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Jornal de Tecnologia de Processamento de Materiais 175 (2006) 133–148

Importância da ciência dos materiais para o desenvolvimento futuro das sociedades

'
Leszek A. Dobrzanski
Divisão de Tecnologia de Processamento de Materiais e Técnicas de Computação em Ciência de Materiais, Instituto de Engenharia de
Materiais e Biomateriais, Universidade de Tecnologia da Silésia, 44-100 Gliwice, ul. Konarskiego 18A, Polônia

APRESENTADO POR: O artigo foi apresentado em polonês na reunião da Conferência Permanente dos Reitores das Faculdades de Mecânica
Engenharia das Universidades de Tecnologia da Polónia no âmbito da 12ª Conferência Científica Internacional sobre “Conquistas em
Engenharia Mecânica e de Materiais AMME'2003 em Zakopane de 7 a 10 de dezembro de 2003 e em inglês no âmbito do Oitavo Cairo
Conferência Internacional Universitária sobre Projeto Mecânico e Produção MDP-8 no Cairo, Egito, de 4 a 6 de janeiro de 2004

Abstrato

O artigo enfatiza o papel muito significativo da seleção de materiais para os processos de projeto e fabricação de novos produtos necessários, tendo a
mais alta qualidade e desempenho alcançáveis no nível ideal e possivelmente no menor custo. Os processos de projeto de engenharia não podem ser
dissociados nem do projeto de materiais, sendo cada vez mais assistido por computador, nem do desenho tecnológico dos processos de fabricação mais
adequados. A revisão da longa história multimilenar da civilização humana indica que o aumento significativo do nível de vida e de produção está ligado cada
vez mais ao lançamento de novos grupos de materiais com propriedades cada vez mais ajustadas às necessidades reais dos clientes, cada vez mais
sofisticados. quase todos os dias, e também o lançamento dos processos tecnológicos que lhes são relevantes. As razões apresentadas permitem prever
que o futuro do mercado e dos produtos com as propriedades exigidas, que surgem no mercado, estão inseparavelmente ligados ao desenvolvimento da
ciência e da engenharia dos materiais. Podem ser especificadas duas prioridades principais nesta área, a saber: a melhoria contínua dos materiais e
processos tecnológicos existentes e o desenvolvimento de materiais e processos tecnológicos que garantam a protecção do ambiente e/ou a melhoria das
condições e o prolongamento da vida humana. O artigo inclui também a descrição das tendências mundiais de desenvolvimento nessa área nas primeiras
décadas do século XXI. O objetivo fundamental da ciência e engenharia de materiais é a seleção de materiais, garantindo as funções exigidas e as
propriedades de aplicação dos produtos que são fabricados a partir deles.
As tarefas desse campo da ciência nas esferas prioritárias do desenvolvimento mundial estão determinadas. As direções de atividades de ciência e
engenharia de materiais que garantem a realização dos objetivos estratégicos do desenvolvimento das sociedades incluem design de materiais, ciência
computacional de materiais, métodos analíticos avançados, fabricação e processamento, materiais nano, inteligentes e biomiméticos estão incluídos. Conclui-
se que existe uma missão humanística que se situa no círculo da engenharia, especialmente associada à engenharia de materiais e de produção e que tem
como objetivo tornar produtos e bens de consumo, decidindo diretamente sobre o nível e a qualidade da vida humana, à disposição das pessoas e é também
mencionado que o financiamento actual da investigação científica, especialmente nos domínios da ciência mencionados, dá uma oportunidade de alcançar
o desenvolvimento tecnológico moderno e de garantir a prosperidade das sociedades
no futuro. © 2005 Elsevier BV Todos os direitos reservados.

Palavras-chave: Qualidade de vida; Prosperidade das sociedades; Desenvolvimento da civilização humana; Produtos avançados; Projeto de engenharia;Projeto de materiais;Fabricação;
Ciência e engenharia de materiais

1. Introdução operações organizadas de acordo com o plano bem preparado.

Os processos de fabricação constituem a base para a satisfação
das necessidades das sociedades contemporâneas. Fabricação é o
processo de transformação de matérias-primas em produtos. A
fabricação consiste em fabricar produtos a partir de matérias-primas em
diversos processos, utilizando diversas máquinas e em
Endereço de e-mail: ldobrzan@zmn.mt.polsl.gliwice.pl.
Portanto, o processo de fabricação consiste na utilização adequada de
recursos como: materiais, energia, capital e pessoas.
Hoje em dia, a indústria transformadora é uma actividade complexa
que reúne pessoas que trabalham em diversas profissões e realizam
trabalhos diversos utilizando diversas máquinas, equipamentos e
ferramentas, em vários graus automatizados, incluindo computadores e robôs.
A fabricação em escala global envolve muitas tecnologias e diz
respeito a uma ampla gama de produtos. Isso se refere

0924-0136/$ – ver capa © 2005 Elsevier BV Todos os direitos reservados. doi:10.1016/

j.jmatprotec.2005.04.003
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134 LA Dobrza ´nski / Journal of Materials Processing Technology 175 (2006) 133–148

aos produtos mecânicos tradicionais, bens de consumo, incluindo

os feitos de couro, madeira, têxteis e materiais poliméricos, e também
aos alimentos, medicamentos, bem como aos bens eletrônicos e
produtos de tecnologia da informação (Fig. 1). O valor dessa
produção atinge 4 × 1012 euros na União Europeia e o seu valor
acrescentado é de 32%. A indústria transformadora proporciona
empregos directos a cerca de 40 milhões de pessoas e aos próximos
80 milhões de outras pessoas que trabalham na manutenção desses
produtos. Cerca de 25% dessa produção são produtos mecânicos
que dão empregos diretos a 5 a 6 milhões de pessoas. Pode-se
nomear os principais segmentos dessa produção (ver Fig. 1) como a
indústria automobilística (39%) que emprega 1,8 milhão de pessoas,
a indústria aeronáutica (11%) que emprega 1,6 milhão de pessoas
e, em seguida, a fabricação de matrizes e moldes. (11%), máquinas-
ferramentas e equipamentos tecnológicos (9%), além de
microelementos e peças em miniatura (8%). Outros elementos e
dispositivos mecânicos totalizam cerca de 22%.
O objetivo da manufatura é sempre satisfazer as necessidades
de mercado dos clientes, de acordo com a estratégia de uma
empresa ou organização que se dedica à manufatura, utilizando as
possibilidades e equipamentos disponíveis. Os aspectos técnicos da
introdução de um produto no mercado por sua organização de
manufatura referem-se ao desenho industrial, projeto de engenharia, Figura 2. Relações entre fatores ligados à introdução de um produto no mercado
planejamento do processo de manufatura, fabricação e serviço (Fig. [2,3].

2). A primeira etapa do projeto de produto refere-se ao projeto

industrial ligado à descrição geral das funções do produto e ao
desenvolvimento de sua ideia geral, abrangendo apenas sua forma,
cor e eventuais requisitos gerais referentes às ligações de seus
elementos principais.
Outras etapas incluem projeto de engenharia e planejamento do
processo de fabricação.
O objetivo desse artigo é explicar o papel muito importante da
seleção de materiais nos processos de projeto e fabricação de
produtos novos e necessários, tendo a mais alta qualidade e
desempenho alcançáveis no nível de custo ideal e razoavelmente
definido, possivelmente o mais baixo. Nesse contexto, o futuro
desenvolvimento da ciência e engenharia dos materiais é um
elemento muito significativo ligado ao design avançado e aos
processos de fabrico desses novos produtos.

2. Importância do projeto de materiais no projeto de

engenharia de produtos

O projeto de engenharia de um produto não é uma atividade

separada, pois influencia todas as outras fases desse processo, das
quais depende simultaneamente. O projeto de engenharia de um
produto consiste em fundir em si três elementos igualmente
importantes e indivisíveis, ou seja, Fig .

