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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DA BAHIA

ADRIELLE BAHIA SILVA


ANDERSON MEDEIROS CURVELO
GRAZIELLE COSTA DA SILVA SANTOS
HUMBERTO DA SILVA RODRIGUES
JULIA SCHENK LIMA
LAURA MARQUES PINHEIRO

O DESENHO TÉCNICO APLICADO À QUÍMICA INDUSTRIAL


INDÚSTRIA DE COSMÉTICOS

Salvador, BA
2021
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 3

2. RELAÇÕES ENTRE O DESENHO TÉCNICO E A QUÍMICA INDUSTRIAL ...................... 4

3. APLICAÇÃO DO DESENHO TÉCNICO NA INDÚSTRIA DE COSMÉTICOS ................... 6

4. CONCLUSÃO .................................................................................................................... 8

REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 9

ANEXO A – VISTA ORTOGONAL FRONTAL .................................................................... 10

ANEXO B – VISTA ORTOGONAL DA LATERAL ESQUERDA .......................................... 10

ANEXO C – VISTA ORTOGONAL SUPERIOR ................................................................... 11

ANEXO D – PERSPECTIVA ISOMÉTRICA......................................................................... 11

ANEXO E – TABELA DE SIMBOLOGIA ............................................................................. 12

ANEXO F – TABELA DE SIGLAS....................................................................................... 12


1. INTRODUÇÃO

Este trabalho tem como objetivo relacionar o desenho técnico com a química
industrial, juntamente com a nossa área de foco que é a indústria de cosméticos.
Primeiramente é necessário compreender o que é o desenho técnico: uma forma de
comunicação gráfica, universal e normatizada, sendo necessário o uso de normas para
estabelecer um padrão visando fornecer as informações necessárias para uma
compreensão geral a partir de um desenho e assim criá-lo. A modalidade tem por
finalidade a representação da forma, dimensão e posição de um determinado objeto de
acordo com o uso das normas gerais e específicas de determinada área de aplicação.
Em áreas como na engenharia, arquitetura e computação gráfica, o desenho técnico é
tido como uma ferramenta básica indispensável de manipulação para elaboração e
estruturação do projeto, tal como não é somente essencial nestas áreas citadas
anteriormente, o desenho técnico também é aplicado e interfere diretamente na
estrutura de todas as coisas, assim como na confecção de pílulas, desde sua largura
ao comprimento.
Na química industrial, uma das aplicações do desenho técnico é na
representação de tubulações industriais, que são um conjunto de tubos, conexões,
válvulas, acessórios, hastes e etc., cujo designío é transportar líquidos, gases e vapores
dentro da unidade industrial para que as etapas da estrutura estejam fornecidas com
os materiais, efetuando a construção e fabricação do determinado produto. Estas
tubulações são representadas através de fluxogramas, juntamente com os maquinários
da indústria. Ao longo do trabalho, será apresentado o fluxograma P&ID (Piping &
Instrument Diagram) ou como popularmente conhecido “fluxograma de engenharia” da
respectiva indústria, suas simbologias e funções, de modo que seja entendível o
funcionamento das etapas, a estrutura da mesma e a sua finalidade.

Um dos ramos industriais da química em que o desenho técnico é também


aplicado é o da indústria de cosméticos, cuja aplicação está inserida em seus processos
de produção. Sendo um setor da química industrial, a indústria de cosméticos constitui
um dos segmentos mais importantes da economia mundial, sendo um ramo que há
muitas inovações e desenvolvimento de produtos novos, considerada uma indústria
imprescindível e importantíssima para o cenário atual. Mesmo em um cenário
pandêmico, as vendas de produtos HPPC (Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos)
mantiveram tendência alta após aumento de vendas em 2019 e fecharam 2020 com
acréscimo de 4,7%, atingindo RS$122,408 bilhões, segundo a Euromonitor
International. O dado deste aumento é explicado através da elevação de vendas de
produtos para banho, com 18,5%, e os produtos de skincare, com 13%, tendo
participação efetiva do público feminino.

