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XXVIII ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO

A integração de cadeias produtivas com a abordagem da manufatura sustentável.


Rio de Janeiro, RJ, Brasil, 13 a 16 de outubro de 2008

ENGENHARIA DE PRODUÇÃO NO
BRASIL: VAGAS CRIADAS, EGRESSOS
E MERCADO DE TRABALHO.
Idamar Sidnei Cobianchi Nigro (UNIMINAS)
idamar_nigro@uniminas.br
Uiara Garcia Valente (UNIMINAS)
uiara29@hotmail.com

O presente artigo tem por objetivo apresentar uma reflexão acerca da


atualidade do universo no qual está inserido o engenheiro de
produção: do ingresso no curso ao mercado de trabalho. Para tal,
foram organizados dados obtidos a partir do IINEP e da RAIS-MTE
buscando elaborar uma análise sobre o momento atual da engenharia
de produção. O trabalho procura avaliar o mercado de trabalho
(setores específicos e profissionais requisitados), a evolução do
número de cursos e vagas por região, a relação entre egressos e
ingressantes além da carga horária que vem sendo aplicada a estes
cursos. Foram pesquisados os dados relativos ao universo de
instituições de ensino superior e o mercado de trabalho no Brasil. Os
resultados obtidos permitiram elaborar considerações que levam a
uma reflexão sobre a eficiência das IES em transformar ingressantes
em egressos e a relação com o número de profissionais demandados
pelo mercado de trabalho.

Palavras-chaves: Engenharia de produção; Cursos de graduação;


Mercado de trabalho; Eficiência.
XXVIII ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO
A integração de cadeias produtivas com a abordagem da manufatura sustentável.
Rio de Janeiro, RJ, Brasil, 13 a 16 de outubro de 2008

1. Introdução
Este trabalho teve por objetivo estudar a expansão dos cursos de engenharia de produção no
Brasil procurando organizar os dados de geração de empregos para engenheiros de produção,
crescimento econômico e número de vagas criadas em novos cursos. Procurou-se, ainda,
avaliar a demanda pelo curso de engenharia de produção e o número de egressos no período
2003 a 2006. O trabalho foi delimitado entre 2003 e 2006 por duas razões muito específicas:
no período 1946/02 foram criados 122 cursos de engenharia de produção e entre 2003 e 2006
foram criados 120 novos cursos além disso, a partir de 2003 a Relação Anual de Informações
Sociais (RAIS - MTE) passou a estratificar os dados obtidos junto às empresas mostrando os
profissionais ligados à produção, qualidade e segurança no trabalho (que neste artigo passa a
ser encarado como mais um espaço de trabalho para o engenheiro de produção).
Os dados relativos ao mercado de trabalho estão baseados nas informações da Relação Anual
de Informações Sociais (RAIS), dos anos de 2003 a 2006. A RAIS consiste em um registro
administrativo, de preenchimento obrigatório pelos responsáveis por todos os
estabelecimentos com algum vínculo empregatício ao longo do ano de referência. Trata-se,
portanto, de uma fonte de dados referente ao mercado de trabalho formal, sistematizada e
disponibilizada anualmente pelo MTE - Ministério do Trabalho e Emprego. Este trabalho trata
apenas dos vínculos formais de trabalho deixando de considerar os vínculos informais.
O profissional habilitado em engenharia de produção pode trabalhar junto à alta
administração, supervisionar a gestão da produção, participar da gestão econômico-financeira
e, especialmente, da tomada de decisões estratégicas. Para a ABEPRO (2008), a engenharia
de produção é, sem dúvida, a que possui menor carga técnica das engenharias na medida em
que é mais abrangente e genérica, englobando um conjunto maior de conhecimentos e
habilidades. Têm como área específica de conhecimento os métodos gerenciais, a implantação
de sistemas informatizados para a gerência de empresas, o uso de métodos para melhoria da
eficiência das empresas e a utilização de sistemas de controle dos processos da empresa. Tudo
o que se refere as atividades básicas de uma empresa tais como planejar as compras, planejar
e programar a produção e planejar e programar a distribuição dos produtos, faz parte das
atribuições típicas do engenheiro de produção. Sob a ótica do emprego, o mercado de trabalho
para a engenharia de produção é, sem sombra de dúvidas, o que desfruta da melhor situação.
Para Cunha (2002 apud Oliveira, 2004) uma das explicações para o crescimento do número
de cursos em engenharia de produção está na evolução do mundo da produção. O foco na
gestão do conhecimento significa, para Lara (2001), adotar uma diversidade de fontes de
conhecimento, utilização de banco de dados internos e externos (inclusive o know how e a
expertise dos funcionários), de parceiros (fornecedores e clientes), entre outros. É,
basicamente, incentivar o que os profissionais fazem de melhor: o seu “trabalho intelectual”.
No tocante à engenharia de produção, para Oliveira (2004), o conhecimento (ou gestão do
conhecimento) tem influência direta no estabelecimento de uma vantagem competitiva e, o
conjunto de conhecimentos abarcados pela formação do engenheiro de produção permitem as
condições necessárias para uma organizaçãoconstruir um conjunto de vantagens competitivas.
Este trabalho é o primeiro resultado de um projeto de iniciação científica que terá por objetivo
estudar a expansão dos Cursos de Engenharia de produção em termos quantitativos, assim
como, verificar as conseqüências pedagógicas deste crescimento no que se refere à
formulação de projetos políticos pedagógicos, elaboração de grades curriculares e

