Technometal N 261

N R - 2 61
GESTÃO E TECNOLOGIAS
INOVAÇÃO NAS EMPRESAS DE

METALURGIA E METALOMECÂNICA
Trimestral – Abril | Maio | Junho | 2023 7,50€
TecnoMetal entrevista
Wilfried Schäfer
Tratamento estatístico
de dados
Caracterização e
forjabilidade de ligas
de latão com e sem
chumbo
TECNOMETAL - 261 - abril/maio/junho 2023 1

2 TECNOMETAL - 261 - abril/maio/junho 2023

SUMÁRIO
(3) Editorial Portugal está ancorado num estado pesado e ultrapassado
(4) Entrevista Tecnometal entrevista Wilfried Schäfer, diretor executivo da VDW -

Federação Alemã de Fabricantes de Máquinas, organizador do EMO
Hannover 2023
(8) Inovação & Design Desenvolvimento e impressão de estruturas estocásticas para

implantes porosos através do uso de fabrico adito: processos DLP e
SLM.
(14) Gestão & Tecnologias Tratamento estatístico de dados
(18) Divulgação e Promoção Caracterização e forjabilidade de ligas de latão com e sem chumbo
(28) Responsabilidade Social CENFIM - Plano de Formação - setembro, outubro, novembro e de-
zembro de 2023
(32) Notícias AIMMAP apresentou a nova visão estratégica para o setor até 2030 e
debateu as estratégias de crescimento
(35) Ações de compra coletiva promovidas pela AIMMAP em 2023

obtiveram enorme sucesso
(36) AIMMAP recebeu o Prémio Internacionalização da Vida Económica
(37) AIMMAP recebeu a visita do Secretário de Estado dos Assuntos

Europeus
(39) Manuel Grilo completou 70 anos
(40) “Circularidade na Indústria” esteve em debate na EMAF
(41) Alterações ao Contrato Coletivo de Trabalho entre a AIMMAP e o

SINDEL
(42) METAL PORTUGAL registou mais um enorme sucesso na EMAF 2023
(43) AIMMAP promoveu participação do METAL PORTUGAL na

SUBCONTRATACIÓN
(44) METAL PORTUGAL na METAL BARCELONA 2023
(45) (AIMMAP organizou a participação coletiva das empresas do METAL

PORTUGAL na MINDTECH 2023
(46) AIMMAP organizou uma nova Missão Empresarial a Marrocos
Anunciantes deste Número

Bohler (46) - CATIM (Contra-Capa) - CENFIM (V.C.Capa)
- CERTIF (7) - METAL PORTUGAL (V. CAPA) - SEW-
EURODRIVE (2)
REVISTA Informação Técnico-Científica de Metalurgia e Metalomecânica Ano XXXVIII 261 - abril/maio/junho 2023 Diretor Vitor Neves Diretor Exe-
cutivo (Diretor Adjunto) Rafael Campos Pereira Diretor Técnico-Científico (Sub-Diretor) Hermenegildo Pereira Coordenação Gráfica e Publicidade Cristina
Veiga Propriedade e Edição, Redação e Administração AIMMAP Rua dos Plátanos, 197 – 4100-414 Porto, Telf.: +351 226 166 860, Fax: +351 226 107 473, E-mail: aimmap@
aimmap.pt NIPC: 501072349 Periodicidade Trimestral ISSN 0870-8444 Registo na E.R.C. Nr. 123485 Depósito Legal: Nr. 45433/91 Estatuto editorial (ver http://www.
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ce-Pres.: Rui Ferreira Marques (FERREIRA MARQUES & IRMÃO, LDA.), Sec.: Isabel Oliveira(BLASQEM, LDA.); Direção: Pres.: Vítor Neves (COLEP PACKAGING
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Cristina Boia (EXTRUSAL, S.A.); Bernardino Meireles (ANTÓNIO MEIRELES, S.A.); Joaquin Almeida (FUNDIVEN, S.A.); Pedro Sousa (T.S.F., LDA.); Raquel San-
tos (A METALÚRGICA, S.A.); Miguel Mata (ADIRA, S.A.); Miguel Franco (SCHMITT, LDA.); Vice-Pres.: Sup.: Alexandra Matias (ALEXANDRINO MATIAS & Cª, S.A.)
e Clara Marques (MANUEL MARQUES, HERDEIROS, S.A.); Conselho fiscal: Pres.: Domingos Matos (RAMADA AÇOS, S.A.); Relator: Élio Maia (FAL, S.A.); Vogal:
Liliana Marques (SERAFIM A. S. FERREIRA MARQUES, LDA.) Conselho Técnico-Científico: Abel D. Santos (INEGI/FEUP); Alberto Fonseca (CATIM); Carlos Alberto
Alves (Extruplas, Lda); Carlos Alberto Martins (Univ. Lusíada); Carlos Sousa (FEUP/CATIM); Diamantino Freitas (FEUP); Hermenegildo Pereira; Hildebranco Vasconce-
los (CATIM); João Paulo Pinto (CLT); Jorge Lino (INEGI/FEUP); José António Simões (ESAD); José Bessa Pacheco (FEUP); José Rafael Nascimento (Prof. Universi-
tário) e Paula Mendes. Produção, MULTIPONTO, S.A. Rua da Fábrica, Nr. 260 – 4585-013 Baltar Tel.: +351 225 193 400 e-mail: producao@multiponto.com
EDITORIAL
Portugal está ancorado num estado pesado e

ultrapassado
O contexto mundial atual é de enorme exigência. Para além da incerteza associada à guerra na Ucrânia, a
tendência inflacionista juntamente com a contínua subida das taxas de juro, gera grandes dificuldades na gestão
dos orçamentos familiares bem como das empresas, que enfrentam recursos espartilhados para fazer face a tão
necessários investimentos.
Mas em Portugal, as famílias e as empresas encontram vagas de obstáculos adicionais em muitas das políticas
públicas. E neste capítulo, infelizmente, fica difícil definir por onde começar: se pelas medidas que atacam direta-
mente os rendimentos dos cidadãos e das empresas, ou se pelas medidas que sobrecarregam burocraticamente
a atividade empresarial, ou outras que simplesmente não contribuem para criar um ecossistema potenciador de
crescimento e prosperidade económica.
Começando pelo sistema fiscal, que contribui de forma dramática para a diminuição do rendimento disponível
das famílias, rapidamente se conclui que estamos perante um desenho fiscal desatualizado e que não dá res-
posta ao imperativo de promover o aumento da produtividade e dos salários. Sem pessoas qualquer nação está
condenada, e na realidade, com a evolução negativa da natalidade em Portugal e com o atual nível salarial
praticado no nosso país, temos de ser capazes de reter os trabalhadores nacionais, bem como a mão-de-obra
estrangeira que felizmente tem chegado, dando um importante contributo para atenuar a questão da natalidade.
Do ponto de vista empresarial o sistema fiscal está igualmente obsoleto. As empresas nacionais estão sujeitas a
todas as adversidades da concorrência global, e pela qualidade que apresentam concorrem com empresas de
grandes mercados e de enorme sofisticação. Simultaneamente, apesar das sucessivas e diversas crises vividas
ao longo dos últimos anos, as exigências que se impõem às empresas não abrandam, nomeadamente no que
se refere ao processo de dupla transição, digital e energética. Neste cenário, a sobrevivência e o crescimento
empresarial estão diretamente relacionados com a capacidade de realizar os investimentos certos para acom-
panhar esses processos de transição. Ora, evidentemente que a carga fiscal dirigida à atividade empresarial
representa uma sobrecarga tal que, na maioria das vezes, não permite a alocação de recursos para concretizar
esses importantes investimentos produtivos e evolutivos, até porque não podemos esquecer que o tecido empre-
sarial nacional é maioritariamente constituído por micro e PME.
Esta é apenas uma pequena parcela de um esquema fiscal que não serve a realidade do país nem se adequa
às exigências atuais, e que apenas serve para alimentar um estado pesado, que apresenta uma despesa pública
crescente, que passou de 78.5 mil M € em 2015, para 102.5 mil M€ em 2022 (excluindo juros).
A par destes dados preocupantes, surge outro referente ao Investimento público que é de apenas 2.5% do PIB.
Ou seja, o peso do estado na economia é uma das principais causas, talvez a maior, para o crescimento ané-
mico da economia portuguesa, porque absorve recursos que de outro modo poderiam ser aplicados de forma
mais eficiente e produtiva, criando mais valor acrescentado para o país. E obviamente que esta análise não se
restringe apenas aos recursos financeiros, já que, entre 2015 e 2023, o estado aumentou em cerca de 100.000
o número dos seus funcionários.
Tendo por base todo este enquadramento, e sabendo que o IDE (investimento direto estrangeiro) caiu 66% na
UE em 2021, em comparação com 2019 e que no mesmo período, nos EUA esse investimento aumentou 63%,
Portugal deve pedalar à frente de qualquer reação europeia, criando instrumentos que protejam a economia
nacional da perda de competitividade, e particularmente da perda de competitividade dentro da Europa, já que
é onde se encontram os principais mercados de exportação, e seguramente que a forma mais imediata e priori-
tária para o fazer, passa por uma redefinição global do sistema fiscal, tornando-o mais leve, mais ágil e flexível,
dando resposta à necessidade absoluta de aumento de produtividade e crescimento económico.
Sofia Veloso Ferreira
Assessora da Direção da AIMMAP

ENTREVISTA
Tecnometal entrevista Wilfried Schäfer, Diretor

Executivo da VDW - Federação Alemã de
Fabricantes de Máquinas, organizador do EMO
Hannover 2023
TM – Na situação atual, como evoluiu a indústria europeia de

máquinas-ferramenta? Como se posiciona esta indústria atual-
mente no mercado global?
WS – A indústria europeia de máquinas-ferramenta tem uma herança

muito importante e desempenha um papel relevante no mercado global.
Os produtores europeus de máquinas-ferramenta são reconhecidos pela
sua excecional habilidade de manufatura e experiência, engenharia de
precisão e tecnologia inovadora. Nos últimos tempos, a indústria tem ex-
perimentado várias transformações impulsionadas pelos avanços tecno-
lógicos e pela evolução da dinâmica do mercado.
A Europa continua a ser um centro importante e promissor para o fabrico

de máquinas-ferramenta. No entanto, a indústria enfrenta uma concor-
rência enorme da Ásia. Esta região expandiu rapidamente as suas capa-
cidades de produção de máquinas-ferramenta e concentra-se principal-
mente em máquinas standard, ao contrário dos fabricantes europeus de
máquinas-ferramenta que se distinguem por oferecer soluções persona-
lizadas.
TM – Nos próximos anos, quais serão as principais tendências

neste setor? Pode apontar os principais desafios e oportunida-
des?
WS – As perspetivas futuras da indústria serão moldadas por uma infini-

dade de fatores, abrangendo avanços tecnológicos, condições econó-
micas e tendências globais. Entre estas tendências, destacam-se vários
desenvolvimentos, incluindo a Automação e Indústria 4.0, o Fabrico Adi-
tivo, a integração de Soluções de Software, e uma crescente ênfase na
sustentabilidade e eficiência energética.
Tecnologias de ponta como Internet das Coisas (IoT), inteligência artificial

(IA) e análise de big data já têm vindo a ganhar grande importância e

ENTREVISTA
continuarão a revolucionar o setor de máquinas-ferramenta. A prevalên-

cia de máquinas interconectadas e processos de tomada de decisão ba-
seados em dados, nas fábricas, também aumentará.
A adoção da automação e da robótica nas operações de máquinas-fer-

ramenta vai seguramente aumentar, levando a melhorias significativas na
produtividade, precisão e flexibilidade. Robôs colaborativos (cobots) e
sistemas autónomos encontrarão aplicações mais amplas em vários pro-
cessos de produção. Além disso, o crescente interesse na manufatura adi-
tiva ou impressão 3D apresenta oportunidades únicas. Espera-se que as
máquinas que podem acomodar processos de fabricação aditiva, bem
como máquinas híbridas que combinam capacidades aditivas e subtra-
tivas, ganhem importância. Além disso, as considerações ambientais e a
eficiência dos recursos serão amplificadas no âmbito da produção. Os
fabricantes de máquinas-ferramenta continuarão a privilegiar o desenvol-
vimento de tecnologias ecológicas, máquinas energeticamente eficientes
e soluções de reciclagem para se alinharem com as metas de sustentabi-
lidade.
Há uma procura crescente de produtos personalizados e séries mais cur-

tas em várias indústrias. Os fabricantes de máquinas-ferramenta podem
aproveitar esta oportunidade desenvolvendo máquinas flexíveis capazes
de trocas rápidas e adaptáveis a diversas necessidades de produção. Ao
oferecer soluções que permitem personalização e flexibilidade, as empre-
sas podem dar resposta à procura de mercado, em constante evolução.
tros ativos. Além disso, o intercâmbio de

TM – A nova legislação alemã sobre cadeias de abastecimento dados entre ferramentas de software ou
estabelece novas regras éticas e ambientais para as grandes serviços baseados na computação em
empresas alemãs e, consequentemente, para os fornecedores nuvem deve ser tão fácil e harmonioso
em Portugal. Como prevê que esta lei afete esta indústria e a quanto possível. Porque afinal, a longo
sua cadeia de abastecimento? prazo, os dados precisam de ser usados
WS – A Lei Alemã da Cadeia de Abastecimento é uma extensão da Lei da para melhorar a eficiência operacional,
Cadeia de Abastecimento Europeia em elaboração. Espera-se que as em- reduzir a complexidade e reduzir os cus-
presas portuguesas tenham de se adaptar a ela, uma vez que fazem parte tos
da UE, mas a lei não deverá impor quaisquer requisitos especiais. Embora
Interfaces abertas e padronizadas são
a Alemanha possa exigir algumas especificidades às empresas portugue-
a base para essa ligação perfeita entre
sas, a responsabilidade social e ambiental das empresas já são temas
diferentes sistemas e tecnologias, pois
que as empresas europeias devem considerar. Não se trata, portanto, de
facilitam a integração e a interoperabi-
requisitos excecionais, mas de pré-requisitos fundamentais para a viabili-
lidade entre vários softwares, platafor-
dade futura das empresas europeias e, consequentemente, portuguesas.
mas e dispositivos. A interoperabilidade
resultante aumenta a eficiência, reduz
erros e promove a colaboração entre
TM – Nesta era de digitalização, alguns especialistas defendem
as partes interessadas. A normalização
como obrigatória a padronização das comunicações para que
funciona como um catalisador para
a troca de dados ocorra por meio de interfaces padronizadas
processos simplificados, fornecendo um
ao longo de toda a cadeia de processos. Qual é a sua opinião
quadro comum para o intercâmbio de
sobre esta matéria?
dados. Quando os sistemas e interfaces
WS – A digitalização e novos modelos de negócios baseados em dados aderem às normas, as tarefas podem ser
são impossíveis sem o acesso a dados de máquinas, componentes ou ou- facilmente automatizadas, as informa-

ENTREVISTA
ções podem ser compartilhadas sem es- TM – Como prevê a evolução dos modelos de negócio na indús-
forço e as novas tecnologias podem ser tria europeia de máquinas-ferramenta?
integradas sem problemas.
WS – A digitalização cria um impulso para a inovação. Através da dis-
No entanto, a padronização clássica, ponibilidade de dados, ganha-se mais transparência. É a base para a oti-
tal como a conhecemos há décadas, mização de produtos e processos. Isso leva a novos modelos de negócios
tem vários problemas no que diz respei- que se afastam do negócio de investimento tradicional e são encontrados
to à procura dos aplicativos baseados no negócio de serviços, no pay-per-use, por exemplo. Isso também sig-
em TI por velocidade e flexibilidade. nifica deixar de comprar uma máquina e, em vez disso, utilizar o paga-
Essa é a razão pela qual há um grande mento por peça. Neste cenário, o cliente paga apenas pelo desempenho
movimento das indústrias de construção e pela utilização: se tais modelos de negócios são encontrados em bens
de máquinas para estabelecer uma “Lin- de investimento de custo elevado, depende das condições e só pode ser
guagem de Produção Global” baseada avaliado caso a caso. Embora o pagamento por peça seja atraente do
na tecnologia de estrutura de comunica- ponto de vista do cliente, o desafio está em arcar com os custos de pro-
ção OPC UA. Atualmente, cerca de 30 dução da máquina. Portanto, se e como um produtor de máquinas pode
das chamadas “OPC UA Companion cobrir esses custos, não pode ser respondido universalmente, mas sim in-
Specifications” foram publicadas para dividualmente.
várias tecnologias, como metrologia,
tecnologia de pesagem, máquinas de TM – Na edição EMO 2023, um dos temas centrais será certa-
plástico e borracha, robôs, sistemas de mente Innovate Manufacturing e Future Insights. Como é que
visão, máquinas-ferramenta para car- a organização vai explorar o tema e que ações irá promover?
pintaria e metalurgia, e muitas mais.
Cerca de 30 outros padrões desse tipo WS – Na EMO Hannover, haverá várias seções temáticas sobre “O Fu-
estão em desenvolvimento - um dos turo da Conectividade e Sustentabilidade na Produção”, onde esses tópi-
maiores movimentos de padronização cos serão abordados como um ponto central para os clientes. “O Futuro
que vimos nos últimos anos, e verdadei- dos Negócios”, que aprofunda temas como novos mercados e inovações
ramente global e internacional. de modelos de negócio, será o tema dos fóruns no recinto da exposição.
Mas, novamente, apenas ter um con- “Innovate Manufacturing.” é um apelo à ação para que os produtores
junto de padrões não é suficiente. de tecnologia de produção e os clientes aperfeiçoem os seus sistemas de
Esse conjunto de padrões tem de ser produção, ferramentas e instrumentalização. Portanto, é principalmente
implementado num software, testado, uma expressão que EMO Hannover é o lugar onde os expositores podem
atualizado e, não menos importante, mostrar as suas inovações, enquanto a feira facilita o diálogo e permite a
promovido e introduzido no mercado. comunicação com cientistas e especialistas internacionais, tanto do lado
Embora tenhamos apenas um número da oferta como do lado da procura. Além disso, haverá segmentos espe-
relativamente pequeno de grandes pla- ciais, como a área de start-up e, como o novo foco, a área Cobot.
yers dominantes no mercado de con-
sumo, o mercado b2b na manufatura
é muito mais diversificado e complexo. TM – Quais são as suas expectativas para o EMO 2023?
Por essa razão, foi criada a iniciativa
global “umati - universal machine tech- WS – O foco da EMO Hannover está no desenvolvimento de tecnologia
nology interface”, onde fabricantes de de produção para beneficiar os vários segmentos de clientes. Reúne fa-
máquinas, fornecedores de software e bricantes reconhecidos internacionalmente, sendo que dois terços deles
utilizadores juntam-se numa comunida- vêm do exterior. Este ano, mais uma vez, a feira tem um grande interesse
de para promover o uso de interfaces para fornecedores de tecnologia de produção ao longo de toda a ca-
abertas e padronizadas. Isso garante deia de valor. Isto é visível no status de registo – até agora, cerca de
uma implementação harmonizada, for- 1.600 expositores de 42 países já se inscreveram. Após a pandemia,
nece uma plataforma para troca de ex- empresas e visitantes podem envolver-se numa troca de ideias ativa e dis-
periências, cria visibilidade no mercado cutir as soluções específicas de produção na vanguarda da tecnologia,
e fornece demonstração prática de va- garantindo que baseiam as suas decisões de investimento, em informa-
lores agregados em https://umati.app. ções atualizadas.

