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1.2.

3- O espaço económico da Ásia Pacífica

O milagre japonês dos anos 50 e 60 deu início a um processo de desenvolvimento


económico que iria, nas décadas seguintes, contagiar outros países asiáticos. Com efeito, o
sucesso do Japão serviu de incentivo e de modelo ao desenvolvimento dos “quatro
dragões”: Hong Kong; Singapura; Coreia do Sul; Taiwan.
Os quatro dragões compensaram a escassez de recursos naturais com o esforço de uma
mão-de-obra barata e abundante, com o apoio do Estado (que investiu altamente no
ensino, tendo em vista a qualificação profissional da população, apostou em políticas
protecionistas com vista a atrair os capitais estrangeiros e na exportação de bens de
consumo). Em resultado, estes países conseguiram produzir, a preços imbatíveis, produtos
de consumo corrente que invadiram os mercados ocidentais, promovendo sectores como o
da indústria automóvel, construção naval, etc.
Quando a crise afetou a economia mundial na década de 70, o Japão e os “quatro dragões”
iniciaram um processo de cooperação económica com os membros da ASEAN (Associação
das Nações do Sudoeste Asiático), que agrupava a Tailândia, Indonésia, Filipinas e Malásia. O
desenvolvimento destes países resultou das necessidades de matérias-primas, recursos
energéticos e bens alimentares, de que eram importantes produtores, por parte do Japão e
dos “quatro dragões” que, em troca, exportavam bens manufaturados e tecnologia. Este
intercâmbio deu origem a uma nova etapa de crescimento, mais integrado, do polo
económico da Ásia Pacífico. O crescimento teve, no entanto, custos ecológicos e sociais
muito altos: a Ásia tornou-se a região mais poluída do Mundo e a sua mão-de-obra
permaneceu, maioritariamente, pobre e explorada.

A questão de Timor:
Timor foi dos poucos casos na Ásia onde se instaurou uma democracia através de um
processo de autodeterminação. Em 1974, a “Revolução dos Cravos” agitou também Timor-
Leste, que se preparou para encarar o futuro sem Portugal. Na ilha, onde não tinham ainda
surgido movimentos de libertação, nasceram três partidos políticos: a UDT (União
Democrática Timorense), que defendia a união com Portugal num quadro de autonomia; a
APODETI (Associação Popular Democrática Timorense), favorável à integração do território
da Indonésia; e a FRETILIN (Frente Revolucionária de Timor-Leste Independente), comum
programa independentista, ligado aos ideais de esquerda.
Esta última, em 1975, declara, unilateralmente, a independência do território, mas em
Novembro, o governo indonésio ordena a sua invasão por tropas suas. Timor resiste, e a sua
resistência continuou ativa nos anos 80, encabeçada por Xanana Gusmão (líder da FRETLIN).
Em 1991, a consciência da comunidade internacional foi despertada, através do
visionamento de imagens de um massacre a civis timorenses. No fim da década, a Indonésia
aceita finalmente que o povo timorense decida o seu destino através de um referendo, que
fica marcado para Agosto de 1999. O referendo, supervisionado por uma missão das Nações
Unidas, a UNAMET, deu uma inequívoca vitória à independência, mas desencadeou uma
escalada de terror por parte das milícias pró-indonésias. Uma onda de indignação e de
solidariedade percorreu então o mundo e conduziu ao envio de uma força de paz
multinacional, patrocinada pelas Nações Unidas. A 20 de Maio de 2002 nasce oficialmente a
República Democrática de timor leste.

Modernização e abertura da China à economia de mercado:


O arranque da China para o processo de modernização e abertura à economia de
mercado teve início nos fins da década de 70, altura em que Deng assumiu o poder. O Líder
chinês iniciou um processo de grandes reformas económicas, lançando as bases do
desenvolvimento agrícola, industrial e técnico da China. Seguindo uma política pragmática,
Deng dividiu a China em 2 áreas geográficas distintas: O interior, essencialmente rural,
permanecia resguardado da influência externa; e o litoral abrir-se-ia ao capital estrangeiro,
integrando-se plenamente no mercado internacional. O sistema agrário foi reestruturado.
Entre 1979 e 1983 as terras descoletivizadas e entregues aos camponeses, estes que
podiam, então, comercializar os seus produtos num comércio livre. Assim, a produção
agrícola chinesa cresceu 50% em apenas 5 anos. O sector industrial foi altamente
modificado em favor da exportação. Em 1980, as cidades de Shenzhen, Zuhai, Shantou e
Xiamen, passaram a ser “Zona Económicas Especiais”, eram favoráveis ao negócio pois o
Investimento estatal estava aí concentrado.