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metodologias de ensino/aprendizagem. De maneira específica, o tema será tratado avaliando a


distribuição dos cursos de engenharia de produção no Brasil, a geração de empregos para
engenheiros em geral e, mais atentamente, identificar áreas em que pode atuar um engenheiro
de produção.
A metodologia de pesquisa envolve o tratamento dos dados coletados junto ao INEP (relativos
aos cursos de engenharia de produção), do IBGE (relativos à riqueza gerada no Brasil) e da
RAIS – MTE (que indica a evolução dos níveis de emprego no país). A organização, resumo e
apresentação dos dados permitiu uma melhor avaliação do fenômeno de crescimento do
número de cursos de engenharia de produção no Brasil.
2. A engenharia no Brasil
De acordo com os dados da RAIS-MTE/2006 havia, naquele ano, 34.706.680 trabalhadores
formais (com carteira assinada) no Brasil, dos quais 158.196 foram classificados como
engenheiros. Assim, em 2006, os engenheiros representavam 0,46% do total de empregados
formais no país. Ao se avaliar mais cuidadosamente, é possível afirmar que, do total de
trabalhadores formais no Brasil, 5.161.967 possuíam curso superior, o que permite concluir
que os engenheiros representam 3,06% do total de profissionais com curso superior no Brasil.
A tabela 1 mostra a evolução destes dados entre 2003 e 2006:

2003 2004 2005 2006


Total de trabalhadores 29.544.927 30.947.919 31.645.293 34.706.680
Trabalhadores com curso superior 3.458.624 4.247.590 4.969.010 5.161.967
Engenheiros 134.399 139.300 147.754 158.196
Engenheiros de produção, qualidade e segurança 14.608 16.174 18.686 20.974
Fonte: RAIS – MTE, elaborado pelos autores

Tabela 1 – Evolução do mercado de trabalho no Brasil entre 2003 e 2006

Com base nos dados da RAIS – MTE percebe-se a ocorrência de um expressivo aumento do
número de profissionais com curso superior nas empresas. Portanto, será assumida a
informação da RAIS – MTE, engenheiros de produção, qualidade e segurança, como
indicador do número de empregos passíveis de serem assumidos por profissionais egressos da
engenharia de produção. Analisando a tabela 1 é possível perceber que, além de um
crescimento considerável do número de profissionais com curso superior nas empresas, houve
um aumento no número de engenheiros ligados aos setores de produção, qualidade e
segurança.

2003 2004 2005 2006


Engenheiros na indústria 49.194 52.992 57.340 65.383
Engenheiros na Construção civil 17.345 17.785 19.362 22.058
Engenheiros no Comércio 6.331 6.981 7.577 8.040
Engenheiros em Serviços 58.627 57.978 60.287 59.953
Engenheiros na Agropecuária 2.897 3.564 3.106 2.679
Fonte: RAIS – MTE, elaborado pelos autores

Tabela 2 – Evolução do mercado de trabalho para engenheiros no Brasil, entre 2003 e 2006

Uma análise mais apurada dos resultados da RAIS – MTE permite identificar os setores da
economia que tendem a utilizar um maior número de engenheiros e, a indústria lidera este