• projeto estrutural, cujo objetivo é elaborar a forma e as características

geométricas dos produtos que satisfaçam as necessidades
humanas; • projeto de materiais para seleção das propriedades
físicas e químicas exigidas, bem como tecnológicas, garantindo a
vida útil esperada do produto ou de seus elementos;
• desenho tecnológico que permita impor as características e
propriedades geométricas exigidas aos elementos particulares do
produto, e também garantir o seu correto encaixe após a
montagem, tendo em conta o volume de produção, o seu nível de
automatização e assistência informática, e também garantindo a
Figura 1. Participação nos custos de diversas tecnologias e produtos na indústria
manufatureira global [14]. custos mais baixos possíveis do produto.
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Figura 3. Relações entre elementos de projeto de engenharia, ou seja, projetos
estruturais, materiais e tecnológicos [2,3,11].
O projeto de engenharia está relacionado à determinação da
forma do produto e de seus elementos, à seleção dos materiais com
os quais serão feitos e à seleção dos processos tecnológicos
relevantes. O produto projetado
Figura 4. Opções dos processos tecnológicos de formação do produto em função do nível de complexidade da sua forma e peso [2,3,12,13].
135
deve atender integralmente aos parâmetros pertinentes à sua
funcionalidade, bem como aos requisitos relacionados à sua forma e
tolerâncias dimensionais; além disso, o projeto deve incluir a lista de
materiais utilizados, métodos de fabricação e outras informações
necessárias. É preciso levar em conta, entre outras, as consequências
e o risco de falha do produto, resultantes do seu uso indevido
previsto, porém provável, ou da imperfeição do processo de
fabricação. As possíveis consequências da falha do produto afetam
a avaliação da importância da sua suposta confiabilidade. Os
aspectos económicos não impõem requisitos de fiabilidade
excessivamente exigentes se não houver risco de lesões ou perdas
devido a falhas do produto durante a utilização. Cada versão do
formato do produto impõe alguns requisitos relativos às propriedades
do material que podem atendê-los, aos quais podem ser incluídas as
relações entre as tensões resultantes do formato do produto e sua
carga, e a resistência do material. Uma mudança no processo de
fabricação pode alterar as propriedades do material, e algumas
combinações produto-material podem ser inviáveis usando alguns
processos tecnológicos.
Cada processo de fabricação está conectado com a faixa de formato
do produto que pode ser fabricado usando esse processo. A forma
está intimamente ligada ao produto fabricado e sua complexidade
decide o tipo de processo de fabricação viável.
O aumento da complexidade do formato do produto limita o escopo
dos processos que podem ser empregados e aumenta os custos.
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136 LA Dobrza ´nski / Journal of Materials Processing Technology 175 (2006) 133–148

