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O FASCISMO NA ITÁLIA
Ao fim da Primeira Guerra Mundial (1914-1918), a Itália, apesar de vitoriosa, teve cerca de 670
mil mortos e quase 1 milhão de feridos. As provincias do nordeste do país estavarn destruídas,
havia falta de mão de obra, matérias-primas e capital para investimento. Além disso Inglaterra
e França não cumpriram as promessas do Tratado de Londres, de 1915, e a Itália não recebeu
os territórios de Istria e Dalmácia, nos Bálcãs. Isso fez com que o ressentimento dos ex-com-
batentes aumentasse e se desenvolvesse o revanchismo de motivação nacionalista contra
ingleses e franceses.
Ao mesmo tempo, o fortalecimento das organizações operárias fazia com que as propostas
socialistas influenciadas pela Revolução Bolchevique Russa, de 1917, se espalhassem. O
campesinato pobre também se mobilizava, uma vez que esta era a origem da maioria dos
soldados, devido à promessa não cumprida de solucionar o problema da terra, distribuindo-a
entre os camponeses que vivíam ao norte da Itália.
Pressionado, Vitor Emanuel III, rei da Italia entre 1900 e 1946 convidou Mussolini para ocupar
o cargo de primeiro-ministro em 30 de outubro de 1922. Mussolini, para ganhar tempo e a
confiança dos italianos, organizou um governo com politicos de várias vertentes com exceção
de socialistas e comunistas. Ao mesmo tempo, suas milicias, conhecidas como “Camisas
Negras”, perseguiam os movimentos operários e de camponeses.
A partir de 1925, o Partido Nacional Fascista se tornou o único partido politico do país. Dois
anos mais tarde, o slogan na Itália de Mussolini resumia bem seu objetivo ditatorial: “Tudo no
Estado, nada fora do Estado, nada contra o Estado”.
O fascismo baseava-se na ideia de que o Estado impusesse o controle sobre toda e qualquer
atividade pública ou privada da população italiana, assim como questões econômicas, culturais
e políticas. Para tanto, manteve alianças não somente com a burguesia e a monarquia
italianas, mas também com a Igreja católica. Nesse periodo, os jornais foram fechados e a
informação passou a ser preduzida e controlada pelo Estado. Eram utilizados métodos
violentos de perseguição aos opositores: milhares de prisões foram realizadas pessoas foram
executadas e centenas de intelectuais, artistas e pensadores fugiram do país.
Os fascistas oficializaram uma aliança com a Igreja católica com a instituição do Tratado de
Latrão, em 1929. Por meio desse acordo Mussolini reconheceu a soberania do papa sobre o
Vaticano e regularizou a situação da Igreja católica em relação ao Estado italiano. Esse tratado
representou também o fim das hostilidades politicas entre o papado e o Estado italiano, uma
vez que os Estados Pontificios háviam perdido autonomia politica desde a unificação italiana,
no final do século XIX.
A crise mundial de 1929, no entanto, atingiu o regime fascista, uma vez que um de seus
pilares, além do combate ao comunismo e à de Mocracia liberal, era, justamente, o
crescimento econômico da Itália.
A partir da década de 1930, Mussolini tentou ampliar a influência da Itália além de seu
território com base na dependència de outros povos ao fascismo, reforçando internamente
esse sistema ao mobilizar a população italiana por meio do nacionalismo.
Para dar prosseguimento à politica expansionista, em 1936 a Itália invadiu a Abissinia, atual
território da Etiópia, na África, e declarou a fundação da África Oriental Italiana,a qual se
constituiu por um vasto território no leste daquele continente. Essa corrida imperialista teve
continuidade até meados da década de 1940.
O REGIME STALINISTA
NA UNIÃO SOVIÉTICA
STALIN VENCE SEUS OPOSITORES
Com a morte de Lenin, em 1924, iniciou-se uma disputa pela liderança politica entre Leon
Trotski e Josef Stalin na União Soviética.Trotski propunha a revolução socialista mundial. Stalin,
então secretário-geral do Partido Comunista, defendia que era necessário primeiro consolidar
a revolução no país. Stalin venceu a disputa politica,aprovando suas teses no XIV Congresso do
Partido Comunista, em 1925, e passou a governar a União Soviética (URSS) como um ditador.
Trotski perdeu seus cargos no partido e foi deportado em 1929.
A fim de expandir e centralizar o controle politico, Stalin implantou uma rigida burocracia, cujo
comando ficava a cargo do Partido Comunista Soviético (PUCS), único partido permitido e
reconhecido Pelo Estado, e de seus membros. Com o tempo, os membros dessas burocracia
passaram a constituir um grupo distinto na sociedade Soviética, pois usufruiam de direitos e
privilégios que não estavam disponíveis ao restante da sociedade. Cabia ao partido a
supervisão dos sovietes, que com o tempo tiveram suas liberdades politicas Restringidas.
A economia
Em 1928, Stalin rompeu com a NEP (Nova Política Económica), implementada por Lennin, e
colocou em vigor um projeto modernização e planificação da economia soviética. Por meio dos
planos quinquenais, centralizou as decisões financeiras, estatizou empresas,Estabeleceu metas
de produção e iniciou a coletivização forçada da agricultura no campo.
A industrialização era um ponto de destaque nos planos econômicos de Stalin. Por meio dela,
esperava-se diminuir a dependência de produtos industrializados de origem estrangeira e
aumentar o poder bélico da URSS, considerado fundamental para a manutenção de sua
soberania. Para atingir esses objetivos, o governo estabeleceu um rígido sistema de metas de
produção, que eram alcançadas com base no estimulo ao trabalho.
Ficou famosa em toda a URSS a imagem do operário Stakhanov,que havia extraído 102
toneladas de carvão em 5 horas e 45 minutos.A figura incansável de Stakhanov serviu para
legitimar o sistema de metas ao qual todos os operários soviéticos estavam submetidos.
