entre elas (…) cada uma delas, no exercício do direito de legitima defesa, individual
ou coletiva, que reconhece no artigo 51 da Carta da Nações Unidas, assistirá a Parte ou
Partes assim atacadas, tomando imediatamente, individualmente ou de acordo com as
demais, as ações que julgue necessárias, incluindo o emprego da força armada, para
restabelecer e assegurar a segurança na região do Atlântica Norte.”
4.) A OTASE propõe “as nações aqui representadas não podem reunir exércitos terrestres
tão imponentes como aqueles de que o comunismo internacional dispõe na Asia. Se as
nações livres procurassem manter importantes forças terrestres em toda a parte onde
existe perigo no Mundo, contribuiriam para a sua própria destruição. No que diz
respeito aos Estados Unidos, as suas responsabilidades são tão vastas e tão dispersas
que pensamos ser mais útil o desenvolvimento do efeito dissuasor de uma força de
embate móvel, acompanhada das nossas reservas colocadas em pontos estratégicos”.
5.) O “cerco americano” tinha como finalidade, garantir que a URSS não avançasse para
esses países.

SÍNTESE: (09/02/2021)
O tempo da Guerra Fria – A consolidação de um mundo bipolar
O afrontamento entre as duas superpotências e os seus aliados prolongou-se até meados dos
anos 80, altura em que o bloco soviético mostrou os primeiros sinais de fraqueza. Durante este
longo período, os EUA e a URSS intimidaram-se mutuamente, gerando um clima de hostilidade
e insegurança que deixou o mundo num permanente sobressalto.

É este clima de tensão internacional que designamos por Guerra Fria. Guerra Fria: Expressão
criada para designar o estado de tensão entre os EUA e a URSS a seguir à 2ª guerra mundial,
que se caracterizou pelo facto de as duas potências não registarem qualquer confronto direto,
mas interferirem em conflitos à escala regional em campos opostos. A guerra fria foi uma
autêntica “guerra de nervos” em que cada bloco se procurou superiorizar ao outro. Uma
gigantesca máquina de propaganda inculcava nas populações a ideia da superioridade do seu
sistema e a rejeição e o temor do lado contrário, ao qual se atribuíam as intenções mais
sinistras e os planos mais diabólicos.
Mais do que ambições hegemónicas das duas superpotências, eram duas conceções opostas
de organização política, via económica e estruturação social que se confrontavam: de um lado,
o liberalismo, assente sobre o princípio da liberdade individual; do outro, o marxismo, que
subordina o indivíduo ao interesse da coletividade.

O Mundo Capitalista: A política de alianças dos Estados Unidos Em termos


político-militares, a aliança entre os ocidentais não tardou também a oficializar-se.
A tensão provocada pelo bloqueio de Berlim acelerou as negociações que conduziram, em
1949, ao Tratado do Atlântico Norte, firmado entre os Estados Unidos, o Canadá e 10 nações
europeias. A operacionalização deste tratado deu origem à Organização do Tratado do
Atlântico Norte – OTAN (ou NATO, em inglês).

O pacto da OTAN é bem demonstrativo da desconfiança que então impregnava as relações


internacionais. A aliança apresenta-se, assim, como uma organização puramente defensiva,
empenhada em resistir a um inimigo que está omnipresente: a União Soviética. Esta sensação
de ameaça e a vontade de consolidar a sua área de influência lançaram os EUA numa autêntica
“pactomania” que os levou a constituir um vasto leque de alianças, um pouco por todo o
mundo.

Para além da OTAN, firmaram-se alianças multilaterais na América. Estas alianças foram
complementadas com diversos acordos de carácter político e económico, de tal forma que,
cerca de 1959, 3 quartas partes do mundo alinhavam, de uma forma ou de outra, pelo bloco
americano.

QUESTÕES do manual das páginas 40, 41, 42; exercícios da professora (10/02/2021)
A partir do texto informativo e dos documentos das páginas 40 e 41.

1.) Carateriza os modelos Social democrata e a Democracia cristã.


O modelo Social Democrata defende o pluralismo democrático e dos princípios da
livre-concorrência económica com o intervencionismo do Estado, cujo objetivo é o de
regular a economia e promover o bem-estar dos cidadãos. Renunciando, muitas vezes,
a toda a referência marxista, social-democracia contenta-se em redistribuir a riqueza
assim obtida pelos cidadãos, através do reforço da proteção social.
O modelo da Democracia cristã tem origem na Doutrina Social da Igreja, que condena
os excessos do liberalismo capitalista, atribuindo ao poder político a missão de zelar
pelo bem comum. Consideram os democratas-cristãos que o plano temporal e o
espiritual, embora distintos, não podem separar-se. Os princípios do cristianismo
devem enformar todas as ações dos cristãos, incluindo a sua vivência política.
Propõem, por isso, uma orientação profundamente humanista, alicerçada na
liberdade, na justiça e na solidariedade.

2.) Enumera as reformas económicas e sociais defendidas por estes 2 modelos.


A Democracia cristã advoga condições justas de trabalho e o reforço económico do
Estado, que assegurar condições de vidas dignas a todos os cidadãos. Enquanto a
Social-democracia advoga o controlo estatal dos setores-chaves e uma forte tributação
dos rendimentos mais elevados, contentando-se a redistribuir a riqueza assim obtida
pelos cidadãos, através do reforço da proteção social. E mesmo partindo de ideologias
diferentes ambas convergem no propósito de promover reformas económicas e sociais
profundas. Paralelamente, os modelos revêm o sistema de impostos, reforçando o
caráter progressivo das taxas. Este princípio, que onera os rendimentos dos mais ricos
e gera grandes receitas, permitiu assegurar uma redistribuição mais equitativa da
riqueza nacional, sob a forma de auxílios sociais.
3.) Explica em que medida estas propostas contribuem para aprofundar o modelo de
Estado Providência.
Estas propostas contribuem para o aprofundamento do Estado Providência na medida
que o Estado é o principal agente económico do país, o que lhe permite exercer a sua
função reguladora da economia, garantir o emprego e definir a politica salarial.

A partir do texto informativo e dos documentos da página 42 e da abordagem relativa a


este tema que fizemos no período anterior à 2ª guerra mundial:

1.) Esclarece o conceito de ESTADO PROVIDÊNCIA.


Estado Providencia, era um Estado intervencionista, isto é, defendia-se que devia
caber um papel ativo de organizador da economia e regulador do mercado, através do
New Deal (designação dada á política implementada nos EUA, a partir de 1933, que
através de reformas económicas sociais combateu a depressão (ou crise) dos anos 30.
2.) Enumera medidas adotadas por países que seguiram este modelo.
Os países que seguiram este modelo, adotaram medidas como: a distribuição de
dinheiro aos pobres; instituíram reformas para casos de velhice/invalidez; garantiram
um salário mínimo e reduziram o horário para 40 horas semanais; desenvolveram
obras públicas como construção de estradas, vias, etc.; fixação dos preços para os
produtos industriais; concessão de empréstimos e de indemnização aos agricultores;
reorganizaram a atividade bancária; desvalorização da moeda e controlo da inflação.
3.) Identifica os objetivos destas medidas
Os objetivos, era a recuperação económica, foram se desenvolvidas obras públicas
como forma de criar emprego; diminuiu-se as horas de trabalho também para
aumentar a empregabilidade isto porque, como as horas foram reduzidas era
necessário contratar mais trabalhadores para repor essas horas; fixou-se os preços
para evitar a especulação dos produtos; etc. Todas as medidas tinham como objetivo
de fornecer á população o básico, e também para aumentar a economia.