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ranking ao longo de todos os anos pesquisados. Da Tabela 2 é possível notar o


comportamento do número de postos de trabalho ocupados por engenheiros entre 2003 e
2006. Em 2006, 80% dos profissionais egressos da engenharia atuavam nos setores, industrial
e de serviços, indicando serem estas fronteiras para se explorar em termos profissionais.
Portanto, em relação ao número de postos de trabalho ocupados por engenheiros no setor de
serviços percebe-se que são muito superiores aos relatados na tabela 1 como engenheiros de
produção. Deste modo, pode-se concluir que o setor de serviços tem absorvido um grande
número de profissionais graduados em engenharia. Ou seja, as vagas existentes no setor de
serviços, provavelmente, estão ocupadas por profissionais de alguma base tecnológica sendo
que os graduados em engenharia de produção teriam, teoricamente, mais competências
voltadas às necessidades do setor de serviços que outras engenharias.
2.1 A engenharia de produção no Brasil
Ao longo dos últimos anos, a Engenharia de Produção no Brasil vem apresentando um
crescimento acentuado em termos de criação de cursos e disponibilidade de vagas. Para Faé e
Ribeiro (2004), no âmbito das empresas a evolução da participação do engenheiro de
produção também é crescente.
O que marcou o surgimento da engenharia de produção no Brasil deveu-se, de acordo com a
UFSCar (2005), à instalação de empresas multinacionais que trouxeram no seu organograma
funções tipicamente desempenhadas por engenheiros industriais, tais como tempos e métodos,
planejamento e controle da produção, controle de qualidade, por exemplo. Isto influenciou o
mercado de trabalho que passou a demandar profissionais que ainda não eram formados pelas
faculdades e escolas de engenharia da época.
Diversos autores têm elaborado trabalhos voltados ao estudo do curso de engenharia de
produção e, percebe-se que, entre eles, há algumas divergências sobre a introdução do curso
no Brasil. Para Oliveira (2004), o final dos anos 1950 representa o marco inicial da
engenharia de produção com as universidades USP e UFRJ como pioneiras. Já para Faé
(2005), o ano de 1957 é o marco inicial na USP. Neste trabalho, com base nos dados do INEP,
será assumido o ano de 1946 (com a criação de 5 cursos: metalúrgica, têxtil, química, elétrica
e mecânica – cursos em processo de extinção) de acordo com o banco de dados da
Universidade Federal de Juiz de Fora (2008).
De acordo com Furlanetto et all (2002 apud Oliveira, 2005), a partir de 1998 houve um
crescimento vertiginoso do número de cursos de Engenharia de Produção no Brasil, saltando
dos 38 registrados em 1997 para aproximadamente 200 cursos em 2005, registrando-se a
criação em torno de quase 20 cursos por ano. Na tabela 4 procurou-se uma apresentação
distinta desta informação para que seja possível a elaboração de algumas considerações.

1946 - 1994 1995 - 1998 1999 - 2002 2003 - 2006


número de cursos 32 24 66 120
número de anos avaliados 48 4 4 4
número médio de cursos por ano 0,7 6 16,5 30
Fonte: INEP, adaptado pelos autores

Tabela 4 – Evolução do número de cursos de engenharia de produção no Brasil entre 1946 e 2006

A tabela 4 é muito significativa na medida em que mostram o desempenho da criação de


cursos de engenharia de produção por diferentes períodos ressaltando os anos 1999 a 2006

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como os mais significativos da série. De fato até o ano de 1994, a criação de cursos de
engenharia de produção não apresenta um desempenho de destaque. A realidade começa a ser
alterada a partir de 1995 e, no período 1995/98, terminam sendo criados 24 cursos de
engenharia de produção em apenas quatro anos (média de 6 cursos por ano). Nos períodos
seguintes, 1999/02 e 2003/06, a criação de cursos tem uma característica de progressão
geométrica e são criados, respectivamente, 16,5 e 30 cursos a cada ano.
No período 1995/2002 deve-se avaliar melhor a criação dos cursos de engenharia de produção
(90 novos cursos) em função do crescimento da economia via produto interno Bruto (PIB).
Esta reavaliação deve-se ao fato de que, o crescimento médio do PIB (ver tabela 5), foi
decepcionante (um valor médio de 2,29% ao ano) e, entre 2003 e 2006 obteve-se um
crescimento médio de 3,45% ao ano ao passo que e um crescimento de 120 novos cursos.

1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
PIB (Var.anual %) 4,2 2,2 3,4 0,0 0,3 4,3 1,3 2,7 1,1 5,7 3,2 3,8
número de cursos 3 6 3 12 17 17 14 18 19 19 39 43
Fontes: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Contas Nacionais. Contas Nacionais Trimestrais: Nova Série
2006 e INEP
Tabela 5 – Evolução do número de cursos de engenharia de produção no Brasil entre 1946 e 2006

Uma análise gráfica pode mostrar mais claramente o comportamento do crescimento do


número de cursos.