O principal princípio do design é garantir a forma mais simples

possível. Pode-se voltar atrás nesse princípio se uma abordagem mais complexa
forma permite unir vários elementos ou se nos permite
eliminar apenas uma etapa do processo de fabricação.
O objetivo geral da tecnologia realmente empregada
processos é tornar os produtos em formato de rede que possibilitem a
montagem imediata, ou - caso não seja viável - a
produtos com formato quase final que exigem acabamento limitado - geralmente
por usinagem - antes de instalá-los no produto final. Isto
não é possível fazer nenhum elemento exatamente, de acordo com o
dimensões assumidas. É possível selecionar os processos de fabricação
dos elementos do produto com base na análise
da relação entre os recursos tecnológicos empregados
processo, o tamanho dos elementos e a complexidade de suas formas
(Fig. 4).
As dimensões e o peso do elemento influenciam a seleção
tanto de seu material quanto de seu processo de fabricação. Tamanho pequeno
os elementos são feitos de uma barra mesmo em grande volume
produção, e o custo do material pode então ser significativamente
inferior ao seu custo de fabricação. Permite usar mais
materiais caros para elementos de pequeno porte. Contudo, devido
devido às dificuldades ou à inexistência de possibilidade de realizar o
tratamento térmico, torna-se impossível o pleno aproveitamento das
propriedades mecânicas dos materiais utilizados para elementos de grandes dimensões. Há
também limitações relacionadas com tamanhos de elementos que podem ser
formados em processos tecnológicos específicos. Os exemplos
incluem peças fundidas, peças fundidas ou elementos feitos
usando metalurgia do pó cujo peso é geralmente limitado a um
alguns quilogramas. Se o peso do elemento for o fator crítico, então
muitas vezes é feito de material com alta resistência para
proporção de peso.
A seleção dos processos de fabricação do produto,
intimamente relacionado à seleção de materiais para suas peças, é um
etapa muito importante do processo de projeto de engenharia. O
O principal critério para essas seleções é a maximização da qualidade do
produto com a simultânea minimização dos custos de seu
elementos. A seleção de um material muitas vezes decide a seleção
de processos de fabricação viáveis que podem ser usados para produzir
elementos a partir de um material específico. A seleção
do processo tecnológico está conectado com o material
desempenho e limitado por sua dureza, fragilidade ou plasticidade e
temperatura de fusão. Alguns materiais são muito frágeis
ser moldado em plástico; outros são inaptos para processos de fundição
devido à sua reatividade excessiva ou baixa temperatura de fusão.
A possibilidade de utilização da conformação plástica é definida pelas cargas
necessário durante o forjamento ou laminação, dependendo da plasticidade.
Como forças de corte e temperaturas do material usinado
e da ferramenta durante a usinagem dependem da dureza do material
usinado, essa característica decide a possibilidade de utilização
usinagem no processo de fabricação. As propriedades funcionais de um
produto são obtidas somente quando o material correto
é utilizado, fabricado em tecnologia devidamente selecionada
processo, transmitindo a forma necessária e outras características
geométricas, incluindo tolerâncias dimensionais de particular
elementos, possibilitando a montagem final do produto,
e também formando a estrutura material necessária, garantindo a
Figura 5. Relações entre alguns fatores ligados a materiais, processos e
funções de um produto [1–9].
propriedades mecânicas, físicas e químicas esperadas do
produto (Fig. 5).
A variedade de materiais disponíveis hoje em dia torna necessário
selecioná-los adequadamente para os elementos construtivos ou funcionais,
ferramentas e eventualmente outros produtos ou seus
elementos. Essa seleção deverá ser feita com base no
otimização multicritério. As propriedades funcionais dos materiais de
engenharia são geralmente definidas por suas propriedades físicas,
mecânicas, térmicas, elétricas, magnéticas e ópticas.
Várias propriedades podem ser obtidas em materiais compósitos,
às vezes oposto a essa característica dos materiais usados
como matriz ou reforço de materiais compósitos. Aqueles
propriedades dependem da estrutura e da composição química do
o material e as condições de serviço do elemento. Cíclico
carregamento, serviço em alta ou baixa temperatura, bem como o
presença de mídia causando corrosão geral ou rachaduras
resultantes da corrosão sob tensão, todos apresentam perigos específicos
que devem ser considerados no processo de seleção de materiais.
As razões de cerca de 90% das falhas causadas pela fadiga do material
em serviço estão ligados a falhas de projeto e fabricação, e apenas 10%
resultam de falhas de material, sua composição química inadequada ou
erros de tratamento térmico. Até
as razões aparentemente insignificantes podem resultar em consequências
graves. Num caso, por exemplo, os danos por fadiga de
a aeronave em voo foi causada pelo carimbo de inspeção que
foi impresso demais em um de seus elementos. Um tem
levar em consideração a possibilidade de falhas e suas
consequências nas análises da falha permitida do produto.
Os modos de falha que podem colocar diretamente em risco vidas ou membros
ou então danificar ou destruir produtos ou seus elementos devem
não ser permitido. No entanto, a prática padrão é projetar um
equipamento para que, quando falhar, não prejudique
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seu ambiente e protege o produto das consequências de falhas mais graves.
O exemplo comum dessa atitude e dos requisitos relacionados relativos ao
material são os fusíveis, nos quais o elo fusível derrete devido à intensidade
excessiva da corrente elétrica. Outro exemplo são os bujões que são
ejetados quando a pressão hidráulica no circuito ultrapassa o valor permitido.
Um exemplo pode ser também a proteção contra sobrecarga de uma máquina
de movimentação de terras que para quando é feita uma tentativa de carregá-
la acima do valor permitido.
A seleção do material adequado juntamente com o processo tecnológico
adequado é vital, pois garante a maior vida útil do produto com os menores
custos, considerando que são necessários mais de 100.000 materiais de
engenharia possíveis e disponíveis no mercado, e ainda assim, o engenheiro
médio tem conhecimento detalhado sobre as aplicações práticas de 50 a 100
materiais de engenharia. Devido às condições significativamente diversificadas
de uso de vários produtos, e também às suas características de design
diversificadas, é necessária a coleta de informações detalhadas para a
seleção adequada do material.
A grande maioria dos materiais de engenharia é derivada de matérias-
primas obtidas na crosta terrestre, extraídas de minas como minérios e
depois enriquecidas para possibilitar sua extração ou síntese. A Fig. 6 ilustra
a relação entre a resistência e o consumo específico de energia dos materiais
(definido como o produto da energia necessária para fabricar o material, ou
seja, obter as matérias-primas, seu refino e moldar o material produzido,
relacionado a 1 kg de material e sua densidade). Esse coeficiente expressa
indiretamente a influência do processo de fabricação do material na
degradação do meio ambiente. O consumo específico de energia mostra
uma dependência linear da resistência do material. A situação actual e as
previsões actuais exigem dos engenheiros actividades coordenadas que
visem a poupança das matérias-primas disponíveis, consistindo em:
• conceber com utilização económica de materiais, principalmente aqueles
pouco disponíveis e quase esgotados, com minimização do seu consumo
de energia; • utilizar alternativas mais fáceis de
adquirir, com grande margem de meia-vida de esgotamento de matérias-
primas e com menor consumo de energia, em vez daquelas dificilmente
disponíveis e próximas do esgotamento;
• fazer pleno uso da reciclagem economizadora de energia para a sua
reutilização e recuperação total de materiais em todos os casos possíveis
e economicamente justificados.
As alterações na ductilidade e na resistência à fratura para vários grupos
de materiais de engenharia (medidas pelo fator de intensidade de tensão)
diferem das alterações em sua resistência ( Fig. 7). Esse valor está em uma
ampla faixa de 0,01 a 100 MPa m1/2. A maior ductilidade é demonstrada
pelos metais e suas ligas. Parece que seu uso comum se deve à fusão
comprometedora da maior ductilidade possível com a altíssima resistência.
Os materiais compósitos demonstram propriedades semelhantes. No entanto,
a fragilidade definitiva da cerâmica de engenharia apresenta uma séria
limitação
137
para seu uso. Madeira e polímeros demonstram fragilidade comparável. A
ductilidade da cerâmica porosa é até 10 vezes menor.
Todos os materiais de engenharia são equivalentes do ponto de vista do
projeto de engenharia, tudo o que pode garantir as propriedades dos produtos
requeridos e a otimização multicritério constitui a base para a seleção de
materiais com as melhores propriedades funcionais e tecnológicas, e com o
menor custo de fabricação possível, custos de processamento e operação
do material e do produto. Então, o problema colocado é: “de que pode ser
feito o produto de interesse do cliente no mercado?” e não: “o que pode ser
feito com o material que temos em mãos ou que conhecemos?”
3. Ciência e engenharia dos materiais e sua evolução
histórica
O objetivo da ciência dos materiais é investigar o efeito da estrutura em
várias escalas (eletrônica, cristalina, micro e macro) nas propriedades dos
materiais. Os numerosos graus dos materiais atualmente disponíveis geram
um novo potencial inovador na implementação de produtos. A determinação
das relações entre estrutura, processo tecnológico e propriedades funcionais,
e também a seleção de materiais e processos tecnológicos que formam sua
estrutura e propriedades para uso em sistemas de manufatura complexos,
constituem o foco principal da engenharia de materiais. Portanto, o
desenvolvimento da engenharia de materiais apresenta um importante
determinante da qualidade de vida das sociedades contemporâneas.
A ciência dos materiais apareceu como um ramo independente da ciência
no final da década de 1950, continuando principalmente as tradições da
metalurgia física, que foi criada no início da revolução industrial, convertida
em seguida suavemente para a tecnologia dos materiais e, consequentemente,
para a ciência dos materiais.
Foram desenvolvidas ligações simultaneamente entre tecnologia de materiais
e engenharia de materiais, e ciências aplicadas, o que pode ser demonstrado
por muitos exemplos. As investigações de semicondutores proporcionaram
a oportunidade de cooperação com a física do estado sólido. O
desenvolvimento de materiais poliméricos demonstrou a eficácia da
cooperação com a química dos polímeros. Existem muitos exemplos de
implementação de numerosos modelos descobertos pela física e pela
química para o desenvolvimento de materiais.
Muitos modelos matemáticos foram utilizados, entre outros, para descrever
transformações de fase, concepção de integral J na mecânica da fratura,
geometria fractal para descrever o crescimento de aglomerados e sistemas
coloidais, para resolver o problema de migração não linear de limites de
grãos ou processos de crescimento laplacianos na descrição de as
transformações de fase morfológicas. O final do século XX demonstrou que
as conquistas da engenharia de materiais são geralmente um resultado da
integração significativa entre vários ramos da ciência, o que resultou em
consequência fazer da ciência dos materiais do século XXI uma área
interdisciplinar desenvolvida na encruzilhada de muitas ciências puras.
disciplinas científicas,
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138 LA Dobrza ´nski / Journal of Materials Processing Technology 175 (2006) 133–148
principalmente da física do estado sólido, química, matemática,
e engenharia de processos, mas também mecânica e mecânica
engenharia, ecologia, economia, gestão e aplicações
ciência da computação, e até mesmo biologia e medicina, levando
vantagem das conquistas dessas disciplinas científicas
propor materiais com o conjunto mais vantajoso de
propriedades e adequando-se a requisitos cada vez mais elevados impostos
aos produtos e bens utilizados pelas pessoas da melhor maneira, em
condições da acirrada competição de mercado e com alta
requisitos relativos à qualidade, confiabilidade, vida útil e preço.
O objetivo da ciência dos materiais é uma investigação do
efeito de sua estrutura em várias escalas (eletrônica, cristalina,
micro e macro) nas propriedades dos materiais. Um grande número de
marcas de materiais disponíveis hoje em dia oferecem novas possibilidades
inovadoras em design, fabricação e implementação
de produtos. A determinação de dependências entre os
estrutura, processo tecnológico e propriedades funcionais, como
bem como seleção de materiais e propriedades tecnológicas formando sua
estrutura e propriedades para emprego em complexos
sistemas de fabricação apresentam o interesse central dos materiais
Engenharia.
Desde os primórdios da história, as pessoas empregavam, e por vezes
processavam, materiais para adquirir as suas refeições, aumentam
sua segurança e assegurar um nível de vida adequado. Seguindo a história
da civilização humana, podemos chegar ao
Figura 6. Resistência e consumo específico de energia de diversos materiais [2,3,12,13].
convicção de que o seu progresso é governado nomeadamente pelo
desenvolvimento de materiais e pelo crescimento que o acompanha do
forças produtivas. É atestado, sem dúvida, entre outros,
nomeando várias épocas na história da humanidade por
materiais decidindo as condições de vida naquela época, por exemplo,
Idade da Pedra, Idade do Bronze, Idade do Ferro (Fig. 8).
O homem pré-histórico poderia usar apenas matérias-primas naturais,
orgânicas e inorgânicas, incluindo, por exemplo, couro, madeira,
rocha, pederneira, que ele processou em artigos úteis fazendo
possibilitou que ele conseguisse alimentos, melhorando sua segurança e
condições de vida. Até agora é difícil decidir qual metal
foi processado primeiro por humanos. É certo que os metais ocorrem em
seus estados nativos brutos, como o ouro (Oriente Próximo, Cáucaso,
Egito-deserto da Núbia, o deserto oriental), prata (nordeste
Ásia Menor, o distrito associado aos hititas), cobre (Ásia
Menor, Armênia, Elam, de onde os sumérios receberam
já em 3.500 aC, Alpes Orientais, Egito até c. 2000
BC, Chipre) e ferro obtido de meteoritos (Groenlândia,
utilizado pelos esquimós há mais de um século). O progresso significativo
foi feito somente depois de dominar os métodos de
obtenção de metais a partir de seus minérios. Isso aconteceu – a maioria
provavelmente por acaso – c. 4000 aC, na fabricação de cerâmica,
durante o envidraçamento com chama quente e minerais pulverizados.
Desde então, além das tentativas de encontrar os metais em
suas formas nativas brutas, o aproveitamento dos minérios é realizado
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LA Dobrza ´nski / Journal of Materials Processing Technology 175 (2006) 133–148 139

Figura 7. Fator de intensidade de tensão e densidade de diversos materiais [2,3,12,13].

