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A questão de Timor:
Timor foi dos poucos casos na Ásia onde se instaurou uma democracia através de um
processo de autodeterminação. Em 1974, a “Revolução dos Cravos” agitou também Timor-
Leste, que se preparou para encarar o futuro sem Portugal. Na ilha, onde não tinham ainda
surgido movimentos de libertação, nasceram três partidos políticos: a UDT (União
Democrática Timorense), que defendia a união com Portugal num quadro de autonomia; a
APODETI (Associação Popular Democrática Timorense), favorável à integração do território
da Indonésia; e a FRETILIN (Frente Revolucionária de Timor-Leste Independente), comum
programa independentista, ligado aos ideais de esquerda.
Esta última, em 1975, declara, unilateralmente, a independência do território, mas em
Novembro, o governo indonésio ordena a sua invasão por tropas suas. Timor resiste, e a sua
resistência continuou ativa nos anos 80, encabeçada por Xanana Gusmão (líder da FRETLIN).
Em 1991, a consciência da comunidade internacional foi despertada, através do
visionamento de imagens de um massacre a civis timorenses. No fim da década, a Indonésia
aceita finalmente que o povo timorense decida o seu destino através de um referendo, que
fica marcado para Agosto de 1999. O referendo, supervisionado por uma missão das Nações
Unidas, a UNAMET, deu uma inequívoca vitória à independência, mas desencadeou uma
escalada de terror por parte das milícias pró-indonésias. Uma onda de indignação e de
solidariedade percorreu então o mundo e conduziu ao envio de uma força de paz
multinacional, patrocinada pelas Nações Unidas. A 20 de Maio de 2002 nasce oficialmente a
República Democrática de timor leste.
A era Gorbatchev:
Em março de 1985, Mikhail Gorbatchev é eleito secretário-geral do Partido
Comunista da União Soviética. Enquanto o nível de vida da população baixava, o atraso
económico e tecnológico relativamente aos Estados Unidos, crescia, e só com muitas
dificuldades o país conseguia suportar os pesados encargos decorrentes da sua vasta
influência no Mundo. Neste contexto, Gorbatchev enceta uma política de diálogo e
aproximação aos Ocidente, propondo aos Americanos o reinício das conversações sobre o
desarmamento. Incapaz de igualar o arrojado programa de defesa nuclear da administração
reagan, o líder soviético procura assim criar um clima internacional estável que refreie a
corrida ao armamento e permitia à URSS utilizar os seus recursos para a reestruturação
interna. Decidido a ganhar o apoio popular para o seu plano de renovação económica, ao
qual chamou perestroika (reestruturação), Gorbatchev inicia, em simultâneo, uma ampla
abertura política, conhecida como glasnost (transparência).
A Perestroika propõe-se a descentralizar a economia, estabelecendo a gestão autónoma das
empresas, tornando-as privadas. Paralelamente, incentiva-se a formação de um setor
privado parcial, como forma de estimular a concorrência e compensar a escassez crónica
dos bens de consumo, que tanto dificultavam o quotidiano soviético.
A Glasnost apela à denúncia da corrupção, à crítica (a censura é abolida) e à participação
efetiva dos cidadãos na vida política. Em março de 1989, esta abertura democrática reforça-
se com as primeiras eleições verdadeiramente pluralistas e livres na União Soviética, que
elegem o congresso dos Deputados do povo.
O dinamismo científico-tecnológico:
Numa época em que as grandes indústrias de base recuam perante as novas
tecnologias, a capacidade de inovar é determinante para o desenvolvimento e o prestígio de
um país. Liderando a corrida tecnológica, os Estados Unidos asseguram, na viragem para o
século XXI, a sua supremacia económica e militar.
Tal como nos tempos da Guerra fria, os Estados Unidos são, hoje, a nação que mais gasta
em investigação científica.
O avanço americano fica, também, a dever-se à criação precoce de parques tecnológicos- os
tecnopolos-, que associam universidades prestigiadas, centros de pesquisa e empresas, que
trabalham de forma articulada.
A hegemonia político-militar:
O fim da Guerra Fria trouxe ao mundo a esperança de uma nova época, de paz e
cooperação entre as nações. E assim o presidente dos Estados Unidos, George Bush, vai
defender a criação de uma “nova ordem mundial” orientada pelos valores que em 1945
tinham feito nascer a ONU.
É invocando esta nova ordem, que se pretende criar, que as Nações Unidas aprovam uma
operação militar multinacional com o fim de repor a soberania do Kuwait, pequeno país
petrolífero do golfo Pérsico, invadido, em agosto de 1990, pelo vizinho Iraque. A libertação
do Kuwait iniciou-se em janeiro de 1991 e exibiu a superioridade militar dos Estados Unidos.