50.0
45.0 CURSOS = 3,0909x - 2,5909
40.0
PIB = 0,1078x + 1,9755
35.0
30.0
25.0
20.0
15.0
10.0
5.0
-
1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006

PIB (Var.anual %) cursos


Linear (PIB (Var.anual %)) Linear (cursos)

Figura 1 – Evolução e tendência do PIB e do número de cursos de engenharia de produção (1995/06)

Da figura 1 é possível perceber três momentos distintos na criação de cursos de engenharia de


produção: 1995/98, 1998/04 e 2005/06, Entre 1995 e 1997 a evolução do crescimento do PIB
brasileiro e do número de cursos de engenharia de produção é alinhada, isto é, apresentam-se
no mesmo patamar. No segundo momento, entre 1998 e 2004, é perceptível que houve um
período de crescimento do número de cursos acima do observado para o PIB (em 1998), mas
o comportamento da criação dos cursos de engenharia de produção mantém-se paralelo à
evolução do PIB brasileiro. Já no período 2005/06 há um novo salto no número de cursos
criados sem a contrapartida de crescimento do PIB.
Não se pode deixar de tecer um comentário em relação às assimetrias existentes na sociedade
brasileira e que podem ser expressas em função da geração de riqueza (o PIB por região

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natural expressa claramente as diferenças no Brasil).

Cursos de EP Cursos de EP
1946 - 2002 % 2003 - 2006 %
Sudeste 67 54,9 83 69,2
Norte 8 6,6 3 2,5
Nordeste 18 14,8 11 9,2
Centro-oeste 3 2,5 8 6,7
Sul 26 21,3 15 2,5
Total 122 100,0 120 100,0
Fonte: INEP, tabulado pelos autores

Tabela 6 – Comparação entre número de cursos de engenharia de produção no Brasil em diferentes períodos.

Da tabela 6 fica claro a existência de um processo de concentração do número de cursos de


engenharia de produção na região sudeste (Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito
Santo) que terminaram concentrando, até 2006, aproximadamente 70% do total de cursos de
engenharia de produção existentes no Brasil.
2.2 A evolução do número de cursos de engenharia de produção no Brasil
No Brasil, predominam dois tipos de cursos de Engenharia de Produção: os cursos ditos
plenos e os cursos concebidos como habilitações específicas de um dos ramos tradicionais da
Engenharia. Os do primeiro tipo concentram boa parte da carga horária profissionalizante no
estudo da gestão da produção, enquanto que os do segundo tipo dividem essa carga entre esse
estudo e o dos sistemas técnicos - normalmente, priorizando este último por larga margem
(FURLANETTO et al., 2006). Da figura 2 (CUNHA, 2002), se identificam as interfaces da
engenharia de produção plena com as outras engenharias, sejam aquelas clássicas ou as de
produção associadas a uma base tecnológica. O universo das engenharias de produção plena
ou associada a uma base tecnológica representam o foco deste trabalho.

Plena (Habilitação em ramos da (Ramos clássicos)


Engenharia)
Engenharia de Produção Civil Engenharia Civil
Engenharia de Produção Mecânica Engenharia Mecânica
Engenharia de Produção Engenharia de Produção Química Engenharia Química
Engenharia de Produção Elétrica Engenharia Elétrica

Formação Teórica de Formação Teórica de


Predominância Gerencial Predominância Tecnológica
Fonte: Adaptada de Cunha (2002)
Figura 2 – Relação da Engenharia de Produção com as demais áreas
Fava (2004) afirmava que, em 2002, se verificava um crescimento acelerado do número de
cursos de graduação em engenharia de produção. No período que cobre até o ano de 2006
(inclusive) é possível identificar-se 255 cursos (avaliados e não avaliados pelo MEC)
identificados na lista de cursos da UFJF (2008), indicando um crescimento mais acelerado do
processo de criação de cursos voltados para a engenharia de produção.
Faé & Ribeiro (2005) afirmam que a oferta de cursos vem apresentando um crescimento

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exponencial justificando sua afirmação em função de uma maior aceitação do Engenheiro de


Produção formado, por parte das empresas, bem como pelo maior conhecimento do que é esta
modalidade de Engenharia. A tabela 7 mostra que até 1998 a criação de cursos de engenharia
de produção assumia uma característica comum iniciando-se uma expansão exponencial a
partir de 1999 e atingindo valores excepcionais no período 2003/2006. Pode-se verificar que a
capacidade do Estado em investir na criação de cursos de engenharia de produção é limitada
e, esta ausência do Estado vem sendo preenchida por um crescente investimento de
instituições privadas.