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TECNOMETAL - 249 - julho/agosto 2020
INOVAÇÃO & DESIGN
Desenvolvimento e Impressão de Estruturas

Estocásticas para Implantes Porosos através do uso
de Fabrico Adito: Processos DLP e SLM
Autores: Rui Rodrigues (Mestrado em Design Industrial e de Produto, Universidade do Porto), José N. Machado (INE-
GI), Pedro Lopes (INEGI), Luís Oliveira (INEGI) e Jorge Lino Alves (Mestrado em Design Industrial e de Produto, Univer-
sidade do Porto/INEGI)
RESUMO
O design generativo é um método de design colaborativo entre humanos e com-
putadores que produz múltiplas soluções para um mesmo problema. As estruturas
celulares são desenvolvidas com este método com o objetivo de, por exemplo, re-
duzir a massa, tentando manter as restantes propriedades mecânicas. Este traba-
lho surgiu do objetivo de desenvolver estruturas celulares para implantes porosos
biodegradáveis que promovam o processo de cura de tecido ósseo. Foram estuda-
das, desenvolvidas e impressas estruturas do tipo estocástico Voronoi, tendo-se
utilizado amostras com 500, 1000, 2000, 3000, 4000 e 5000 pontos, mantendo
uma espessura constante de 0,4 mm. As amostras foram produzidas numa impres-
sora 3D DLP, que utiliza um Processamento Digital por Luz, e foram analisadas
em relação à capacidade de impressão, massa e rigidez. Observou-se que as amos-
tras de 500 pontos, fornecem uma redução de 94% e de 99,7% respetivamente
em relação à massa e ao Módulo de Young, enquanto as de 5000 pontos, propor-
cionam uma redução de 61% e de 96%. Atualmente tem-se impresso amostras das
estruturas e também de implantes porosos em aço inoxidável 316L.
1. INTRODUÇÃO corresponder a, por exemplo, reduzir a massa de um determinado obje-

to enquanto se tentam manter as restantes caraterísticas deste, como por
O design generativo explora e desen- exemplo geometria, resistência, rigidez, etc. As estruturas celulares foram
volve de um modo automático várias so- desenvolvidas através deste processo, como meios para atingir estes obje-
luções de design para um só problema, tivos, podendo ser definidas como objetos compostos por células, que se
sendo necessário ter conhecimento dos repetem no espaço e que se apresentam interconectadas umas às outras.
parâmetros e objetivos que o integram Estas estruturas apenas conseguem ser produzidas através dos processos
(Di Filippo et al., 2021; McKnight, 2017). de fabrico tradicionais, nos casos em que as suas formas se apresentam
É um processo utilizado com o propósito simples e em escalas médias-grandes, sendo que aumentando a comple-
de produzir soluções em função dos pa- xidade destas e/ou diminuindo a escala faz com que esses processos se
râmetros e dos objetivos estabelecidos tornem mais caros e limitados (Helou & Kara, 2018; Park et al., 2022).
inicialmente pelo utilizador, podendo ser Existindo cada vez mais desenvolvimentos na área do fabrico aditivo, es-
ainda utilizado para desenvolver uma sas limitações têm sido ultrapassadas, fazendo com que estas estruturas
solução em função da maximização de ganhem ainda mais importância. A utilização e implementação de estrutu-
um determinado objetivo (Buonamici et ras celulares possibilita uma redução de energia, de material e do tempo
al., 2020). Este segundo propósito pode necessário de fabrico, fornecendo ainda a capacidade de otimizar a re-

INOVAÇÃO & DESIGN
sistência dos objetos produzidos, reduzindo a sua massa. Existem dois tipos provém da função de modelação do
de estruturas celulares: as periódicas e as estocásticas, podendo ser utiliza- software Rhinoceros 3D, utilizada para a
das em várias áreas, como por exemplo a médica, a automóvel, aeroespa- criação das células. As amostras foram
cial e aeronáutica e na engenharia estrutural e civil (Park et al., 2022). As impressas na resina Phrozen ABS-like
estruturas do tipo periódico, apresentam normalmente uma única forma/ matte grey, utilizando a impressora DLP
geometria de célula, que é repetida ao longo dos 3 eixos, e são desenvol- Sonic Mighty 4K, e foram limpas e cura-
vidas dependendo de caraterísticas como o tamanho das células, o ângu- das no equipamento Creality UW-01.
lo, o número de repetições e a geometria do objeto onde serão inseridas. Após esta fase foram pesadas (balança
As do tipo estocástico apresentam uma distribuição aleatória das células e HLD300 e Mettler H31AR) e finalmente
das suas formas, não podendo por esta razão ser previstas ou projetadas ensaiadas em compressão numa máqui-
de um modo preciso. Os dois tipos de estruturas celulares encontram-se na de ensaios Instron 3387 e Mecmezin
representadas na Figura 1. Multitest 2.5 – dV a uma velocidade de
2mm/min com uma célula de carga de
100 kN e 2500 N respetivamente.
Após o estudo das estruturas impres-
sas em resina, produziram-se amostras
através de tecnologia de Fusão Seleti-
va por Laser em aço inoxidável 316L,
numa impressora ConceptLaser M2
Cusing com uma área de impressão de
245x245x245 mm3, que pode proces-
sar diversos tipos de pós metálicos, tais
como, aço ferramentas, aço inoxidável,
Figura 1 – Exemplos de uma estrutura celular periódica (esquerda) e de uma alumínio, ligas de níquel, cobalto, titânio,
estrutura estocástica (direita). ferro, etc.
2.1 Software de Design

Este trabalho pretende demonstrar os efeitos da aplicação de estruturas pe-
riódicas e do tipo estocástico nas propriedades mecânicas, na porosidade O software Rhinoceros 3D® permite o
e na massa. Surgiu do propósito de desenvolver e produzir estruturas para desenvolvimento de formas e geometrias
serem implementadas em implantes temporários porosos a serem produzi- de um modo mais refinado em compara-
dos em ferro puro, através do processo de Fusão Seletiva por Laser, com ção com os softwares tradicionais CAD.
o objetivo de promover o comportamento regenerativo do tecido ósseo. É um software normalmente utilizado
De acordo com a literatura, as estruturas com poros maiores de 500 µm nas áreas da arquitetura, engenharia
promovem a rápida vascularização do tecido fibrovascular e poros com naval, automotiva, entre outras. Tem uma
diâmetros entre 120 e 350 µm promovem os eventos necessários para o interface de fácil utilização e interativa,
crescimento ósseo (Sartori et al., 2018). Será estudado o efeito dos parâ- possibilitando a modelação 2D e 3D,
metros de modelação das estruturas celulares do tipo estocástico nas pro- desenvolvimento de desenhos técnicos,
priedades mecânicas de amostras impressas pelo Processamento Digital importação e exportação de ficheiros
por Luz (DLP) utilizando uma resina comercial. em diversos formatos, entre outras fun-
cionalidades. O que o faz destacar-se
dos outros softwares de modelação é
o facto de possibilitar a instalação de
2. MÉTODOS E MATERIAIS
plugins para acrescentar mais funciona-
As estruturas celulares foram modeladas com o software Rhinoceros 3D® lidades. Através da utilização do plugin
associado ao plugin Grasshopper. Escolheu-se este software devido ao Grasshopper é possível tornar todo o
facto de permitir a modelação e modificação 3D de geometrias comple- processo de desenvolvimento das estru-
xas, permitindo a criação rápida de novos designs. Foram estudadas as turas numa fórmula de modelação, tor-
estruturas do tipo estocásticos Voronoi devido à distribuição aleatória e nando todo este processo automático e
produzir porosidade semelhante à existente nos ossos. O nome Voronoi de fácil de modificação.

INOVAÇÃO & DESIGN
2.2. Tecnologia DLP e SLM 2.4. Processo de desenvolvimento das amostras

Processamento Digital por Luz (DLP) é
As estruturas celulares do tipo Voronoi foram desenvolvidas e inseridas em
uma tecnologia do tipo de fotopolime-
amostras com o formato de um cubo de 20x20x20 mm3.
rização em cuba que utiliza máscaras
Foi desenvolvida uma fórmula de modelação (Figura 2) que permite mo-
para realizar a filtragem da luz. Essas
dificar de um modo fácil e eficaz os parâmetros e, por consequência, o
máscaras correspondem a cada cama-
modelo 3D, possibilitando ajustes de uma forma célere.
da do objeto a imprimir e desta forma,
Começa-se por modelar o cubo que representará o volume das amostras,
é curada toda uma camada simultanea-
e depois insere-se de uma forma aleatória dentro deste, vários pontos.
mente. O tempo de impressão é influen-
Estes pontos servirão de centros para a criação de células com volumes
ciado pela altura do objeto a imprimir,
semelhantes. Depois do volume da amostra se encontrar dividido nas célu-
sendo possível imprimir várias peças si-
las, realiza-se a extração das arestas que as compõem, para serem usadas
multaneamente que apresentem a mes-
como guia para a produção da espessura, passando um perfil redondo
ma altura, sem que o tempo aumente. A
que será, posteriormente, suavizado com o intuito de tornar toda a estru-
DLP Sonic Mighty 4K permite imprimir
tura mais orgânica. Após todo este processo observou-se que o ficheiro se
cada camada em cerca de 2 segundos.
apresentava demasiado pesado para ser processado pelas impressoras
A Fusão Seletiva por Laser, ou SLM, é
e pelo software de fatiamento (slicer), Chitubox 64 1.8.1., que trata da
um processo de fabrico aditivo, no qual
preparação do ficheiro STL para impressão. Por isso, decidiu-se reduzir a
um laser de alta intensidade é utilizado
qualidade da malha em 80%, restringindo o número de triângulos que a
para fundir pós metálicos, sendo o ob-
compõem, permitindo assim reduzir o tamanho do ficheiro. Os parâmetros
jeto fabricado através dessa fusão lo-
de modelação identificados que poderiam ser variados, são o número de
calizada do pó metálico, camada a ca-
pontos, que corresponde ao número de células a serem produzidas dentro
mada. É capaz de produzir peças com
do volume, e a espessura da parede.
densidade relativa de até 99,9%, não
necessitando de pós-processamento.
Comparado com outros de processos de
fabrico aditivo metálico, o processo SLM
é capaz de produzir componentes com
melhor qualidade e resolução, necessi-
tando de menos tempo e apresentando
maior fiabilidade (C. Y. Yap et al.).
Figura 2 – Fórmula de modelação das estruturas celulares do tipo Voronoi.
2.3 Estruturas celulares do tipo es-
tocástico Voronoi
Como mencionado, existem dois tipos 2.5. Amostras desenvolvidas
de estruturas celulares, periódicas e es-
tocásticas. Durante o processo de desenvolvimento foi possível concluir que aumen-
Neste trabalho serão apenas estudadas tando o número de pontos dentro de um mesmo volume, ou a espessura,
as do tipo estocástico Voronoi. A princi- os tamanhos dos poros seriam reduzidos. O aumento da espessura está
pal vantagem destas estruturas é o facto relacionado com um aumento da resistência, no entanto, a redução do
da forma e distribuição das células se tamanho de poro associado ao seu aumento provoca a retenção de resina
apresentar aleatória, gerando estruturas dentro da matriz das estruturas e uma maior dificuldade em retirá-la após
com uma aparência mais orgânica, simi- a impressão das peças. Como tal, e com o objetivo de reduzir o número de
lar à porosidade encontrada no tecido variáveis, o valor da espessura foi pré-definido em 0.4 mm, sendo apenas
ósseo. Estas estruturas apresentam nor- estudada a influência do número de pontos nas propriedades mecânicas.
malmente um comportamento similar a Foram escolhidos os valores de 500, 1000, 2000, 3000, 4000 e 5000
um objeto isotrópico, quando o número para o número de pontos a serem testados na produção das amostras
de células inseridas dentro de um deter- (Figura 3). Observou-se que, aumentando o número de pontos provoca
minado volume é suficientemente grande um maior esforço computacional e de software, provocando perdas dos
(Liu et al., 2023) ficheiros de modelação.

INOVAÇÃO & DESIGN
3. RESULTADOS E
DISCUSSÃO
Após as medições, testes e análise dos
resultados, percebeu-se que os cubos
densos tinham uma massa de 9,12 gra-
mas e um Módulo de Young (em com-
pressão) de cerca de 0,74 GPa.
Observou-se que, tanto a massa como
o módulo têm tendência a aumentar em
função do aumento do número de pon-
tos, podendo-se dizer que, um menor
tamanho do poro e porosidade, origina
um aumento das propriedades mecâni-
ca (Figuras 4 a 6). Comparando com os
dados das amostras densas, percebe-se
que as estruturas de 500 pontos, têm uma
redução de 94% e de 99,7% respetiva-
mente em relação à massa e ao Módulo
Figura 3 – Amostras desenvolvidas: 500, 1000, 2000, 3000, 4000 e 5000 de Young, enquanto as de 5000 pontos,
pontos, respetivamente. proporcionam uma redução de 61% e
de 96%. As propriedades mecânicas das
amostras de 1000 pontos têm resultados
2.6. Impressão 3D e processos de tratamento diferentes dos esperados, por essa razão
Para o processo de impressão (três cubos de cada configuração) utilizou- serão efetuados mais testes de modo a
-se a impressora Phrozen Sonic Mighty 4K, sendo os suportes colocados compreender a sua veracidade.
automaticamente no programa de preparação do modelo. As amostras
foram impressas com um ângulo de 45° em relação a cada plano. Foram
também impressos três cubos densos, para que fosse possível efetuar com-
parações entre os resultados obtidos.
O pós-processamento foi realizado com uma pré-limpeza de 45 minutos
com álcool isopropílico (concentração de 96%) na Creality UW-01. As
amostras foram então pesadas, limpas com papel absorvente e pesadas
novamente, ficando a secar durante 48 horas numa caixa de cartão, cujo
interior se encontrava coberto com papel absorvente e um saco de sílica.
Esta etapa destinou-se a promover a desumidificação, num ambiente con-
Figura 4 – Variação da massa em função
trolado e sem luz, para evitar a cura não planeada. Após este período de
secagem, as amostras foram de novo pesadas, e de seguida limpas numa do número de pontos.
tina de ultrassons Soltec 1200 M, com álcool isopropílico (concentração
de 96%), durante 2 minutos. As amostras foram então pesadas e nova-
mente secas durante 48 horas, nas mesmas condições anteriores, sendo
mais uma vez pesadas no final. Após a conclusão de todo este processo
de limpeza da resina não curada, as amostras foram curadas por raios
ultravioletas durante 1 hora na máquina Creality UW-01, sendo depois
removidos os suportes.
As amostras foram pesadas numa balança HLD300 (capacidade máxima
de 300 gramas e sensibilidade de 0,5 mg). As medições dimensionais fo-
Figura 5 – Variação do módulo de Young
ram efetuadas com um paquímetro Mitutoyo Absolute Digimatic Calliper (em compressão) em função do número de
500 com uma resolução de 0,02 mm. pontos.

INOVAÇÃO & DESIGN
Figura 6 – Variação da tensão de cedência

em função do número de pontos.
Trabalho em curso
Figura 8– Amostra 316L de geometrias Voronoi com 2000, 4000 e 6000
Com o intuito de começar a analisar
pontos, respetivamente.
as capacidades das estruturas para
serem impressas pela tecnologia SLM Estas amostras serão sujeitas a ensaios de compressão de modo a determi-
com material metálico, imprimiram-se nar as suas propriedades mecânicas; resistência à compressão, módulo de
na ConceptLaser M2 Cusing, cubos em Young e tensões de cedência. Esta primeira impressão também serviu para
aço inoxidável 316L. Foram impressas verificar a qualidade da impressão e remoção do pó metálico das regiões
6 amostras de geometrias idênticas às porosas, sendo que numa segunda impressão serão impressas amostras
impressas em resina, tendo-se seleciona- para ensaio com a configuração de 6000 e 2000 pontos.
do a impressão nesta primeira fase das A caraterização mecânica das estruturas celulares Voronoi em aço inox
amostras densas e com configuração de 316L e os estudos que se seguirão em termos de crescimento celular, darão
4000 pontos (Figura 7), e ainda uma importantes recomendações para o fabrico de estruturas porosas biode-
amostra com três geometrias Voronoi de gradáveis em ferro puro, a ser utilizado na próxima fase.
2000, 4000 e 6000 pontos (Figura 8), Também foram realizadas as impressões de alguns implantes ortopédi-
de modo a verificar a fiabilidade de im- cos tanto em aço 316L (Figura 9) como em resina Phrozen ABS-like matte
pressão destas geometrias. grey (Figura 10), com o intuito de visualizar a capacidade de impressão e
qualidade das superfícies e estruturas. Observou-se que seria necessá-
rio estudar a orientação das impressões para melhorar a qualidade das
amostras.
a) b)
Figura – Amostras impressas em aço

inoxidável 316L através da técnica de SLM;
a) amostra 100% densa, b) amostra com
4000 pontos. Figura 9 – Placa ortopédica densa e porosa impressa em aço 316L.

INOVAÇÃO & DESIGN
seu comportamento ao do osso humano.