O fim do modelo soviético:


No curto espaço de tempo que vai de 1985 a 1991, a História mundial sofreu
modificações profundas: a Guerra Fria terminou de forma inesperada, as democracias
populares europeias aboliram o comunismo, as duas Alemanhas fundiram-se num só estado
e a URSS desintegrou-se, deixando os Estados Unidos sem concorrentes ao lugar de
superpotência mundial.

A era Gorbatchev:
Em março de 1985, Mikhail Gorbatchev é eleito secretário-geral do Partido
Comunista da União Soviética. Enquanto o nível de vida da população baixava, o atraso
económico e tecnológico relativamente aos Estados Unidos, crescia, e só com muitas
dificuldades o país conseguia suportar os pesados encargos decorrentes da sua vasta
influência no Mundo. Neste contexto, Gorbatchev enceta uma política de diálogo e
aproximação aos Ocidente, propondo aos Americanos o reinício das conversações sobre o
desarmamento. Incapaz de igualar o arrojado programa de defesa nuclear da administração
reagan, o líder soviético procura assim criar um clima internacional estável que refreie a
corrida ao armamento e permitia à URSS utilizar os seus recursos para a reestruturação
interna. Decidido a ganhar o apoio popular para o seu plano de renovação económica, ao
qual chamou perestroika (reestruturação), Gorbatchev inicia, em simultâneo, uma ampla
abertura política, conhecida como glasnost (transparência).
A Perestroika propõe-se a descentralizar a economia, estabelecendo a gestão autónoma das
empresas, tornando-as privadas. Paralelamente, incentiva-se a formação de um setor
privado parcial, como forma de estimular a concorrência e compensar a escassez crónica
dos bens de consumo, que tanto dificultavam o quotidiano soviético.
A Glasnost apela à denúncia da corrupção, à crítica (a censura é abolida) e à participação
efetiva dos cidadãos na vida política. Em março de 1989, esta abertura democrática reforça-
se com as primeiras eleições verdadeiramente pluralistas e livres na União Soviética, que
elegem o congresso dos Deputados do povo.

O colapso do bloco soviético


Os antigos países-satélites da URSS puderam, finalmente, escolher o seu regime
político. Em 1989, uma vaga democratizadora varre o leste: os partidos comunistas perdem,
um após o outro, o seu lugar de “partido único” e pouco depois realizam-se as primeiras
eleições livres do pós guerra, que promovem a elaboração de novos textos constitucionais.
Neste processo, a cortina de ferro que há quatro décadas, separava a Europa, levantava-se
finalmente: as fronteiras com o Ocidente são abertas e a 9 de novembro, cai o muro de
Berlim. Face à queda do muro e ao colapso dos regimes comunistas, a divisão da Alemanha
deixa de fazer sentido. Após isto é anunciado, o fim do pacto de Varsóvia e pouco depois, a
dissolução do COMECON.
O fim da URSS:
Nesta altura, a dinãmica política desencadeada pela perestroika tornara-se já
incontrolável, conduzindo também ao fim da própria URSS. O extenso território das
Repúblicas Soviéticas desmembra-se. O processo começa nas Repúblicas Bálticas, mais
tarde, em 1988, a Estónia assume-se como Estado soberano no interior da URSS. Em 1990, a
Lituânia afirma o seu direito de deixar a União, o mesmo acontece com a Letónia.
Confrontado com estas dissidências, Gorbatchev que nunca tivera em mente a destruição
da URSS ou do socialismo, tenta parar o processo pela força, intervindo militarmente nos
Estados Bálticos. Esta ação retira o líder soviético da vanguarda reformista e o apoio dos
mais ousados passa para um ex-colaborador de Gorbatchev, Boris Leltsin.
Em 1991, a maioria das Repúblicas da união declara a sua independência. Em 21 de
dezembro, nasce oficialmente a CEI (comunidade dos estados independentes). Quatro dias
depois, ultrapassado pelos acontecimentos e vencido no seu propósito de manter unido o
país, Gorbatchev abandona a presidência de uma URSS, que efetivamente, já desaparecera.