1946 - 1994 1995 - 1998 1999 - 2002 2003 - 2006


número de cursos 32 24 66 120
Públicas 14 12 21 17
Privadas 17 13 45 103
Fonte: INEP, tabulado pelos autores

Tabela 7 – Evolução do crescimento do número de cursos de engenharia de produção por tipo de instituição.

Ao se abordar outras características tais como, tipo de instituição e característica do curso se


pode elaborar outras informações interessantes. Ainda em Faé & Ribeiro (2005) há a
afirmação de que também o surgimento de novas habilitações nos cursos de Engenharia de
Produção, é impulsionado pela atual demanda do mercado. Podem-se tecer considerações a
respeito da variável custo, que tem orientado organizações e os Estados neste processo de
globalização, para justificar o aumento do número de cursos plenos. A tabela 8 mostra que o
Estado não investiu em cursos atrelados a uma base tecnológica no período 2003/06, enquanto
na iniciativa privada verificou-se um crescimento acentuado da modalidade plena.

1946 - 1994 1995 - 1998 1999 - 2002 2003 - 2006


Plena (pública) 5 6 14 17
Base tecnológica (pública) 9 6 7 0
Plena (Privada) 1 4 25 76
Base tecnológica (Privada) 16 9 20 27
Fonte: INEP, tabulado pelos autores

Tabela 8 – Evolução do crescimento do número de cursos de engenharia de produção por tipo de instituição e
característica do curso.

É plausível afirmar que a tendência inaugurada no ano de 2003 é da criação de cursos de


engenharia de produção plena, com forte investimento privado.
2.3 A evolução do número de vagas em cursos de engenharia de produção no Brasil
Para Oliveira (2005), é importante observar que está havendo um aumento da oferta de vagas
e de cursos de engenharia no período noturno, o que possibilita ao aluno, que trabalha durante
o dia, cursar engenharia. Isso implica em mudanças no perfil do aluno que ingressa no curso
de engenharia. Situação influenciada pela grande criação de cursos na área de engenharia de
produção.
Na figura 3 é possível identificar um crescimento acentuado, uma criação da ordem de 3578
vagas anuais (incluindo instituições públicas e privadas).

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35,000
y = 3577.8x + 6787.5
30,000

25,000

20,000

15,000

10,000

5,000

-
2001 2002 2003 2004 2005 2006

total de matrículas Linear (total de matrículas)

Figura 3– Evolução do número de vagas para estudantes em engenharia de produção entre 2001/2006
No mesmo período ocorreu a criação, em média, de 12 cursos de engenharia de produção por
ano, o que nos leva a uma disponibilização de, pelo menos, 300 vagas anuais para cada ano do
período avaliado.
Em função da tabela 9 pode-se concluir que há um elevado número de alunos matriculados
que desistem da carreira, quando comparados aos que, de fato, concluem o curso de
Engenharia de Produção.

2001 2002 2003 2004 2005 2006


MATRÍCULAS EM IES PUBLICAS 5.891 6.504 7.386 8.894 9.673 10.572
EGRESSOS DE IES PÚBLICAS 454 682 794 964 1.102 1.387
MATRÍCULAS EM IES PRIVADAS 6.570 7.478 8.093 10.216 14.473 20.109
EGRESSOS DE IES PRIVADAS 276 418 530 785 971 1.321
Total 12.461 13.982 15.479 19.110 24.146 30.681
Fonte: INEP, tabulado pelos autores

Tabela 9 – número de matriculas em Engenharia de Produção por tipo de universidade.

No período de 2001 a 2006, em média apenas 8,1 % dos alunos matriculados se graduaram. A
comparação entre IES públicas e privadas no ano de 2006, expressa ainda mais a discrepância
entre ingressantes e egressos no curso de engenharia de produção, em IES privadas há o dobro
de ingressantes em relação às públicas, mas graduaram-se aproximadamente o mesmo número
de profissionais.

entradas saídas eficiência do sistema


públicas privadas públicas privadas públicas privadas
2000 4748 5364
2001 5891 6570
2002 6504 7478
2003 7386 8093
2004 964 785 20,3 14,6
2005 1102 971 18,7 14,8
2006 1387 1321 21,3 17,7

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Fonte: INEP, tabulado pelos autores

Tabela 10 – Eficiência dos cursos de Engenharia de Produção.