PÁGINA 42

1.) Fundamentalmente os democratas cristãos introduziram que a “ideologia cristã


deve tomar de novo lugar do materialismo e os princípios da ética cristã devem
substituir os princípios materialistas”, e “que não deve confinar-se ao Estado mas
antes enformar a base de todos os aspetos da vida dos indivíduos, dos povos e das
nações”; também criou uma “legislação social que iguale operários e patrões na
gestão e na responsabilidade dentro das empresas”, o que terá como
“consequência uma nova ordem económico-social e uma divisão justa dos ganhos,
contribuindo para desvanecer a luta de classes.”
2.) No documento 25B, observamos a cisão do Partido Social Democrata com o
comunismo, “os socialistas querem realizar a liberdade e a justiça, enquanto os
comunistas se aproveitam das brechas da sociedade para instaurar a ditadura do
seu partido.” Este modelo distancia-se do tradicional modelo capitalista, isto
porque “num Estado democrático, todos os poderes devem submeterem-se ao
controlo público. O interesse da comunidade deve permanecer acima dos
interesses individuais. Numa economia e numa sociedade definidas pela procura
do lucro e do poder, a democracia, a segurança social e a liberdade individual
encontram-se ameaçadas”.
3.) O alto grau de nacionalização dos setores de energia e dos transportes visível no
documento 26B, deveu-se a um vasto programa de nacionalizações que atingiu os
transportes, a produção de energia, bancos, entre outros. O Estado tornou-se, por
esta via, o principal agente económico do pais, o que lhe permite exercer a sua
função reguladora da economia, garantir o emprego e definir a política salarial.
4.) As medidas de fundo tomadas pelos Estados-providência para aniquilar “os
gigantes” Doença, Ignorância e Miséria; foram “a segurança social deve ser
organizada através da cooperação entre o Estado e o individuo. Ao Estado
compete proporcionar segurança através dos serviços e prestações sociais. O
Estado ao estabelecer uma ajuda mínima á escala nacional, deve encorajar o
individuo a procurar espontaneamente obter mais do que esse mínimo para si e
para a sua família”.

Síntese (10/02/2021)
A política económica e social das democracias ocidentais
No fim da 2ª guerra mundial, o conceito de democracia adquiriu, no ocidente, um
novo significado. Para além do respeito pelas liberdades individuais, do sufrágio
universal e do multipartidarismo, considerou-se que o regime democrático deveria
assegurar o bem-estar dos cidadãos.

As duas forças políticas que, nesta época, sobressaíram na Europa – o socialismo


reformista e a democracia cristã – encontravam-se fortemente imbuídas de
preocupações sociais.

Embora de quadrantes muito diferentes, socialistas e democratas-cristãos saíram da


guerra prestigiados.

É assim que, logo em 1945, as eleições inglesas dão a vitória ao Partido Trabalhista,
liderado por Clement Atlee, que substitui Winston Churchill (Partido Conservador) à
frente do governo britânico.

Um pouco por todo o lado, partidos de orientação idêntica viram elevar-se os seus
resultados eleitorais tendo, em alguns casos, tomando também as rédeas do poder,
como aconteceu na Holanda, nos países Escandinavos (Dinamarca, Noruega, Suécia) e
na República Federal Alemã.

Os adeptos da social-democracia conjugam a defesa do pluralismo democrático e dos


princípios da livre concorrência económica com o intervencionismo do Estado, cujo
objetivo é o de regular a economia e promover o bem-estar dos cidadãos.
Social-Democracia:

Corrente ideológica cujas origens remontam ao pensamento de Eduard Bernstein, nos


finais do séc. XIX, que, partindo da crítica ao sistema capitalista e à necessidade de
revisão do marxismo, ao negar nomeadamente a luta de classes, defendeu a
construção do socialismo através de reformas graduais levadas a cabo por governos
resultantes de processos eleitorais democráticos.

Democracia-Cristã

A democracia-cristã tem a sua origem na doutrina social da igreja que condena os excessos do
liberalismo capitalista, atribuindo igualmente aos estados a missão de zelar pelo bem-comum.

Os democratas-cristãos consideram que o plano temporal e espiritual embora distinto,


não se podem separar. Os princípios do cristianismo devem enformar todas as ações
dos cristãos. Propõem uma orientação profundamente humanista, alicerçada na
liberdade, na justiça e na solidariedade. Procura-se subverter o espírito
essencialmente laico da democracia transformando-o num campo de aplicação de
valores intrinsecamente cristãos.

• Sociais-Democratas e Democratas-cristãos convergem no mesmo propósito de


promover reformas económicas e sociais profundas. Na Europa do pós-guerra,
os governos lançam-se num vasto programa de nacionalizações. O Estado
torna-se o principal agente económico do país, o que lhe permite exercer a sua
função reguladora da economia. Paralelamente, revê-se o sistema de
impostos, reforçando-se o carácter progressivo das taxas. Um tal conjunto de
medidas modificou, de forma profunda, a conceção liberal de Estado dando
origem ao Estado Providência.

A afirmação do Estado-Providência
A superação das dificuldades associadas à crise de 1929 implicou o aumento da
intervenção do Estado nos planos económico e social e o nascimento do Estado-
Providência ou do bem-estar social [onde cada cidadão tem asseguradas as suas
necessidades básicas “do berço ao túmulo”.

Ainda durante a guerra, o empenhamento do Estado nas questões sociais foi


ativamente defendido por Beveridge. Este confiava que um sistema social alargado
teria como efeito a eliminação dos “cinco grandes males sociais”: carência, doença,
miséria, ignorância e ociosidade.

A abrangência das medidas adotadas em Inglaterra e a ousadia do estabelecimento


de um sistema de saúde assente na gratuidade total dos serviços médicos e extensivo
a todos os cidadãos, serviram de modelo à maioria dos países europeus.

O sistema de proteção social generaliza-se a toda a população: passando a acautelar as


situações de desemprego, acidente, velhice e doença; estabelecem-se prestações de
ajuda familiar. Ampliam-se as responsabilidades do Estado no que respeita à
habitação, ao ensino e à assistência médica.

Este conjunto de medidas visa um duplo objetivo:


• Reduz a miséria e o mal-estar social contribuindo para uma repartição mais
equitativa da riqueza;
• Assegura uma certa estabilidade à economia, já que evita descidas drásticas
da procura como a que ocorreu durante a crise dos anos 30.

SÍNTESE (12/02/2021)
A prosperidade económica e a sociedade de consumo
No decorrer de 25/30 anos após a guerra, os países europeus recuperaram e
viveram uma excecional recuperação económica (a produção industrial cresceu,
houve uma revolução nos transportes, cresceu o número de empresas, a
agricultura modernizou-se, o sector terciário expandiu-se, etc.).

Este desenvolvimento económico fez nascer a sociedade de consumo, isto é, as


populações são incitadas a comprar um número crescente de bens que
ultrapassam a satisfação das necessidades básicas (lar materialmente confortável,
bem equipado com eletrodomésticos, rádio, TV, telefone, automóveis, etc.), tudo
isto possível devido ao pleno emprego e bons salários (resultados da recuperação
económica). Aforma que se arranjou para estimular o consumo, foi através da
publicidade.

A afirmação do Estado-Providência
A Grande Depressão já tinha demonstrado a importância de um Estado
económica e socialmente interventivo. O Estado torna-se, por esta via, o principal
agente económico do país, o que lhe permite exercer a sua função reguladora da
economia.

O país pioneiro do Welfware State, isto é, o Estado do bem-estar (Estado


Providência), foi o Reino Unido, onde cada cidadão tem asseguradas as suas
necessidades básicas. Ao Estado caberá a tarefa de corrigir as desigualdades, daí o
seu intervencionismo. As medidas principais do EP foram a nacionalização da
economia e o garantir de reformas que abrangesse situações como maternidade,
velhice, doenças.

Este conjunto de medidas visa um duplo objetivo: por um lado reduz a miséria e o
mal-estar social; por outro, assegura uma certa estabilidade á economia. O
Estado-Providência foi um fator da prosperidade económica.

SÍNTESE (16/02/2021)
O mundo comunista
O expansionismo soviético

Após a 2ª Guerra, a URSS foi responsável pela implantação de regimes


comunistas, inspirados no modelo soviético, por todo o mundo, ou seja, estendeu
a sua influência à Europa, Ásia e África. Os países europeus que aderiram ao
modelo soviético foram a Bulgária, Albânia, Roménia e Polónia. Estes novos países
socialistas receberam a designação de democracias populares (designação
atribuída aos regimes em que o Partido Comunista, afirmando representar os
interesses dos trabalhadores, se impõem como Partido Único, controlando as
instituições do Estado). Como resposta à OTAN, a URSS cria o Pacto de Varsóvia,
com objetivos idênticos: a assistência mútua entre os países membros. Os países
asiáticos que sofreram influência soviética foram a Mongólia, China e Coreia.

O ponto essencial da expansão comunista na América Latina foi Cuba, onde um


punhado de revolucionários sob o comando de Fidel Castro e do Che Guevara
derrubaram o governo apoiado pelos EUA.