Os problemas de transição para a economia de mercado:


A perestroika tinha prometido aos soviéticos uma melhoria acentuada e rápido do
nível de vida: melhores salários, mais bens de consumo, melhor assistência social. Mas ao
contrário do previsto, a reconversão económica foi um fracasso e a economia deteriorou-se
rapidamente. O descontrolo económico e a liberalização dos preços desencadearam uma
inflação galopante que a subida dos salários não acompanhou. O desemprego, o atraso dos
pagamentos das pensões e dos salários dos funcionários públicos, bem como a rápida perda
de valor do rublo significaram o fim das poupanças de muitas famílias soviéticas, que
rapidamente se viram sem meios de subsistência. Em contrapartida, a liberalização
económica enriqueceu um pequeno grupo que em pouco tempo acumulou fortunas
fabulosas. De forma geral, a riqueza passou para as mãos de antigos altos funcionários que
souberam aproveitar a posição chave em que se encontravam. Os países de leste viveram
também, de forma dolorosa, a transição para a economia de mercado. Privados dos
chorudos subsídios que recebiam da União soviética, antigos satélites da URSS, sofreram
uma brusca regressão económica. Tal como na Rússia, o caos económico instalou-se e as
desigualdades agravaram-se. De acordo com o Banco Mundial, nos países em transição para
a economia de mercado, “a pobreza espalhou-se e cresceu a um ritmo mais acelarado do
que em qualquer outro lugar do mundo”. Segundo a mesma fonte, a percentagem de
pobres aumentou bastante.
No entanto, este quadro genérico, esconde, grandes disparidades gerionais e nacionais. Os
países que encetaram reformas mais drásticas e que beneficiaram de uma relativa
estabilidade política, como a República Checa, a Hungria ou a Polónia, captaram
importantes investimentos estrangeiros e grandes fluxos turísticos, apresentando, uma
evolução económica positiva. Aí o nível de vida ultrapassou rapidamente o antigo padrão
comunista e as previsões de crescimento económico mantêm-se animadoras, devido, ao
forte estímulo que constitui a sua recente adesão à união europeia.

Os polos de desenvolvimento económico:


Na viragem para o século XXI, o mundo concentrava a maior parte da sua riqueza e
da sua capacidade tecnológica em três polos de intenso desenvolvimento: os Estados
Unidos, a união Europeia e a zona da Ásia-Pacífico.

A hegemonia dos Estados Unidos:


Prosperidade Económica:
Os estados unidos da América são o quarto maior país do mundo e o terceiro mais
populoso. A “livre empresa” continua no centro da filosofia económica do país e o Estado
incentiva-a, assegurando-lhe as condições de uma elevada competitividade. Pátria de
gigantescas multinacionais, os Estados Unidos vivem também de uma densa rede de
pequenas empresas, com grande dinamismo e inovação. Na viragem do século, estas
empresas, que se contam aos milhões, proporcionavam a maior parte dos postos de
trabalho do país.
Com interesses económicos em todo o mundo, recetores de importantes investimentos
estrangeiros e um mercado consumidor incontornável, os Estados Unidos são um eixo maior
da economia mundial.
Os setores de atividade:
A economia Americana apresenta um claro predomínio do setor terciário. Em
conformidade, a América é, hoje, o maior exportador de serviços do mundo, sobretudo na
área dos seguros, transportes, restauração, cinema e música. Apesar de haver predomínio
do setor terciário, não significa que os outros setores, agrícola e industrial, tenham certas
atrofias. Altamente mecanizadas, sabendo rentabilizar os avanços científicos, as unidades
agrícolas e pecuárias americanas têm uma elevadíssima produtividade. Assim, os estados
unidos, são os maiores exportadores de produtos agrícolas do mundo, só superados pela
União Europeia no seu conjunto.