Fig. 8. Diagrama apresentando o significado das várias épocas do desenvolvimento da civilização humana, com datas de introdução de novos materiais [2,3,12,13].
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140 LA Dobrza ´nski / Journal of Materials Processing Technology 175 (2006) 133–148

Fig. 9. Fragmento de uma imagem na parede oeste da tumba de Redmere em Tebas (c. 1450 aC) mostrando cenas de processamento de metal no antigo Egito (preparação de
carga, fusão, fundição, acabamento) [7].

incluindo dois processos independentes, ou seja, a separação de

metais de outros elementos químicos com os quais estão
quimicamente ligados e a transformação de metais em artigos úteis.
As propriedades de trabalho dos artigos feitos de metais eram
inferiores às das ferramentas de pedra e um marco foi a fabricação
de ligas de cobre-bronze, primeiro com arsênico e depois com estanho.
Vestígios de obtenção de minério de cobre e seu processamento
foram encontrados em assentamentos de agricultores e pastores
nos vales dos rios Kura e Araxes na Transcaucásia, no leste da
Anatólia, Assíria e Mesopotâmia, já em 4.000 e 5.000 a.C. Em 4.000
a.C. O bronze Cu-As foi usado de forma bastante consciente, não
por acaso, isso foi mais tarde - na virada de 3.000 e 2.000 aC
substituído pelo bronze Cu-Sn. No cemitério dos reis sumérios do
estado de Ur que reinaram em c. 2600 aC, artigos decorativos foram
produzidos em bronze contendo As e Sn. Também na Ásia Central,
Fig. 11. Imagem numa tigela de Tróia (século V a.C.) mostrando uma forja troiana [7].
perto do rio Indo, e na Europa, como era usado antes do Sn como
adição de bronze. A civilização da Idade do Bronze iniciada em
meados do terceiro milénio aC na Ásia Menor e no Egipto (Fig. 9),
abraçou toda a bacia do Mediterrâneo e o sul da Europa por volta de
c. 2.000 aC (Figs. 10 e 11), e cerca de três séculos depois também
na Europa Central. As flores de metal tornaram-se objetos de troca
comercial, assumiram o papel de dinheiro e tornaram-se objetos de
acumulação (Fig. 12). Obras de arte e artesanato, armas,
ornamentações e objetos de culto, remanescentes da Idade do
Bronze, atestam o bom conhecimento das propriedades dos

Figura: 12. Fragmento de imagem no templo nº. 100 em Tebas, erguido durante o

10. Foto do vaso da Ática encontrado em Orvieto (século VII-V aC) mostrando um reinado de Tutmés III (1490-1436 aC), mostrando presentes na forma de lingotes de

ferreiro grego [7]. cobre de Creta submetidos ao faraó egípcio [7].

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Fig. 13. Punhal com lâmina de ferro encontrado na tumba de Tutenkhamon no
Egito (c. 1350 aC) [7].
cobre e bronze de seus fabricantes contemporâneos, de diversas
regiões geográficas – mesmo distantes umas das outras. Muitas
obras de engenharia surgiram também nessa época, por exemplo, a
linha de água sob pressão de 3 km de comprimento erguida em c.
180 aC pelo rei de Pérgamo, Eumenes II, fornecendo água pelos
tubos de bronze fundido da montanha Hagios-Georgios.
Já na Idade do Bronze as armas e ferramentas começaram a ser
feitas de ferro, mais adequadas para esse fim.
Uma espada com cabo dourado feita de ferro meteorítico datada
de 3100 a.C. foi encontrada nas escavações arqueológicas na
cidade de Ur, na Mesopotâmia, e também uma adaga com lâmina
de ferro foi encontrada na tumba de Tutancâmon de 1350 a.C. (Fig.
13) . O primeiro aço foi obtido – provavelmente na China c. 2220
aC pelo longo recozimento das pelotas de ferro misturadas com
pedaços de carvão sem acesso de ar, o que acabou sendo apenas
o primeiro caso conhecido de emprego de cimentação. Este
processo foi usado um pouco mais tarde na Índia na fabricação de
armas. A obtenção do ferro a partir do seu minério pela redução
direta com o carvão vegetal ocorreu em meados do segundo milênio
a.C. ao sul do Cáucaso, o início da Idade do Ferro no Oriente Médio
foi c. 1200 aC, nos países da bacia do Mediterrâneo c.1000 aC, na
Europa Central c. 750 aC, e no século IV-II aC já era de uso comum.
A fabricação de machados de ferro (7.000 aC), ferramentas de serra
e marcenaria, bem como tesouras usadas para tosquiar lã de ovelha
(500 aC), bigornas e matrizes (200 aC) estão entre as muitas
conquistas da arte dos artesãos. Um método de refino do ferro
fundido drenado e purgado repetidamente com oxigênio em Huainan
foi descrito por volta de 120 a.C. O ferro recém-introduzido, primeiro
de meteoritos e depois obtido por redução de minério, foi processado
de maneira semelhante ao cobre e ao bronze, formando os produtos
na forma desejada por forjamento a frio e aplicação de recozimento
suave no fogo. A fabricação de ferramentas de ferro com propriedades
satisfatórias, por exemplo, com bordas suficientemente afiadas,
exigiu cimentação a 0,15/1,5% e eliminação de escória.
A invenção da cimentação, aparentemente pelos “Chalybes” da
Ásia Menor, uma tribo súdita do império hitita, em 1400 aC, resolveu
o problema apenas em parte. A fabricação do ferro consistia em um
processo de afiação de barras de ferro forjado por repetidos
martelados e aquecimentos em contato direto com o carvão para
difundir o carbono na superfície do metal. Se o processo de fundição
for suficientemente elaborado, alguns minérios de ferro produzem
aço diretamente. Este fenômeno foi explorado c. 500 aC na região
da Europa Central da Estíria e Caríntia. No entanto, ainda não se
sabia que o aço precisava ser ainda mais endurecido por têmpera
do artigo quente em água fria, cujo efeito sobre o cobre ou o bronze
era torná-lo mais macio. O processo de cimentação foi seguido
cerca de dois séculos depois pelo processo de têmpera. Ainda no
último milénio a.C.
141
a antiga metalurgia do ferro atingiu seu apogeu e mesmo assim não
conseguiu fornecer ferro fundido que era praticamente inalcançável
com os pequenos fornos e as baixas temperaturas da época.
Na virada dos séculos VIII e VII aC, Homero descreveu a têmpera
do aço em água, o que é reconhecido como a primeira descrição
literária desse processo. Justamente essas descobertas deram
origem ao tratamento térmico contemporâneo.
A realização inquestionável da arte dos artesãos permanece até
aos nossos dias o aço Damasco, atestando a sua elevada habilidade
no tratamento termo-mecânico. Durante a conquista da Índia por
Alexandre o Grande, em 327 a.C., foram utilizadas espadas feitas
com este aço, com propriedades muito boas, que mais tarde foram
esquecidas, embora tenham começado a ser difundidas na Europa
no século III a.C. Este aço foi fabricado pela primeira vez por tribos
hindus. forjando juntas as barras sinterizadas do aço contendo
1,2/1,8%C a uma temperatura de cerca de 750 ÿC, recozimento e
forjamento repetido, o que garantiu sua alta dureza e elasticidade,
embora não tenha sido temperado, com o papelão ondulado linhas
visíveis na sua superfície, originadas devido à sua gravação natural
ao longo dos tempos em condições naturais. Armas feitas deste aço
com boas propriedades surgiram na Roma antiga, as espadas de
samurai também eram conhecidas no Japão naquela época. Esta
produção foi melhorada nos séculos IV-XI dC pelos árabes,
principalmente perto de Damasco, e depois na Ásia Central, Síria e
Pérsia, para aparecer novamente na Europa na virada dos séculos
XIV e XV dC, desta vez como o aço de Damasco, isso provavelmente
também foi temperado e temperado. A Tabela 1 apresenta o
desenvolvimento histórico da tecnologia de tratamento térmico.
O século VI dC na China e o século X dC nas montanhas Hartz
na Europa trazem uma invenção de obtenção de ferro em estado
líquido, o que ocorreu antes do desenvolvimento do alto-forno de
ferro. Na época medieval, em muitas regiões, incluindo também a
Europa, foram desenvolvidos métodos de processamento de metais,
juntamente com o equipamento tecnológico necessário, entre outros
para a cunhagem (Fig. 14) e para a fabricação de armaduras (Fig.
15). As invenções de Bessemer (1856), Siemens (1863), irmãos
Martin (1865) e Thomas (1877) criaram os fundamentos da moderna
produção em massa de aço com métodos de engenharia. Na
segunda metade do século XIX dC e nos primeiros 50 anos do
século XX dC a maioria dos grupos siderúrgicos hoje conhecidos
foram elaborados no que diz respeito à sua composição química e
tecnologia, e o século XX dC testemunhou o surgimento da teoria
das ligas metálicas a partir do prática prática. Em 1722, Réaumur
apresentou um esquema da estrutura interna do aço. Pela primeira
vez no mundo ele investigou essa estrutura utilizando o microscópio
óptico. Em 1799 Clouet e de Morreau descobriram que o ferro obtém
sua dureza devido à presença de carbono. Os primeiros estudos
sistemáticos sobre fusibilidade e cristalização de ligas foram
iniciados por Rodberg (1831). Sorby, em 1864, foi o primeiro a
realizar observações do aço gravado, e este trabalho foi continuado
por Martens (1878). As primeiras estruturas microscópicas de liga
foram obtidas por Osmov e Werth (1885), e as investigações
metalográficas da microestrutura foram iniciadas por Le Chatelier
em 1890–1905. Em 1867 Matthiessen explicou
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tabela 1