0 Grande Expurgo
Buscava-se validar o rigido sistema politico e econômico implementado por Stalin por meio de
uma intensa propaganda governamental. Junto à propaganda, estava a politica de terror
contra aqueles que faziam ou eram acusados de algum tipo de oposição ao regime. Entre 1936
e 1939, o governo montou processos judiciais para punir os considerados traidores da
revolução.
Após ser derrotado na disputa política com o grupo dirigido por Stalin, Trotski passou por
vários países até fixar residência no México.Porém, foi assassinado nesse país em 1940, a
mando de Stalin.
O Realismo Socialista
Com a centralização de poder por Stalin, o Comité Central do Partido Comunista passou a
Controlar as manifestações culturais Artistas de Viam, a partir de então, representar os
objetivos Politicos e sociais do regime com base em uma estética oficial, o chamado Realismo
Socialista.
Sob o regime stalinista, a arte, financiada e controlada pelo Estado, deveria enaltecer a “pátria
soviética e representar apenas o mundo dos trabalhadores: soldados em guerra, operários e
camponeses fortes e felizes, mineiros sujos de fuligem.
O NAZISMO NA ALEMANHA
Os nazistas foram ganhando cada vez mais apoio ao longo dos Anos 1920, ao se apresentarem
como opção aos comunistas na Alemanha. Além disso, os efeitos da crise económica mundial
do capitalismo, no inicio da década de 1930, auxiliaram o Partido Nazista, que já tinha o apoio
de industriais e parte do exército, a ganhar cada vez mais apoio popular, principalmente nos
setores mais prejudicados pela crise. Esse apoio se refletiu nas eleições de setembro de 1930,
quando o partido de Adolf Hitler conseguiu 6,5 milhões de votos e 107 (de um total de 607)
cadeiras no Parlamento.
Com cerca de 14 milhões de votos, novas eleições em 1932 deram ao Partido Nazista 230
cadeiras no Parlamento. Ao mesmo tempo. Os comunistas também ganharam poder,
conquistando 100 cadeiras, que provocou uma polarização politica.
Com o avanço dos comunistas, Hitler conseguiu mais apoio do Grande empresariado, que
entendia esse movimento como um perigo para seus negócios. Nesse cenário, após as
eleições, grandes nomes da industria pediram ao presidente Paul von Hindenburg que o poder
fosse confiado ao “partido nacional mais importante”, indicando Hitler. Em 30 de novembro de
1933, Hitler foi nomeado chanCeler (cargo correspondente a primeiro-ministro) e,
inicialmente, se colocou como a figura que traria a conciliação necessária para estabilizar a
Alemanha.
0 Terceiro Reich
Hitler consolidou-se então como o Führer, o condutor, o guia e o chefe da nação, tal como
havia ocorrido na Itália com Mussolini. O Regime nazista autoproclamou-se como o Terceiro
Reich, adotando esse nome em alusão aos outros dois impérios alemães – o Sacro Império
Romano-Germânico (962-1806) e o Império Alemão (1871-1918). A valorização de um passado
glorioso idealizado, que nem sempre correspondia à realidade histórica e sim a uma mitologia
politica criada com base nela, compunha vários aspectos do ideário e da estética nazistas. Uma
vez no poder, com o pleno controle de todas as instituições do Estado, o regime intensificou a
difusão de seu programa, pondo em prática diversas medidas para ampliar a popularidade e
consolidar, cada vez mais, o poder do Führer.
Com a morte de Hindenburg, em agosto de 1934, Hitler conseguiu do Parlamento a fusão dos
cargos de presidente e chanceler.
Tornando-se o chefe das Forças Armadas. O golpe constitucional foi também aprovado pelo
Exército e por plebiscito popular. A partir disso, Hitler teve o caminho livre para fundar seu
Estado totalitário baseado na violência e no discurso da superioridade do povo alemão.
Com a expansão territorial, Hitler começou a fundar as novas estruturas do aparelho de Estado
que deram seguimento a seu projeto de “um Reich que viveria mil anos”.
Essa conjuntura foi paulatinamente manipulada pelos nazistas para chegarem ao poder e nele
se manterem insuflando o ódio da população contra aqueles considerados inimigos comuns e
uma visão que combinava belicismo, nacionalismo e racismo.
Por meio da mobilização de conceitos, preconceitos, clichés e sentimentos politicos que, por
vezes, já estavam presentes na sociedade alemã e em outras regiões que foram conquistadas
pelos nazistas durante a Segunda Guerra Mundial, o nazismo se baseava em:
. Pangermanismo de acordo com essa tese, o Estado alemão deveria reunir todos os sujeitos
de etnia germànica que viviam em outros paises em uma mesma nação e em seguida,
estender seu dominio sobre outros territórios para assegurar sua permanència como potência
mundial.
. Arianismo (ou superioridade da raça aria-Na): difundido pelo nazismo, afirmava a suposta
superioridade dos brancos e entre estes, a dos descendentes do povo ariano indo-europeu. Os
descendentes mais próximos desse grupo seriam os alemães. Baseava-se nos principios da eu-
genia, surgida em meados do século XIX, que pregava a seleção de seres humanos por meio
da reprodução entre indivíduos que acreditavam ser arianos puros, com o intuito de criar uma
raça superior”. Ao mesmo tempo, apregoava que outros grupos humanos, ditos inferiores, não
poderiam se reproduzir e deveriam ser eliminados. A aplicação dessa ideologia levou ao
confinamento e posterior extermínio de milhões de indivíduos pertencentes a tais grupos,
como judeus, ciganos, eslavos, homossexuais, pessoas com deficiência e doença mental, entre
outros.