Opções e realizações da economia de direção central

No final da 2ª guerra, a economia soviética estava arrasada. Para afirmar o seu


papel de superpotência, obtido com a vitória, havia que recuperar e rapidamente.
Para tal, foi recuperada a planificação económica, onde foi dado prioridade à
indústria pesada. Assim, a URSS e os países de modelo soviético registaram um
crescimento industrial tão significativo que ascenderam à segunda posição da
indústria mundial. No entanto, o nível de vida das populações não acompanhou
esta evolução económica (faltavam bens de consumo, os horários de trabalho são
excessivos, os salários são baixos, as populações amontoam-se em bairros
periféricos, etc.)

No entanto, as economias de direção central (dirigidas pelo Estado) evidenciavam


as suas debilidades:

• a prioridade concedida à indústria levou à falta de investimento em


outros sectores;
• a planificação económica, o “jogar pelo seguro”, reduzia certos fatores
importantes, como o risco no investimento, o que revelou ser um entrave
ao progresso.

Destes bloqueios económicos resultou a estagnação da economia soviética.


Apesar de inúmeras tentativas de a ultrapassar, estes bloqueios acabarão por
conduzir à falência dos regimes comunistas europeus, no fim dos anos 80. A
extinção da União Soviética deu-se a 1991.

SÍNTESE (02/03/21)
A partir de 1974, houve um decréscimo do PIB. Nos anos de 1975 e 1982 a crise agravou-se, e
o crescimento era nulo e inflação era galopante. O CRESCIMENTO ECONÓMICO ESTAGNOU:
Estagflação.

A crise afetou essencialmente o setor siderúrgico, a construção naval e automóvel, bem como
têxtil. Muitas empresas fecharam, outras reconverteram a sua produção e o desemprego subiu
em flecha.

Os fatores de crise:
o crise energética: o petróleo era a fonte energia base dos países industrializados, e com
o aumento do seu preço, houve um aumento dos custos de produção dos artigos
industriais e, consequentemente, o encarecimento dos artigos junto do consumidor.
o Instabilidade económica: excessividade de moeda posta em circulação. A
convertibilidade do dólar em ouro, o que desregulou o sistema monetário
internacional.
o Falência do sistema Fordista: devido a um elevado absentismo que, conjugados com
aumento dos encargos sociais e salariais, diminuiu fortemente os ganhos dos
empresários.

SÍNTESE (05/03/2021)
PORTUGAL DO AUTORITARISMO À DEMOCRACIA
Imobilismo político e crescimento económico do pós-guerra a 1974. Politicamente, após a
Segunda Guerra Mundial, Portugal manteve a mesma feição autoritária, ignorando a onda
democrática que inundava a Europa. No que se refere à economia, viveu-se um período
conturbado na medida em que o atraso do país era evidente, não acompanhando o
crescimento económico do resto da Europa, marcado pela estagnação do mundo rural e pela
emigração. Por outro lado, também ocorreu um considerável surto industrial e urbano, e as
colónias tornaram-se alvo das preocupações. A economia manteve estruturas que
impossibilitaram o crescimento económico.

Estagnação do mundo rural e o surto industrial


Apesar da agricultura ser o sector dominante, era pouco desenvolvida,
caracterizada por baixos índices de produtividade, que fazia de Portugal dos
países mais atrasados da Europa. O principal problema consistia na dimensão das
estruturas fundiárias, no Norte predominava o minifúndio, que não possibilitava
mecanização; no Sul estendiam-se propriedades imensas (latifúndios), que se
encontravam subaproveitadas. O défice agrícola foi aumentando, e ao longo dos
anos 60 e 70 e assistiu-se a um elevado êxodo rural e emigração, pois as
populações procuravam melhores condições de vida, condenando a agricultura a
um quase desaparecimento. Face a esta situação, a partir de 1953, foram
elaborados Planos de Fomento para o desenvolvimento industrial.

O I Plano (1953-1958) e o II Plano (1959-1964) davam continuidade ao modelo de


autarcia e à substituição de importações, mas não contavam com o apoio dos
proprietários. É só a partir de meados dos anos 60, com o Plano Intercalar de
Fomento (1965-1967) e o III Plano (1968-1973), que o Estado Novo delineia uma
nova política económica:

o Defende-se a produção industrial orientada para a exportação;


o Dá-se prioridade à industrialização em relação à agricultura;
o Estimula-se a concentração industrial;
o Admite-se a necessidade de rever a lei do condicionamento industrial
(que colocava entraves à livre concorrência. O grande ciclo salazarista
aproximava-se do fim).
No decurso do II Plano, o nosso país viria a integrar-se na economia europeia e
mundial, integrando a EFTA, a BIRD e a GATT. A adesão a estas organizações
marca a inversão na política da autarcia do Estado Novo. Esta política confirmou a
consolidação de grandes grupos económicos e financeiros em Portugal e o
acelerar do processo industrial.

A emigração
Enquanto que nas décadas de 30 e 40 a emigração foi bastante reduzida, a década
de 60 tornou-se no período de emigração mais intenso da nossa história, pelos
seguintes motivos:

o a política industrial provocou o esquecimento do mundo rural, logo, sair


da aldeia era uma forma de fugir à miséria;
o os países europeus que necessitavam de mão-de-obra, pagavam com
salários superiores;
o a partir de 61, a emigração foi, para muitos jovens, a única maneira de
não participar na guerra entre Portugal e as colónias africanas.

Por essa razão, a maior parte da emigração fez-se clandestinamente. O Estado


procurou salvaguardar os interesses dos nossos emigrantes, celebrando acordos
com os principais países de acolhimento. O País passou, por esta via, a receber um
montante muito considerável de divisas: as remessas dos emigrantes. Tal facto,
que muito contribuiu para o equilíbrio da nossa balança de pagamentos e para o
aumento do consumo interno, induziu o Governo a despenalizar a emigração
clandestina e a suprimir alguns entraves.

A urbanização
O surto industrial traduziu-se no crescimento do sector terciário e na progressiva
urbanização do país. Dá-se o crescimento das cidades e a concentração
populacional. Em Lisboa e Porto, as maiores cidades portuguesas, propagam-se
subúrbios. No entanto, esta expansão urbana não foi a companha da construção
das infraestruturas necessárias, aumentando as construções clandestinas,
proliferam os bairros de lata, degradam-se as condições de vida (incremento da
criminalidade, da prostituição…). Mesmo assim, o crescimento urbano teve
também efeitos positivos, contribuindo para a expansão do sector dos serviços e
para um maior acesso ao ensino e aos meios de comunicação.

O fomento económico nas colónias


Após a guerra mundial, o fomento económico das colónias também passou a
constituir uma preocupação ao governo. Angola e Moçambique receberam uma
atenção privilegiada. Os investimentos do Estado nas colónias, a partir de 1953,
foram incluídos nos Planos de Fomento. O objetivo desta preocupação reforçada,
era mostrar à comunidade internacional que a presença portuguesa era essencial
ao desenvolvimento desses territórios, através de medidas como a criação de
infraestruturas, incentivos ao investimento nacional, estrangeiro e privado,
criação do EPP (Espaço Económico Português, com vista à abolição de entraves
comerciais entre Portugal e as suas colónias), reforço da colonização branca e
desenvolvimento dos sectores agrícola, extrativo e industrial.
A radicalização das oposições e o sobressalto político de 1958
Em 1945, a grande maioria dos países europeus festejavam a vitória da
democracia sobre os fascismos. Parecia, assim, que estavam reunidas todas as
condições para Salazar também optar pela democratização do país.

Salazar encenou, então, uma viragem política, aparentando uma maior abertura, a
fim de preservar o poder:

Antecipou a revisão constitucional, dissolveu a Assembleia Nacional e convocou


eleições antecipadas, que Salazar anunciou “tão livres como na livre Inglaterra”.
Em 1945, os portugueses foram convidados a apresentar listas de candidatura às
eleições legislativas (para eleger os deputados da Assembleia Nacional).

A oposição democrática (conjunto dos opositores ao regime no segundo pós-


guerra) concentrou-se em torno do MUD (Movimento de Unidade Democrática),
criado no mesmo ano. O impacto deste movimento, que dá início à chamada
oposição democrática, ultrapassou todas as previsões.