Desenvolvimento histórico da tecnologia de tratamento térmico [7]

Período Tipo Região geográfica

c. 2220 a.C. Cimentação de ferro na presença de carvão China

Século VIII/VII a.C. 530 Têmpera do aço por aquecimento ao calor vermelho e imersão em água Bacia mediterrânea
a.C. Recozimento suave com posterior forjamento das barras de aço soldadas entre si Índia
Século III aC 100 Recozimento de peças fundidas para obtenção de ferro fundido maleável China
aC Nitretação ou carbonitretação de aço por queima de soja na presença de aço em brasa China

Anúncio do século I Emprego de azeite para têmpera de aço Roma

Anúncio do século XI Fabricação de aço Damasco Europa

Século XV dC 1924 Recozimento de peças fundidas França
1930 Nitretação a gás Alemanha
1938 Extinção de descarga de banho e brilho Alemanha
c. Tratamento térmico - aquecimento com feixe de elétrons Alemanha
1965 Aquecimento a laser em tratamento térmico Europa, EUA

presença de impurezas e compostos intermetálicos em metais, e
Guthrie em 1884 deu a definição do eutético
Liga.
Os fundamentos do conhecimento sobre as transformações de
fase em ligas de ferro foram criados por Chernov (1868) trabalhando
no diagrama de equilíbrio de fase carbono-ferro, Abel, que
em 1888 descobriu a ocorrência da cementita F3C em
ligas de ferro, bem como Osmov (1895–1900) que descobriu
martensita como uma fase separada no aço temperado. Mais tarde
os resultados dos trabalhos de Bain e Davenport (1929) diziam
respeito à cinética e ao mecanismo de transformações do super-resfriado
austenita, criando os fundamentos da teoria do tratamento térmico
de ligas à base de ferro. O significado excepcional teve
descobertas de Wilm (1906), bem como de Guinier e Preston
(1935) sobre processos de supersaturação e envelhecimento.
Desenvolvimento da físico-química, física e química do corpo sólido,
bem como da física dos metais, elétrons
teoria dos metais e mecânica quântica, teoria dos defeitos
da estrutura cristalina, física da deformação plástica e
fissuração, bem como dos contornos de grão, desenvolvidos em XX
século dC, forneceram a base cognitiva abrangente para o
desenvolvimento da teoria contemporânea do tratamento térmico
de ligas metálicas. Métodos de pesquisa introduzidos em paralelo
acabou sendo muito útil, principalmente a descoberta feita por von
Laue (1912) e empregado pelos irmãos Bragg (1913) do
Difração de raios X, projetada por Knoll e Ruska (1931) de
o microscópio eletrônico, e também o desenvolvimento de espectros
métodos, principalmente WDS e EDS, que – tanto equipamentos
quanto métodos de pesquisa – foram melhorados e modificados no
próximas décadas e seu uso para os materiais contemporâneos
ciência e engenharia têm sido inestimáveis. O histórico
revisão apresentada acima indica que somente após três milênios
do uso prático do ferro e suas ligas e 5.000 anos
da utilização de cobre e suas ligas, e também de outros metais, o