Demonstrou-se que reduzir o número de
pontos inseridos no design destas estrutu-
ras, com poros de dimensão semelhante
aos detetados no corpo humano, decres-
ce as propriedades mecânicas e torna
as peças mais leves, podendo as suas
estruturas serem desenhadas para serem
impressas em ferro poroso biodegradá-
vel com a máxima compatibilidade com
o osso humano.
Figura 10 – Placas ortopédicas porosas impressas em resina.
5.AGRADECIMENTOS
Este trabalho foi apoiado pela FCT
4. CONCLUSÕES
(Fundação para a Ciência e Tecnolo-
O trabalho realizado demonstrou os efeitos nas propriedades mecânicas gia), no âmbito do projeto PTDC/CT-
e na massa de estruturas celulares do tipo estocástico Voronoi, que foram -CTM/3354/2021 “”Biodegradable
projetadas por design generativo. A produção destas estruturas permite re- implants in porous iron obtained by ad-
duzir o peso e as propriedades mecânicas, com o objetivo de aproximar o ditive manufacturing”.
REFERÊNCIAS
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mic Society, 38(2), 743–751.

Tratamento Estatístico de Dados
Autor: Filipe Barbosa – Actio Lean Consulting
RESUMO
O tratamento estatístico de dados, ou análise de dados, é o exercício de transfor-

mar dados ou números em informação útil para a compreensão de uma determi-
nada situação e/ou tomada de decisão.
Neste artigo, apresentamos as técnicas estatísticas mais comuns e alguns exem-
plos práticos.
INTRODUÇÃO dutividade e à redução de custos.

4. Aumento de vendas: analisando os dados, as
É difícil identificar o primeiro caso de análise de dados,
organizações podem identificar novas oportunida-
porque os humanos analisam dados há séculos. No en-
des de crescimento e expansão.
tanto, um dos primeiros casos registados de análise de
5. Modelagem preditiva: a análise de dados
dados remonta ao século 17, quando John Graunt, um
pode ser usada para desenvolver modelos preditivos
comerciante de Londres, analisou as listas semanais de
para prever tendências e padrões futuros em função
mortalidade.
das variáveis mais importantes.
As listas de mortalidade eram relatórios semanais que
Apresentamos de seguida algumas das técnicas mais co-
documentavam o número de mortes em Londres e a cau-
muns e alguns exemplos.
sa da morte. Graunt usou esses dados para criar as pri-
meiras tabelas de vida, que mostravam a probabilidade
de morrer em diferentes idades e a esperança média de
vida. Essa análise ajudou a avançar no campo da de-
FERRAMENTAS ESTATÍSTICAS
mografia, o estudo das populações, e é considerada um
MAIS COMUNS
trabalho fundamental da estatística. Ao longo do tempo foi desenvolvido um grande núme-
ro de ferramentas estatísticas, com diferentes graus de
Nos dias de hoje, referenciamos algumas situações práti-
complexidade. A boa notícia é que, nos dias de hoje, há
cas em que o tratamento de dados é útil:
várias aplicações de software que colocam a utilização
1. Tomada de decisão fundamentada: a análi- destas ferramentas ao alcance de quase todos. Algumas
se de dados suporta as decisões fornecendo insights das principais ferramentas estatísticas utilizadas em am-
baseados em evidências. biente empresarial são:
2. Identificação de problemas: a análise de da- 1. Estatística descritiva: é uma forma de resumir e

dos ajuda a identificar e resolver problemas desta- descrever dados usando medidas como média, me-
cando padrões, tendências e exceções. diana, moda, variância e desvio padrão. Estatísticas
3. Melhoria da eficiência: a análise de dados descritivas podem ser usadas para entender melhor
ajuda as organizações a identificar ineficiências e as características de um conjunto de dados.
áreas de melhoria, promovendo o aumento da pro- 2. Estatística inferencial: envolve fazer previsões

ou tirar conclusões sobre uma população com base Podemos verificar que, além da variável “Tempo”, variá-
em uma ou mais amostras de dados. Estatísticas in- vel dependente, foram também recolhidos dados para
ferenciais são frequentemente usadas em pesquisas cada encomenda sobre 6 variáveis independentes:
de mercado, onde uma amostra de consumidores é
usada para fazer inferências sobre a ttalidade da po- • Urgente (sim ou não);
pulação. Está na base dos Testes de Hipóteses onde • Dia da semana;
se procura determinar se há uma diferença estatisti- •Quantidade de itens;
camente significativa entre dois grupos ou se existe • Número de linhas;
uma relação entre duas variáveis. • Hora do dia e;
3. Análise de regressão: método estatístico usado • Operador que preparou a encomenda.
para identificar a relação entre duas ou mais variá- Numa primeira análise, usamos a estatística descritiva
veis. A análise de regressão pode ser usada para de- para quantificar a tendência central e a dispersão da va-
senvolver modelos preditivos e fazer previsões. riável:
4. Análise de séries temporais: método estatís-
tico usado para analisar dados ao longo do tempo.
A análise de séries temporais pode ser usada para
identificar tendências e padrões nos dados, fazer
previsões e detetar anomalias. De seguida, procuramos visualizar a variável dependente
5. Controlo estatístico do processo: método que ao longo do tempo, num gráfico de série temporal para
utiliza cartas de controlo e é usado para monitorizar ver se existem padrões de interesse.
um processo e determinar se os resultados obtidos
são consistentes e previsíveis. Permite por outro lado
identificar situações anormais e, nesses casos, iniciar
um processo de investigação das causas.
Estas são apenas algumas das principais ferramentas es-
tatísticas utilizadas nos negócios. A escolha da ferramenta
ou ferramentas apropriadas dependerá do problema ou
questão específica a abordar.
EXEMPLOS
Recorremos a um exemplo em que uma empresa está a
Neste caso, parecem existir várias observações “estra-
analisar dados sobre o tempo que demora a preparar en-
nhas”, mas como decidir com algum grau de confiança
comendas, medido em minutos. O exemplo demonstrativo
estatística quais são realmente as anormais em compara-
permite entender quais os fatores que mais influenciam
ção com as restantes? Para isso utilizamos uma carta de
esse tempo e a tomar medidas para reduzi-lo.
controlo:
Os dados recolhidos ao longo de várias semanas apre-

sentam-se da seguinte forma:

Com base nesta carta, podemos ver quais são as obser- é inferior a 0,05, como tal concluímos que existe uma di-
vações que são realmente estranhas ou “outliers” poden- ferença significativa entre os tempos de preparação de
do assim investigar as causas das mesmas. Em alguns encomendas urgentes e não urgentes. Na prática confir-
casos, vamos poder concluir que há um bom motivo para mamos algo que esperávamos, ou seja, o processo de
descartar estes dados da análise, noutros casos não o va- tratamento de encomendas urgentes é mais rápido do
mos poder fazer, pelo que devemos manter todas as ob- que o processo standard.
servações para os passos seguintes da análise. No nosso
Uma outra hipótese a colocar é se o “Dia da semana”
exemplo, verificamos que os “outliers” se devem a erros
tem influência no tempo de preparação das encomen-
de registo dos dados ou a avarias no sistema, como tal,
optamos por descartar estas observações e recalculamos das. Olhando apenas à estatística descritiva, vemos que
a estatística descritiva e a carta de controlo: as médias por dia são diferentes:
No entanto, estas são apenas médias de amostras alea-

tórias. O que realmente procuramos é a comparação
entre as populações de onde estas amostras foram reti-
radas, tomando como base as médias e as variações das
mesmas. Para isso, temos de recorrer de novo à estatística
inferencial e ao teste de hipóteses:
De seguida vamos procurar descobrir se, com base nesta

amostra, podemos concluir que as encomendas urgentes
são preparadas mais depressa do que as não urgentes.
É neste cenário que a estatística inferencial e o teste de
hipóteses nos vêm ajudar:
O resultado da análise mostra-nos graficamente que o

intervalo de confiança para as médias das populações
que estamos a comparar se sobrepõem, ao mesmo tempo
que o P-Value é superior a 0,05, o que significa que não
podemos concluir que o “Dia da semana” influencia sig-
nificativamente o tempo de preparação das encomendas.
Sem entrar muito em detalhe no resultado da análise, ve- Seguindo a mesma abordagem, poderíamos repetir a
mos graficamente que os intervalos de confiança para os análise para as variáveis independentes “Operador” e
dois conjuntos de dados não se sobrepõem e o P-Value “Hora do dia”:

De onde se conclui que:

• a variável ”Qtd itens” não tem influência significa-
tiva no tempo de preparação, pois tem um valor de P
superior a 0,05;
Concluindo que:
• a variável “Nr linhas” tem influência significativa
• operador B é significativamente mais rápido do que no tempo de preparação, pois tem um valor de P in-
os operadores B e C, o que nos leva a observar quais ferior a 0,05.
as diferenças no modo operatório dos mesmos e assim Assim, podemos usar o modelo, ou equação, para
perceber como podemos ajudar os operadores A e C prever qual será o tempo de preparação da enco-
a serem tão eficientes como o A; menda em função do número de linhas da mesma.
• não existem diferenças significativas no tempo de pre- Em jeito de conclusão deste exemplo, as variáveis ou fato-
paração ao longo do dia, em função da hora em que res que influenciam significativamente o tempo de prepa-
a encomenda é preparada. ração da encomenda são:
Analisando agora a importância das restantes variáveis • urgências;

independentes no nosso processo, “Qtd itens” e “Nr li-
• operador;
nhas”, uma vez que são variáveis do tipo quantitativo,
podemos utilizar a Regressão para tentar obter modelos • número de itens.
significativos. A partir deste conhecimento podemos procurar soluções
que permitam tornar o processo mais rápido e consisten-
te, descartando as restantes variáveis estudadas “Dia da
Semana”, “Qtd itens” e “Hora do dia”.
EM SÍNTESE
A análise de dados é importante porque ajuda a tomas
decisões informadas, baseadas em evidências e fatos.
Ao analisar os dados, podemos identificar padrões, ten-
dências e insights que podem não ser legíveis nos dados
disponíveis.
Nota: as análises apresentadas neste artigo foram reali-

zadas recorrendo ao software estatístico Minitab.

DIVULGAÇÃO & PROMOÇÃO
Caracterização e Forjabilidade de Ligas de Latão

com e sem Chumbo
Projeto EcoForg 4.0 Acessórios Metálicos Sustentáveis Premium
Autores: Lara Castanheira (FEUP/INEGI), Tiago E. F. Silva (FEUP/INEGI), Rui L. Amaral (FEUP/INEGI), Ana R. L.
Reis (FEUP / INEGI), Ricardo Paiva (INEGI), Rui Santos (TUPAI, S.A.)
RESUMO
Nos últimos anos, tem havido uma crescente preocupação com a mitigação da ex-
posição humana ao chumbo. Como resultado, foram implementadas regulamenta-
ções internacionais, com o objetivo de limitar o seu conteúdo em matérias-primas.
No caso das ligas de latão, uma solução ecologicamente viável passa pela altera-
ção das suas composições químicas, reduzindo consideravelmente a percentagem
de chumbo. A ausência de chumbo nas ligas de latão é geralmente desfavorável,
dificultado os distintos processos de fabrico de componentes. Além disso, o inedi-
tismo e, portanto, carência de dados a respeito dessas ligas, leva à necessidade da
caracterização deste tipo de materiais.
Neste estudo investigam-se as propriedades e o comportamento mecânico, bem
como a forjabilidade de duas ligas de latão: uma com 3% de chumbo (CW617N) e
outra sem chumbo (CW510L).
Adicionalmente, recorreu-se à simulação numérica para prever o processo de for-
jamento de um componente, um manípulo de porta, para diferentes condições
operacionais, bem como no auxílio da definição dos parâmetros do processo, no-
meadamente no que diz respeito ao tamanho da pré-forma (cavilha) e à minimiza-
ção de defeitos de enchimento. Com o intuito de validar as análises efetuadas, pro-
duziu-se por forjamento o manípulo de porta tendo em conta os dados recolhidos
da simulação numérica. Verificou-se também que a maior resistência mecânica do
latão sem chumbo resulta em cargas de prensa significativamente maiores, dificul-
tando as operações de forjamento.
1. IMPACTO DO CHUMBO que se encontra na crosta terrestre. O seu uso generalizado conduz a uma
NA SAÚDE intensa contaminação ambiental, exposição humana e, consequentemen-
te, problemas de saúde. As principais fontes de contaminação ambien-
O chumbo é um elemento tóxico natural tal advêm da exploração mineira, fundição e reciclagem. Além disso o

chumbo é usado numa ampla gama de produtos do quotidiano, como por possível uma produção que vá de en-
exemplo, tintas, vitrais, jóias, brinquedos, esmaltes cerâmicos, torneiras, contro a requisitos ambientais cada vez
garrafas, latas de comida, ferragens, acessórios, etc. [1, 2]. mais exigentes, mantendo a viabilidade
industrial e promovendo a eficiência e
Quando absorvido, o chumbo, é acumulado nos dentes e nos ossos, onde
sustentabilidade desses processos atra-
permanece ao longo do tempo. Com o passar dos anos, pode ser liber-
vés da endogeneização de conceitos de
tado para a corrente sanguínea, afetando órgãos e sistemas do corpo
produção modular, flexível e adaptável
humano. No caso das crianças, o contacto direto é mais crítico uma vez
que vão de encontro à implementação
que estas absorvem 4 a 5 vezes mais o chumbo do que os adultos sen-
do paradigma Indústria 4.0.
do, por isso, particularmente vulneráveis aos efeitos tóxicos deste elemento
e podendo sofrer graves impactos na saúde, nomeadamente ao nível do
desenvolvimento do sistema nervoso e do cérebro [1, 2]. Concentrações 2. MATERIAIS E
reduzidas de chumbo no sangue, como 3.5 ug/dL, podem resultar em
PROPRIEDADES
atrasos no desenvolvimento cerebral, dificuldades de aprendizagem e
alterações comportamentais como tendência à violência. A exposição a
longo prazo em adultos pode levar ao risco de hipertensão, anomalias 2.1. Composição química
eletrocardiográficas, doenças cardiovasculares e lesões nos rins, sendo
os primeiros sintomas dores de cabeça, perda de memória e dormência Foram selecionadas duas ligas Cu-Zn
nos pés e mãos [3, 4]. Em mulheres grávidas o chumbo também apresenta para serem alvo de caracterização: a
grande impacto, podendo levar a abortos, nascimento prematuro e/ou liga CW617, adiante designada por
impacto na saúde do bebé [2]. latão com chumbo, e a liga CW510L,
adiante designada por latão sem chum-
As concentrações de chumbo em humanos têm vindo a diminuir nos últi- bo. As composições químicas de ambas
mos anos, fruto das regulamentações ambientais e sanitárias, assim como as ligas podem ser consultadas na Ta-
as mudanças impostas às indústrias [5-7]. No entanto, o chumbo é ainda bela 1. Com o objetivo de caracterizar
comummente utilizado em objetos do dia-a-dia que são manipulados fre- metalúrgica e mecanicamente as duas
quentemente e por um número variado de indivíduos. Um exemplo disso ligas, foram preparadas amostras poste-
são diversas ferragens, como manípulos de porta ou rosetas, e acessó- riormente submetidas às diferentes meto-
rios, que apresentam muitas vezes adições de chumbo para facilitar o seu dologias contempladas neste estudo.
fabrico. Apesar da exposição ao chumbo neste caso ser apenas com o
tato, mantém-se o perigo de absorção do elemento. Ao segregar-se do Tabela 1. Composição química das ligas de latão
componente ao longo do tempo, o chumbo pode acumular-se à superfície com chumbo (CW617) e sem chumbo (CW510L)
deste, levando à exposição humana através da sua ingestão ou inalação .
(sob a forma de pó), especialmente em ambientes com humidade relativa
Material Cu Zn Pb Al Fe Ni Sn Ni
elevada e em objetos manipuláveis por humanos que apresentem desgas-
te. 57.0- 1.6 –
CW617 Rem. < 0.05 < 0.3 < 0.3 < 0.3 < 0.3
59.0 2.5
O objetivo deste estudo é o de desenvolver, afinar e endogeneizar a tec-
nologia do processamento de ligas de latão sem chumbo, em particular CW510L < 58.0 Rem. < 0.2 < 0.05 < 0.2 < 0.2 < 0.2 < 0.2
o forjamento a quente, no sentido de produzir componentes para as in-
dústrias de ferragens e acessórios, antecipando a potenciais imposições
regulamentares e minimizado o risco de saúde pública. Até ao momento,
a investigação focou-se essencialmente na maquinabilidade destas ligas, 2.2 Microestrutura no estado
sendo desconhecido o impacto da forjabilidade a quente e no acaba- inicial
mento.
A microestrutura de ambas as ligas foi
A empresa TUPAI, com o apoio da FEUP e do INEGI, pretende obter um analisada no seu estado inicial, sem
produto acabado de forjar, sem necessidade de maquinagem, apenas aquecimento ou qualquer tipo de solici-
polimento. Em consequência, a qualidade superficial da peça estampa- tação como, por exemplo, forjamento.
da deve ser de um nível superior, implicando um incremento tecnológico Na Figura 1 e Figura 2 apresentam-se..
dos atuais processos, que impõe uma maior monitorização, controlo e, Figura 2 apresentam-se as microestrutu-
consequentemente, melhoria da qualidade dos produtos. Desta forma, é ras obtidas para as amostras com chum-

bo e sem chumbo no estado inicial, com É possível observar a presença das fases α + β em ambas as ligas de la-
e sem ataque, respetivamente. tão. A fase α, representada por cristais arredondados claros, encontra-se
dispersa numa matriz de fase β (escura). É de notar que, na (Figura 1b), os
pontos pretos representam partículas insolúveis de chumbo, sendo visível
a diminuição da quantidade destas partículas entre a liga de latão com
chumbo e a liga de latão sem chumbo (Figura 1b).
2.3. Transferência de calor
No processo de forjamento de componentes, a temperatura das cavilhas

(pré-forma de forjamento) é fulcral para a eficiência do processo e para a
(a) qualidade final. No intervalo de tempo entre a remoção das cavilhas do
forno e o seu posicionamento na matriz há perdas de calor contabilizáveis.
Para a definição dos parâmetros do processo de forjamento, realizou-se
um estudo sobre a evolução da curva de temperatura em função do tempo
de arrefecimento. O objetivo principal foi analisar a perda térmica, de am-
bas as ligas (com e sem chumbo), quando arrefecem ao ar (temperatura
ambiente de 21 °C). Os ensaios foram realizados com recurso a um forno
com circulação de ar forçado e capacidade máxima de 1200 °C.
A temperatura do forno foi definida para 700 °C. Após estabilizada a

temperatura, os provetes (com e sem chumbo) foram retirados do forno
(b) e arrefecidos ao ar, monitorizando a sua temperatura interna através da
Figura 1. Microestrutura da liga de latao instrumentação com termopares. Tendo em vista a execução de ensaios
com chumbo (ampliacao 150x): (a) ataque
de compressão a elevada temperatura, este estudo térmico foi conduzido
com FeCl3 + Etanol + HCl; (b) sem ataque.
em provetes maquinados com uma altura de 1.5 vezes o seu diâmetro
inicial, de acordo com a norma ASTM E209-188, tal como apresentado
na Figura 3.
a)
b)
Figura 2. Microestrutura da liga de latão Figura 3. Dimensões dos provetes utilizados para os ensaios de compressão uni-
sem chumbo (ampliação 150x): (a) ataque axial e evolução da temperatura (arrefecimento até à temperatura ambiente).
com FeCl3 + Etanol + HCl; (b) sem ataque.