SINTESE (09/03/21)
Oposição Democrática
Expressão que designa o conjunto de forças políticas heterodoxas (monárquicos,
republicanos, socialistas e comunistas) que, de forma legal ou semilegal, se
opunham ao Estado Novo, adquirindo visibilidade, face aos constrangimentos
impostos às liberdades pelo regime, em épocas eleitorais. Para garantir a
legitimidade no ato eleitoral, o MUD formula algumas exigências, que considera
fundamentais, como o adiamento das eleições por 6 meses (a fim de se
instituírem partidos políticos), a reformulação dos cadernos eleitorais e a
liberdade de opinião, reunião e de informação. As esperanças fracassaram.
Nenhuma das reivindicações do Movimento foi satisfeita e este desistiu por
considerar que o ato eleitoral não passaria de uma farsa. A apreensão das listas
pela PIDE permitiu perseguir a oposição democrática.

Em 1949, aquando das eleições presidenciais, a oposição democrática apoiou o


candidato Norton de Matos, que concorria contra o candidato do regime, Óscar
Carmona. Era a primeira vez que um candidato da oposição concorria à
Presidência da República e a campanha voltou a entusiasmar o País, mas, no
entanto, face a uma severa repressão, Norton de Matos apresentou também a
sua desistência pouco antes das eleições.

1958 – Ano de novas eleições presidenciais. O Governo pensou ter controlado a


situação até que, em 1958, a candidatura de Humberto Delgado a novas eleições
presidenciais desencadeou um terramoto político.

A sua coragem em criticar a ditadura, apelidou-o de “general sem medo”. O


anúncio do seu propósito de não desistir das eleições e a forma destemida como
anunciou a sua intenção de demitir Salazar caso viesse a ser eleito, fizeram da sua
campanha um acontecimento único no que respeita à mobilização popular. De tal
forma que o governo procurou limitar-lhe os movimentos, acusando-o de
provocar “agitação social, desordem e intranquilidade pública”.
O resultado revelou mais uma vitória esmagadora do candidato do regime
(Américo Tomás), mas desta vez, a credibilidade do Governo ficou profundamente
abalada. Salazar começou a tomar consciência de que se estava a tornar difícil
continuar a enganar a opinião pública. A campanha de Humberto Delgado desfez
qualquer ilusão sobre a pretensa abertura do regime salazarista. Humberto
Delgado foi assassinado pela PIDE em 1965.

A questão colonial
Tornou-se difícil para o Governo Português manter a sua política colonial. Depois
da segunda guerra mundial, e com a aprovação da Carta das Nações Unidas, o
Estado Novo viu-se obrigado a rever a sua política colonial e a procurar soluções
para o futuro do nosso império.

Em termos ideológicos, a “mística do império” é substituída pela ideia da


“singularidade da colonização portuguesa”. Os portugueses tinham mostrado uma
grande capacidade de adaptação à vida nas colónias onde não havia racismo e as
raças se misturavam e as culturas se espalhavam. Esta teoria era conhecida como
luso-tropicalismo.

No campo jurídico, a partir de 1951, desaparece o conceito de colónia, que é


substituído pelo de província ultramarina e desaparece o conceito de Império
Português, substituído por Ultramar Português. A presença portuguesa em África
não sofreu praticamente contestação até ao início da guerra colonial. Exceção
feita ao Partido Comunista Português que no seu congresso de 1957 (ilegal),
reconheceu o direito à independência dos povos colonizados.

Entretanto, em 1961, no seguimento da eclosão das primeiras revoltas em Angola,


começam a notar-se algumas divergências nas posições a tomar sobre a questão
do Ultramar. Confrontam-se, então, 2teses divergentes: a integracionista e a
federalista.

A 1ª defendia a política até aí seguida, lutando por um Ultramar plenamente


integrado no Estado português; a 2ª considerava não ser possível, face à pressão
internacional e aos custos de uma guerra em África, persistir na mesma via.
Defendia a progressiva autonomia das colónias e a constituição de uma federação
de Estados que garantisse os interesses portugueses. Os defensores da tese
federalista chegaram a propor ao Presidente a destituição de Salazar. Destituídos
acabaram por ser eles, saindo reforçada a tese de Salazar, que ordenou que o
Exército Português avançasse para a Angola, dando início a uma guerra que se
prolongou até à queda do regime, em 1974.

A luta armada
O negar da possibilidade de autonomia das colónias africanas, fez extremar as
posições dos movimentos de libertação que, nos anos 50 e 60, se foram formando
na África portuguesa. Em Angola, em 1955, surge a UPA (União das Populações de
Angola) que, 7 anos mais tarde, se transforma na FNLA (Frente de Libertação de
Angola); o MPLA (Movimento Popular de Libertação de Angola) forma-se em
1956; e a UNITA (União para a Independência Total de Angola) surge em 1966. A
guerra inicia-se em Angola a1961. Em Moçambique, a luta é dirigida pela FRELIMO
(Frente de Libertação de Moçambique) fundada em 1962. A guerra estende-se a
Moçambique em 1964. Na Guiné, distingue-se o PAIGC (Partido para a
Independência da Guiné e Cabo Verde) em 1956 e a guerra alastrou-se à Guiné
em 1963.Portugal viu-se envolvido em duras frentes de batalha que, à custa de
elevadíssimos custos materiais e humanos, chegou a surpreender a comunidade
internacional.

O isolamento internacional
A carta das nações unidas estabeleceu que todas as nações tinham o direito á sua
autodeterminação. Contudo, Portugal recusou-se a aceitar esta ideia dizendo que
as províncias ultramarinas faziam parte de Portugal. Tal postura conduziu,
inevitavelmente, ao desprestígio do nosso país, que foi excluído de vários
organismos das Nações Unidas e alvo de sanções económicas por parte de
diversas nações africanas. A recusa de todas as ofertas e planos (como a ajuda
americana por exemplo), remeteu Portugal para um isolamento, evidenciado na
expressão de Salazar, “orgulhosamente sós”.

A Primavera Marcelista
Em 1968, Salazar foi substituído Marcello Caetano, no cargo de presidente do
Conselho de Ministros, que fez reformas mais liberais para a democratização do
regime. Nos primeiros meses o novo governo até deu sinais de abertura, período
este conhecido por “Primavera Marcelista” (alargou o sufrágio feminino por ex.).
Contudo, o oscilar entre indícios de renovação e seguir as linhas do salazarismo,
resultou no fracasso da tentativa reformista. A PIDE mudou o seu nome para DGS
e diminuiu, ao início, a virulência das suas perseguições. No entanto, face ao
movimento estudantil e operário, prendeu, sem hesitações, os opositores ao
regime; A Censura passou a chamar-se Exame Prévio; se este, inicialmente,
tolerou algumas críticas ao regime, cedo se verificou que atuava nos mesmos
moldes da Censura; A oposição não tinha liberdade de concorrer às eleições e a
política Marcelista era criticada como sendo incapaz de evoluir para um sistema
mais democrático. Tudo isto levou á revolução de 25 de Abril de 1974.

QUESTÕES do manual, página 99 (09/03/2021)