2. RELAÇÕES ENTRE O DESENHO TÉCNICO E A QUÍMICA INDUSTRIAL

Sabe-se que o desenho, seja ele projetivo ou o não projetivo, está inserido no
cotidiano da vida humana há alguns anos. No entanto, o mais singular e determinante
para visualizar as interconexões das mais diversas áreas do conhecimento é obter a
percepção de que o desenho técnico normativo também pode e deve ser inserido no
cotidiano de um profissional atuante no setor da química industrial, facilitando assim a
visualização dos projetos que serão desenvolvidos por um conjunto de indivíduos
atuantes na mesma área do conhecimento ou não.
Uma vez que esta representação gráfica nos permite projetar objetos num plano
com uma maior riqueza de detalhes, pode-se estimar que o desenho faz parte de todo
o processo de construção, fabricação, ou até mesmo organização de um projeto,
facilitando a comunicação entre os mais diversos profissionais presentes nestas etapas.
O que nos leva ao ramo da química em questão, que está intrinsecamente conectado
com a produção de materiais para o consumo de uma determinada comunidade.

Las gráficas técnicas son una parte integral del proceso de diseño en
ingeniería, es a través de ellas que los ingenieros y dibujantes o diseñadores
generan ideas nuevas y resuelven problemas. El diseño tradicional en
ingeniería consiste en varios pasos muy relacionados que fluyen de manera
secuencial en ambas direcciones, hacia delante y hacia atrás. El proceso de
diseño en ingeniería da sentido y finalidad a las gráficas en la ingeniería. El
objetivo de hacer dibujos y/o bosquejos es participar en el entendimiento y
expresión de ideas de una manera clara y universal. (EL DIBUJO EN
INGENIERIA, 2021?).

A química industrial, em contraponto, é uma área extremamente vasta e um tanto


complexa, o que dificulta a sua limitação, no que tange a percepção e determinação do
pertencimento ou não de um processo a esta área. Embora sabe-se que ela está
diretamente ligada com o setor da produção, conectando-se então com a geração de
produtos e subprodutos, para que um determinado processo se adeque a química
industrial é necessário que este contemple um conjunto de mecanismos químicos que
apresentem uma determinada relevância no que diz respeito ao grau de complexidade
destes processos.
A exemplo, há a produção do petróleo que, anteriormente por contemplar
processos de separação de misturas mais simples, não estava inserido na área, o que
é diferente do cenário atual por conta do aprimoramento e refinamento do manuseio da
matéria prima. Em detrimento dos mais diversos produtos e subprodutos utilizados no
cotidiano oriundos deste material, o manuseio do petróleo já é comportado pela química
industrial.
No campo de produção em questão, vale ressaltar uma das aplicabilidades do
desenho técnico que são os fluxogramas. Estes por sua vez facilitam de maneira
significativa a visualização das etapas e processos que perpassam o manuseio da
matéria prima até originar os produtos finais; destaca-se também os projetos dos
maquinários e tanques em questão, que por sua vez contam com formatos e
composições específicas visando o manuseio seguro e econômico de reagentes. Além
disso, visando a normatização dos recipientes que acomodarão os produtos e
considerando suas propriedades físicas e químicas, bem como a padronização do
formato do material que chegará aos consumidores, podemos ver nitidamente a
presença e importância do desenho técnico nesses projetos, pois estima-se que os
produtos adquiridos possuem um padrão tanto no seu formato, quanto em sua
composição.
There are many routes to the same product and many uses for the same
product. The largest use for ethylene glycol, for example, is as an automobile
antifreeze, but it is also used as a hydraulic brake fluid. Further processing leads
to many derivatives that are used as additives in the textile, pharmaceutical,
and cosmetic industries; as emulsifiers in the application of insecticides and
fungicides; and as demulsifies for petroleum. The fundamental chemicals, such
as chlorine or sulfuric acid, are used in so many ways as to defy a
comprehensive listing. (Britannica, 2019)