A Figura 4 apresenta as curvas de evolução da temperatura em função quando conformado a quente.

do tempo obtidas através dos termopares para ambos os materiais. Fo-
ram registados os valores de temperatura dos provetes no interior do for-
no, durante cerca de 5 minutos, correspondendo à linha horizontal inicial
apresentada no gráfico. É de notar que apenas se avaliou a evolução até
ao momento em que os provetes atingiram 200 °C, visto que a gama de
temperaturas relevantes para o processo de forjamento é muito acima des-
se valor
(a)
(b)
Figura 4. Evolução da temperatura com o tempo para os diferentes provetes de Figura 5. Microestrutura das ligas de
latão. latão com (a) e sem (b) chumbo após
aquecimento.
É possível concluir que o latão sem chumbo apresenta maior capacidade

de manter a temperatura do que o latão com chumbo. O provete de latão 2.4. Ensaios de compressão
sem chumbo demorou cerca de 26 segundos para baixar 100 °C, en- uniaxiais
quanto o provete de latão com chumbo demorou cerca de 20 segundos,
Após o estudo da evolução da tempe-
significando que o provete com chumbo apresenta uma taxa de arrefeci-
mento cerca de 25 % superior à do provete de latão sem chumbo. Assim, ratura das cavilhas ao longo do tempo,
no processo de forjamento, as ligas de latão sem chumbo apresentam uma foram realizados ensaios de compressão
vantagem relativamente às ligas de latão com chumbo, que é conseguirem uniaxial, de forma a analisar a forjabi-
manter altas temperaturas durante mais tempo, o que poderá levar a uma lidade dos diferentes materiais (latão
maior eficácia do processo e, possivelmente, melhor qualidade final dos com e sem chumbo), mas também obter
componentes. e identificar o comportamento mecânico
Analisando a microestrutura das amostras de latão, com e sem chumbo, destas ligas metálicas.
após aquecimento até 700 °C (Figura 5) é possível observar alterações ao
Para se obterem características do com-
nível do crescimento (alongamento) de grão e recristalização. O desenvol-
portamento mecânico dos materiais
vimento de uma geometria de grão alongada (em forma de agulha) apre-
senta-se mais evidente na liga com chumbo (Figura 5a) do que na liga sem alvo de estudo, ensaios de compressão
chumbo (Figura 5b) que evidencia uma microestrutura mais uniforme após foram realizados de acordo com a nor-
aquecimento. Em geral, materiais com geometrias de grão equiaxiais alea- ma ASTM E209-189, recorrendo a uma
toriamente distribuídas tendem a exibir maior capacidade de deformação prensa hidráulica Instron 1000 KPX
plástica do que materiais com geometrias de grão com direções preferen- (célula de carga de 1 MN), com uma
ciais (ou alongadas). Tal, deve-se ao facto de que as estruturas de grão velocidade de deslocamento do traves-
aleatórias ou equiaxiais permitem uma deformação mais isotrópica (em são constante de 200 mm/min. Para tal,
todas as direções), conduzindo a distribuições de tensão e extensão mais foram consideradas as condições apre-
uniformes, sendo expectável uma maior ductilidade do latão sem chumbo, sentadas na Tabela 2.

Tabela 2 - Identificação dos provetes Na Figura 6, são apresentadas forças máximas obtidas para os
das simulações numéricas dos ensaios ensaios de compressão experimentais. A força máxima indicada é
de compressão (Provetes com 16 mm de
diâmetro e 24 mm de altura e temperatura
correspondente a um deslocamento de 17 mm para cada provete.
das ferramentas de 350 º
Provete Liga de Latão Tprovete [°C]

350_s_700 Sem chumbo (CW510L) 700
350_s_800 Sem chumbo (CW510L) 800
350_c_700 Com chumbo (CW617) 700
350_c_800 Com chumbo (CW617) 800
Todo o processo foi acompanhado com

uma câmara termográfica, através do
software optris® PIX Connect, de forma
a perceber a evolução da temperatura
superficial dos provetes e ter um melhor
acompanhamento da evolução durante
a realização dos ensaios experimentais.
Além disso, a temperatura interna dos
Figura 6. Força máxima nos ensaios de compressão considerando um deslo-
provetes foi controlada com recurso a camento máximo de 17 mm.
termopares.
A Tabela 3 ilustra a evolução da tem-

A partir dos resultados obtidos, conclui-se que, para o mesmo desloca-
peratura e do processo de deformação
mento de 17 mm, os provetes em liga de latão sem chumbo exigiram mais
plástica de um ensaio de compressão
força, dado que este tipo de liga apresenta uma maior resistência mecâ-
com base em capturas através de câma-
nica. Adicionalmente, é notória a influência da temperatura do provete na
ra termográfica.
força máxima exigida pelo processo. Uma diferença de apenas 100 °C
Tabela 3. Evolução da temperatura (°C) (passagem de 700 °C para 800 °C) nos ensaios de compressão, reduziu
durante o ensaio de compressão com base a força necessária em aproximadamente 50 kN, sendo o efeito da tempe-
em câmara termográfica. ratura do provete maior no caso do latão sem chumbo do que no caso do
latão com chumbo.
Por outro lado, a temperatura das ferramentas também apresentou eleva-

da influência nos resultados de força máxima. A alteração da temperatura
das ferramentas de 21 °C para 350 °C levou a uma diminuição da força
máxima até cerca de 130 kN. Perante os resultados também se conclui
que, quando as ferramentas são aquecidas a 350 °C, as forças requeri-
das para a conformação plástica das ligas de latão são muito inferiores
para a mesma deformação. É possível validar que a tensão de cedência
das ligas de latão está diretamente relacionada com a temperatura, bem
como a sua ductilidade. O aquecimento das ferramentas conduz a me-
nores perdas de calor, por condução, dos provetes para as ferramentas,
promovendo a manutenção da temperatura em valores superiores e faci-
litando o processo de forjamento, nomeadamente ao nível de uma maior
capacidade de deformação sem perda da integridade (ausência de rotu-
ra) do material.
Na Tabela 4 e Tabela 5 podem observar-se as vistas de topo e laterais dos

provetes com e sem chumbo, após o ensaio com Tprovete = 700 °C e Tprovete
= 800 °C, respetivamente (correspondentes aos resultados do gráfico da
Figura 6). Em ambos os casos, o deslocamento final foi de 17 mm.

Tabela 4. Provetes de latão com e sem chumbo (ø16) para Tferramenta = 21 °C e caso dos provetes em liga de latão sem
Tprovete = 700 °C. chumbo, a alteração da temperatura do
provete em 100 °C não causou diferen-
ças significativas, tal como se verifica nas
imagens, fazendo com que a maior dife-
rença tenha sido apenas a menor força
exigida para o mesmo deslocamento.
Nas Tabela 6 e Tabela 7 apresentam-se

as vistas de topo e laterais dos provetes
com e sem chumbo após o ensaio com
Tprovete = 700 °C e com Tprovete = 800 °C,
respetivamente (correspondentes aos
resultados do gráfico da Figura 6, mas
considerando um deslocamento final de
21 mm).
Tabela 6. Provetes de latão com e sem

chumbo (Ø16) para Tferramenta = 350 °C e
Tprovete = 700 °C.
Tabela 5. Provetes de latão com e sem chumbo (Ø16) para Tferramenta = 21 °C e

Tprovete = 800 °C.
Tabela 7. Provetes de latão com e sem

chumbo (Ø16) para Tferramenta = 350 °C e
Tprovete = 800 °C.
Apesar da liga de latão sem chumbo exigir mais força, os provetes em liga
de latão com chumbo fissuraram em deslocamentos consideravelmente in-
feriores. Além disso, o facto de se aquecerem os provetes mais 100 °C,
levou à melhoria considerável do seu aspeto final, em especial no caso
do provete em liga de latão com chumbo. O aumento da temperatura do
provete fez com que diminuísse, quase na totalidade, a fissuração. No

Como se pode observar, os provetes esperado após observação das microestruturas provenientes do aqueci-
de latão com chumbo apresentam mui- mento dos materiais.
to menos fissuras, quando comparados
com os provetes resultantes de ensaios
em que as ferramentas não foram aque-
cidas. Os provetes sem chumbo, apre-
sentam melhor qualidade final. Os pro-
vetes com chumbo apresentam bastantes
fissuras, no entanto, não são tão grandes
como eram no caso dos ensaios com fer-
ramentas não aquecidas e apareceram
mais tarde, ou seja, com as ferramentas (a) com chumbo (b) sem chumbo Figura
aquecidas, é possível comprimir muito
mais, sem pôr em causa a integridade
do material. Figura 7. Microestrutura das ligas de latão após ensaio de compressão.
Através da análise dos resultados obtidos

e das medições efetuadas, conclui-se
que as ligas de latão apresentam maior 3. SIMULAÇÃO NUMÉRICA DO PROCESSO DE
ductilidade com o aumento da tempe- FORJAMENTO
ratura, independentemente da presença
de chumbo ou não. O aquecimento das 3.1. Descrição do componente e ferramentas de forjamento
ferramentas é fulcral para aumentar a A empresa TUPAI selecionou a peça apresentada na Figura 8, que corres-
eficácia do processo de forjamento, as- ponde a um manípulo de porta, para estudar o processo de forjamento de
sim como a qualidade final das peças, ligas de latão sem chumbo com aplicação industrial. Este componente é
pelo facto de definir as perdas de calor um exemplo de uma ferragem que é utilizada diariamente e que, hoje em
por condução. Assim, o aquecimento dia, ainda é fabricado em ligas de latão com chumbo.
das ferramentas leva a menores perdas
de calor por parte dos provetes, e conse-
quentemente, a que a temperatura destes
se mantenha durante mais tempo no pro-
cesso, levando a uma maior ductilidade
e eficácia do processo, porque a força
requerida para a conformação destas li-
gas também é substancialmente inferior.
As ligas de latão sem chumbo aparen-
tam ter maior ductilidade do que as ligas
de latão com chumbo, no entanto, estas
ligas tendem a exigir mais força do que Figura 8. Aspeto final da peça “manípulo de porta”.
as ligas de latão com chumbo, por ser
superior a sua resistência mecânica. 3.2. Simulação numérica por método dos elementos finitos
No que respeita à microestrutura após Para avaliar a processabilidade da operação de forjamento, a simula-
deformação (ilustradas na Figura 7), ção numérica foi utilizada, uma vez que conduz a uma metodologia mais
(Figura 7a), os cristais de fase α alteram económica e eficiente de prever e melhorar os resultados de processos
novamente a sua morfologia e tornam-se de fabrico complexos. Para tal, foi utilizada uma abordagem de análise
em cristais dendríticos. A maior integrida- através do método dos elementos finitos (MEF) com recurso a modelos
de desses cristais na (Figura 7b), parece tridimensionais com formulação Lagrangiana incremental com elementos
relacionar-se com a maior capacidade hexaédricos e regeneração de malha adaptativa. Este tipo de elemento
do latão sem chumbo em se deformar é comummente utilizado graças à sua capacidade de captar extensões
plasticamente, o que vai de encontro ao e taxas de extensão elevadas. Para além disso, a regeneração de malha

permite garantir a sua resolução em locais de acumulação de tensões e

deformações. As simulações numéricas foram realizadas para os dois ma-
teriais (latão com e sem chumbo), assim como para duas dimensões de ca-
vilhas (diâmetros 21 e 22 mm). A modelação das propriedades mecânicas
(dados obtidos pelos ensaios de compressão uniaxial) e físicas dos dois
tipos de latão teve em conta os efeitos da taxa de deformação, tempera-
tura e encruamento na tensão de escoamento do material, assim como a
transferência de calor por condução, convecção e radiação, e efeitos da
fricção entre o material e as matrizes.
A velocidade da matriz superior foi de 10 mm/s. O limite de avanço da Figura 10. Curva força vs. deslocamento da
matriz superior considerado foi igual à distância entre ambas as matrizes, matriz superior para cavilha em latão sem
de forma a que estas acabassem em contacto uma com a outra. Os coefi- chumbo de ø = 21 mm, considerando Tcavilha
cientes de fricção (Lei de Prandtl) e de transferência de calor estabelecidos = 800 °C.
foram 0.3 e 5 Ns-1mm-1°C-1, respetivamente. A temperatura imposta à ca-
vilha foi de 800°C. A previsão numérica do processo de
forjamento utilizando ligas de latão sem
Na Figura 9 apresentam-se imagens obtidas da simulação numérica para chumbo, indica a necessidade de uma
sucessivos incrementos de deslocamento da matriz superior (invisível nesta força de prensa superior, conduzindo a
representação), a partir de uma cavilha cilíndrica de latão com chumbo um maior uso de energia e comprome-
com 21 mm de diâmetro que sofreu uma etapa prévia de dobragem. Adi- tendo a eficiência do processo. A ilustra-
cionalmente, apresenta-se o gráfico com a força de forjamento em função ção da simulação numérica da Figura 10
do deslocamento da matriz superior. evidencia a adequabilidade da cavilha
de 21 mm de diâmetro no que concerne
ao volume de matéria-prima necessário
para o preenchimento da matriz (deixan-
do também pouca rebarba de sobra).
No entanto, quando se observa o gráfi-
co da força em função do deslocamento,
e comparando esta com a simulação que
utiliza liga de latão com chumbo (Figura
9), conclui-se que a força exigida é con-
sideravelmente superior. Neste caso ter-
mina-se com uma força máxima superior
a 450 toneladas, o que implicada cus-
tos superiores e uma maior capacidade
Figura 9. Curva força vs. deslocamento da matriz superior para cavilha em latão no equipamento em comparação com a
com chumbo de ø = 21 mm, considerando Tcavilha = 800 °C. liga com chumbo.
Isto vai de encontro aos resultados ex-

perimentais dos ensaios de compressão,
Com base na simulação numérica do manípulo, verifica-se que foi possível
que revelaram que as ligas de latão sem
realizar o enchimento completo da matriz com cavilha de dimensões de
chumbo apresentam maior resistência
diâmetro 21 mm. Além disso, segundo a simulação, não há muito desper-
mecânica, exigindo maiores forças de
dício de material (pouca rebarba). Relativamente à força exigida para o
compressão. Para o caso da peça se-
processo, esta foi aumentando ao longo do processo de forjamento, tal
lecionada neste estudo, a utilização de
como seria de esperar, tendo acabado com uma força máxima de cerca
ligas de latão sem chumbo conduz a um
de 150 ton.
aumento de aproximadamente 200% da
Na Figura 10 apresentam-se imagens de uma simulação semelhante, mas força necessária para alcançar o mesmo
considerando uma cavilha em liga de latão sem chumbo, incluindo o gráfi- nível de forjamento das ligas de latão
co da curva força-deslocamento correspondente. com chumbo.

4. VALIDAÇÃO DE Numa fase seguinte, realizou-se o forjamento das cavilhas de acordo com
FERRAMENTAS aquilo que foi testado nas simulações numéricas e os resultados obti-
NUMÉRICAS dos confirmam as previsões obtidas. Na Figura 12 pode observar-se
COM APLICAÇÃO a peça obtida a partir de um esboço de latão com e sem chumbo,
utilizando um esboço com 21 mm consegue encher perfeitamente a
INDUSTRIAL
peça. Para ambos os casos, a cavidade das ferramentas foi totalmente
Por forma a validar todo o estudo ante- preenchida.
rior, quer experimental, quer numérico,
procedeu-se ao forjamento do manípulo
com recurso a uma prensa mecânica de
fuso por discos de fricção.
Numa primeira fase, o forjamento é rea-

lizado com a “paragem” da prensa a
diferentes alturas de forma a poder-se
avaliar, por um lado, (i) a(s) zona(s) de
enchimento mais críticas e por outro (ii)
a comparação entre os resultados ex-
perimentais e os obtidos por simulação (a) com chumbo (b) sem chumbo
numérica.
Figura 12. Forjamento de um manípulo.
Na Figura 11 são mostradas fotos das
peças forjadas a diferentes alturas con-
siderando uma cavilha de 21 mm de diâ-
metro em liga de latão sem chumbo. De
uma forma geral pode-se afirmar que a 5. CONCLUSÕES
simulação reproduz o que se passa ex-
Este estudo focou-se na caracterização mecânica e microestrutural, bem
perimentalmente. As deformações “par-
como na forjabilidade de duas ligas de latão, com e sem chumbo. Para
ciais” reproduzem de uma forma geral o
a liga com chumbo definiu-se a CW617 e para a liga sem chumbo a
apresentado nas simulações e, além dis-
CW510L. Numa primeira fase, estudou-se a perda de calor sofrida pelos
so, verifica-se que a zona “mais crítica”
provetes das duas ligas quando estes são removidos do forno. Concluiu-se
de enchimento se situa na parte posterior
que os provetes de latão sem chumbo apresentam menos perdas térmicas
da curvatura visto que nessa zona exis-
do que os provetes de latão com chumbo, o que representa uma vantagem
te “menos” rebarba, ou seja, é onde há
no processo de forjamento.
mais falta de material.
Posteriormente, realizaram-se ensaios de compressão considerando como
parâmetros variáveis as temperaturas dos provetes: 700 °C e 800 °C e
as temperaturas das ferramentas: temperatura ambiente (21 °C) e 350 °C.
Concluiu-se que as ligas de latão apresentam maior ductilidade com o
aumento da temperatura, independentemente da presença de chumbo. O
aquecimento das ferramentas revelou-se fulcral para a eficácia do proces-
so e qualidade final das peças, pelo facto de definir as perdas de calor
por condução. As ligas de latão sem chumbo apresentaram maior ducti-
lidade do que as ligas de latão com chumbo, no entanto, tendem a exigir
mais forças de compressão do que as ligas de latão com chumbo devido
à sua maior resistência mecânica.
Para avaliar a aplicabilidade da liga de latão sem chumbo, a TUPAI se-
lecionou o componente “manípulo de porta” para a realização de testes.
Por forma a definir as condições do processo recorreu-se a métodos nu-
Figura 11. Forjamento da peça puxador com méricos. As previsões dadas pela simulação numérica indicam que uma
“paragem” da prensa a diferentes alturas. cavilha redonda com 21 mm de diâmetro é suficiente para preencher a