Novos laços comerciais:


Numa tentativa de contrariar o predomínio comercial da União Europeia, Clinton
procurou estimular as relações económicas com a região do Sudeste Asiático, revitalizando a
APEC (cooperação económica ásia-pacífico), criada em 1989. No mesmo sentido, o
presidente impulsionou a criação da NAFTA (acordo do comércio livre da américa do norte),
que estipula a livre circulação de capitais e mercadorias entre os EUA, Canadá, e o México.

O dinamismo científico-tecnológico:
Numa época em que as grandes indústrias de base recuam perante as novas
tecnologias, a capacidade de inovar é determinante para o desenvolvimento e o prestígio de
um país. Liderando a corrida tecnológica, os Estados Unidos asseguram, na viragem para o
século XXI, a sua supremacia económica e militar.
Tal como nos tempos da Guerra fria, os Estados Unidos são, hoje, a nação que mais gasta
em investigação científica.
O avanço americano fica, também, a dever-se à criação precoce de parques tecnológicos- os
tecnopolos-, que associam universidades prestigiadas, centros de pesquisa e empresas, que
trabalham de forma articulada.

A hegemonia político-militar:
O fim da Guerra Fria trouxe ao mundo a esperança de uma nova época, de paz e
cooperação entre as nações. E assim o presidente dos Estados Unidos, George Bush, vai
defender a criação de uma “nova ordem mundial” orientada pelos valores que em 1945
tinham feito nascer a ONU.
É invocando esta nova ordem, que se pretende criar, que as Nações Unidas aprovam uma
operação militar multinacional com o fim de repor a soberania do Kuwait, pequeno país
petrolífero do golfo Pérsico, invadido, em agosto de 1990, pelo vizinho Iraque. A libertação
do Kuwait iniciou-se em janeiro de 1991 e exibiu a superioridade militar dos Estados Unidos.
Este primeiro conflito pós-gerra fria inaugurou oficialmente a época da hegemonia militar
americana. O fim da URSS deixou os Estados Unidos sem rival de culto na cena político-
militar e o poderio americano afirmou-se inequivocamente.
Os Estados Unidos têm sido considerados os “polícias do mundo”, em virtude do papel
preponderante e ativo que têm desempenhado na geopolítica do globo:

 Multiplicaram a imposição de sanções económicas como recurso para punir os


“infratores”, quer se trate de violação de direitos humanos, repressão política,
suporte de agressões terroristas quer de agressões militares.
 Reforçaram o papel da OTAN. A OTAN atribui a si própria, desde 1991, a função de
velar pela segurança da Europa, recorrendo, sempre que necessário, à intervenção
militar armada.
 Assumiram um papel militar ativo, encabeçando numerosas intervenções por
motivos como, questões humanitárias, combates ao terrorismo, destruição de
regimes repressivos que constituem uma ameaça à paz mundial.