A partir da informação de que a duração do curso de engenharia de produção tem, em média,


5 anos de duração (4,7, mais precisamente) é possível se avaliar a eficiência dos cursos de
engenharia de produção no Brasil. Normalmente constrói-se uma análise sobre eficiência do
sistema em graduar engenheiros de produção analisando as entradas e saídas em um mesmo
ano. Na nova forma de coleta de dados, existente a partir de 2000, realizada pelo INEP torna-
se possível avaliar uma formação específica e criar um índice mais confiável para avaliar a
eficiência do sistema. O novo indicador de eficiência abordaria a entrada, de cinco anos atrás,
com a saída atual. Este novo indicador aponta para uma eficiência mais elevada que aquela
que foi elaborada na tabela 9. Portanto, uma eficiência de aproximadamente 10% na
graduação de novos profissionais apresenta índices mais elevados, próximo a 20%, e mantém
a característica da abordagem anterior na medida em que se identifica uma maior eficiência
nas IES públicas em relação às privadas (tabela 10). Porém, uma eficiência de
aproximadamente 20% é muito baixa quando se avalia a formação de um profissional de
engenharia de produção como resultado de um processo de uma organização, seja com fins
lucrativos ou não. Este pode ser um dos desafios a ser superado pela engenharia de produção
nos próximos anos: incrementar a eficiência do processo de formação dos engenheiros de
produção sem prejuízo para a qualidade de sua formação.
A desistência por alunos de universidades privadas é maior, em média 93,8%, enquanto que
nas universidades públicas ocorre abandono do curso por cerca de 90% dos alunos. Diversos
fatores podem ser considerados responsáveis pelo elevado grau de desistência do curso, dentre
eles: o desinteresse pelas matérias que compõem a grade curricular, valor das mensalidades, a
incompatibilidade com as matérias do ciclo básico, a dificuldade em conciliar a universidade
com uma fonte de renda, entre outros que podem ser levantados por cada curso de engenharia
de produção. A organização dos dados do INEP na forma gráfica permite identificar esta
característica crítica: o baixo número de egressos que deixam as instituições de ensino.

3,000
y = 378.11x + 290.6
2,500

2,000

1,500

1,000

500

-
2001 2002 2003 2004 2005 2006

Figura 4– Evolução do número de egressos de engenharia de produção entre 2001/2006


A figura 4, baseada em dados do INEP indica um crescimento no número de egressos acima
do número de instituições e vagas criadas, isto é, entre 2001 e 2006 o crescimento do número
de egressos foi superior ao de cursos e vagas criadas mas ainda graduam-se muito poucos

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profissionais. Das figuras 3 e 4 percebe-se que ingressam nos cursos de engenharia de


produção um número médio de 3578 estudantes e graduam-se 378 engenheiros de produção,
um número muito baixo para atender a demanda por profissionais.
De acordo com Faria (2004) identificou uma carga média de 3711 horas de carga total para os
cursos de engenharia de produção. Com base nas informações do INEP (2008) é possível
avançar nesta questão da duração dos cursos de engenharia de produção estratificando os
dados, de acordo com a tabela 10.

duração média do curso em horas duração médiado curso em anos


Plena 3736 4,7
Base Tecnológica 3986 4,8
Pública 3.939 4,9
Privada 3803 4,7
Fonte: INEP, tabulado pelos autores

Tabela 10 – Duração dos cursos de Engenharia de Produção.

Os cursos de engenharia de produção atrelados a uma base tecnológica possuem um número


de horas 6,7% e uma duração em semestres 3,2% superiores aos cursos de engenharia de
produção plena. Ao se avaliar os mesmos dados sob a ótica do tipo de IES, as públicas
possuem uma carga média horária superior em 3,6% e uma duração em semestres 4,3% acima
das observadas nas IES privadas.
2.4 A evolução do número de empregos para engenheiros de produção no Brasil
O Brasil tem apresentado um crescimento acentuado, em número de postos de trabalho, ao
longo do período 2003/2006 conforme mostrado na tabela 1. O número de postos de trabalho
ocupados por engenheiros também cresceram e, em especial, foi identificado na RAIS-MTE
uma categoria denominada de engenheiros de produção, qualidade e segurança que servirá de
base para a análise de postos de trabalho.