1.) Apresente o contexto político invocado por Salazar para a realização de


eleições (doc.12A). Em 1945, as democracias, aliadas á União Soviética,
tinham vencido a guerra e mostrado, assim, a sua superioridade face aos
regimes repressivos de direito, “é por demais evidente que a bandeira da
vitória (na guerra) foi desfraldada e ficou drapejando ao vento da
democracia” (doc.12A). Salazar tirou deste facto as devidas ilações: o seu
regime deveria (pelo menos na aparência) democratizar-se ou corria o risco
de cair. No documento ele cita que: “está feita uma opinião pública
internacional acerca destas manifestações de vontade popular por via
eleitoral, e nós só podemos tirar vantagem de que esta se manifeste uma vez
mais no presente momento. E, porque somos de opinião de que não se pode
governar contra a vontade persistente do povo, este dirá se deve mudar-se o
sistema.” E é neste contexto que o governo toma iniciativa de antecipar a
revisão constitucional, dissolver a Assembleia Nacional e convocar eleições
antecipadas, que Salazar anuncia “tão livres como na livre Inglaterra”. Isto
tudo na tentativa de aparentar ser democrático, tanto ele (o ditador) como o
regime (sendo uma ditadura opressora).
2.) Explicite a opinião de Salazar sobre os atos eleitorais e a democracia em
geral (doc.12A). Na opinião de Salazar, ele acredita “que o pensamento
político, europeu, acusa um nítido recuo, isto é, um retrocesso. (…) e o grande
número, receoso de não estar na moda, se esfalfa a repetir tiradas de discurso
tão antigos como inúteis.” Salazar, explicitando, pensava que o povo só era
democrata porque estava “na moda”, e que havia muitas mais pessoas como
ele, isto é, fingiam ser democratas para serem aceites ou agradar o público,
porém no fundo ele sabia que estava sozinho no mundo democrata, e por isso
era importante para ele agradar o povo para que conseguisse manter o poder
e a sua ditadura.
3.) Justifique, com base no mesmo documento, as esperanças e a democracia
em geral (doc.12A). As esperanças democratas dos portugueses foram
acalentadas porque Salazar fingiu ser democrata, para afagar o desejo pela
democracia de todos os portugueses, e para isso ele prometeu antecipar a
revisão constitucional, dissolver a Assembleia Nacional e convocar eleições
antecipadas, que anunciava “tão livres como na livre Inglaterra”. E como ele
cita no documento 12A:” E, porque somos de opinião de que não se pode
governar contra a vontade persistente do povo, este dirá se deve mudar-se o
sistema.” Concluindo democratização do regime salazarista, era uma farsa
para impedir oposições, para com o Estado Novo.
4.) Interprete os dois primeiros versos do hino do MUD (12B). No documento
12B, é apresentado o hino do MUD (Movimento de Unidade Democrática), e
nos primeiros dois versos, o hino fala sobre a oposição democrata que foi
feita pelo MUD e que trouxe esperança para o povo português (“Nosso povo
levanta de novo a bandeira da democracia!”), e que se ia libertar daquela
ditadura opressora e poderem ser felizes, (“Como bravos, libertos escravos
exigimos a vida feliz.”). Depois também era prometido o melhoramento da
situação de crise em que estava Portugal, na sua maioria a população
portuguesa vivia na miséria (“Já nos basta um viver que se arrasta desterrado
no próprio país!”).
5.) Indique, com base no doc.14, três aspetos que atestem a persistência de um
regime autoritário em Portugal. Com base no documento 14, aspetos que
atestam a persistência de um regime autoritário em Portugal são, por
exemplo: “Restituição aos cidadãos portugueses das liberdades
fundamentais”, portanto, reivindicava-se os direitos como pensamento
critico, liberdade de expressão, greves, manifestações opositoras a quem
estava no poder, etc. Outro exemplo é “Supressão do regime prisional que
admite a tortura ou qualquer tratamento desumano aos presos”, pretende-se
preservar os direitos humanos, e por isso é proibido a tortura, que era forma
de controlar e oprimir a população, por medo dela. Ou, a “Defesa económica
das classes médias e trabalhadoras” com o objetivo era superar as
dificuldades e desigualdades económicas, em que havia a classe rica que
correspondia uma minoria e as classes médias e trabalhadoras que viviam na
pobreza e miséria.
6.) Mostre, indicando três aspetos, o impacto da candidatura do general H.
Delgado á presidência da República. Humberto Delgado candidatou-se a
presidente da República, desencadeando um autêntico terramoto político,
apresentou-se como alguém carismático, extrovertido, capaz de atrair
multidões como é apresentado na imagem do documento 15A e
principalmente determinado e que não pretendia desistir das eleições e ainda
afirmou em numa entrevista apresentada no documento 15A que quando
chegasse ao poder iria demitir Salazar (“obviamente demitia-o”). Porém,
como mostra o documento 15B onde um agente da PIDE faz um relatório
sobre as votações que terão sido uma farsa, e na carta que H. Delgado que
escreveu a Américo Tomás, que seria o seu rival, também relata que foi
“violentamente roubado nas eleições, além de perseguido e vexado por isso
muito lamento que V.Ex.ª se decida aceitar um cargo obtido por aquela
forma.”; ainda na mesma carta é afirmado que “ele (Américo Tomás) não terá
qualquer poder e o doutor Salazar podia da mesma forma ser escolhido o
polícia de trânsito mais á mão” Devido a tal, Salazar para evitar um “golpe de
estado constitucional” anulou o sistema de sufrágio direto passando o chefe
de Estado a ser eleito por um colégio eleitoral restrito, isto como um dos
impactos da candidatura de Humberto Delgado.
7.) Identifique dois aspetos da realidade portuguesa que preocupam o Bispo do
Porto (doc.16). Dois aspetos da realidade portuguesa que preocupam o Bispo
do Porto, chamado D. António Ferreira Gomes, era a miséria e a pobreza que
o povo vivia, como é possível observar-se no documento 16, (que é uma carta
do bispo para Salazar), “não poderei dizer quanto me aflige o já exclusivo
privilégio português do mendigo, do pé-descalço, do maltrapilho, do farrapão,
nem sequer o nosso triste apanágio das mais altas médias de subalimentados,
de crianças enxovalhadas, enxagues e de rostos pálidos da fome, do vício”. O
outro aspeto que preocupava era falta de liberdades cívicas: “ou, em atitude
aparentemente contrária, obrigarmo-nos á sombra da Pax Augusta do Estado
Novo, haja o que houver com a Verdade e Justiça?”. A coragem do bispo
custou-lhe 10 anos de exílio, mas inspirou um grupo crescente de católicos
que, entre vigílias e manifestos públicos, não pouparam críticas á política do
Estado Novo.
8.) Compare as visões sobre o apresamento do Santa Maria dadas pelos jornais
portugueses e por H. Galvão. Segundo Henrique Galvão, quando a ditadura se
instaurou ele sendo um militar oposto ao regime e refugiado na Venezuela
organizou em assalto ao paquete Santa Maria, porém os jornais relatam que
foi “um ato de pirataria”. “Este episódio pôs em evidencia o progressivo
isolamento do regime salazarista (…)”, mas os jornais escondiam este facto
para negarem o facto de se estar a viver uma ditadura em Portugal, e diziam
que Henrique Garvão era um “intruso”, “assassino”, ”que mantém sob o
terror os passageiros e tripulantes do paquete”, etc.
QUESTÕES do manual, páginas 103 e 109 (10/03/2021)
1.) Mostre referindo, referindo dois aspetos, a influência da teoria de Gilberto
Freire nas palavras de Salazar (doc.19). O impacto da segunda Guerra
Mundial e a aprovação da Carta das Nações, fez com que o Estado Novo se
visse obrigado a rever a sua política colonial. Como adaptação aos novos
tempos, Salazar baseou-se, na primeira fase, num sociólogo brasileiro, que
afirmava:” (…) os portugueses têm revelado tão notável aptidão para se
aclimatarem em regiões tropicais. É certo que através de muito maior
miscibilidade que os outros europeus: as sociedades coloniais de formações
portuguesas têm sido todas híbridas, umas mais, outras menos.” Esta teoria é
conhecida como luso-tropicalismo, e serviu para individualizar a colonização
portuguesa e retirar-lhe o carater opressivo que assumia no caso das outras
nações.
2.) Esclareça, com base no Doc.20, a expressão “Portugal, do Minho a Timor”.
Na sua segunda fase de adaptação ao novo mundo, no campo jurídico, optou-
se por eliminar as expressões colónia e Império Colonial de todos os diplomas
legais. Ou seja, Portugal deixou, legalmente, de ter colónias. As coloniais
passaram a ser Províncias Ultramarinas, e ganharam equivalência jurídica a
qualquer província do continente: o país estendia-se, sem qualquer quebra de
unidade que não fosse a geográfica, “do Minho a Timor “-” formam um só
território, uma só nação, um só Estado, não havendo mais do que
circunscrições administrativas de aquém e de além-mar, com a organização
adequada à situação geográfica e às condições do meio social de cada uma
delas.”
3.) Indique três objetivos do novo sistema jurídico proposto por Marcello
Caetano para as colónias (Doc.21A). Os objetivos do novo sistema jurídico
proposto por Marcelo Caetano para as colónias eram: “1º-permitir á
diplomacia portuguesa obter a melhoria do ambiente internacional,
sobretudo entre os governos amigos; 2º- não comprometer os interesses
nacionais e, em especial, as vidas e valores dos portugueses que estão em
África; 3º- ser administrativamente eficaz.” Porém, como solução que
obedeça ás três condições era um Estado Federal, que “compreenderia
Estados e províncias ultramarinas. Três Estados federados: Portugal, Angola e
Moçambique. (…) E as províncias da Guiné, S. Tomé, Macau e Timor. Cabo
Verde receberia o estatuto de ilhas adjacentes.”
4.) Sintetize, com base no Doc. 22A, o contexto (externo e interno) em que se
insere o deflagrar da Guerra Colonial. A Guerra Colonial devia-se pelo facto
da colónias exigirem a sua independência “nessa altura, quando começámos a
exigir os nossos direitos, passar da situação de portugueses de segunda classe
a portugueses como os portugueses”; e pelo facto de que “o “vento da
mudança” estava a soprar sobre África. As outras potencias colonialistas
decidiram descolonizar. Portugal assinou a Carta das Nações Unidas e mais
tarde votou a favor da resolução do direito á independência de todos os
povos.”, ao se ver as outras colonias a conseguirem o seu direito “á
autodeterminação e á independência”, fez com que as colonias sob a
dominação colonialista se revoltassem na esperança de também conseguirem
o mesmo que as outras.
Página 109
1.) Refira as sanções preconizadas na Resolução 2107 da Assembleia Geral
da ONU (Doc. 24) algumas das sanções preconizadas na Resolução 2107
da Assembleia Geral da ONU: “cortarem ligações diplomática e consulares
com o Governo de Portugal ou absterem-se de as implementar”;
“Fecharem os seus portos a todos os navios sob pavilhão português ou ao
serviço do Governo de Portugal”; ”Recusarem a aterragem e a felicidade
de transito a todas as aeronaves pertencentes ou ao serviço do Governo
de Portugal”; “boicotarem todo o comércio com Portugal”.
2.) Selecione a frase do texto que melhor documenta a oposição dos
Estados Unidos á política colonial portuguesa (Doc.24C) “Estava,
contudo, profundamente preocupado com a aparente falta de
compreensão demonstrada pelos Estados Unidos quanto aos perigos que
inquestionavelmente representam para Ocidente as atuais políticas
americanas para África, se estas não forem modificada”.
3.) Resuma a posição de Salazar face ao isolamento a que Portugal foi
votado (Doc.24 A e B) A carta das nações unidas estabeleceu que todas as
nações tinham o direito á sua autodeterminação. Contudo, Portugal
recusou-se a aceitar esta ideia dizendo que as províncias ultramarinas
faziam parte de Portugal. Tal postura conduziu, inevitavelmente, ao
desprestígio do nosso país, que foi excluído de vários organismos das
Nações Unidas e alvo de sanções económicas por parte de diversas
nações africanas, apresentadas no documento 24A. A recusa de todas as
ofertas e planos (como a ajuda americana por exemplo), remeteu
Portugal para um isolamento, evidenciado na expressão de Salazar,
“orgulhosamente sós” (Doc.24B).