14. Moedas marcantes do século XII dC – escultura normanda (atualmente

símbolo do Journal of Materials Processing Technology publicado pela Elsevier 15. Oficina de armeiro do século XVI dC Mostrando algumas de suas
BV, Holanda) [7]. produtos e as ferramentas utilizadas na sua fabricação [7,15].
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foram aprendidos os papéis da composição química e das transformações
de fase que ocorrem durante o tratamento térmico, na formação da
estrutura e propriedades dessas ligas. A ciência e a tecnologia
desenvolveram-se ao longo do tempo como atividades diferentes e
separadas. A ciência costumava ser um campo de especulação praticado
principalmente por filósofos, enquanto a tecnologia era uma questão de
preocupação prática para artesãos de vários tipos. Os campos de interesse
dos cientistas e tecnólogos permaneceram diferentes nas culturas antigas.
Esta situação começou a mudar durante o período medieval de
desenvolvimento no Ocidente, quando tanto a inovação técnica como a
compreensão científica começaram a interagir, sendo estimuladas pela
expansão comercial e por uma cultura urbana em rápido crescimento.
Olhando para este processo a partir da perspectiva contemporânea,
podemos ver que não foi apenas uma influência unilateral da ciência sobre
a tecnologia. Foi uma sinergia destas duas atividades, à medida que a
tecnologia criou novas ferramentas e máquinas com as quais os cientistas
foram capazes de obter uma melhor visão e compreensão dos fenómenos.
A aplicação prática de muitas invenções só foi possível quando
materiais adequados se tornaram disponíveis. Como exemplo podemos
citar o esboço de um helicóptero que foi encontrado em obras de Leonardo
da Vinci do século XV [16], porém o primeiro helicóptero foi feito na
década de 1940. As naves espaciais foram descritas em obras literárias
há muito tempo, e os cálculos necessários foram feitos já na primeira
década do século 20, porém, o primeiro satélite artificial da Terra foi
lançado apenas no final da década de 1950, e o primeiro O orbitador do
ônibus espacial foi lançado na década de 1970.
Os produtos modernos muitas vezes não podiam ser projetados e
fabricados sem o emprego de muitos materiais, assim como não podiam
operar nas condições de serviço exigidas e com a confiabilidade muito
elevada exigida. É preciso perceber que o produto contemporâneo é
composto por uma série de elementos feitos de materiais muito variados.
Por exemplo, um carro médio é composto por cerca de 15.000 elementos,
enquanto um avião de passageiros consiste em mais de 4.000.000 de
elementos.
À medida que os materiais modernos são elaborados e implantados, eles
também se tornam substitutos daqueles empregados até agora.
A título de exemplo, podem ser mencionados materiais desenvolvidos e
introduzidos para a tecnologia espacial ou aeroespacial, que são muitas
vezes utilizados noutras áreas, incluindo o desporto. Entre muitas razões
para essa atitude pode-se citar a simplificação do projeto, prolongando a
vida útil e aumentando a confiabilidade, facilitando a montagem e a
engenharia, além de diminuir os custos de material, fabricação e operação.
Analisando as tendências contemporâneas de desenvolvimento de
vários grupos de materiais, pode-se descobrir, o que é evidente, que a
parcela massiva dos produtos ultramodernos (como os produtos de
tecnologia aeronáutica e espacial ou mesmo os materiais biomédicos) no
volume total de produtos fabricados por pessoas , embora crescente,
não é grande. A presença generalizada dos polímeros no nosso ambiente
(que apenas parecem ser omnipresentes) não é possível até agora,
devido à sua resistência relativamente baixa à abrasão e a outros tipos de
desgaste, e também devido à sua gama limitada de temperaturas de
funcionamento, que
143
não excede 300/400 ÿC. A cerâmica porosa pertence ao domínio da
indústria da construção, embora o vidro encontre inúmeras aplicações
no setor doméstico e também na produção de automóveis. Algumas
marcas de cerâmica, principalmente do tipo vidro, são utilizadas até
mesmo em projetos de máquinas. Os metais e suas ligas são os principais
materiais no projeto de máquinas, na indústria automobilística e na
construção naval, na construção de máquinas, na indústria de bens de
consumo doméstico, na indústria de ferramentas e em muitas outras, mas
também são importantes na indústria da construção, embora em muitos
casos na cerâmica de engenharia. e também alguns compósitos competem com esses mate
Os Prêmios Nobel concedidos na área de física e química nas últimas
décadas pelas conquistas notáveis, que mudaram a realidade técnica no
mundo, podem atestar a dinâmica do desenvolvimento da engenharia de
materiais.
Basta mencionar transistores, circuitos integrados, fulerenos, materiais
supercondutores, polímeros condutores de corrente elétrica,
semicondutores e outros materiais.
Poderíamos tentar apresentar uma visão do futuro e avaliar as
tendências de desenvolvimento de vários campos de atividade e
processos de fabricação com base em visões propostas por eminentes
organismos compostos por cientistas e futurólogos.
Certamente, eles estão ligados a previsões relativas ao desenvolvimento
de diversos materiais de engenharia. Muitas pessoas, ainda hoje, fazem
seu trabalho em casa, sem sair dela.
As casas terão de ser organizadas e mobiladas de uma forma totalmente
diferente dentro de vários anos. As cidades, os transportes e os sistemas
de telecomunicações serão organizados de forma diferente dos dias de
hoje. As cidades e o sistema de transportes serão organizados de outra
forma, incluindo novos sistemas de transporte urbano que ligam os
edifícios altíssimos, carros eléctricos, sistemas de segurança robotizados
e sistemas de utilização de resíduos municipais. O sistema de saúde será
baseado em diagnósticos feitos em casa, alimentação não alérgica,
detecção precoce de doenças graves e sua prevenção, e também na
implantação de órgãos artificiais – coração, e de uma nova geração de
biomateriais.
A futura agricultura, silvicultura e indústria pesqueira basear-se-ão nas
conquistas da engenharia genética, no domínio do cultivo de novas
plantas, no emprego de outros processos além da fotossíntese, e também
na robotização abrangente. As indústrias mineiras e transformadoras
basear-se-ão numa robotização total dos processos de reciclagem
industrial da água e do ar, no desenvolvimento da tecnologia de ultra-
microprocessadores, e também nos sistemas de transmissão de energia
de alto rendimento, utilizando materiais orgânicos em substituição do
cobre. Os sistemas de proteção da terra que combatem os efeitos
climáticos, implementam a recuperação dos danos causados pelas chuvas
torrenciais, combatem as secas e a exploração das florestas tropicais,
bem como diminuem os efeitos da descontinuidade da camada de ozônio,
sofrerão mudanças significativas.
Serão desenvolvidos sistemas de vigilância dos oceanos e mares e
monitorização da sua contaminação, e de observação de sismos, além
disso, serão introduzidos robôs no serviço subaquático. A técnica espacial
que utiliza energia solar tornará os voos espaciais mais comuns e dará
origem a novas tecnologias e à criação de fábricas espaciais para
produção comercial, à criação de bases de observação lunar e a viagens
espaciais a Marte.
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144 LA Dobrza ´nski / Journal of Materials Processing Technology 175 (2006) 133–148
mesa 2
Área de interesse de ciência de materiais e engenharia de materiais [1–10]
Gama de tópico
Síntese e processamento de materiais
Composição química e microestrutura dos materiais
Fenômenos e propriedades dos materiais
Comportamento dos materiais em condições operacionais
Projeto de materiais e previsão de sua durabilidade e/ou vida útil
Mesmo que não seja tudo, de acordo com essas previsões,
se tornará realidade ou será ligeiramente adiada, é preciso levar em conta
conta que quase todos os projetos previstos exigirão
as tecnologias de fabricação relevantes e, acima de tudo -
materiais relevantes. Muitos desses materiais já estão
disponível hoje em dia; alguns deles devem ser desenvolvidos em breve
de acordo com os requisitos descritos. É bom perceber
que muitos projetos ousados serão possíveis se esses
novos materiais são feitos. Os sucessos futuros conectados
com a introdução de produtos cada vez melhores
mercado, satisfazendo as necessidades de uma população em constante crescimento
exigências das sociedades, estão intimamente ligadas
desenvolvimento e implementação de novas gerações
dos materiais de engenharia, que podem ser usados para a fabricação
desses novos produtos esperados. O processo de
A implementação dos novos materiais está ligada à melhoria dos materiais
existentes ou à tomada em consideração das
conquistas contemporâneas ligadas ao trabalho
dos novos compostos, estrutura e garantindo o novo
propriedades.
4. Tendências contemporâneas de desenvolvimento de materiais
ciência e engenharia e sua importância para
desenvolvimento das sociedades
Os interesses contemporâneos da ciência e engenharia dos materiais podem
ser reduzidos às questões apresentadas na Tabela 2, levando em consideração
conta muitos fatores interdisciplinares. Conhecimento e posterior
investigação de diversos fenômenos, entre outros, elétricos, magnéticos,
ópticos, mecânicos, térmicos, levando em consideração as interações
mútuas entre os fatores externos, a estrutura do material e a teoria
pertinente aos fundamentos
desses fenômenos, depois de usar métodos modernos de modelagem
matemática, e também com o uso da inteligência artificial
ferramentas e outros métodos de assistência informática, juntamente com o
técnicas analíticas avançadas e métodos de teste que explicam o
comportamento dos materiais, especialmente em suas dimensões nanométricas e efeito no alcance dos objetivos relacionados com o desenvolvimento
escalas atômicas e nos períodos de tempo excepcionalmente curtos
de femtossegundos (10-15 s) tornam possível ajustar propriedades de
materiais, incluindo nanomateriais, biomateriais e
materiais biomiméticos aos requisitos impostos pela sua prática
usar.
Objectivos a perseguir e métodos de acção
O arranjo de átomos e constituintes em maior escala em materiais em sistemas com
a configuração necessária
A avaliação do efeito da composição química e microestrutura nos materiais
comportamento
A investigação de mecanismos ativos em materiais durante os processos tecnológicos e
operação para explicar os fenômenos e seus efeitos nas propriedades dos materiais
A avaliação da utilidade de materiais para diversas aplicações
Predição da composição química, propriedades e durabilidade dos materiais em suas condições de trabalho
usando métodos teóricos e com auxílio de computador, incluindo o
métodos de inteligência artificial
A introdução das novas gerações de materiais e
a propagação de produtos com as propriedades esperadas
que pode ser feito a partir desses materiais, exige a vinda
conhecer o comportamento dos materiais, como substâncias para a
fabricação de novos produtos, a partir de sua estrutura atômica/nanoestrutura
escala, através de sua microestrutura, até o macroscópico
um, usando métodos analíticos avançados e computadores
modelagem. Essa estratégia exige a melhoria dos materiais convencionais
fabricados e utilizados em larga escala,
como o aço ou as ligas de metais não ferrosos, e também do
novos materiais funcionais usados em dispositivos inteligentes cada vez menores
dispositivos.
Empregando os princípios fundamentais da física e
química referente ao estado e propriedades da matéria condensada, a
teoria dos materiais é usada para modelagem
a estrutura e propriedades dos materiais reais funcionais,
e para projetar e prever novos materiais e dispositivos com usabilidade
prática aprimorada. A moderna teoria da ciência dos materiais e a
modelagem específica para a ciência computacional dos materiais são
utilizadas para o desenvolvimento de
novos materiais. A introdução de novos materiais e a melhoria das
propriedades dos materiais fabricados até hoje
apelo também à elaboração e implementação da nova síntese
e métodos de processamento.
A característica fundamental é a possibilidade de projetar
os novos materiais focados em sua pequena escala, inclusive o
nanométrico, a otimização de suas aplicações e
também a otimização de sua fabricação, incluindo modelagem de
propriedades e processos.
Portanto, a ciência e a engenharia dos materiais desempenham um papel fundamental
papel no estabelecimento e melhoria das condições económicas de
qualidade de vida, especialmente nas esferas escolhidas
como prioritários no desenvolvimento mundial para as próximas décadas
do século XXI (Tabela 3).
As principais direções de atividades assumidas ou continuadas
na área de ciência e engenharia de materiais, que
resultados, como são julgados agora, terão o mais importante
das sociedades nas próximas décadas do século XXI são
dados na Tabela 4. Deve-se estimar, em particular, que o
maior progresso da civilização conectado com a introdução
novos produtos com as altas propriedades funcionais exigidas,
dependerá em grande medida do desenvolvimento
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Tabela 3
Tarefas de ciência e engenharia de materiais em esferas prioritárias do desenvolvimento mundial nas próximas décadas [1–10]
Esfera de desenvolvimento prioritário
Melhoria das condições de vida
Sistema de saúde
Comunicação e transmissão de informações
Bens de consumo
Transporte
os materiais de engenharia, possibilitando sua utilização em
projetos de engenharia de diversos produtos novos esperados
no mercado, abrangendo, entre outros:
• o desenvolvimento da modelagem das relações entre
composição química, estrutura, parâmetros dos processos
tecnológicos e condições de serviço dos materiais de
engenharia, utilizando as modernas ferramentas de TI,
incluindo os métodos de Inteligência Artificial, para melhorar
a metodologia de os processos de projeto de engenharia,
incluindo o aprimoramento da seleção de materiais de
engenharia e dos processos tecnológicos
mais adequados; • o desenvolvimento de tecnologias de
fabricação pró-ecológicas com o menor impacto ambiental
prejudicial possível e/ou a influência do meio ambiente e
da atmosfera, bem como a diminuição da degradação do
meio ambiente até o momento e a implantação do materiais
e tecnologias relevantes; •
o desenvolvimento da engenharia de superfície e tecnologias
relacionadas, a fim de aumentar significativamente a
competitividade dos produtos e processos tecnológicos,
para reduzir os riscos para o meio ambiente, bem como a
implantação de tecnologias de soldagem rápidas e baratas, tornando possível órgãos e membros artificiais para melhorar o nível de tratamento d
145
Objetivo estratégico Papel da ciência e engenharia de materiais
É urgentemente necessária uma utilização mais A participação no desenvolvimento de novas tecnologias
eficiente de materiais e fontes de energia devido aos perigos de geração de energia, dispositivos
para o ambiente. energeticamente mais eficientes e materiais menos tóxicos e
mais adequados à reciclagem
O desenvolvimento de novos métodos diagnósticos e O desenvolvimento e a introdução de novos materiais,
terapêuticos, bem como de novos dispositivos, aparelhos incluindo aqueles para o desenvolvimento de ossos artificiais,
e medicamentos é necessário, devido à necessidade de implantes e órgãos artificiais, administração segura
superar e prevenir doenças, de limitar o âmbito e as de medicamentos, sistemas de filtragem de água, bem
consequências da deficiência e devido à preocupação com como de equipamentos terapêuticos e de diagnóstico
a melhoria da saúde. estado em todo o mundo.
O desenvolvimento de novas gerações de Determinar o progresso na revolução da TI e da informática,
dispositivos de telecomunicações e TI, bem como de bem como introduzir os novos materiais eletrônicos,
computadores totalmente miniaturizados juntamente ópticos e magnéticos
com todos os dispositivos periféricos, devido à necessidade de
aumentar a velocidade e a confiabilidade das redes de
conexão no mundo.
Esforços intensivos para obter o estado esperado são O desenvolvimento e a introdução de materiais que
necessários devido à expectativa dos clientes pela entrega permitam melhorar a qualidade e a utilidade dos produtos,
rápida de bens de consumo com altíssima qualidade e bem como as formas de entrega (por exemplo, embalagem), o
confiabilidade, a preços possivelmente mais baixos, que resultará na rapidez e facilitação do seu fabrico e na
justificados e aceitáveis, entregues independentemente do local redução do prazo de entrega ao consumidor. produtos
de fabricação no mundo. , e também dos serviços eficazes e com as melhores propriedades
de alta qualidade.
São necessárias ações coordenadas, relacionadas com o O desenvolvimento e a introdução, entre outros, de
aumento da velocidade, segurança e conforto dos meios carrocerias leves e acessórios feitos, por exemplo,
de transporte, devido à necessidade de melhorar as condições de ligas de alumínio e magnésio, bem como de materiais
de viagem relacionadas com negócios compósitos, sistemas de freio para trens de alta velocidade,
projetos, descanso e a exploração da Terra e do aviões que emitem muito menos ruído, revestimentos de
espaço. isolamento para ônibus espaciais, e muitas outras
soluções técnicas que garantem o alcance dos objetivos
assumidos
para introduzir os produtos competitivos e fabricação
processos;
• o desenvolvimento e a implantação de aplicações industriais
de materiais inteligentes e processos tecnológicos
supervisionados automaticamente;
• o desenvolvimento de tecnologias de fabricação que
possibilitem o emprego dos supercondutores de alta
temperatura existentes em produtos de mercado e o
desenvolvimento de materiais para as necessidades da
indústria de telefonia celular e telecomunicações,
incluindo materiais para optoeletrônica; • a introdução de
novos materiais resistentes ao calor e à fluência em altas
temperaturas para serviço em temperaturas elevadas e
elevadas, especialmente para as indústrias
espacial, de aviação, automotiva, de geração de energia e
eletrônica, • o desenvolvimento da matéria nanocristalina e
amorfa. materiais juntamente com o desenvolvimento da
nanotecnologia; • o desenvolvimento de materiais
compósitos e outros obtidos através de outras tecnologias não
convencionais; • a introdução de novas gerações de
biomateriais e materiais biomiméticos que permitirão
alargar o leque de possíveis intervenções médicas e
implantar
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Tabela 4
Principais direções de atividades em ciência e engenharia de materiais para alcançar os objetivos estratégicos do desenvolvimento das sociedades [1–10]