cavidade das ferramentas para ambas as ligas. No entanto, a liga de la- 6. AGRADECIMENTOS
tão sem chumbo requer uma maior capacidade de força de forjamento.
Tendo por base os resultados da simulação, o componente foi produzido Os autores agradecem o financiamento
com sucesso utilizando ambas as ligas de latão com e sem chumbo, para através do projeto EcoForg4.0 Aces-
comparação. O produto final apresentou elevada qualidade, mesmo não sórios Metálicos Sustentáveis Premium,
apresentando chumbo. Assim, verifica-se que é fulcral um controlo rigoroso com a referência POCI-01-0247-FE-
das temperaturas da cavilha e ferramentas ao longo de todo o proces- DER-047038, cofinanciado pelo Fundo
so de forjamento de ligas de latão sem chumbo. Apesar de necessitarem Europeu de Desenvolvimento Regional
de maior capacidade de força da prensa, as ligas de latão sem chumbo (FEDER), através do Programa Opera-
apresentam menos tendência ao aparecimento de fissuras do que as ligas cional Competitividade e Internacionali-
de latão com chumbo, provavelmente devido ao facto de se conseguirem zação (COMPETE 2020), ao abrigo do
manter a temperaturas elevadas durante mais tempo. Portugal 2020.
REFERÊNCIAS
[1] UNICEF. “7 Things to Know about Lead Exposure.” https://www.unicef.org/stories/7-things-know-abou-
t-lead-exposure (acedido em 06/12/2022).
[2] W. H. Organization. “Lead Poisoning.” https://www.who.int/news-room/fact-sheets/detail/lead-poiso-

ning-and-health (acedido em 07/12/2022).
[3] B. P. Lanphear, S. Rauch, P. Auinger, R. W. Allen, and R. W. Hornung, “Low-level lead exposure and morta-
lity in US adults: a population-based cohort study,” The Lancet Public Health, 3 (4), pp. e177-e184, 2018.
[4] S. Tiwari, I. Tripathi, and H. Tiwari, “Effects of Lead on Environment,” International Journal of Emerging Re-
search in Management &Technology, 2 (6), pp. 2278-9359, 2013.
[5] R. Nevin, “Understanding International Crime Trends: The Legacy of Preschool Lead Exposure,” Environ-
mental Research, 104, pp. 315-336, 2002.
[6] J. Arora, K. Krishan, T. Kanchan, “Lead Poisoning: An updated Review of Literature”, Journal of India Aca-
demy of Forensic Medicine, 44 (1), pp. 108 - 113, 2022.
[7] A.C. Olufemi, A. Mji, M.S. Mukhola, “Potential Health Risks of Lead Exposure from Early Life through Later
Life: Implications for Public Health Education”, International Journal of Environmental Research and Public Health,
19 (23), art. no. 16006, 2022.
[8] Standard Practice for Compression tests of Metallic Materials at Elevated Temperatures with Conventional
or Rapid Heating Rates and Strain Rates

RESPONSABILIDADE SOCIAL
Formação e Qualificação
CENFIM - Plano de Formação -setembro, outubro, novembro e

dezembro de 2023
TIPO DE PREÇO*
AÇÃO FORMAÇÃO CONTÍNUA CURSO INÍCIO HORAS NÚCLEO
ATIVIDADE
Construções Mecânicas 55328 Processo de automatização – robótica/ programação Q2RC0542 Oct/23 25 100 € Amarante
Construções Metálicas 55303 Soldadura MAG/FF - ângulo em chapa nas posições PA, PB, PF e PG Q2RD0299a Sep/23 50 225 €
Eletricidade / Eletrónica 55325 Sensores e transdutores Q2RK0321 Oct/23 25 100 €
55324 Desenho técnico - esquemas eletromecânicos Q2RK0311 Oct/23 50 150 €
55327 Robótica Q2RK0302 Oct/23 25 100 €
Manutenção Industrial 55326 Autómatos programáveis Q2RE0358 Oct/23 25 100 €
Qualidade e Ambiente 55322 Ambiente, segurança, higiene e saúde no trabalho - conceitos básicos Q2RF0123e Sep/23 25 75 €
Admin., Comercial e
Marketing 59622 Língua Inglesa - Relações Laborais - Avançado Q2RG0226 Sep/23 100 Arcos de Valdevez
Construções Mecânicas 59608 Maquinação convencional Q2RC0578 Oct/23 25 100 €
Eletricidade / Eletrónica 59629 Ciclo de Formação Pré-CET Q2RK0384 Oct/23 200
Manutenção Industrial 59408 Automatismos industriais e manutenção de equipamentos CNC Q2RE0206a Sep/23 75 225 €
Soldadura 59413 Soldador/a - Ciclo 3 Q2RM0060 Sep/23 200
59414 Soldador/a - Ciclo 4 Q2RM0061 Dec/23 50 150 €
Eletricidade / Eletrónica 69168 Técnico/a de Instalações Elétricas - Ciclo III Q2RK0300a Oct/23 275 Caldas da Rainha
Construções Mecânicas 57609 Programação e operação com máquinas-ferramenta CNC Q2RC0342a Oct/23 50 150 € Ermesinde
57766 Q TMP (CNC) - Ciclo C6 - Manutenção de equipamentos CNC Q2RC0483 Oct/23 100
57767 Q TMP (CNC) - Ciclo C7 - Programação e Operação de tornos CNC Q2RC0484 Nov/23 100
57765 Q TMP (CNC) - Ciclo C5 - CAD/CAM Q2RC0482 Dec/23 200
Construções Metálicas 57604 Soldadura Multiprocessos Q2RD0320a Sep/23 200
57605 Qualificação em Soldadura TIG Q2RD0335a Sep/23 100
Eletricidade / Eletrónica 57759 Técnico/a de Instalações Elétricas - Ciclo V Q2RK0328 Sep/23 150
57618 Eletricidade geral Q2RK0159b Oct/23 50 150 €
Projeto / Desenho 57607 CAD - modelação tridimensional Q2RA0219b Sep/23 50 200 €
Soldadura 57776 Técnico/a de Soldadura - Ciclo 4 Q2RM0054 Oct/23 175
Construções Mecânicas 63030 Maquinação assistida - CAM 2D e 3D Q2RC0437 Sep/23 100 Lisboa
63035 Maquinação convencional - Torneamento e Fresagem Q2RC0436 Oct/23 100
Projeto / Desenho 63033 Desenho assistido por computador 2D e 3D Q2RA0317 Sep/23 100
Construções Mecânicas 64873 Tecnologia de moldes, cunhos e cortantes Q2RC0333a Sep/23 50 150 € Marinha Grande
64874 Metrologia dimensional Q2RC0290a Oct/23 25 75 €
64830 Moldes - conceção Q2RC0454 Oct/23 25 100 €
64875 CAM 3D - maquinação assistida por computador - fundamentos Q2RC0288b Oct/23 50 200 €
64831 Moldes -sistemas de alimentação Q2RC0455 Nov/23 25 100 €
64832 Moldes -sistemas de extração Q2RC0459 Nov/23 25 100 €
64876 Operação e maquinação com fresadoras CNC - fundamentos Q2RC0291b Nov/23 50 150 €
64833 Moldes - tipos, materiais e equipamentos Q2RC0457 Nov/23 25 100 €
64834 Moldes -sistemas de refrigeração Q2RC0458 Nov/23 25 100 €
64835 Moldação - injeção Q2RC0456 Dec/23 25 100 €
NOTA: Reserva-se ao CENFIM o direito de anticipar ou adiar as ações de formação de acordo com os requisitos vigentes para a respetiva execução
* O valor destas ações têm desconto de 50% para as Empresas Associadas da ANEME e AIMMAP
* O valor destas ações têm desconto de 30% para as Associações Locais Protocoladas com o CENFIM
* O valor destas ações têm desconto de 10% para Empresas com protocolo de estágio (PCT) com o CENFIM

TIPO DE PREÇO*
AÇÃO FORMAÇÃO CONTÍNUA CURSO INÍCIO HORAS NÚCLEO
ATIVIDADE
Construções Metálicas 64883 Soldadura MAG/FF - topo a topo em chapa nas posições PA, PG e PF Q2RD0354a Sep/23 50 150 €
Eletricidade / Eletrónica 64879 Máquinas elétricas - instalação e manutenção Q2RK0308 Sep/23 25 75 €
64862 Noções de electricidade e desenho esquemático Q2RK0169a Sep/23 25 75 €
64863 Instalações elétricas - generalidades Q2RK0326 Oct/23 25 75 €
64864 Eletricidade de edificações Q2RK0312 Oct/23 50 150 €
64865 Quadros elétricos de distribuição Q2RK0160a Nov/23 25 75 €
Manutenção Industrial 64880 Manutenção de equipamentos - princípios básicos Q2RE0366 Sep/23 25 75 €
64881 Automatismos e autómatos programáveis Q2RE0367 Sep/23 50 150 €
64866 Instalações elétricas - verificação e testes Q2RE0283a Nov/23 25 75 €
Projeto / Desenho 64847 Desenho técnico - leitura e interpretação Q2RA0220b Sep/23 50 150 € Marinha Grande
64828 Iniciação ao CAD 2D Q2RA0164b Sep/23 50 150 €
64854 CAD - modelação tridimensional Q2RA0219b Sep/23 50 200 €
64848 CAD - procedimentos técnicos Q2RA0380 Oct/23 25 75 €
64849 CAD 3D - peças e conjuntos simples Q2RA0403 Oct/23 25 75 €
64850 Introdução à modelação 3D Q2RA0192b Oct/23 50 200 €
64855 Cad 3D - peças e conjuntos complexos Q2RA0397 Nov/23 50 150 €
64856 Modelação e impressão 3D Q2RA0391 Nov/23 25 100 €

Admin., Comercial
e Marketing 56419 Língua inglesa - relações laborais - desenvolvimento Q2RG0213 Oct/23 50 200 € Oliveira de Azeméis
Construções Mecânicas 56413 Introdução e Programação em Fresadoras CNC Q2RC0426 Oct/23 75 225 €
56411 Ciclo de Maquinação Convencional - Torneamento e Fresagem Q2RC0519 Oct/23 125
56417 Metrologia dimensional Q2RC0290a Nov/23 25 75 €
Construções Metálicas 56407 Soldadura MAG/FF - ângulo em chapa nas posições PA, PB, PF e PG Q2RD0299a Sep/23 50 225 €
56409 Soldadura TIG – ângulo em chapa nas posições PA, PB, PC e PF Q2RD0467 Nov/23 50 225 €
Projeto / Desenho 56415 Modelação em CAD 3D T2SA0337a Oct/23 50 180 €
56405 Desenho técnico - leitura e interpretação Q2RA0220b Oct/23 50 150 €
Construções Mecânicas 54933 Ciclo de Maquinação e Introdução ao CNC Q2RC0549 Sep/23 175 Porto
Construções Metálicas 54902 Soldadura Multiprocessos Q2RD0320a Sep/23 200
54903 Soldadura Multiprocessos Q2RD0320a Sep/23 200
54907 Sold. MAG/FF em aço carbono - âng. em chapa/tubo na posição PB e PD Q2RD0444 Oct/23 50 225 €
54905 Qualificação em Soldadura TIG Q2RD0335a Nov/23 100
Eletricidade / Eletrónica 54926 Ciclo de Automação Industrial Q2RK0314 Sep/23 175
Energia 54910 Técnico de gás Q2RJ0186 Sep/23 150
54921 Manuseamento de gases fluorados em equip. de refriger. - Prep. para exame T2SJ0123b Oct/23 52 300 €
54915 Supervisão e inspeção das infraestruturas de gás - atualização Q2RJ0189 Oct/23 25 75 €
54917 Infraestruturas de gás - construção, instalação e manutenção - atualização Q2RJ0188 Oct/23 25 113 €
54919 Aparelhos a gás - instalação, manutenção, reconversão e reparação – atualiza. Q2RJ0194 Oct/23 25 113 €
54913 Instalador de aparelhos a gás Q2RJ0187 Oct/23 100
54924 Termodinâmica aplicada - máquinas térmicas Q2RJ0086b Nov/23 25 100 €
Formação / Educação 54937 Empreendedorismo no Setor Primário Q2RH0064a Oct/23 175

Admin., Comercial
e Marketing 65014 Ergonomia e Movimentação Manual de cargas Q2RG0169 Nov/23 25 75 € Santarém
Competências Digitais 65007 Folha de cálculo Q2RI0063a Sep/23 50
65025 Certificado de competências digitais - Proficiência digital de nível básic. Q2RI0104 Oct/23 100
Construções Metálicas 65033 Soldadura TIG – ângulo em chapa nas posições PA, PB, PC e PF Q2RD0467 Oct/23 50 150 €
Eletricidade / Eletrónica 65028 Variadores de velocidade - instalação e ensaio Q2RK0192a Sep/23 25 75 €
65023 Circuitos eletromecânicos Q2RK0167a Sep/23 50 150 €
Manutenção Industrial 65017 Hidráulica - instalação e manutenção Q2RE0360 Sep/23 25 75 €
65022 Autómatos programáveis - linguagens de programação Q2RE0201a Oct/23 25 100 €

TIPO DE PREÇO*
AÇÃO FORMAÇÃO CONTÍNUA (continuação) CURSO INÍCIO HORAS NÚCLEO
ATIVIDADE
Não Tipificado 65029 Logística, Armazenagem e Distribuição Q2RZ0097 Oct/23 50 200 €
Projeto / Desenho 65018 Impressão 3D Q2RA0343 Nov/23 25 100 €
Qualidade e Ambiente 65054 Higiene e segur. alimentar e sist. HACCP (Hazard Analysis Critical Control Points)Q2RF0139a Sep/23 25
65005 Técnicas de Socorrismo - princípios básicos Q2RF0277 Sep/23 25
65053 Técnicas de Socorrismo - princípios básicos Q2RF0277 Sep/23 25
Soldadura 65031 Soldadura SER - ângulo em chapa nas posições PB e PG Q2RM0021 Sep/23 50
TIPO DE PREÇO*
AÇÃO FORMAÇÃO CONTÍNUA (continuação) CURSO INÍCIO HORAS NÚCLEO
ATIVIDADE
Admin., Comercial
e Marketing 66621 Língua Alemã - comunicação administrativa Q2RG0110a Oct/23 50 200 € Torres Vedras
Construções Metálicas 66620 Soldadura MIG/MAG e por resistência Q2RD0163b Oct/23 50 150 €
Eletricidade / Eletrónica 66618 Eletricista de Instalações IV Q2RK0269a Sep/23 225
TIPO DE
AÇÃO EDUCAÇÃO E FORMAÇÃO DE ADULTOS - EFA CURSO INÍCIO HORAS PREÇO* NÚCLEO
ATIVIDADE
Soldadura 55021 Soldador/a Q1OM0013 Oct/23 Gratuito Amarante
Eletricidade / Eletrónica 69174 Técnico/a de Instalações Elétricas Q1OK0225c Nov/23 Gratuito Caldas da Rainha
Construções Mecânicas 63008 Técnico/a de Maquinação e Programação CNC Q1OC0323c Sep/23 Gratuito Lisboa
Manutenção Industrial 63077 Técnico/a de Manutenção Industrial de Metalurgia e Metalomecânica Q1OE0215d Sep/23 Gratuito
Construções Mecânicas 64920 Técnico/a de Produção e Montagem de Moldes Q1OC0396b Oct/23 Gratuito Marinha Grande
Construções Mecânicas 56018 Serralheiro/a Mecânico/a Q1OC0320c Oct/23 Gratuito Oliveira de Azeméis
Soldadura 68411 Soldador/a Q1OM0013 Sep/23 Gratuito Sines
TIPO DE PREÇO*
AÇÃO ESPECIALIZAÇÃO TECNOLÓGICA - CET CURSO INÍCIO HORAS NÚCLEO
ATIVIDADE
Construções Mecânicas 59042 Técnico/a Especialista em Tecnologia Mecatrónica Q1DC0553 Oct/23 Gratuito Arcos de Valdevez
Organização e Gestão
Industrial 59046 Técnico/a Especialista em Gestão da Produção (Supervisor de
Produção) — Indústria Metalúrgica e Metalomecânica Q1DB0111c Sep/23 Gratuito
Construções Mecânicas 69172 Técnico/a Especialista em Tecnologia Mecatrónica Q1DC0553 Oct/23 Gratuito Caldas da Rainha
69173 Técnico/a Especialista em Tecnologia Mecatrónica Q1DC0553 Nov/23 Gratuito
Construções Mecânicas 57407 Técnico/a Especialista em Tecnologia Mecânica Q1DC0324c Sep/23 Gratuito Ermesinde
57406 Técnico/a Especialista em Tecnologia Mecatrónica Q1DC0553 Sep/23 Gratuito
Construções Mecânicas 63005 Técnico/a Especialista em Tecnologia Mecatrónica Q1DC0553 Sep/23 Gratuito Lisboa
Construções Mecânicas 64904 Técnico/a Especialista em Tecnologia Mecatrónica Q1DC0553 Oct/23 Gratuito Marinha Grande
Organização e Gestão
Industrial 64913 Técnico/a Especialista em Gestão da Produção (Supervisor
de Produção) — Indústria Metalúrgica e Metalomecânica Q1DB0111c Oct/23 Gratuito
Construções Mecânicas 54460 Técnico/a Especialista em Tecnologia Mecatrónica Q1DC0553 Oct/23 Gratuito Porto
Construções Mecânicas 65034 Técnico/a Especialista em Tecnologia Mecatrónica Q1DC0553 Oct/23 Gratuito Santarém
Construções Mecânicas 58008 Técnico/a Especialista em Tecnologia Mecatrónica Q1DC0553 Sep/23 Gratuito Trofa
58002 Técnico/a Especialista em Tecnologia Mecânica Q1DC0324c Oct/23 Gratuito
58001 Técnico/a Especialista em Tecnologia Mecatrónica Q1DC0553 Oct/23 Gratuito
Construções Mecânicas 66607 Técnico/a Especialista em Tecnologia Mecatrónica Q1DC0553 Nov/23 Gratuito Torres Vedras