Tendo em mente a complexidade dos processos e as mais diversas


possibilidades de extensão da química industrial, destaca-se ainda mais a necessidade
da utilização do desenho técnico não somente por uma praticidade na produção e
visualização do material a ser produzido, como já retratado, mas também na
comunicação de diferentes setores que podem se conectar de forma clara e exata,
tornando fabricações e ações tomadas a partir do desenho analisado possíveis. Sendo
assim, contemplando os limites da química industrial e as especificidades de cada
processo, o desenho se torna uma ponte que une os setores e torna a obra como um
todo uma realidade.
Com o intuito de abordar o peso destes processos de comunicação em
processos industriais e contemplando o desenho técnico como um mediador, há a
estimada indústria de cosméticos, que nos últimos anos vem tomando proporções cada
vez maiores não somente em detrimento de questões estéticas, mas de fatores sociais,
culturais e de bem-estar. Então, em função da importância destes produtos para o
cotidiano da vida de diversas pessoas, torna-se necessário um compromisso ainda
maior com qualidade, padrão e certificação de que a produção de cosméticos, como
um perfume, por exemplo, se dê de forma precisa, prática e econômica. Entretanto, as
etapas que determinadas substâncias e misturas precisam passar abarcam um número
de profissionais de áreas diversas muito grande, estes atuantes contam com diferentes
maneiras de comunicação em seus respectivos nichos de trabalho.
É neste momento que podemos destacar as aplicabilidades do desenho técnico
já mencionadas anteriormente, bem como a necessidade desta ponte entre campos de
atuação, afinal sabemos que a apresentação de um produto ao seu público alvo será
um ponto muito importante para o sucesso quantitativo, a respeito das aquisições deste,
que é um dos principais focos da indústria.

3. APLICAÇÃO DO DESENHO TÉCNICO NA INDÚSTRIA DE COSMÉTICOS

Atualmente o setor das indústrias de cosméticos vem apresentando uma


grande crescente nos últimos 10 anos, alguns dos motivos são uma maior participação
da mulher no mercado de trabalho, lançamentos constantes e maior interação com os
homens no mercado de consumo. Apesar de trabalhar com beleza, as indústrias
trabalham com excelentes máquinas e recursos técnicos para uma produção rápida, de
qualidade e mais lucrativa. Por mais que pareça não fazer sentido o uso do desenho
técnico nas indústrias, ele é fundamental em várias partes dos processos realizados
nas fábricas.
Um dos exemplos de quando o recurso do desenho técnico é utilizado nas
indústrias é o P&ID, mas o que é um P&ID? O diagrama de tubulação e instrumentação,
em português, representa um fluxograma dos processos produtivos considerando as
utilidades (ar comprimido, vapor, água purificada, etc.), operações unitárias (tipos de
equipamentos) assim como os instrumentos de monitoramento, controle e segurança
do processo. Ele também indica os produtos gerados em cada etapa deste fluxo. Esse
fluxograma é utilizado pela equipe da área de projetos responsável por toda nova
instalação ou aumento de capacidade produtiva de uma planta existente utilizando o
hazop, técnica para desenvolver projetos de aumento de capacidade com uma equipe
multidisciplinar. Pode ser utilizado também para avaliações de segurança e liberação
de funcionamento pelos órgãos responsáveis, como, por exemplo, corpo de
bombeiros.
O P&ID deve obrigatoriamente ser atualizado caso haja qualquer alteração no
fluxo físico e o mesmo deve ser armazenado em arquivo físico e digital do projeto
correlacionado.
O exemplo escolhido para demonstrar a aplicação de um P&ID é o processo
de fabricação de hidroalcóolicos de uma indústria de cosméticos situada em Camaçari,
no estado da Bahia.