A união europeia
A consolidação da Comunidade: do Ato Único à moeda única:
O primeiro grande objetivo da CEE (comunidade económica europeia) foi a união
aduaneira (livre circulação de mercadorias e a adoção da mesma estrutura tarifária para o
comércio com o exterior), que só se concretizou em 1968, depois de uma cuidada
preparação.
Os estados-membros acordaram o estabelecimento de uma política agrícola comum, de
ajuda às regiões mais desfavorecidas, de um sistema monetário europeu, entre outras
medidas.
Apesar destes avanços, a Comunidade enfrentava, no início dos anos 80, um período de
marasmo e descrença nas suas potencialidades e no seu futuro. Só em 1985, graças à ação
do novo presidente da Comissão Europeia, Jacques Delors, a comunidade reencontra a
dinâmica perdida.
Verdadeiramente decidido a relançar o projeto europeu, Delors concentrou-se no aspeto
que oferecia, então, maior consenso: o avanço da união económica. Os esforços do novo
presidente conduziram, em 1993, o estabelecimento de um mercado único onde, para além
de mercadorias, circulassem, livremente, pessoas, capitais e serviços. Com o fim de viabilizar
este acordo, Delors fez publicar um livro Branco, onde enumerou as medidas a tomar. O
Livro Branco e as perspetivas económicas assim abertas mobilizaram governos, empresas e
sindicatos para o projeto do mercado único, que se concretizou na data prevista 1993.
Em 1990, aproveitando esta dinâmica, começam as negociações vista ao aumento das
competências da Comunidade, moeda, política migratória, política externa e defesa. Estas
negociações desembocam no célebre Tratado da União Europeia, assinado na cidade
holandesa de Maastricht, em 1992. O tratado de Maastricht estabeleceu uma União
Europeia fundada em três pilares: o comunitário, de cariz económico, o mais desenvolvido;
o da política externa e da segurança comum e o da cooperação nos domínios da justiça e
dos assuntos internos.
Maastricht representou um grande passo em frente no caminho da União, quer pelo reforço
dos laços políticos, quer por ter definido o objetivo da adoção de uma moeda única, de
acordo com um calendário rigoroso e predeterminado.
A 1 de janeiro de 1999, 11 países, inauguraram oficialmente o euro. Na mesma altura,
começa também a funcionar um Banco central Europeu. A CE tornou-se a maior potência
comercial do mundo, com um PIB conjunto semelhante ao dos Estados Unidos, o seu
mercado interno apresenta um elevado nível de consumo e uma mão de obra muito
qualificada, possui também uma densa rede de transportes e comunicações.

O alargamento geográfico:
Em meados do século 70, a Grécia, Portugal e Espanha, até aí governados por
regimes autoritários, transformam-se em democracias. Os três países não tardaram a
solicitar a sua adesão à CEE, da qual a ausência de instituições democráticas os tinha, até
então, excluídos. A entrada destes três novos membros colocou à CEE o seu primeiro grande
desafio, já que se tratava de países bastante atrasados relativamente aos restantes
membros. Entretanto, os desejos de adesão dos países de Leste eram olhados com
apreensão, limitando-se a comunidade, no início, a implementar planos de ajuda às
economias em transição.
O princípio de integração das novas democracias é aceite e, preparando-a, a Cimeira de
Copenhaga (1993) define os critérios que, daí a diante, devem condicionar as entradas na
União: instituições democráticas, respeito pelos direitos do Homem, economia de mercado
viável, aceitação de todos os textos comunitários.

As dificuldades de construção de uma Europa política:


Nos últimos 50 anos, os Europeus têm-se dividido no que toca ao futuro do seu
continente: há os que se opõem a toda e qualquer forma de união europeia, os que
defendem exclusivamente num quadro de colaboração entre estados soberanos
(unionistas) e os que apostam na criação de uma espécie de Estados Unidos da Europa, com
um governo federal único e supranacional (federalistas).
O vendaval provocado por Maastricht explica-se, pelo avanço que este acordo deu à união
política. Para além de ter introduzido o poderoso elemento de coesão que é a moeda única,
o Tratado criou a cidadania europeia e alargou a ação comunitária a questões como o
direito de asilo, a política de imigração e a cooperação nos assuntos internos. Reforçou
também os mecanismos para a criação de uma política externa e de defesa comum.

Novas perspetivas:
As dificuldades de uma união política viram-se substancialmente acrescidas pelos
sucessivos alargamentos da Comunidade, que obrigam a conjugar os interesses de países
muito diferentes.
No início do terceiro milénio, tornou-se evidente a necessidade de rever o funcionamento
das instituições e de harmonizar a política externa. Nesse sentido, o Conselho Europeu de
Laeken decidiu convocar, uma Convenção para o Futuro da Europa que apresentou
propostas como: aproximar os cidadãos do projeto europeu e das instituições europeias;
estruturar a vida política e o espaço público europeus numa União alargada; fazer da União
um fator de estabilização e uma referência na nova ordem mundial.
Desta convenção resultou um projeto de constituição europeia que previa, entre outras
soluções inovadoras, a criação de um ministro dos Negócios Estrangeiros da Europa,
responsável pelas posições em matéria da política externa, e o prolongamento do mandato
do presidente do Conselho Europeu, que passaria de seis meses a dois anos e meio.

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