Este primeiro conflito pós-gerra fria inaugurou oficialmente a época da hegemonia militar
americana. O fim da URSS deixou os Estados Unidos sem rival de culto na cena político-
militar e o poderio americano afirmou-se inequivocamente.
Os Estados Unidos têm sido considerados os “polícias do mundo”, em virtude do papel
preponderante e ativo que têm desempenhado na geopolítica do globo:
A união europeia
A consolidação da Comunidade: do Ato Único à moeda única:
O primeiro grande objetivo da CEE (comunidade económica europeia) foi a união
aduaneira (livre circulação de mercadorias e a adoção da mesma estrutura tarifária para o
comércio com o exterior), que só se concretizou em 1968, depois de uma cuidada
preparação.
Os estados-membros acordaram o estabelecimento de uma política agrícola comum, de
ajuda às regiões mais desfavorecidas, de um sistema monetário europeu, entre outras
medidas.
Apesar destes avanços, a Comunidade enfrentava, no início dos anos 80, um período de
marasmo e descrença nas suas potencialidades e no seu futuro. Só em 1985, graças à ação
do novo presidente da Comissão Europeia, Jacques Delors, a comunidade reencontra a
dinâmica perdida.
Verdadeiramente decidido a relançar o projeto europeu, Delors concentrou-se no aspeto
que oferecia, então, maior consenso: o avanço da união económica. Os esforços do novo
presidente conduziram, em 1993, o estabelecimento de um mercado único onde, para além
de mercadorias, circulassem, livremente, pessoas, capitais e serviços. Com o fim de viabilizar
este acordo, Delors fez publicar um livro Branco, onde enumerou as medidas a tomar. O
Livro Branco e as perspetivas económicas assim abertas mobilizaram governos, empresas e
sindicatos para o projeto do mercado único, que se concretizou na data prevista 1993.
Em 1990, aproveitando esta dinâmica, começam as negociações vista ao aumento das
competências da Comunidade, moeda, política migratória, política externa e defesa. Estas
negociações desembocam no célebre Tratado da União Europeia, assinado na cidade
holandesa de Maastricht, em 1992. O tratado de Maastricht estabeleceu uma União
Europeia fundada em três pilares: o comunitário, de cariz económico, o mais desenvolvido;
o da política externa e da segurança comum e o da cooperação nos domínios da justiça e
dos assuntos internos.
Maastricht representou um grande passo em frente no caminho da União, quer pelo reforço
dos laços políticos, quer por ter definido o objetivo da adoção de uma moeda única, de
acordo com um calendário rigoroso e predeterminado.
A 1 de janeiro de 1999, 11 países, inauguraram oficialmente o euro. Na mesma altura,
começa também a funcionar um Banco central Europeu. A CE tornou-se a maior potência
comercial do mundo, com um PIB conjunto semelhante ao dos Estados Unidos, o seu
mercado interno apresenta um elevado nível de consumo e uma mão de obra muito
qualificada, possui também uma densa rede de transportes e comunicações.
O alargamento geográfico:
Em meados do século 70, a Grécia, Portugal e Espanha, até aí governados por
regimes autoritários, transformam-se em democracias. Os três países não tardaram a
solicitar a sua adesão à CEE, da qual a ausência de instituições democráticas os tinha, até
então, excluídos. A entrada destes três novos membros colocou à CEE o seu primeiro grande
desafio, já que se tratava de países bastante atrasados relativamente aos restantes
membros. Entretanto, os desejos de adesão dos países de Leste eram olhados com
apreensão, limitando-se a comunidade, no início, a implementar planos de ajuda às
economias em transição.
O princípio de integração das novas democracias é aceite e, preparando-a, a Cimeira de
Copenhaga (1993) define os critérios que, daí a diante, devem condicionar as entradas na
União: instituições democráticas, respeito pelos direitos do Homem, economia de mercado
viável, aceitação de todos os textos comunitários.
Novas perspetivas:
As dificuldades de uma união política viram-se substancialmente acrescidas pelos
sucessivos alargamentos da Comunidade, que obrigam a conjugar os interesses de países
muito diferentes.
No início do terceiro milénio, tornou-se evidente a necessidade de rever o funcionamento
das instituições e de harmonizar a política externa. Nesse sentido, o Conselho Europeu de
Laeken decidiu convocar, uma Convenção para o Futuro da Europa que apresentou
propostas como: aproximar os cidadãos do projeto europeu e das instituições europeias;
estruturar a vida política e o espaço público europeus numa União alargada; fazer da União
um fator de estabilização e uma referência na nova ordem mundial.
Desta convenção resultou um projeto de constituição europeia que previa, entre outras
soluções inovadoras, a criação de um ministro dos Negócios Estrangeiros da Europa,
responsável pelas posições em matéria da política externa, e o prolongamento do mandato
do presidente do Conselho Europeu, que passaria de seis meses a dois anos e meio.