SINTESE (17/03/21)
Da revolução à estabilização da democracia
O Movimento das Forças Armadas e a eclosão da Revolução
O problema da guerra colonial continuava por resolver. Perante a recusa de uma
solução política pelo Governo Marcelista, os militares entenderam que se tornava urgente
pôr fim à ditadura e abrir o caminho para a democratização do país.
A Revolução de 25 de Abril de 1974 partiu da iniciativa de um grupo de oficiais do exército
português– O Movimento dos Capitães (1973), liderado por Costa Gomes e Spínola, que
tinha em vista o derrube do regime ditatorial e a criação de condições favoráveis à
resolução política da questão colonial. Estes acontecimentos deram força àqueles que,
dentro do Movimento (agora passava-se a designar por MFA – Movimento das Forças
Armadas), acreditavam na urgência de um golpe militar que, restaurando as liberdades
cívicas, permitisse a tão desejada solução para o problema colonial. Depois de uma
tentativa precipitada, em março, o MFA preparou minuciosamente a operação militar
que, na madrugada do dia 25 de Abril de 1974 pôs fim ao Estado Novo.
Operação “Fim-Regime”
A operação militar teve início com a transmissão, pela rádio, das canções-senha,
que permitia às unidades militares saírem dos quartéis para cumprirem as missões que
lhes estavam destinadas. A resistência terminou cerca das 18h, quando Marcello Caetano
se rendeu pacificamente ao general Spínola. Entretanto, já o golpe militar era aclamado
nas ruas pela população portuguesa, cansada da guerra e da ditadura, transformando os
acontecimentos de Lisboa numa explosão social por todo o país, uma autêntica revolução
nacional que, pelo seu carácter pacífico, ficou conhecido como a “Revolução dos Cravos”.
A PIDE foi a última a render-se na manhã seguinte.

A caminho da democracia: O desmantelamento das estruturas do Estado


Novo.

O ato revolucionário permitiu que se desse início ao processo de desmantelamento do


Estado Novo. No próprio dia da revolução, Portugal viu-se sob a autoridade de uma Junta
de Salvação Nacional, que tomou de imediato medidas:

o O presidente da República e o presidente do Conselho foram destituídos,


bem como todos os governadores civis e outros quadros administrativos;
A PIDE-DGS, a Legião Portuguesa e as Organizações da Juventude foram
extintas, bem como a Censura (Exame Prévio) e a Ação Nacional Popular;
o Os presos políticos foram perdoados e libertados e as personalidades no
exílio puderam regressar a Portugal;

Iniciou-se o processo da independência das colónias e organização de eleições para


formara assembleia constituinte que iria aprovar a nova constituição da República. A Junta de
Salvação Nacional nomeou para Presidente da República o António de Spínola, que escolheu
Adelino para chefiar o governo provisório.

Tensões políticas ideológicas na sociedade e no interior do MFAO:


período Spínola

Os tempos não foram fáceis para as novas instituições democráticas. Passados os


primeiros momentos de entusiasmo, seguiram-se dois anos politicamente muito conturbados,
originando graves confrontações sociais e políticas. Rapidamente começaram as
reivindicações, as greves e as manifestações influenciadas pelos partidos da esquerda. O
governo provisório mostrou-se incapaz de governar o país e demitiu-se, o que fez com que o
poder político se dividisse em dois polos opostos.

o De um lado o grupo apoiante do general Spínola (procurava controlar o


movimento popular que podia originar outra ditadura, desta vez de extrema-
esquerda)
o Do outro lado a comissão coordenadora do MFA e os seus apoiantes (defendia
a orientação do regime para um socialismo revolucionário). O desfecho destas
tensões culminou com a demissão do próprio general Spínola, após o falhanço
da convocação de uma manifestação nacional em seu apoio, e a nomeação de
outro militar, o general Costa Gomes, como Presidente da República.
A radicalização do processo revolucionário
No período entre a demissão de Spínola (Setembro 1974) e a aprovação da nova Constituição
da República (1976), Portugal viveu uma situação política revolucionária repleta de
antagonismos sociais. Durante estes dois anos, o poder esteve entregue ao MFA, a Vasco
Gonçalves, que assumiu uma posição de extrema-esquerda e uma forte ligação ao Partido
Comunista. A data-chave é 11 de Março de 1975: tentando contrariar a orientação esquerdista
da revolução, António de Spínola tentou um golpe militar(fracassado). Em resposta, a MFA cria
o Conselho da Revolução, ligado ao PCP, que passa a funcionar como órgão executivo do MFA
e tornou-se o verdadeiro centro do poder (concentra os poderes da Junta de Salvação Nacional
e do Conselho de Estado), e propõe-se orientar o Processo Revolucionário em Curso - PREC
que conduziria o País rumo ao socialismo.

As eleições de 1975 e a inversão do processo revolucionário


Das eleições de 1975, sai vitorioso o Partido Socialista, que passa a reclamar maior intervenção
na atividade governativa. Vivem-se os tempos do Verão Quente de 1975, em que esteve
iminente o confronto entre os partidos conservadores e os partidos de esquerda. É em pleno
“Verão Quente” que um grupo de 9 oficiais do próprio Conselho da Revolução, encabeçados
pelo major Melo Antunes, crítica abertamente os sectores mais radicais do MFA: contestava o
clima de anarquia instalado, a desagregação económica e social e a decomposição das
estruturas do Estado. Em consequência, Vasco Gonçalves foi demitido. Era o fim da fase
extremista do processo revolucionário. A revolução regressava aos princípios democráticos e
pluralistas de 25 de Abril, que serão confirmados com a Constituição de 1976.

