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Na agricultura, optou-se pela coletivização das propriedades agrícolas e pela mecanização intensiva,
no sentido de produzir o suficiente para abastecer a população. Em menos de um ano (1929-1930), a
classe dos kulaks foi aniquilada e as terras que possuíam foram confiscadas e agrupadas em
sovkhozes (propriedades agrícolas do Estado, cujos trabalhadores eram assalariados) e kolkhozes
(cooperativas de camponeses que exploravam em comum a terra).
Estas transformações desencadearam, porém, uma profunda resistência. Só uma repressão policial
violentíssima, que se saldou por deportações em massa, permitiu levar a cabo a coletivização. A área
dos kolkhozes subiu de 1,4 para 92 milhões de hectares, mas o abalo provocado por estas
transformações causou uma terrível baixa de produção em 1932-1934. E, devido à repressão e à
fome, morreram milhões de camponeses.
O totalitarismo estalinista
Nos países da Europa e da América do Norte que se mantiveram democráticos, a maioria dos
industriais, banqueiros e comerciantes defendia o liberalismo económico. Só passaram a aceitar a
intervenção do Estado quando perceberam que era talvez a única forma de ultrapassar os terríveis
efeitos da crise.
Quem primeiro iniciou uma política de intervencionismo econômico foram os Estados Unidos da
América. O presidente Franklin Roosevelt lançou, a partir de 1933, o chamado New Deal. Os
objetivos eram resolver o problema do desemprego e aumentar o poder de compra da população,
de forma a relançar o consumo e, consequentemente, a produção.
Entre as medidas tomadas, contaram-se as seguintes: financiamento de grandes obras públicas
(estradas, barragens, escolas, etc.) para criar novos empregos; limitação da semana de trabalho a 40
horas para proporcionar novos postos de trabalho; concessões de subsídios às empresas que
admitissem novos trabalhadores; melhoria do poder de compra dos assalariados através de medidas
sociais, como o salário-mínimo ou o subsídio de desemprego.
A política de Roosevelt conseguiu reanimar efetivamente a atividade económica nos EUA, mas os
efeitos da crise só desapareceram totalmente com a II Guerra Mundial.
A crise de 1929-1932 foi sentida de forma intensa em toda a Europa, provocando inclusivamente
profundas mudanças políticas.
No Reino Unido, os partidos que alternavam no poder (o Partido Trabalhista e o Partido
Conservador) uniram-se em governos de unidade nacional para combater a crise. Concederam
apoios às empresas industriais e lançaram campanhas de caráter protecionista. O mesmo tipo de
medidas foi também tomado na Suécia, com a chegada do Partido Social-Democrata ao poder, em
1932.
Em França, uma coligação dos partidos de esquerda, a Frente Popular, que ganhou as eleições em
1936, promoveu um intervencionismo mais radical. Foram concedidos aumentos salariais,
estabelecida a semana de 40 horas de trabalho e garantido, pela primeira vez, o direito a 15 dias de
férias pagas. Foram, além disso, nacionalizados os caminhos de ferro e as fábricas de armamento.
Mas, ao fim de um ano, a Frente Popular foi dissolvida.
Também em Espanha, em 1936, uma Frente Popular chegou ao poder, mas, como verás, manteve-se
por muito pouco tempo.