TIPO DE PREÇO*
AÇÃO APRENDIZAGEM CURSO INÍCIO HORAS NÚCLEO
ATIVIDADE
Manutenção Industrial 55020 Técnico/a de Manutenção Industrial de Metalurgia e Metalomecânica Q1BE0161h Oct/23 Gratuito Amarante
Manutenção Industrial 69190 Técnico/a de Manutenção Industrial de Metalurgia e Metalomecânica Q1BE0161i Sep/23 Gratuito Caldas da Rainha
Construções Mecânicas 57118 Técnico/a de Maquinação e Programação CNC Q1BC0255f Sep/23 Gratuito Ermesinde
Eletricidade / Eletrónica 57119 Técnico/a de Mecatrónica Q1BK0183d Sep/23 Gratuito
Projeto / Desenho 57116 Técnico/a de CAD/CAM Q1BA0260a Sep/23 Gratuito
57117 Técnico/a de CAD/CAM Q1BA0260b Sep/23 Gratuito
Eletricidade / Eletrónica 63099 Técnico/a de Mecatrónica Q1BK0183d Sep/23 Gratuito Lisboa
Construções Mecânicas 64900 Técnico/a de Maquinação e Programação CNC Q1BC0255e Sep/23 Gratuito Marinha Grande
64902 Técnico/a de Produção e Montagem de Moldes Q1BC0406b Sep/23 Gratuito
Eletricidade / Eletrónica 64901 Técnico/a de Mecatrónica Q1BK0183c Sep/23 Gratuito
Construções Mecânicas 56021 Técnico/a de Maquinação e Programação CNC Q1BC0255f Sep/23 Gratuito Oliveira de Azeméis
Manutenção Industrial 56022 Técnico/a de Manutenção Industrial de Metalurgia e Metalomecânica Q1BE0161i Sep/23 Gratuito
Projeto / Desenho 56023 Técnico/a de Desenho de Construções Mecânicas Q1BA0189d Sep/23 Gratuito
Manutenção Industrial 67121 Técnico/a de Manutenção Industrial de Metalurgia e Metalomecânica Q1BE0161i Sep/23 Gratuito Peniche
Eletricidade / Eletrónica 54151 Técnico/a de Mecatrónica Q1BK0183d Oct/23 Gratuito Porto
Energia 54161 Técnico/a de Refrigeração e Climatização Q1BJ0077e Oct/23 Gratuito
54165 Técnico/a de Refrigeração e Climatização Q1BJ0207a Oct/23 Gratuito
Manutenção Industrial 65071 Técnico/a de Manutenção Industrial de Metalurgia e Metalomecânica Q1BE0161i Sep/23 Gratuito Santarém
Construções Metálicas 68216 Técnico/a de Soldadura Q1BD0358c Sep/23 Gratuito Sines
Eletricidade / Eletrónica 68227 Técnico/a de Mecatrónica Q1BK0183d Sep/23 Gratuito
Construções Mecânicas 58101 Técnico/a de Maquinação e Programação CNC Q1BC0255f Sep/23 Gratuito Trofa
Construções Metálicas 58103 Técnico/a de Soldadura Q1BD0358c Sep/23 Gratuito
Projeto / Desenho 58104 Técnico/a de Desenho de Construções Mecânicas Q1BA0189d Sep/23 Gratuito
Eletricidade / Eletrónica 66643 Técnico/a de Mecatrónica Q1BK0183d Sep/23 Gratuito Torres Vedras
TIPO DE PREÇO*
AÇÃO EDUCAÇÃO E FORMAÇÃO DE JOVENS - CEF CURSO INÍCIO HORAS NÚCLEO
ATIVIDADE
Manutenção Industrial 69170 Eletromecânico/a de Manutenção Industrial Q1NE0329 Sep/23 Gratuito Caldas da Rainha
Manutenção Industrial 65036 Eletromecânico/a de Manutenção Industrial Q1NE0329 Sep/23 Gratuito Santarém
Manutenção Industrial 66606 Eletromecânico/a de Manutenção Industrial Q1NE0329 Sep/23 Gratuito Torres Vedras
FORMAÇÃO INDIVIDUALIZADA*
Modalidade Curso Horas Valor Núcleo
OIF - Oficina Individual de Formação CNC - Operação e Maquinação com fresadoras 50 280 € Amarante
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CNC – Programação de fresadoras 50 280 € Amarante
Ermesinde
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OIF CNC 5 Eixos – Técnicas de programação, maquinação e setup 50 280 € Lisboa
* Disponível todo o ano | Também possível em contexto híbrido


NOTÍCIAS
AIMMAP apresentou a nova visão estratégica

para o setor até 2030 e debateu as estratégias de
crescimento
aumento do custo das maté- Por outro lado, e tirando partido das
rias-primas. Só um exemplo: sinergias únicas criadas pela pre-
as chapas de aço tiveram sença massiva do meio empresarial
aumentos de 80% durante a e técnico-científico, realizou-se mais
pandemia e ainda agora es- uma edição da Conferência Anual
tão 50% acima do valor re- AIMMAP/Expresso, moderada de
gistado antes da pandemia. forma excelente pela jornalista Mar-
ta Atalaya, que contou com uma
Toda esta envolvente tornou
mesa-redonda com personalidades
ainda mais pertinente o even-
convidadas que debateram precisa-
to promovido pela AIMMAP,
mente o tema que dá nome ao even-
onde foi apresentada a nova
to: Crescer.
visão estratégica para o setor
até 2030 e debatidas as es- Uma temática, aliás, que se impõe
tratégias de crescimento de num ano em que o setor consolida
algumas das empresas que uma curva de crescimento notável
compõem a metalurgia e a que dura há mais de uma década, e
metalomecânica. que permitiu atingir um novo recorde
das exportações no ano de 2022,
Com o auditório da Facul-
somando 23.080 milhões de euros.
dade de Engenharia da Uni-
versidade do Porto - FEUP a O debate focou o crescimento do
servir de palco, sublinhando sector e as estratégias definidas para
assim a ligação umbilical o futuro para manter esse mesmo
Dois anos de pandemia e uma guerra que o setor metalúrgico e crescimento, mas sempre tendo em
metalomecânico tem com a univer- conta as atuais circunstâncias e incer-
fizeram disparar os preços da ener-
sidade e com o sistema científico e tezas económicas e geopolíticas.
gia, das matérias-primas e dos trans-
portes. A reboque veio a inflação e, tecnológico, a iniciativa dividiu-se em Convém então reforçar que nos últi-
consequentemente, a subida das ta- duas partes. mos dois anos o setor atingiu recor-
xas de juro. Perdeu-se poder de com- Por um lado, foi apresentado o es- des nas exportações. Em 2021 che-
pra e começaram as dificuldades no tudo “Visão Estratégica 2030 do gou aos 19.886 milhões de euros,
pagamento de créditos já existentes e Setor Metalúrgico e Metalomecâni-
no pedido de novos empréstimos. co”, financiado por meios públicos
O sector metalúrgico e metalomecâ- e elaborado em colaboração com a
nico, como as outras indústrias em consultora EY, que traça as principais
Portugal, não tiveram a vida fácil nos prioridades e estratégias que deve-
últimos três anos, com o aumento dos rão guiar o setor nos próximos anos.
preços da energia, um tema parti- Esta apresentação foi liderada por
cularmente sensível tendo em conta Mafalda Gramaxo que enquadrou a
ser um setor de uso intensivo de gás evolução que o METAL PORTUGAL
natural e eletricidade. A somar, o tem refletido nas últimas décadas e
aumento dos custos de transporte e indicou as principais linhas que de-
as dificuldades de abastecimento e vem orientar o crescimento do setor
logística impactaram sobremaneira o no horizonte 2030.

NOTÍCIAS
Para manter esta trajetória de cresci-

mento a AIMMAP decidiu “estabele-
cer o caminho a fazer na próxima dé-
cada”, enfatizou Vítor Neves. E são
cinco os eixos de ação que traçam
esse caminho: crescimento, produtivi-
dade, sustentabilidade, capacitação
e imagem.
No evento, Paulo Sousa salientou a
importância da sustentabilidade, até
porque envolve o ambiente, mas tam-
bém a parte social e de governança,
enquanto Hermano Rodrigues, Prin-
cipal da EY Parthenon, abordou a
questão da capacitação dos recursos
humanos e das indústrias a que se
mais 16,2% face a 2020 e 1,5% aci- a crescer, com mais 15% do que no junta a aposta nas tecnologias e na
ma de 2019. Já em 2022, foi atingido mesmo período de 2022. Claramen- digitalização. Acrescentou ainda que
um novo recorde. Mais ainda: em te um dos pilares fundamentais da se deve olhar para o crescimento não
seis dos 12 meses do ano passado economia portuguesa”, até porque, só das exportações, mas das empre-
as vendas para o exterior superaram nas palavras do dirigente, Portugal sas que, na sua maioria, são micro ou
os 2 mil milhões de euros. Um desses exporta para “mercados da primeira pequenas e médias estruturas. Uma
meses foi dezembro, classicamente divisão”, nomeadamente Espanha, atitude que exige colaboração e as-
não sendo o mais forte devido ao pe- França, Alemanha, Reino Unido, Itália sociativismo, reparou Cristina Bóia,
ríodo festivo e de férias associado ao e Estados Unidos. CEO da Extrusal, focando ainda a
Natal e ano novo. Ainda assim, nes- questão do aumento da produtivida-
Vítor Neves e António Saraiva, mem-
te período, as exportações somaram de e a melhoria da imagem do País,
bro da Direção da AIMMAP duran-
1.706 milhões de euros, 10% acima argumentos de resto partilhados tam-
te 13 anos e Presidente de 2007 a
de dezembro do ano anterior. bém por Nuno Matos Sequeira, CEO
2009, mostraram a sua admiração
O documento apresentado é parti- pelas empresas do METAL PORTU- da Solzaima e Jorge Ferreira, CEO
cularmente relevante já que era im- GAL, salientando a necessidade de da Palbit que também integraram o
portante atualizar a compilação, num sermos, enquanto país, mais ambicio- painel, e que sublinharam que a es-
só documento, de um diagnóstico do sos. Como referiu Paulo Sousa, CEO tratégia passa necessariamente por
METAL PORTUGAL. Principalmente, da Colep Packaging Portugal, “não haver cada vez mais produtos inova-
após uma pandemia e uma guerra na podemos ficar com o sucesso que ti- dores e mais tecnologia naquilo que
Europa, que obrigou estas empresas vemos até agora, queremos crescer”. o país produz.
e indústrias a mudar tudo nos seus
negócios e estratégias de gestão, de-
cidiu-se que seria a altura certa para
fazer essa análise e definir uma nova
visão até 2030.
Um dos pilares da economia

“O setor duplicou as exportações
em 10 anos”, salientou no evento Ví-
tor Neves, Presidente da Direção da
AIMMAP. “Já no primeiro trimestre
deste ano, as exportações continuam

NOTÍCIAS
venção: Carla Gonçalves, Cláudia

Ribeiro, João Girão, José Carlos Cal-
deira e David Rodrigues.
Intervenção do estado
Tanto Rafael Campos Pereira como
António Saraiva concordam que as
empresas, para crescerem, necessi-
tam da intervenção do estado, no-
meadamente ao nível de reformas,
gico e metalomecânico tem vindo a
seja na administração pública, judi-
crescer com base na audácia e resi-
cial ou fiscal.
Escala e dimensão liência dos empresários, e com base
Na administração pública, os inter- em estratégias muito bem definidas
Para atingir estes objetivos, a
venientes falam em reformas para a por parte da AIMMAP, das entida-
AIMMAP - em parceria com várias
tornar mais eficiente e desburocrati- des de suporte e particularmente das
entidades, mas principalmente com
zar os processos, enquanto no siste- empresas, no sentido de se distingui-
o CATIM - Centro de Apoio Tecno-
ma judicial abordam a necessidade rem nos mercados globais. “Temos
lógico à Indústria Metalomecânica
conseguido crescer graças à dife-
e o CENFIM - Centro de Formação
renciação, à forte qualificação dos
Profissional da Indústria Metalúrgi-
recursos humanos e ao investimento
ca e Metalomecânica -, estabele-
em inovação”, suporta o Vice-Presi-
ceu um plano de ação que envolve
dente Executivo. No entanto, salien-
11 projetos nas áreas de inovação e ta que apesar “deste bom trabalho
upgrading; qualificação empresarial; feito ao longo destes últimos anos”,
descarbonização, economia circular “precisamos continuar atentos e a
e eficiência energética e de materiais; investir para os próximos tempos”,
internacionalização e captação de fundamentalmente para permitir que
investimento direto estrangeiro; atra- as empresas do setor ganhem outra
ção e retenção de talentos. escala e dimensão.
Na divulgação do Plano Estratégico De referir ainda que esta grande ini-
de Ação e Concretização apresen- ciativa ficou também marcada de
tado por Mafalda Gramaxo e Her- forma muito positiva, pelo anúncio
de agilizar as decisões para que as
mano Rodrigues, a Diretora-Geral da feito pelo Presidente da Direção da
empresas não morram antes de sa-
AIMMAP contou com o apoio dos AIMMAP, Vítor Neves, informando
ber o desfecho de um processo, seja
responsáveis dos projetos das áreas que a associação iria atribuir a An-
de insolvência ou de outro tipo e, no
acima mencionadas, para detalha- tónio Saraiva o título de Presidente
sistema fiscal, reduzindo os impostos,
rem cada um dessas áreas de inter- Honorário da associação.
principalmente o IRS, para que os sa-
lários possam aumentar. “O primei-
ro-ministro pede aos privados para
aumentar os salários, mas a retenção
fiscal que existe sobre os salários é
uma brutalidade. Quem mais ganha
com os aumentos dos salários míni-
mos é o estado”, nota António Sarai-
va.
Rafael Campos Pereira não tem qual-
quer dúvida de que o setor metalúr-

NOTÍCIAS
Ações de compra coletiva promovidas pela AIMMAP

em 2023 obtiveram enorme sucesso
No seguimento das ações levadas a poupança da fatura energé-

cabo nos anos anteriores, no início do tica.
corrente ano a AIMMAP deu início a
No que à compra de eletrici-
mais uma ação de compra de energia
dade diz respeito, na inicia-
elétrica e de gás natural, em grupo,
tiva promovida no presente
para o ano de 2023, por forma a
ano, no total, aderiram a esta
obter as melhores condições para o
ação 167 empresas, repre-
fornecimento de energia elétrica e
sentando que um número
gás natural para as empresas nossas
muito significativo de empre-
associadas.
sas vão beneficiar de vanta-
Trata-se de uma iniciativa que a gens que representam pou-
AIMMAP organiza anualmente, panças expressivas na fatura mente muito inferior ao da energia
desde 2011 e sempre com grande elétrica. elétrica.
sucesso, no sentido de criar condi- A empresa fornecedora que ganhou
A empresa que venceu o concurso
ções para que as empresas do METAL o concurso para o preço fixo foi a
no preço variável indexado para
PORTUGAL tenham acesso a energia GOLDEN ENERGY e para o preço
BTE, MT e AT, foi a ELERGONE; já a
de qualidade e com preço competi- variável indexado ao MIBGAS foi
vencedora para BTN preço fixo foi a
tivo a GALP. De referir ainda que cerca
GOLDEN ENERGY.
Desde a primeira edição, estas ini- de 24 empresas estão fidelizadas
Naturalmente, o número de edições
ciativas de compra coletiva têm à NATURGY até 31/12/2024 em
realizadas e os excelentes resulta-
registado numerosas adesões. E se consequência do concurso do ano
dos obtidos conferem à AIMMAP um
até 2014 estavam focadas apenas passado, com um preço fixo melho-
diferenciador estatuto de conhecedor
na compra de eletricidade, desde rado.
da matéria, e nesse sentido, e porque
essa data que passaram a abranger No total, considerando todas as
o bem-estar generalizado da econo-
também a compra de gás natural, e iniciativas na eletricidade e no gás
mia nacional é também o bem-estar
ano após ano revelam uma maior natural, registaram-se cerca de 217
do METAL PORTUGAL, a AIMMAP e
preocupação ambiental. adesões, o que é mais um registo
a ATP – Associação Têxtil e Vestuário
No ano transato registou-se com de Portugal, juntaram esforços para notável, particularmente tendo em
grande satisfação que, uma vez mais, ganharem peso na negociação de conta a instabilidade registada no
foram atingidos resultados notáveis grandes contratos com os fornecedo- mercada da energia.
nas duas vertentes, tanto em termos res da área da energia. Na inicia- Os números muito interessantes
de preço como no plano das ade- tiva de compra coletiva de 2023, o registados nestas duas ações, não
sões. segundo ano em que a ATP participa, deixam dúvidas quanto à oportu-
os concursos registaram a adesão de nidade e benefício que as mesmas
Na verdade, tal como tem vindo
cinco empresas associadas da refe- trazem para as empresas, e dão um
a acontecer consecutivamente ao
rida ATP. forte alento para que a AIMMAP
longo dos últimos anos, os preços
conseguidos pela AIMMAP para Já no que se refere à iniciativa de continue a promover tais iniciativas,
os seus associados que aderiram a compra de gás natural, aderiu a prosseguindo com o objetivo de con-
estas iniciativas foram em média infe- esta ação um total de 50 empresas tribuir para que o setor em geral e as
riores aos valores de mercado, o que associadas da AIMMAP, o que é um empresas associadas em particular
por si só evidencia de forma clara o número excelente tendo em conta o possam ser cada vez mais competi-
potencial das ações em termos de universo possível - o qual é natural- tivas e resilientes.