Política Económica antimonopolista e intervenção do Estado a nível


económico-financeiro
Os tempos da PREC tinham em vista a conquista do poder e o reforço da transição ao
socialismo. Assim, nessa altura, tomaram-se um conjunto de medidas que assinalaram a
viragem ideológica no sentido do marxismo-leninismo:

o o intervencionismo estatal (em todos os sectores da economia), as nacionalizações (o


Estado apropriou-se dos bancos, dos seguros, das empresas, etc., passando a ter mais
controlo da economia), a reforma agrária (procedeu-se à coletivização dos latifúndios
do Sul e à expropriação e nacionalização pelo Estado e a constituição de Unidades
Coletivas de Produção (UCP).

Graças ao partido comunista foi aprovada a legislação para a reforma agrária com
proteção dos trabalhadores e dos grupos económicos mais desfavorecidos através das
novas leis laborais, salário mínimo nacional, aumento de pensões e reformas.)

A opção constitucional de 1976


Depois de um ano de trabalho, a Assembleia Constituinte terminou a Constituição,
aprovada em 25 de Abril de 1976. A constituição consagrou um regime democrático e
pluralista, garantindo as liberdades individuais e a participação dos cidadãos na vida
política através da votação em eleições para os diferentes órgãos. Além disso, confirmou a
transição para o socialismo como opção da sociedade portuguesa. Mantém, igualmente,
como órgão de soberania, o Conselho da Revolução considerado o garante do processo
revolucionário. Este órgão continuará a funcionar em estreita ligação com o presidente da
República, que o encabeça. A nova constituição entrou em vigor no dia 25 de Abril
de1976, exatamente dois anos após a “Revolta dos Cravos”. A Constituição de 1976 foi,
sem dúvida, o documento fundador da democracia portuguesa.

O reconhecimento dos movimentos nacionalistas e o processo da


descolonização
O processo descolonizador
A nível interno, a “independência pura e simples” das colónias colhia o apoio da maioria
dos partidos que se legalizaram depois do 25 de Abril e também nesse sentido se
orientavam os apelos das manifestações que enchiam as ruas do país. É nesta conjuntura
que o Conselho de Estado reconhece às colónias o direito à independência. Intensificam-
se, então, as negociações com os movimentos aos quais Portugal reconhece legitimidade
para representarem o povo dos respetivos territórios. No entanto, Portugal encontrava-se
num a posição muito frágil, quer para impor condições quer para fazer respeitar os
acordos. Desta forma, não foi possível assegurar, como previsto, os interesses dos
Portugueses residentes no Ultramar. Fruto de uma descolonização tardia e apressada e
vítimas dos interesses de potências estrangeiras, os territórios africanos não tiveram um
destino feliz.

SINTESE (06/04/21)
O fim do mundo soviético
A Era Gorbatchev – uma nova política
No início dos anos 80, a União Soviética encontrava-se numa situação preocupante. Foi na
conjuntura de crise que surge Mikhail Gorbatchev, eleito secretário-geral do PCUS em 1985.
Sem querer por em causa a ideologia e o sistema político vigente, Gorbatchev entendeu, no
entanto, ser necessário iniciar:

o um processo de reestruturação económica, perestroika (assiste-se a uma


descentralização da economia, através da adaptação da economia planificada a uma
economia de mercado, onde passa a ser reconhecida a livre iniciativa e a livre
concorrência);
o uma política de transparência, glasnot (foi reconhecida a liberdade de expressão,
aboliu-se a censura e acabou-se com as perseguições políticas, visando a participação
mais ativa dos cidadãos na vida política).

Para além da reconversão económica e a abertura democrática, Gorbatchev também


pretendia uma aproximação ao mundo ocidental, nomeadamente no sentido do
desarmamento, para se chegar a um clima internacional estável.

SINTESE (07/04/21)
O colapso do mundo soviético
Entretanto, as reformas liberais empreendidas por Gorbatchev tiveram grande impacto nos
países de Leste europeu. No ano de 1989, uma vaga democratizadora varre o Leste, assistindo-
se a uma subversão completa do sistema comunista: Na Polónia, Checoslováquia, Bulgária,
Roménia, etc, os partidos comunistas perdem o seu lugar de “partido único” e realizam-se as
primeiras eleições livres do pós-guerra.

Assim, a “cortina de ferro” que separava a Europa, começa a dissipar-se: as fronteiras como
Ocidente são abertas e, nesse mesmo ano, cai o Muro de Berlim, reunificando a Alemanha
(antes dividida em duas pelo muro). Ainda é anunciado, o fim do Pacto de Varsóvia e, pouco
depois, a destituição do COMECON.

o A Checoslováquia divide-se em duas repúblicas – A República Checa e a Eslováquia.


o Origem de novos estados independentes, através da extinção da Jugoslávia, como a
Eslovénia, Bósnia-Herzegovina, Croácia Nesta altura, a dinâmica política
desencadeada pela perestroika tornara-se já incontrolável, conduzindo, também, ao
fim da própria URSS.

Gorbatchev nunca pretendia o fim do comunismo ou do socialismo, tenta parar o


processo pela força, fazendo com que o apoio da população se concentre em Boris Ieltsin,
que é eleito presidente da República da Rússia, em Junho de ’91 (que toma a medida
extrema de proibiras atividades do partido comunista). No Outono de ’91, a maioria das
repúblicas da União declara a sua independência. Em 21 de Dezembro, nasce oficialmente
a CEI – Comunidade de Estados Independentes, à qual aderem 12 das 15 repúblicas que
integravam a União Soviética. Estava consumado, assim, o fim do bloco soviético e da
URSS.

SINTESE (09/04/21)
Os problemas da transição para a economia de mercado
A transição para a economia de mercado mostrou-se difícil e teve um impacto muito negativo
na vidadas populações.

o Perante o fim da economia planificada e dos subsídios estatais, muitas empresas


faliram, contribuindo para o desemprego;
o a continuada escassez dos bens de consumo, a par da liberalização dos preços,
estimulou uma inflação galopante (subida de preços), que não era acompanhada por
uma subida de salários, lançando a população na miséria.

Os países de Leste viveram também, de forma dolorosa, a transição para a economia de


mercado. Privados dos importantes subsídios que recebiam da União Soviética, sofreram uma
brusca regressão económica. De acordo com o Banco Mundial “a pobreza espalhou-se e
cresceu a um ritmo mais acelerado do que em qualquer lugar do mundo”. A percentagem de
pobres elevou-se de 2 para 21% da população total. O caos económico instalou-se e
agravaram-se as desigualdades sociais.

SINTESE (13/04/21)
Os polos de desenvolvimento económico
Profundamente desigualitário, o mundo atual concentra a sua força em 3 polos de intenso
desenvolvimento: os Estados Unidos, a União Europeia e a região da Ásia-Pacífico

A hegemonia dos EUA


Com o colapso do bloco soviético, os EUA passaram a reunir todas as condições para se
afirmarem como a grande superpotência mundial. A hegemonia que os EUA detêm sobre o
resto do mundo alicerça-se numa incontestada capacidade militar, numa próspera situação
económica e no dinamismo científico e tecnológico que evidencia. O poder americano
afirmou-se apoiado pelo gigantismo económico e pelo investimento maciço no complexo
industrial militar.

Os EUA têm sido considerados os "polícias do mundo", devido ao papel preponderante e ativo
que têm desempenhado, afirmando a sua supremacia militar. A sua hegemonia assenta,
igualmente, na prosperidade da sua economia. Os EUA afirmam-se como os maiores
exportadores, devido ao dinamismo das suas empresas de bancos, turismo, cinema, música.

O sector primário não foi, porém, abandonado. Em resultado da elevada produtividade, os


EUA mantêm-se como os maiores exportadores de produtos agrícolas. A sua indústria também
revela grande dinamismo, tendo como consequência a liderança dos EUA em sectores de
produção de automóveis, têxteis sintéticos, produtos farmacêuticos, etc.

Durante a presidência de Bill Clinton, tornou-se prioridade o desenvolvimento do sector


comercial, procurando-se estimular as relações económicas com a região do Sudoeste Asiático
(criando a APEC -Cooperação Económica Ásia-Pacífico), e estipulou a livre circulação de
capitais e mercadorias entre os EUA, Canadá e México (através da NAFTA – Acordo de
Comércio Livre da América do Norte)Finalmente, a hegemonia dos EUA resulta também da sua
capacidade de inovar, reflexo do progresso científico-tecnológico que evidencia. São os que
mais investem na investigação científica, desenvolveram os tecno polos (parques tecnológicos,
empresas ligadas à tecnologia). O sector terciário ocupa um enorme peso na economia
americana (cerca de 75 %).