165.000
y = 7984,5x + 124951
160.000
155.000
150.000
145.000
140.000
135.000
130.000
125.000
120.000
2.003 2.004 2.005 2.006

Figura 5– Evolução do número de empregos para engenheiros no Brasil entre 2003/2006


Da figura 5, baseada em dados da RAIS – MTE, pode-se concluir que foram criados, em
média, 7985 postos de trabalho para engenheiros no Brasil entre 2003 e 2006 (incluídas todas
as categorias profissionais). Dentre as categorias identificadas se encontram os profissionais
de engenharia de produção, qualidade e segurança. Assim, é possível estabelecer como uma

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proxy para auxiliar na análise do grau de inserção deste profissional no mercado de trabalho.
Tal abordagem é necessária para se avaliar a criação de empregos para engenheiros de
produção no Brasil, que, segundo Cunha (2002), foi objeto de reportagens recentes de revistas
como Exame, Isto É e Veja, e de jornais como Folha de São Paulo, apontando a Engenharia
de Produção como a Engenharia com as melhores perspectivas de mercado de trabalho. A
tabela 10 indica claramente que o número de empregos nas áreas de produção, qualidade e
segurança tem crescido entre 2003 e 2006.

Formação de origem Equação de tendência Interpretação dos dados


(2003/2006
Número de empregos criados para 7984,5x + 124951 Aproximadamente 7985 vagas/ano
engenheiros
Engenheiros civis e afins 2598,4x + 41782 Aproximadamente 2598 vagas/ano
Engenheiros eletricistas, eletrônicos e afins 943,8x + 24798 Aproximadamente 944 vagas/ano
Engenheiros mecânicos 1338,2x + 15943 Aproximadamente 1338 vagas/ano
Eng. de produção, qualidade e segurança 2161x + 12208 Aproximadamente 2161 vagas/ano
Engenheiros agrossilvipecuários -509,5x + 19048 Redução de 510 vagas/ano
Engenheiros químicos 664,7x + 6055,5 Aproximadamente 665 vagas/ano
Eng. de Materiais, Minas, Computação, 787,9x + 5117 Aproximadamente 788 vagas/ano
Mecatrônicos e outros
Fonte: RAIS – MTE, elaborado pelos autores
Tabela 11 – Tendências do mercado de trabalho para engenheiros no Brasil, entre 2003 e 2006

Da tabela 12 é possível extrair informações relativas ao desempenho do mercado de trabalho


brasileiro no período 2003/2006, o número total de trabalhadores apresentou um crescimento
médio anual da ordem de 5,48% enquanto que os trabalhadores com curso superior
apresentou um desempenho de 16,86% na criação de vagas. Tal dado sugere a informação de
que as organizações brasileiras anseiam melhorar seu desempenho com um maior número de
profissionais qualificados. O número de profissionais atuando com produção, qualidade e
segurança cresceram, em média, 14,79% ao ano indicando uma demanda por profissionais
com habilitação nesta área. Este dado reforça a afirmação de Cunha (2002) de que o
profissional graduado em engenharia de produção passa a ser demandado pelas empresas no
Brasil.

Tendência Percentual
Total de trabalhadores y = 5,4773x + 93,639 5,48%
Trabalhadores com curso superior y = 16,861x + 86,781 16,86%
Engenheiros y = 5,9409x + 92,97 5,94%
Engenheiros de produção, qualidade e segurança y = 14,793x + 83,571 14,79%
Fonte: RAIS – MTE, elaborado pelos autores

Tabela 12 – Tendências do mercado de trabalho no Brasil, entre 2003 e 2006

A atual realidade na qual se insere a engenharia de produção tem as seguintes características:


• A criação de novos cursos pelo país;
• Elevação do número de ingressantes;
• Aumento do número de vagas para profissionais graduados;
• Baixa eficiência na graduação de novos engenheiros de produção
Tais condições de contorno conduzem a uma breve avaliação das relações envolvendo os

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cursos de engenharia de produção (que incluem ingressantes e concluintes) e o mercado de


trabalho. Na figura 6 é possível perceber que o atual processo de formação de profissionais é
incapaz de atender a demanda por engenheiros de produção em função da baixa eficiência do
sistema. Mesmo com o aumento do número de cursos e vagas pelo país não é possível afirmar
que o sistema possa atender a demanda por profissionais no ritmo atual de crescimento
econômico. Este é, portanto, um gargalo a ser superado uma vez que há expectativas para um
ciclo de crescimento econômico sustentável que irá demandar profissionais capazes de induzir
o crescimento de produtividade das organizações brasileiras.