Principais direções de atividade Avaliação da situação atual e planos para o futuro

Projeto de materiais O tema da ciência e engenharia de materiais contemporânea é o ajuste dos materiais, começando pela sua composição química,
fases constituintes e microestrutura, até o conjunto de propriedades necessárias para a aplicação específica. Os métodos
empíricos tradicionais de introdução de novos materiais serão complementados cada vez mais pelas previsões teóricas num futuro
não tão distante. A simulação computacional é empregada em determinados casos em escala comercial, e espera-se o
desenvolvimento de ferramentas computacionais para avaliação das propriedades dos materiais em seu ambiente virtual. Permitirá
melhorar essas propriedades, bem como a sua previsão - mesmo antes da fabricação dos materiais, com a redução significativa dos
gastos e do tempo necessário para a sua investigação e implementação. Um progresso significativo foi feito na última década na área
de simulação de propriedades e processamento de materiais
Ciência computacional de materiais de engenharia; no entanto, a modelagem computacional se tornará em breve uma ferramenta indispensável na ciência e engenharia
de materiais. A estratégia computacional fornece a descrição de materiais do ponto de vista químico e físico em uma ampla escala
de dimensão e tempo, e a modelagem multiescala possibilita o uso de uma estrutura de simulação consistente dentro de toda
a faixa dessas escalas ou em suas prevalecentes. partes O desenvolvimento de novos materiais de engenharia no futuro e a
descoberta de novos fenômenos que decidem suas propriedades exigem o desenvolvimento, a introdução e a disseminação de
Técnicas analíticas avançadas novas e mais eficientes técnicas de pesquisa que tornem possível o exame de materiais em escala atômica, como a alta
resolução microscopia eletrônica de transmissão, microscopia de varredura por sonda, difração de raios X e nêutrons, além
de diversos tipos de espectroscopia, integradas aos computadores mais potentes, possibilitando a visualização rápida e a
comparação com modelos computacionais, incluindo também sua utilização na fabricação ( processos de síntese), onde podem ser
empregados para controle e manipulação de materiais nas escalas atômica e nanocristalina, bem como na microscopia de força
atômica. O objetivo das técnicas de fabricação e processamento do futuro é projetar os materiais de engenharia a partir do
complexo arranjos de átomos e partículas, com a mesma precisão e controle que é usado atualmente para os materiais semicondutores,
e incluindo, por exemplo, a conversão química
Síntese e processamento das unidades precursoras simples, prototipagem rápida dos componentes cerâmicos e metálicos usando a técnica de streaming,
sinterização por microondas , métodos de deposição de fases gasosas (CVD, PVD) para formação de filmes finos, infiltração de
compósitos, até as técnicas mais promissoras A capacidade de controlar, sintetizar e projetar materiais em escala nanométrica (10ÿ9
m) apresenta um dos principais direções de progresso para usar esses materiais para o desenvolvimento de suas novas
aplicações, redução de sucata e desperdício, bem como para otimização de propriedades em todos os principais grupos de materiais
de engenharia, incluindo,
Nanomateriais por exemplo, sistemas de administração de medicamentos de alta precisão, nanorrobôs, na microfabricação , nanoeletrônica,
telas moleculares ultrasseletivas e nanocompósitos para uso em aviões e outros veículos. Materiais inteligentes, diferentes de
outros materiais, são projetados de forma que reajam aos estímulos externos e melhorem suas propriedades, adaptando-se às
condições ambientais, aumentando a sua vida, poupando energia, ou modificando as condições para melhorar o
conforto humano, e também multiplicando-se autonomamente, reparando ou danificando - conforme necessário, reduzindo
Materiais inteligentes desperdícios e aumentando a eficiência; todo o trabalho nessa área é considerado especialmente vanguardista em seu caráter.
Graças a uma melhor compreensão do desenvolvimento de minerais e compósitos pelos organismos vivos, os materiais biomiméticos
tornam-se a área de rápido desenvolvimento da engenharia de materiais, permitindo copiar os processos biológicos e
materiais, tanto orgânicos e inorgânicos (por exemplo, fios de aranha sintéticos, chips de DNA, crescimento de cristais dentro das
caixas de vírus) e são fabricados cada vez com mais
Materiais biomiméticos precisão e eficiência, devido ao que sua utilidade melhora e novas possibilidades de seu uso se tornam aparentes (por
exemplo, auto- recurso de reparo, compósitos ultraduros e ultraleves para aviões), que exige a nova estratégia química Bering a
auto-organização com sua capacidade de partir dos materiais construídos hierarquicamente