Figura 1 – P&ID da fabricação de hidroalcóolicos

Esse fluxo que representa a fabricação de hidroalcóolicos tem início quando


é adicionado uma quantidade de álcool 96 GL ao tanque misturador. Em seguida ocorre
a sucção das MP’s líquidas pelo tanque 1 e a adição do restante do álcool ao tanque 1
para serem misturadas pelas paletas do tanque. Na sequência ocorre a sucção das
MP‘s sólidas ao tanque para serem dissolvidas e misturadas com auxílio dos
agitadores. Após esse processo, a mistura é destinada ao tanque misturador pelas
tubulações com auxílio das bombas pneumáticas, lá é adicionado H2O ao restante da
mistura e novamente com auxílio dos agitadores ela passa pelo processo de dissolução
e integração entre os componentes. Depois do período de agitação, a mistura irá
descansar e passar por um processo de maceração, no qual além de ocorrer a
decantação das matérias primas que não conseguiram se dissolver, é nele que se
forma a pirâmide olfativa do perfume.
Seguindo o fluxo, após a maceração a mistura é destinada ao sistema de
filtração onde ela passará pelo pré-filtro e o filtro; a etapa da filtração é fundamental na
fabricação dos perfumes pois ela dará brilho e evitará que o perfume fique com farelos.
Ao sair da filtragem a mistura é levada ao tanque de armazenagem, onde é adicionado
o corante ao hidroalcóolico e realizadas as análises físico-químicas (densidade, cor,
grau alcoólico). Se estiver dentro dos padrões de qualidade, o perfume é enviado para
o envase.

4. CONCLUSÃO

Uma vez que se sabe da complexidade da indústria química, o desenho técnico


se insere na projeção de seus processos por meio do P&ID, pois se torna uma forma
gráfica de direcionar detalhadamente o projeto. A indústria de cosméticos também se
beneficia desse diagrama, afinal ela está inserida na indústria química e seus processos
são igualmente complexos, além de ser uma indústria que inova cada vez mais. O P&ID
vem então como uma alternativa para simplificar a visualização do projeto. Por esses
motivos, o desenho técnico é importante para a indústria química, já que sua presença
impacta na efetividade dos processos e na qualidade dos produtos provenientes das
indústrias que chegam ao consumidor final.
REFERÊNCIAS

MARQUES, J. C. O Ensino do Desenho Técnico e suas relações com a História


da Matemática, da Arquitetura e a Computação Gráfica. ufj.br, 2015. Disponivel em:
<https://www.ufjf.br/ebrapem2015/files/2015/10/gd3_janaina_marques.pdf >. Acesso
em: 25 jun 2021.

MENDONÇA, E. Vendas de HPPC crescem 4,7% em 2020 e totalizam R$ 122,4


bilhões. Cosmetic Innovation, 2021. Disponivel em:
<https://cosmeticinnovation.com.br/vendas-de-hppc-crescem-47-em-2020-e-totalizam-r-
1224-bilhoes/>. Acesso em: 25 jun 2021.

VESCOVI, F. Desenho Técnico e Suas Aplicações. docplayer, 2016. Disponivel


em: <https://docplayer.com.br/10093157-Desenho-tecnico-e-suas-aplicacoes.html>.
Acesso em: 25 jun 2021.

BOJORGE, N. Diagramas P&ID em Engenharia Química. professores.uff.br, 2017.


Disponivel em: <http://www.professores.uff.br/ninoska/wp-
content/uploads/sites/57/2017/08/UERJ_Instrumen_Diagrama_PID_2sem2014.pdf>.
Acesso em: 25 jun 2021.

EL DIBUJO EN INGENIERIA. DIBUJO EN INGENIERIA ITQ. Disponível em:


<https://sites.google.com/site/dibujoingenieriaitq/home/unidad-1/1-1-el-dibujo-en-
ingenieria>. Acesso em: 28 jun 2021.
STANDEN, A; KILLHEFFER, V, J; Heavy inorganic chemicals. Britannica. Disponível
em: <https://www.britannica.com/technology/chemical-industry/Heavy-inorganic-
chemicals>. Acesso em: 28 jun 2021.
ANEXO A – VISTA ORTOGONAL FRONTAL

ANEXO B – VISTA ORTOGONAL DA LATERAL ESQUERDA


ANEXO C – VISTA ORTOGONAL SUPERIOR

ANEXO D – PERSPECTIVA ISOMÉTRICA


ANEXO E – TABELA DE SIMBOLOGIA

ANEXO F – TABELA DE SIGLAS

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