35000
engenheiros = 2161x + 5725
30000
ingressantes = 3221,6x + 5109,4
25000
concluintes = 479,5x - 700,33
20000
15000
10000
5000
0
-5000 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006

entradas saídas empregos


Linear (entradas) Linear (saídas) Linear (empregos)

Figura 6– Realidade da engenharia de produção no Brasil entre 2003/2006


3. Considerações finais
A demanda por profissionais de engenharia de produção é uma realidade perceptível em
inúmeras instituições de ensino superior (IES) espalhadas pelo país. O crescimento
econômico leva as organizações a buscarem profissionais que possam incrementar sua
produtividade, melhorar os processos, buscar novas tecnologias e possuir uma visão sistêmica
entre outras habilidades. Os projetos pedagógicos dos cursos de produção intencionam
desenvolver tais habilidades e um conjunto bastante grande de competências que tornem o
engenheiro de produção o mais próximo possível dest realidade.
Este trabalho buscou organizar os dados disponíveis no INEP, abordando o lado das
instituições de ensino superior (IES), e da RAIS-MTE, que aborda o mercado de trabalho,
para introduzir elementos que permitam avaliar melhor a atual realidade da engenharia de
produção. Sem dúvida existe um universo ainda mais amplo e o qual deve ser estudado no
âmbito do projeto de iniciação científica que será desenvolvido. Características envolvendo as
particularidades de IES públicas e privadas, categorias de profissionais mais demandados por
diversos setores da economia estão no hall de oportunidades de estudo científico. É possível
perceber que a atual bibliografia que trata do contexto da engenharia de produção no Brasil
ainda é pequena e aborda as questões sob uma ótica qualitativa, impedindo que se aprofunde o
tema relativo à formação do futuro profissional. Como pode ser verificado ao longo do
trabalho, a economia brasileira, na ótica do nível de emprego, tem apresentado um
crescimento muito bom. Principalmente demonstrando que o principal espaço de trabalho do
engenheiro voltou a ser a indústria e que o setor de serviços, em 2006, foi desbancado como
principal empregador de engenheiros.
A criação de cursos de engenharia de produção, outro foco do trabalho, teve um desempenho

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razoável entre 1946 e 1998, com uma criação de 56 cursos de engenharia de produção, e que
no período1999 a 2006 (apenas oito anos) foram criados o mesmo número de cursos que em
52 anos passados. Outra consideração a ser feita é em relação à criação de cursos x PIB
brasileiro, a partir de 1997 houve um descolamento entre o crescimento do PIB e do número
de cursos criados. Houve também, a partir de 2002, uma maior concentração de cursos na
região sudeste e, a novidade relativa ao centro-oeste no qual cresceu o número de cursos. A
ausência do Estado, no quesito investimento em novos cursos, também fica claro na tabela 7
que indica ser o investimento privado o motor para criação de tantos cursos de engenharia de
produção. Neste crescimento do número de cursos, de acordo com a tabela 9, prevaleceu o
aparecimento de cursos de engenharia de produção plena em detrimento daqueles cursos
atrelado a uma base tecnológica. Tal fato se dá tanto em públicas como privadas, além de
ficar patente que a duração média dos cursos se aproxima de 5 anos com, pelo menos, 3800
horas.
A principal consideração a ser feita está no campo da eficiência na formação de profissionais
(campo este que é especialidade dos engenheiros de produção), a eficiência das IES, tanto
públicas como privadas, no período estudado foi muito baixa. Tal condição é uma explicação
para a carência de profissionais de engenharia de produção no mercado de trabalho. E mais
importante que a carência de profissionais é perceber que tal condição pode ser um gargalo no
crescimento econômico e gestão das empresas brasileiras. Na figura 6, mantido o ritmo de
crescimento da economia, percebe-se que o número de egressos é insuficiente para atender a
demanda. Assim, é de suma importância rediscutir o atual modelo de formação técnica de
profissionais, caracterizado por uma elevada evasão, para permitir que seja incrementada a
eficiência do sistema de formação técnico profissional. Talvez seja um item a ser incluído na
pauta da ABEPRO: formar mais profissionais sem prejuízo da qualidade.
Referências
ABEPRO. Associação Brasileira de Engenharia de Produção. www.abepro.org.br
CUNHA, G. D. Um Panorama da Engenharia de Produção. Porto Alegre, 2002, disponível no site da ABEPRO
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