Exercício: Características económicas dos EUA:

• A livre empresa, o Estado incentiva-a, assegurando-lhe as condições de uma elevada


competitividade: a carga fiscal é ligeira, os encargos com a segurança social diminutos
e as restrições ao despedimento ou á deslocação da mão de obra quase não existem.
• Pequenas empresas.
• O maior exportador de serviços do Mundo sobretudo na área dos seguros,
transportes, restauração, cinema e música.
• Setor terciário: (predomina) altamente mecanizado, sabendo rentabilizar os avanços
científicos (cultivos de produtos transgénicos, por exemplo), as unidades agrícolas e
pecuárias americanas têm uma elevadíssima produtividade, assim os EUA são os
maiores exportadores de produtos agrícolas do mundo, só superados pela União
Europeia no seu conjunto.
• Em crescimento acelerado desde dos anos 60, a região Sun Belt beneficiou de uma
situação geográfica privilegiada para os contactos com o Pacífico e a América Latina e
do dinamismo das indústrias de alta tecnologia que aí se instalaram (eletrónica,
aeronáutica, aerospacial, entre outras).
• Novos Laços Comerciais (NAFTA): beneficiaram da pujança económica americana, mas,
em contrapartida, viram aumentar a dependência face ao seu gigantesco vizinho.

SINTESE (00/04/21)
A União Europeia
Desde a sua criação, em 1957, que a União Europeia (naquela altura, CEE) tem vindo a
consolidar-se quer pela integração de novos estados-membros, quer pelo aprofundamento do
seu projeto económico e político. Assim, integraram-na:

Nos anos 70 – Inglaterra, Irlanda e Dinamarca (1973) – Europa dos 9;

Nos anos 80 – Grécia (1981), Portugal e Espanha (1986) – Europa dos 12;

Nos anos 90 – Áustria, Suécia, Finlândia (1995) – Europa dos 15.

Recentemente entraram os Países Bálticos: Chipre, República Checa, Eslovénia, Eslováquia,


Hungria, Polónia, Letónia, Lituânia, Malta (Europa dos 25).O principal objetivo da CEE era a
união aduaneira, concretizada em ’68. No início dos anos 80 vigorava a Europa dos 9, porém, o
projeto europeu encontrava-se estagnado. Decidido a relançar o projeto europeu, Jacques
Delors, concentrou-se na renovação da CEE:

o Em 86 foi assinado o Ato Único Europeu, que previa o estabelecimento de um mercado


único, onde, para além de mercadorias, circulassem livremente pessoas, capitais e
serviços.
o Em 92 celebrou-se o Tratado da União Europeia (Tratado de Maastricht) que estabelece
uma União europeia (UE), fundada em três pilares: o comunitário, de cariz económico e,
de longe, o mais desenvolvido; o da politica externa e da segurança comum (PESC), e o da
cooperação nos domínios da justiça e dos assuntos internos. Foi instituída a cidadania
europeia e definiu-se o objetivo da adoção da moeda única. A 1 de Janeiro de 1999, onze
países inauguram oficialmente o euro, que completou a integração das economias
europeias. O euro entra em vigor em 2002.

Dificuldades da união política


Têm sido muitos os obstáculos à criação de uma Europa política: os países que não se
identificam na totalidade com o projeto europeu, ou os que resistem às medidas que implicam
a perda da soberania nacional, a integração de mais países (conjugar interesses de países
diferentes), que não tem favorecido o caminho de uma Europa mais unida, a incapacidade da
EU de resolver questões como o desemprego, etc.

O Espaço económico da Ásia-Pacífico


O milagre japonês dos anos 50 e 60 deu início a um processo de desenvolvimento económico
que iria, nas décadas seguintes, contagiar outros países asiáticos. Com efeito, o sucesso do
Japão serviu de incentivo e de modelo ao desenvolvimento dos “quatro dragões”: Hong Kong;
Singapura; Coreia do Sul; Taiwan.

Os quatro dragões compensaram a escassez de recursos naturais com o esforço de uma mão-
de-obra barata e abundante, com o apoio do Estado (que investiu altamente no ensino, tendo
em vista a qualificação profissional da população, apostou em políticas protecionistas com
vista a atrair os capitais estrangeiros e na exportação de bens de consumo). Em resultado,
estes países conseguiram produzir, apreços imbatíveis, produtos de consumo corrente que
invadiram os mercados ocidentais, promovendo sectores como o da indústria automóvel,
construção naval, etc.

Quando a crise afetou a economia mundial na década de 70, o Japão e os “quatro dragões”
iniciaram um processo de cooperação económica com os membros da ASEAN (Associação das
Nações do Sudoeste Asiático), que agrupava a Tailândia, Indonésia, Filipinas e Malásia. O
desenvolvimento destes países resultou das necessidades de matérias-primas, recursos
energéticos e bens alimentares, de que eram importantes produtores, por parte do Japão e
dos “quatro dragões” que, em troca, exportavam bens manufaturados e tecnologia. Este
intercâmbio deu origem a uma nova etapa de crescimento, mais integrado, do polo económico
da Ásia Pacífico. O crescimento teve, no entanto, custos ecológicos e sociais muito altos: a Ásia
tornou-se a região mais poluída do Mundo e a sua mão-de-obra permaneceu,
maioritariamente, pobre e explorada.

A questão de Timor
Timor foi dos poucos casos na Ásia onde se instaurou uma democracia através de um processo
de autodeterminação. Em 1974, a “Revolução dos Cravos” agitou também Timor Leste, que se
preparou para encarar o futuro sem Portugal. Na ilha, onde não tinham ainda surgido
movimentos de libertação, nasceram três partidos políticos (A UDT (União Democrática
Timorense), que defendia a união com Portugal num quadro de autonomia; A APODETI
(Associação Popular Democrática Timorense), favorável à integração do território da
Indonésia; E a FRETILIN (Frente Revolucionária de Timor Leste Independente), comum
programa independentista, ligado aos ideais de esquerda.)

Esta última, em 1975, declara, unilateralmente, a independência do território, mas em


Novembro, o governo indonésio ordena a sua invasão por tropas suas. Timor resiste, e a sua
resistência continuou ativa nos anos 80, encabeçada por Xanana Gusmão (líder da FRETLIN).
Em 1991, a consciência da comunidade internacional foi despertada, através do visionamento
de imagens de um massacre a civis timorenses. No fim da década, a Indonésia aceita
finalmente que o povo timorense decida o seu destino através de um referendo, que fica
marcado para Agosto de 1999. O referendo, supervisionado por uma missão das Nações
Unidas, a UNAMET, deu uma inequívoca vitória à independência, mas desencadeou uma
escalada de terror por parte das milícias pró-indonésias. Uma onda de indignação e de
solidariedade percorreu então o Mundo e conduziu ao envio de uma força de paz
multinacional, patrocinada pelas Nações Unidas. A 20 de Maio de 2002 nasce oficialmente a
República Democrática de Timor Leste.

Modernização e abertura da China à economia de mercado


O arranque da China para o processo de modernização e abertura à economia de mercado
teve início nos fins da década de 70, altura em que Deng assumiu o poder. O Líder chinês
iniciou um processo de grandes reformas económicas, lançando as bases do desenvolvimento
agrícola, industrial e técnico da China. Seguindo uma política pragmática, Deng dividiu a China
em 2 áreas geográficas distintas: O interior, essencialmente rural, permanecia resguardado da
influência externa; e o litoral abrir-se-ia ao capital estrangeiro, integrando-se plenamente no
mercado internacional.
o O sistema agrário foi reestruturado. Entre 1979 e 1983 as terras foram
descoletivizadas e entregues aos camponeses, estes que podiam, então, comercializar
os seus produtos num comércio livre.

Assim, a produção agrícola chinesa cresceu 50% em apenas 5 anos. O sector industrial foi
altamente modificado em favor da exportação. Em 1980, as cidades de Shenzhen, Zuhai,
Shantou e Xiamen, passaram a ser “Zona Económicas Especiais”, eram favoráveis ao negócio
pois o investimento estatal estava aí concentrado.

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