NOTÍCIAS
AIMMAP recebeu o Prémio Internacionalização da

Vida Económica
tiva, e foi com enorme orgulho que

receberam o Prémio Internacionali-
zação, entregue este ano à AIMMAP
pelo extraordinário desempenho da
associação neste capítulo.
Com efeito, a mais um recorde nas
exportações alcançado em 2022,
junta-se um enorme esforço na diver-
sificação de mercados ao longo dos
últimos anos, esforço este que tem
sido crucial para fazer face a tantos
obstáculos conjunturais.
Adicionalmente, para a atribuição
deste prémio, contribuiu também o
sucesso da participação nacional na
Hannover Messe 2022, ano em que
O jornal Vida Económica cele- lismo económico vai continuar a ter
Portugal foi o Partner Country desta
brou, no passado dia 4 de maio, o um papel essencial e determinante,
que é a maior feira mundial da indús-
seu 40º aniversário. Durante o even- e que com acesso a mais e melhor
tria. Como é sabido, a AIMMAP foi
to, que decorreu na Casa do Vinho informação, as empresas serão mais
convidada pelo governo português
Verde, no Porto, foram atribuídos os competitivas, os profissionais mais
e pela AICEP para liderar a partici-
prémios “Carreira 2023”, “Interna- qualificados, os salários melhores e
cionalização”, “Investimento”, “Tran- a sociedade mais próspera. Para o pação empresarial, e o sucesso desta
sição Digital” e “Recursos Humanos”. Diretor da Vida Económica, João Luís missão superou mesmo todas as ex-
A iniciativa contou com os apoios de Sousa, no caminho percorrido, a pectativas.
da Câmara de Comércio e Indústria equipa do jornal teve oportunidade Além de Vítor Neves e Mafalda Gra-
Luso Francesa, da E. Leclerc e da Es- de aprender com os bons exemplos maxo, marcaram ainda presença
cola de Hotelaria e Turismo do Por- das empresas que são uma fonte im- nesta cerimónia Pedro Carvalho e
to, tendo reunido mais de duas cen- portante da informação. Pedro Azevedo que lideram a con-
tenas de convidados. cretização do plano de internaciona-
Durante a cerimónia, a Vida Eco-
As quatro décadas que passaram nómica atribuiu um lização anual da AIMMAP.
desde que João Carlos Peixoto de conjunto de prémios
Sousa lançou a primeira edição do a empresas e profis-
jornal “Vida Económica” assinalam sionais, para distinguir
também os 90 anos do início da desempenhos notáveis
atividade editorial do Grupo, altura em várias áreas da
em que António Feliciano de Sousa economia nacional.
decidiu criar, em 1933, o Boletim do
O Presidente da Di-
Contribuinte.
reção da AIMMAP,
Atualmente, numa altura em que sur- Vítor Neves e a Dire-
gem em grande ritmo, novos modelos tora-Geral, Mafalda
de negócio, os responsáveis por este Gramaxo, marcaram
semanário defendem que o jorna- presença nesta inicia-

NOTÍCIAS
AIMMAP recebeu a visita do Secretário de Estado

dos Assuntos Europeus
No passado dia 22 de maio, a

AIMMAP recebeu a visita do Secretá-
rio de Estado dos Assuntos Europeus,
Tiago Antunes, e do seu Chefe de
Gabinete Pedro Espírito Santo.
Durante mais de duas horas, o Presi-
dente da AIMMAP Vítor Neves, bem
como os representantes de algumas
empresas que integram a Direção
da associação, os responsáveis do
CATIM e alguns elementos da equi-
pa da AIMMAP, reuniram com Tiago
Antunes e tiveram a oportunidade de
partilhar as principais preocupações
no que respeita a assuntos europeus.
O Secretário de Estado, agradecen-
do a oportunidade da visita, come-
çou por enquadrar a reunião no tra-
balho que está a ser levado a cabo
pela Secretaria de Estado, no sentido
de “ouvir quem está no terreno e as
preocupações dos principais setores
de atividade”, recolhendo matéria
para elaborar uma visão crítica e
construtiva que o governo português
temática do hidrogénio verde, que Joana Valente, responsável na
enviará oportunamente à Comissão
considera um veículo essencial para AIMMAP pelos assuntos europeus,
Europeia, e que desejavelmente será
a transição energética e para a de- transmitiu o posicionamento da
tida em linha de conta na elaboração
fesa da competitividade da economia AIMMAP e do setor metalúrgico e
do plano de trabalho a nível europeu.
nacional e europeia. metalomecânico, relativamente a
Acrescentou ainda que “muito está a temas como o “Net Zero Act”, refor-
Vítor Neves, sublinhou a grande preo-
mexer no plano europeu: desde a de- çando que o setor vê com bons olhos
cupação das empresas portuguesas
fesa da competitividade europeia, a regulamentação que simplifique e
no que diz respeito à intensidade e
reindustrialização enquadrada com o agilize processos, nomeadamente
velocidade da atividade legislativa
“Net Zero Act”, a questão da autono- de licenciamento, mas é fundamental
da União Europeia nos últimos anos,
mia europeia e das matérias-primas que esses mecanismos abranjam e
e defendeu a urgência em reduzir a
críticas, bem como questões em torno apoiem a indústria europeia como um
carga regulatória da UE. A legislação
da energia, não só em termos con- todo. O mesmo se aplica à questão
europeia tem impactado profunda-
junturais como resposta a constrangi- das matérias-primas críticas.
mente o funcionamento das empre-
mentos de emergência, mas também
sas, com elevados custos burocráticos O Vice-Presidente Executivo da
com foco em apostas estratégicas”.
e de conformidade, bem como obri- AIMMAP, Rafael Campos Pereira,
Ao longo das suas intervenções, Tia- gações de reporte que muitas vezes referiu a este respeito que o METAL
go Antunes sublinhou várias vezes a não são exequíveis. PORTUGAL (o setor utilizador de

NOTÍCIAS
aço), exportou em 2023 um valor da ADIRA e também Vice-Presidente serem criadas estruturas de compra
extraordinário de 23.080 milhões de da AIMMAP, destacou que o CBAM coletiva, referindo que está já em
euros, emprega 250 mil trabalhado- vai onerar a Europa, pelo que é im- funcionamento uma para a compra
res e o VAB soma perto de 9 mil mi- portante que a receita proveniente de gás natural.
lhões de euros. Um setor de enorme deste mecanismo seja reinvestida de
Tendo ainda havido espaço para o
relevância económica e social para forma eficiente e em prol da compe-
tema do imperativo da promoção
o país, e que reclama a necessida- titividade europeia.
da harmonização fiscal (um tema
de de medidas que alavanquem a
O Secretário de Estado reagiu com aliás consensual para todos os pre-
competitividade, e não o contrário.
grande dinâmica a todas as ques- sentes como sendo fundamental
Assim, fundamentou, “é fundamental
tões levantadas, revelando um ex- para a competitividade da econo-
eliminar as Cláusulas de Salvaguar-
celente espírito de cooperação, e mia nacional). Os responsáveis da
da sobre o aço e alumínio, e não faz
mencionou que no que a fundos eu- AIMMAP mostraram total disponi-
sentido que o governo continue a
ropeus se refere, se deverá esperar bilidade e abertura para desenvol-
votar no sentido de prolongar essas
um afunilamento das verbas disponí- ver um trabalho conjunto no sentido
medidas. Portugal tem de estar con-
veis, “até porque no espírito de con- de serem encontradas as melhores
tra essas Cláusulas de Salvaguarda
vergência, o possível alargamento soluções, capazes de minimizar as
numa lógica de defesa económica e
a países com PIB per capita mais consequências negativas para as
social do país.”
baixo vai colocar Portugal numa empresas e para a competitividade
Neste ponto o Presidente da zona menos elegível para receber nacional.
AIMMAP, Vítor Neves, alertou para apoios.”
O Secretário de Estado teve ainda
o facto de se estar potencialmente a
Joaquin Almeida, da FUNDIVEN oportunidade de visitar as insta-
criar uma situação de concorrência
mencionou ainda um pesado custo lações do CATIM para uma visita
desleal nomeadamente por parte da
de contexto pelo facto de os “tem- guiada pelo Presidente Rui Ferreira
Turquia, e acrescentou que a questão
pos” de resposta do estado e das Marques e pelo Diretor-Geral Nuno
da competitividade poderá também
autoridades não ser compatível com Araújo. Tiago Antunes elogiou com
vir a ser afetada pelo futuro Meca-
os “tempos” das empresas e dos entusiasmo o trabalho desenvolvido
nismo de Ajustamento do preço de
clientes, e Miguel Leichsenring-Fran- pelo centro tecnológico e que pro-
carbono (CBAM) que resultará em
co, da SCHMITT, questionou se es- duz enorme impacto na performan-
custos mais elevados dos fatores de
tão ou não previstas plataformas eu- ce do setor, destacando ainda que o
produção do aço para as indústrias,
ropeias para a compra coletiva das desempenho do METAL PORTUGAL
que, por outro lado, continuarão a
matérias-primas críticas. fundamenta por si só a evidente fal-
enfrentar a concorrência, tanto a
nível nacional como internacional, Concordando com o imperativo da ta de espaço que o CATIM enfren-
dos produtos a jusante provenientes harmonização fiscal, Tiago Antunes ta na sua atividade diária e para a
de países terceiros que não estão mencionou haver vontade e alguns qual é urgente encontrar uma solu-
sujeitos ao CBAM. Miguel Gil Mata, movimentos europeus no sentido de ção. Tiago Antunes transmitiu ainda
ter ficado muito agradado com o
projeto para a construção do novo
laboratório de ensaios de eficiên-
cia energética e eco-design, que
capacitará o Centro Tecnológico
para apoiar as empresas na explo-
ração das oportunidades decorren-
tes da economia do hidrogénio, da
digitalização (IoT) e da economia
circular. Este investimento resulta-
rá seguramente num impacto muito
positivo para o setor metalúrgico e
metalomecânico e para toda a eco-
nomia nacional.

NOTÍCIAS
Manuel Grilo completou 70 anos
Manuel Grilo completou 70 anos de mento de necessidades de formação. dade e o sentido de missão de Manuel
vida no passado mês de maio, tendo Dez anos mais tarde, em março de Grilo são qualidades incontornáveis e
vivido uma boa parte desses anos ao 1996, assumiu a Direção Geral do que devem ser por todos reconhecidas
serviço do setor metalúrgico e metalo- CENFIM, hoje com 13 núcleos de for- e aplaudidas.
mecânico. mação em funcionamento em todo o E se não há dúvida nenhuma quanto
Com efeito, em março de 1986, Ma- País, funções que mantém até aos dias à importância do contributo do CEN-
nuel Grilo ingressou no CENFIM, ini- de hoje. FIM para o desenvolvimento do setor
cialmente como técnico de formação No exercício das funções que assumiu metalúrgico e metalomecânico e para
passando também a assumir a direção ao longo de todos estes anos, Manuel a performance brilhante do setor no-
do núcleo de Lisboa e da delegação Grilo demonstrou ter extraordinárias meadamente no que às exportações
regional sul. Nessa fase tinha como qualidades humanas e profissionais se refere, também não há qualquer
principais funções organizar os servi- colocando os seus conhecimentos, dúvida de que Manuel Grilo tem de-
ços, gestão de colaboradores, forman- experiência e capacidades na concre- sempenhado um papel crucial para o
dos, estagiários e formadores. O âm- tização do desenvolvimento do CEN- desenvolvimento do CENFIM ao servi-
bito das suas competências passava FIM. ço do setor.
também por elaborar, controlar e gerir Destaca-se a vasta experiência pro- O enorme contributo de Manuel Grilo
o plano de atividades e orçamento do fissional, o permanente contacto com para o sucesso do METAL PORTUGAL
núcleo e mais tarde da delegação, os meios empresariais e industriais, o é um dado inequívoco e incontor-
desenvolver e aplicar métodos de for- rigor e a eficácia no exercício das suas nável. Como principal representante
mação, coordenar diversos projetos de funções, bem como a participação ati- das empresas do METAL PORTUGAL,
cooperação transnacional, bem como va na génese do CENFIM. a AIMMAP faz questão de expressar
promover contactos com empresas e A dedicação, a competência profissio- aqui a sua gratidão a tão notável figu-
organismos, em especial para levanta- nal, o elevado sentido de responsabili- ra do setor e do próprio país.

NOTÍCIAS
“Circularidade na Indústria” esteve em debate na

EMAF
Vítor Neves presidiu à sessão de circular, num mundo em que, em cerca ciclos de vida mais longos, para a reu-
abertura da conferência “Circulari- de 6 décadas, a população mais do tilização de produtos e equipamentos,
dade na Indústria”, que decorreu no que triplicou”. para a reciclagem e/ou eliminação
passado dia 2 de junho, à margem da Na verdade, segundo estimativas de resíduos e, de um modo geral, para
EMAF – Feira Internacional de Má- das Nações Unidas, se a população o cumprimento de todos os pressupos-
quinas, Equipamentos e Serviços para mundial e o consumo de recursos do tos e objetivos que subjazem a uma
a Indústria, o maior evento português planeta continuar a crescer como até lógica de economia circular.
do setor industrial que se realizou na aqui, em 2050 serão necessários três A verdade é que a realidade conjuntu-
Exponor entre os dias 31 de maio a 3 planetas Terra para fornecer os recur- ral atual acelerou a proximidade das
de junho, e que de resto é objeto de sos necessários a toda a atividade cadeias de valor e a necessidade de
um outro artigo nesta edição. humana e absorver todos os resíduos reindustrializar a Europa, e não há dú-
Aliás, o tema da circularidade mar- gerados. vida nenhuma de que a circularidade
cou a jornada, já que na manhã do Neste cenário, se durante algum tem- da indústria tem de ser vista como uma
mesmo dia, teve lugar a “Conferência po a economia circular passou a ser oportunidade para a valorização da
Final do Projeto Mobilizador PRODU- uma tendência, hoje é acima de tudo economia portuguesa, com os princi-
TECH4S&C – Sustentabilidade e Cir- um imperativo. E nesta temática, a pais segmentos industriais nacionais
cularidade”. indústria assume um posicionamento a posicionarem-se na linha da frente
O Presidente da AIMMAP reforçou os preponderante. Afinal, a economia das principais cadeias de abasteci-
resultados extraordinários que o setor circular tem os seus pilares e alicerces mento europeias.
tem vindo a somar, e referiu ser “ab- na indústria transformadora, que é de- Apontando a responsabilidade da
solutamente incontornável o caminho cisiva neste processo e que promove transição de um modelo de economia
rumo a uma economia cada vez mais a produção de bens de consumo com linear para um modelo circular a toda

NOTÍCIAS
a sociedade, especialmente empresas, mente os principais desafios da cir- No final da conferência, Fernando
universidades, centros de investigação cularidade para a indústria e o papel Sousa, Presidente da Produtech e Vi-
e poder político, Vítor Neves concluiu da indústria metalúrgica e metalome- ce-Presidente da AIMMAP, sublinhou
referindo que a “indústria do futuro cânica no novo modelo mais circular, que “a reciclagem que hoje já é feita
terá de ser menos exigente em recur- dando especial ênfase ao mercado nas empresas do METAL PORTUGAL,
sos materiais e gastos energéticos, ser dos materiais. não é adequadamente percebida
ambiental e socialmente mais respon- pela opinião pública. A utilização de
sável, ter baixas emissões de carbono Já no painel de debate moderado por
Cláudia Ribeiro, do CATIM, Raquel aço e metal reciclado pela indústria
associadas e terá de ser capaz de
Miranda, Carolina Almeida, Viviana metalúrgica e metalomecânica assu-
conceber produtos inteligentes e de
Pinto e Vítor Dias, representando res- me números notáveis, e isso faz toda
construir um novo paradigma de eco
petivamente a COLEP Packaging, a a diferença no caminho da excelência
design, melhorando o desempenho
do produto, dos recursos, da empresa Extrusal, o INEGI e o CENFIM, par- junto dos principais clientes”.
e da economia”. tilharam exemplos e experiências de Foi sem dúvida uma iniciativa muito in-
Seguiram-se Kai Peters, Research and circularidade quer em processos, quer teressante que marcou muito positiva-
Innovation Adviser na Associação em produtos, materiais e boas práticas mente a audiência de algumas deze-
Alemã de Fabricação e Máquinas e Vítor Dias sublinhou que “se sem in- nas de pessoas que ao longo de mais
e Instalações, e José Carlos Caldei- dústria transformadora não há circula- de duas horas assistiram à partilha de
ra, Assessor da AIMMAP na área da ridade, sem pessoas não há indústria importantes inputs sobre a “Circulari-
Inovação, que abordaram respetiva- transformadora”. dade na Indústria”.
Alterações ao Contrato Coletivo de Trabalho entre a

AIMMAP e o SINDEL
Como é sabido, no passado mês de casos em que os salários efetivamen-

abril, a AIMMAP e o SINDEL– Sindi- te pagos eram já iguais ou superiores
cato Nacional da Indústria e da Ener- aos valores agora acordados. Aliás,
gia formalizaram um acordo para conforme sempre tem sido salvaguar-
alteração do contrato coletivo de tra- dado, o acordo não passa por um
balho que regula as relações entre as aumento percentual obrigatório, mas
empresas inscritas nesta associação e sim por uma atualização dos valores
os trabalhadores ao seu serviço que base da tabela.
se encontrem filiados naquele sindi-
Estas alterações foram entretanto pu-
cato.
blicadas, no Boletim de Trabalho e
O entendimento em causa abrangeu Emprego n.º 20, de 29 de maio de
três questões específicas. Finalmente, foi acordado um aumento
2023, e são diretamente aplicáveis
do subsídio de refeição para o mon-
Por um lado, procedeu-se à atuali- às relações de trabalho estabeleci-
tante de €6,00 por cada dia de tra-
zação da tabela salarial, com efeitos das entre as empresas associadas da
balho efetivo, quer o pagamento seja
a partir do dia 1 de abril de 2023, AIMMAP e trabalhadores inscritos
feito por vale de refeição (em cartão
sendo que o aumento médio acorda- no SINDEL - Sindicato Nacional da
ou ticket), quer seja feito em dinheiro,
do foi o de 6,93%, conforme tabela Indústria e da Energia, sendo que o
com efeitos a 3 de junho de 2023.
abaixo Departamento Jurídico da AIMMAP
No entanto, tal como a AIMMAP es- está naturalmente disponível para es-
Por outro lado, foi fixado o salário mí- clareceu oportunamente, não serão clarecer qualquer dúvida existente a
nimo do setor em €765,00.. obrigatórios quaisquer aumentos nos este respeito.