Além disso, tendo em conta as necessidades actuais da
economia e a tendência universal para aumentar a
competitividade dos produtos, e tendo em consideração as
previsões relativas ao desenvolvimento futuro da civilização e à
procura conexa de materiais de engenharia, deve-se, de forma
consistente e coordenada, agir para economizar matérias-
primas, o que obviamente se reflete na prática do projeto de
engenharia e nos sucessivos processos de fabricação e
operação dos produtos.
A introdução de novos materiais e a melhoria das propriedades
dos materiais fabricados até agora exigem o desenvolvimento
e a implementação de novos métodos de síntese e
processamento. O critério básico de seleção desses processos
é a maximização da qualidade com a simultânea
minimização de custos. Os crescentes requisitos de qualidade
dos clientes impõem aos fabricantes uma abordagem pró-
qualidade.
A seleção adequada do material para a aplicação específica,
com base na otimização multicritério levando em consideração
sua composição química, condições de fabricação, condições
de síntese, condições de operação e o método de descarte de
resíduos de material em sua fase pós-serviço, bem como como
as questões dependentes do preço relacionadas com a obtenção
do material, a sua transformação em produto, o próprio produto,
e também os custos de eliminação dos resíduos e sucatas
industriais, bem como a modelação de todos os processos e
propriedades ligadas com materiais, apresentam os fundamentos
da ciência computacional de materiais em desenvolvimento dinâmico.
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Vários modelos são empregados na ciência computacional dos materiais,
dependendo da escala e também das possibilidades de uso do
modelagem de materiais de engenharia, sua síntese, estrutura,
propriedades e fenômenos. A verificação experimental permite verificar a
simulação computacional em diversas escalas e
usando os métodos de inteligência artificial, para empregar o
novos materiais e seus processos de fabricação.
Um determinante essencial dos processos de fabricação
desenvolvimento, tendo em conta as condições económicas e ecológicas,
no limiar do século XXI, é um
integração na área de design e fabricação avançados
dos produtos e bens de consumo atuais, decidindo a
melhoria da qualidade de vida e do bem-estar das sociedades,
que engloba o desenvolvimento de metodologia de design
e conectado a ele designs cada vez mais novos desenvolvidos
utilizando métodos de desenho assistido por computador (CAD), o
desenvolvimento de novas tecnologias e processos de fabrico,
de metodologia de design de tecnologia, organização de produção
contemporânea, gestão operacional e orientação para a qualidade
gerenciamento junto com a fabricação auxiliada por computador
(CAM), e também o desenvolvimento da engenharia de materiais
metodologia, o desenvolvimento de engenharia inteiramente nova
materiais com as propriedades funcionais cada vez melhores exigidas,
com valores pró-ecológicos e energia minimizada
consumo junto com o desenvolvimento do computador
ciência dos materiais baseada e metodologia de auxílio por computador
design de materiais (CAMD).
Como quase em todos os casos, mas não exclusivamente,
e suas propriedades decidem a viabilidade de fabricação do
produto e suas propriedades funcionais, ensinando engenharia de
materiais para estudantes e quadros de todas as especialidades de engenharia
campos é obrigatório. Por outro lado, o progresso na engenharia de
materiais é tão grande que nas áreas mais avançadas e
Nas áreas de vanguarda o período de meia obsolescência1 do
conhecimento detalhado não ultrapassa 2/3 anos. Alguém que
não está atualizado com o fato de que o progresso – depois de algum tempo – apenas
o conhecimento obsoleto e não é capaz de realizar qualquer atividade de
engenharia razoável sem o repetido e completo
estudos.
'
5. Resumo e´
A importância estratégica dos materiais de engenharia para o
o desenvolvimento futuro da civilização impõe requisitos essenciais nessa
área, e o curto período de meia obsolescência da
conhecimento em ciência de materiais, engenharia de materiais e
áreas de tecnologia de processamento de materiais exigem métodos metódicos e
estudos dinâmicos, bem como atividades de pesquisa e desenvolvimento,
juntamente com os esforços coordenados e sistemáticos
1 '
O período de meia obsolescência do conhecimento detalhado (conceito
introduzido por analogia ao período de meia vida radioativa) denota que após tal
período, cerca de 50% das informações detalhadas na área específica serão
substituído por informações novas e atualizadas, introduzidas em conexão com novos
descobertas tecnológicas e científicas.
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para atualizar o nível de conhecimento geral dos quadros de engenharia
de vários campos especiais para uma transferência rápida desse
conhecimento para a prática de projeto de engenharia de produto e
suas esferas de fabricação e uso. Pode-se indicar
aos determinantes básicos relacionados com essas áreas da ciência
ciência e tecnologia, indispensáveis para atingir o esperado
melhoria da qualidade de vida das sociedades contemporâneas:
• Dar às pessoas acesso a produtos e bens de consumo decidindo
diretamente o nível e a qualidade de vida, o intercâmbio de informações,
o nível de educação, a qualidade e o
potencial dos serviços de saúde e muitos outros aspectos do
ambiente em que vivemos, apresenta a missão profundamente
humanística que aguarda os círculos de engenheiros, em que
as questões materiais desempenham um papel importante e, portanto, decidem
diretamente possibilidades de desenvolvimento das sociedades.
• A otimização das propriedades funcionais dos materiais
utilizados em produtos e bens de consumo, melhorando a qualidade
de vida das sociedades, decide as principais tendências de desenvolvimento
da ciência e engenharia de materiais nas próximas décadas
do século XXI; pode-se citar entre eles a engenharia de materiais
ligada ao ajuste de materiais, começando pela sua composição
química, fases constituintes
e microestrutura para o conjunto de propriedades exigidas em produtos
finais, a ciência dos materiais baseada em computador como uma
ferramenta indispensável para a previsão das propriedades dos materiais
e processos tecnológicos que os influenciam, avançados
técnicas para fabricação de materiais de engenharia compostos por
padrões de átomos e partículas, e o desenvolvimento de nanomateriais,
bem como tecnologias inteligentes e biomiméticas
materiais.
• Somente o financiamento contínuo da pesquisa científica por
sociedades contemporâneas, e especialmente na área da ciência e
engenharia dos materiais, bem como criar condições vantajosas para
minimizar o intervalo de tempo entre
fazer as descobertas científicas e suas aplicações práticas, pode dar
uma chance para a introdução de tecnologias inovadoras
produtos e bens de consumo no futuro, garantindo a melhoria esperada
da qualidade de vida e da prosperidade
das sociedades, e só a convicção permanente das sociedades dos
vínculos entre a investigação básica actualmente
realizadas e prosperidade futura e elevada qualidade de vida
pode garantir a consecução desse objectivo.
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