NOTÍCIAS
METAL PORTUGAL registou mais um enorme

sucesso na EMAF 2023
sitaram a feira, merecendo natural

destaque as visitas do Ministro da
Economia e do Mar, António Cos-
ta e Silva, no dia 2 de junho, e do
Secretário de Estado da Economia,
Pedro Cilínio, no dia imediatamente
anterior, os quais, acompanhados
por Vítor Neves, Rafael Campos Pe-
reira, Mafalda Gramaxo e pelo Pre-
sidente da AEP Luís Miguel Ribeiro,
tiveram oportunidade de conhecer
diretamente a excelência de cerca de
oito dezenas de empresas do METAL
PORTUGAL, nomeadamente do clus-
ter de tecnologias de produção, bem
como a relevância de todas as enti-
dades de suporte ao setor.
O METAL PORTUGAL marcou no- globais. Pedro Cilínio sublinhou que “a EMAF
vamente presença na EMAF – Feira desempenha um papel essencial na
O sucesso da feira e os excelentes promoção de negócios e parcerias
Internacional de Máquinas, Equipa- resultados sentidos pelas empresas
mentos e Serviços para a Indústria, industriais, impulsionando desta for-
expositoras e também pelos visitan-
que se realizou entre os dias 31 de ma a expansão das empresas por-
tes, ficam a dever-se em grande me-
maio e 3 de junho na EXPONOR, tuguesas, particularmente neste que
dida à permanente mobilização e
organizada, como sempre, com o já é um dos setores mais importantes
excelente cooperação da AIMMAP
apoio da AIMMAP. da economia portuguesa e que bateu
com outras entidades de suporte ao
setor metalúrgico e metalomecâni- recordes de exportações nos últimos
Mais de 400 empresas expositoras
co – como o CATIM, o CENFIM e a dois anos, ultrapassando a barrei-
fizeram da 19ª edição da EMAF um
PRODUTECH, garantindo em conjun- ra dos 23 mil milhões de euros em
enorme sucesso, destacando cada
vez mais este certame como uma to um permanente e efetivo apoio a 2022”.
referência internacional e o mais im- expositores e visitantes. Em 2023 a EMAF reforçou definitiva-
portante da península ibérica no con- E mais uma vez, a qualidade diferen- mente a aposta na internacionaliza-
texto das tecnologias de produção. ciadora do cluster de tecnologias de ção das tecnologias de produção e
Na verdade, em cada edição, a produção nacional sobressaiu nes- na inovação da indústria, com mais
EMAF tem sido protagonista de uma ta edição da EMAF, um evento cuja uma participação de sucesso do ME-
performance de excelência que relevância justifica habitualmente a TAL PORTUGAL que ficou bem evi-
espelha a qualidade crescente do visita de inúmeras personalidades da dente aos milhares de visitantes na-
cluster de tecnologias de produção vida política e empresarial. cionais e internacionais que durante
nacional, que se afirma com cada E foi exatamente o que aconteceu esses dias percorreram os pavilhões
vez maior projeção nos mercados este ano, com várias comitivas a vida Exponor.

NOTÍCIAS
AIMMAP promoveu participação do METAL

PORTUGAL na SUBCONTRATACIÓN
A AIMMAP organizou mais uma nos das exportações do setor, par- AIMMAP, onde participaram 7 em-
participação coletiva do METAL ticularmente no que à subcontra- presas do METAL PORTUGAL que
PORTUGAL na principal feira de tação de alto valor acrescentado operam no segmento da subcon-
subcontratação do mercado espa- diz respeito, como continua simul- tratação industrial de elevado valor
nhol, a SUBCONTRATACIÓN, que taneamente a evidenciar uma taxa acrescentado, ocupou uma área
se realizou entre os dias 6 e 8 de de crescimento muito expressiva de significativa e de destaque, sendo o
junho, em Bilbau. quase 10%. maior de toda a participação portu-
guesa no evento.
Numa altura em que o mercado es- Com uma área coberta de 15.000
panhol volta a ser um dos grandes m2, cerca de 1.400 empresas ex- Focada na missão de ajudar as
responsáveis por mais um recorde positoras, e mais de 21 mil visitan- empresas suas associadas nos pro-
das exportações do setor metalúr- tes de diversas nacionalidades, a cessos de internacionalização, a
gico e metalomecânico, torna-se SUBCONTRATACIÓN é cada vez AIMMAP esteve sempre presente
imperativa a continuidade da par- mais uma referência internacional e Rafael Campos Pereira, Mafalda
ticipação coletiva do METAL POR- para dar a conhecer as melhores Gramaxo e Pedro Azevedo acom-
TUGAL nesta que é uma feira de re- soluções de peças técnicas, meca- panharam e apoiaram a participa-
ferência internacional na área dos nização, máquinas e equipamentos ção da comitiva do METAL PORTU-
processos e equipamentos para a industriais, moldes, tratamentos de GAL.
produção. superfície e outros produtos e ser- O Vice-Presidente Executivo da
Na verdade, o país vizinho não só viços da subcontratação industrial, AIMMAP felicitou o excelente de-
é há muito um dos principais desti- e o stand coletivo promovido pela sempenho das empresas do METAL

NOTÍCIAS
PORTUGAL neste mercado que é ticipação coletiva do METAL POR- Para além das empresas acima re-
desde há muito um dos principais TUGAL, promovida pela AIMMAP, feridas, marcaram igualmente pre-
destinos das exportações nacio- na 22ª edição da SUBCONTRATA-
sença no certame as seguintes as-
nais, e onde continua seguramente CIÓN foram as seguintes:
a haver muitas oportunidades de sociadas da AIMMAP:
4 F ERESPE – Fundição do Ferro e
negócios a explorar. 4 GA Moldes
do Aço, Lda.
Os representantes da AIMMAP ti-
4 T SF - Metalurgica de Precisão, 4 Ricardo & Barbosa
veram ainda a oportunidade de
acompanhar a Diretora da AICEP Lda
4 Irmãos Sousa, S.A. (IS3 Metal-
em Espanha, Joana Neves, numa 4 Jaexiste, Lda working)
visita a todas as empresas portu-
4 GuPe - Laser Tecnology, Lda
guesas presentes no evento. Para 4 Motrinde, S.A.
além disso, Rafael Campos Pereira, 4 Covertek, Lda
Mafalda Gramaxo e Joana Neves 4 SIROCO - Sociedade Industrial
4 Sinuta FCE
refletiram sobre a implementação Robótica e Controlo, S.A.
de eventuais novas iniciativas de 4 T eandm - Tecnologia e Mate-
riaIs, S.A. 4 BRAMP – Metais e Polímeros de
promoção do setor no mercado es-
panhol. Braga, Lda
4 FILKEMP – Indústria de Filamen-
As empresas que integraram a par- tos, S.A. 4 MOTOFIL, S.A.
METAL PORTUGAL na METAL BARCELONA

2023
mais um recor- PORTUGAL na METAL BARCELONA,

de das expor- nesta que será seguramente a primei-
tações do setor ra de muitas edições, onde surgirão
metalúrgico e certamente muitas oportunidades de
metalomecâni- negócios a explorar para as empre-
co. sas nacionais.
A AIMMAP
A AIMMAP está a promover a parti- Trata-se de uma iniciativa que cons-
continua a ter como uma das princi-
cipação coletiva do METAL PORTU- ta do projeto de internacionalização
pais prioridades a aposta que man-
GAL na feira METAL BARCELONA, conjunto da AIMMAP e da PRODU-
tém naquele mercado e que dá forma
que decorrerá em Barcelona de 13 a a parte da sua estratégia do capítulo TECH, pelo que as empresas partici-
14 de setembro de 2023. da internacionalização. pantes poderão vir a beneficiar de
uma comparticipação nos custos ele-
A Feira METAL BARCELONA é a pri- Na verdade, o país vizinho não só é
gíveis, a definir após encerramento
meira feira internacional dedicada à há muito um dos principais destinos
do projeto.
indústria metalomecânica e tecnolo- das exportações do setor, como con-
gia realizada em Barcelona, e não tinua simultaneamente a evidenciar As empresas interessadas em parti-
poderia deixar de ser uma priorida- uma taxa de crescimento muito ex- cipar nesta ação deverão contactar
de no plano de internacionalização pressiva de quase 10%. a AIMMAP com a maior brevidade
anual da AIMMAP, numa altura em Assim, no presente ano de 2023 a possível, para que a participação na
que o mercado espanhol volta a ser AIMMAP vai promover e organizar feira possa ser preparada com eficá-
um dos grandes responsáveis por uma participação coletiva do METAL cia e sucesso.

NOTÍCIAS
AIMMAP organizou a participação coletiva das

empresas do METAL PORTUGAL na MINDTECH
2023
Ao longo do mês de junho, entre os empresas e que as ajudará nos seus na edição de 2023 a MINDTECH
dias 20 e 22, a cidade de Vigo foi processos de internacionalização. suscitou interesse global, durante o
mais uma vez o palco de um gran- período de realização da feira, e o
Esta foi a 3ª edição deste certame
de certame internacional dedicado pavilhão do METAL PORTUGAL foi
que é cada vez mais uma referência
à indústria metalúrgica e metalome- visitado e alvo de muitos elogios, por
internacional e que atrai milhares de
cânica e à tecnologia, a MINDTECH parte de milhares de visitantes e de
2023. visitantes de todo o mundo, traduzin- diversas personalidades do mundo
do-se num enorme sucesso, contan- político, associativo e empresarial,
Como é sabido, a MINDTECH é uma do com cerca de duas centenas de como Justo Sierra, Presidente da ASI-
feira bienal, promovida pela ASIME, expositores, com uma natural predo- ME e da MINDTECH e o Secretá-
associação congénere da AIMMAP minância para o norte de Espanha rio-Geral da ASIME e Diretor-Geral
na Galiza, e nasceu com o intuito de
e de Portugal, e onde a tecnologia, da MINDTECH, Enrique M. Mallón,
ser uma feira internacional de referên-
qualidade, inovação e know-how bem como Alfonso Rueda Presidente
cia no setor, no eixo Espanha – Portu-
das empresas expositoras ficou para da Xunta da Galiza.
gal – Marrocos, e despertar rapida-
todos bem evidente.
mente interesse a nível global, dando Rafael Campos Pereira, Mafalda
resposta à iniciativa proposta pelas Tal como vem sendo hábito, também Gramaxo e Pedro Azevedo marca-

NOTÍCIAS
ram presença na MINDTECH para 4 CYBORE – Jaexiste, Lda te com outras que integram o plano
dar o seu apoio às empresas do ME- 4 - Tecniforja - Forjagem Estampa- de internacionalização anual da
TAL PORTUGAL, tendo o Vice-Pre- gem de Peças Tecnicas, Lda AIMMAP, num mercado que continua
sidente da AIMMAP participando a ser um dos principais destinos das
Além destas empresas que integra-
inclusivamente na sessão de encerra- exportações do setor e no qual as
ram o stand coletivo promovido pela
mento conforme se informa num outro vendas do METAL PORTUGAL con-
AIMMAP, marcaram também presen-
artigo desta edição. tinuam a evidenciar taxas de cresci-
ça mais quatro empresas associadas:
mento muito expressivas.
Foram várias as empresas associadas a Bramp - Metais e Polímeros de Bra-
da AIMMAP que integraram o pavi- ga, Lda., a PECOL - Sistemas de Fi- A AIMMAP continuará a colabo-
lhão do METAL PORTUGAL: xação, S. A., Retsacoat - Tratamento rar com a sua congénere da Galiza
De Superfícies Metálicas, Lda e a VLB na promoção da MINDTECH, onde
4 Gupe - Laser, Lda Group. certamente as empresas do METAL
4 Blasqem, Lda O Vice-Presidente da AIMMAP enal- PORTUGAL continuarão a marcar
teceu a presença das empresas do presença e a mostrar ao mundo o seu
4 Mecprec Unipessoal, Lda
METAL PORTUGAL neste certame, e lugar de destaque e a capacidade
4 Edeatech - Engenharia e Tecno- sublinhou que a elevada e crescente de conquistar novas oportunidades
logia, S.A. relevância desta iniciativa, juntamen- de negócio.
AIMMAP organizou uma nova Missão Empresarial a

Marrocos
Marrocos assume atualmente uma Bem ciente desta oportunidade e da Desde seminários e webinars desen-
importância crescente nas exporta- evolução favorável deste mercado volvidos para capacitar as empresas
ções do METAL PORTUGAL e é já o geográfica e culturalmente tão próxi- sobre algumas especificidades do
mo de Portugal, a AIMMAP há muito mercado e temas específicos como
oitavo principal destino com vendas
que promove diversas iniciativas com a relativamente recente exigência
de 421 milhões de euros, e um dos o intuito de apoiar e promover a in- do Ministério da Indústria de Mar-
primeiros no ranking dos mercados ternacionalização das empresas em rocos referente a uma verificação de
extracomunitários. Marrocos. conformidade na origem das expor-

NOTÍCIAS
tações destinadas àquele país, a algumas ações e interações

institucionais para promover uma relação e cooperação cada
vez mais próxima entre os dois países.
Assim, e tal como foi sendo atempadamente informado pela

AIMMAP, de 12 a 16 de junho realizou-se uma missão empre-
sarial a Marrocos, mais concretamente à cidade de Casablan-
ca. Esta iniciativa está inscrita no plano de internacionalização
da AIMMAP para 2021/2023, já aprovado pelo Portugal
2020, podendo as empresas que participaram vir a beneficiar
de uma comparticipação de até 50% dos custos elegíveis, a
definir após encerramento do projeto.
E foram cinco as empresas associadas da AIMMAP que embar-

caram nesta missão:
4 A Metalurgica - Bakeware Production, S.A.
4 BILION Máquinas Ferramentas E Plásticos Lda.
4 Fricon by Frigocon - Indústria de Frio e Congelação, S.A.
4 Openplus, Lda
4 Infinite Foundry
Todas as empresas participantes consideraram muito promisso-

res os cerca de seis contactos que cada uma delas realizou com
potenciais clientes. Na verdade, e refletindo a grande diversi-
dade das empresas que integraram esta iniciativa (que espe-
lha muito bem a realidade do setor), a AIMMAP desenvolveu
um trabalho prévio muito profundo, assegurando contactos de
elevada qualidade com distribuidores, instaladores de painéis
solares, construtores, companhias de caminhos de ferro, entre
outros, dando resposta às especificidades de cada empresa as-
sociada.
Pedro Carvalho acompanhou de perto as empresas, e toda a

fase preparatória, e certamente continuará a trabalhar de perto
com as empresas participantes nos próximos meses, asseguran-
do o maior sucesso possível na fase de follow-up.
O Vice-Presidente Executivo da AIMMAP, Rafael Campos Pe-

reira, há muito que tem vindo a sublinhar a importância deste
mercado para o METAL PORTUGAL, e aliás, reforçando este
argumento, desde 2021 que a AIMMAP participa no Conse-
lho Económico Portugal-Marrocos criado pela CIP em conjun-
to com a Confédération Générale des Entreprises du Maroc
(CGEM), sua homóloga marroquina, tendo como missão cen-
tral precisamente aprofundar as relações económicas entre os
dois mercados e estreitar as relações entre as diferentes entida-
des privadas empresariais.

DESTAQUE
ses, quando libertados indevidamente

para a atmosfera, têm um enorme impac-
to na destruição da camada de ozono.
Ao longo dos anos tem-se verificado
que, com o acompanhamento e avanço
da tecnologia, é possível obter sistemas
de refrigeração mais eficientes e susten-
táveis, com o objetivo de reduzir o con-
sumo de energia, o impacto ambiental e
No passado dia 26 de junho comemorou-se o dia Mundial da Refrige-
aumentar a eficiência energética.
ração. Trata-se de um processo de regulação de temperatura que cada
vez mais é utilizado no nosso dia a dia. Contudo, quando estes equipamentos
chegam ao fim de vida, devem ser de-
A refrigeração desempenha um papel fundamental quer na conservação
vidamente encaminhados para a sua
de produtos alimentares e médicos, quer na climatização de espaços,
correta reciclagem, de acordo com as
pelo que se torna imperativo melhorar a sua sustentabilidade, ao nível do
normas técnicas exigidas atualmente.
fabrico de produtos e do seu funcionamento.
Os equipamentos que produzem estes sistemas de climatização têm, geral- A E-Cycle - Associação de Produtores
mente, na sua constituição, substâncias perigosas para o meio ambien- de EEE, enquanto Entidade Gestora de
te, conservação da natureza e a saúde humana. Resíduos de Equipamentos Elétricos e
Eletrónicos, onde estão englobados os
Uma dessas substâncias são os fluidos refrigerantes, os gases com efeito equipamentos de refrigeração, garante
de estufa, que circulam no seu interior e que atualmente já começam a ser
que estes equipamentos seguem o circui-
substituídos por opções mais ecológicas, com menor impacto na atmosfera.
to correto para a reciclagem, através da
Atualmente já existem no mercado novos equipamentos climatizadores, realização de recolha destes resíduos em
que exploram alternativas aos gases refrigerantes no seu funcionamento, todo o país: https://www.e-cycle.pt/in-
com recurso a água. dex.php/redes-de-recolha/
Outra medida sustentável aplicável a estes equipamentos e que tem um Acreditamos que apenas desta forma
grande potencial ecológico é a reutilização do poliuretano presente nos conseguiremos cumprir com os requisitos
frigoríficos e congeladores (material que ajuda a manter a temperatura ambientais europeus cada vez mais rigo-
interior) para incorporar na produção de materiais de construção civil, de- rosos, assim como nos permite contribuir
vido às suas propriedades isolantes. para a qualidade de vida das gerações
Medidas como estas têm uma enorme importância uma vez que estes ga- futuras do planeta.

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Metodologia FMEA - Análise Modal de Falhas e Seus Efeitos (ONLINE)

26 de setembro e 3 de outubro
09h - 12h30
SEGURANÇA DE MÁQUINAS
Segurança em Equipamentos de Trabalho - Diretiva Equipamentos de Trabalho (ONLINE)
19 a 28 de setembro
09h30 - 12h
EN ISO 12100 - Apreciação do Risco em Máquinas

13 de setembro
09h - 13h
SEGURANÇA NO TRABALHO
Produtos Químicos - Segurança no Armazenamento e Manuseamento (ONLINE)
19 de setembro
09h - 13h
Diretiva ATEX
26 de setembro
09h - 13h
ENERGIA|GÁS
Técnico de Gás - UFCD 10721 - Atualização
18, 19 e 20 de setembro FORMAÇÃO INCOMPANY
09h - 18h30
PEÇA-NOS PROPOSTA!
Catim - Centro de Apoio Tecnológico à Indústria Metalomecânica Informações | formacao@catim.pt
Porto | Rua dos Plátanos, 197 4100-414 Porto
50
Braga | Rua Cidade do Porto, Campus da APTIV, Edifício 4 4705-086 Braga
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TECNOMETAL - 261 - abril/maio/junho 2023
Lisboa | Estr. do Paço do Lumiar, Campus Lumiar, Ed. Q, 1649-038 Lisboa www.catimacademy.com

Technometal N 261

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N R - 2 61

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