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1. Introdução
O setor têxtil no Brasil produziu no ano de 2015 por volta de R$ 131 bilhões, isso equivale a
5,8% do valor total da indústria de transformação brasileira. Devido a isso 1,5 milhões de
empregos foram gerados equivalente a 17,8% do total de trabalhadores alocados na produção
industrial, mostrando que sua relevância vai além da parte econômica e tem também um forte
impacto social (SEBRAI, 2016). A figura 1 apresenta o cenário no estado do Rio Grande do
Norte:
Figura 01 – Números da Indústria Têxtil e Confeccionista do Rio Grande do Norte
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XL ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO
“Contribuições da Engenharia de Produção para a Gestão de Operações Energéticas Sustentáveis”
Foz do Iguaçu, Paraná, Brasil, 20 a 23 de outubro de 2020.
Assim, de acordo com a discursão feita até o momento, este trabalho se desenvolve em um
estudo de indicadores para gestão da produção a partir da seguinte problemática: que
indicadores de produtividade, qualidade e atendimento servem de parâmetro para garantir a
gestão da produção?
Diante do exposto, o objetivo deste trabalho é implementar indicadores de desempenho para
monitorar e controlar a produção de um setor em uma indústria têxtil.
2. Referencial teórico
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3. Metodologia
O presente artigo tem a natureza aplicada, por seu interesse prático, objetivos de pesquisa
exploratória visando garantir maior familiaridade com o problema. Tratando-se a forma de
abordar o problema classifica-se como quantitativa, tendo o estudo de caso como método
(SILVA E MENEZES, 2005). A figura 2 apresenta o percurso metodológico da pesquisa:
Figura 2 – Percurso Metodológico
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4. Estudo de caso
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A empresa na qual foi realizado esse estudo é um grupo nacional com mais de 70 anos no
mercado e atua com uma rede de varejo com 315 lojas, duas confecções, três centros de
distribuição (CD), uma transportadora, um shopping center, dois teatros, call center e uma
financeira. O estudo foi elaborado na confecção instalada na cidade de Natal no estado do Rio
Grande do norte.
Esse trabalho foi realizado no setor de customização da empresa, esse que é divido em
subsetores, são eles: Silk screen, bordado, sublimação, strass e transfer. E o subsetor onde foi
realizado o estudo é do silk screen, conforme apresentado na figura 3:
Figura 3 – Subsetores do setor de customização
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5. Resultados
Para a estruturação das dimensões dos indicadores de produtividade, qualidade e atendimento,
desenvolve-se um modelo de apresentação e organização dos indicadores. A figura 4 a seguir,
apresenta a organização e disposição dos indicadores de acordo com seus elementos:
Figura 4 – Disposição dos indicadores
A seguir explica-se quais indicadores estão sendo utilizados nesse trabalho e para isso será
exibido nos próximos tópicos com as seguintes informações: o nome do indicador, seu objetivo,
cálculo, qual foi a iniciativa para calculá-lo e de qual base dados foi retirado.
de quais
Somatório de
equipes estão
Produção por peças produzidas
acima do Controle gestão
turno e por por cada Produção
esperado e da produção
máquina máquina e em
quais estão
cada turno
necessitando
melhorias
Controle do Somatório de
Produção por Controle gestão
que cada turno peças produzidas Produção
turno da produção
está produzindo por cada turno
Somatório de
Produção por Controle de Controle gestão
peças produzidas Produção
recurso recurso da produção
por recurso
Somatório de
Comparativo de
Comparar a peças produzidas Controle gestão
produção entre Produção
produção em cada mês em da produção
2018 e 2019
2018 e 2019
Somatório de
Produção geral Controle de
peças produzidas Controle gestão
em peças por peças Produção
no setor em cada da produção
mês produzidas
mês
Fonte: Autores (2019)
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Qualidade
(Por turno) mais rápido e por turno no da qualidade
exato setor. (Em %)
Principais Somatório de
Abaixar a
defeitos peças rejeitadas Controlar gestão
porcentagem dos Qualidade
encontrados por por causa de um da qualidade
defeitos
mês problema.
Somatório de
Comparativo de Índices melhores
peças rejeitadas Controlar gestão
rejeição entre que o ano Qualidade
em cada mês de da qualidade
2018 e 2019 anterior
2018 e 2019
Fonte: Autores (2019)
O primeiro indicador do fator qualidade é o de “rejeição diária geral”, que tem como objetivo
melhorar os índices tendo um controle mais rápido e eficiente de suas rejeições. É calculado
pelo somatório de peças rejeitadas no setor.
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O indicador “rejeição diária por turno” é o segundo indicador a ser estudado no fator qualidade.
É semelhando ao indicador anterior, no entanto é estratificado por turno. “Principais defeitos
encontrados por mês” é o terceiro indicador. Tem como objetivo diminuir a quantidade de
defeitos por mês, sendo calculado pelo somatório de peças rejeitadas por defeito
O quarto e último indicador do fator qualidade é o “comparativo de rejeição entre 2018 e 2019”.
É pelo somatório de peças rejeitadas em 2018 e 2019. A seguir a figura 8 apresenta alguns
gráficos que compõem o dashboard dos indicadores de qualidade:
Figura 8 – Dashboard indicadores de qualidade
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Somatório de
Comparativo de
Índices melhores peças entregues Controle do
atendimento
que o ano em cada mês de nível de PCP
entre 2018 e
anterior 2018 e 2019 até atendimento
2019
deadline
Fonte: Autores (2019)
O primeiro indicador é a “entrega para o cliente” que tem como objetivo melhorar o atendendo
e abastecendo o nosso cliente. É calculado pelo somatório de peças entregue para o cliente. O
próximo indicador é a “média de entrega para o cliente”, que tem como objetivo controlar a
entrega de peças por mês. É calculado pelo somatório de peças entregue dividido pelos dias
trabalhados.
O último indicador de atendimento é o “comparativo de atendimento entre 2018 e 2019”, tem
como objetivo comparar o atendimento ao cliente no ano atual e no ano anterior. A seguir a
figura 10 apresenta alguns gráficos que compõem o dashboard dos indicadores de atendimento
ao cliente (interno):
Figura 10 – Indicadores de atendimento ao cliente (interno)
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5.2. Melhorias
Após a implementação destes indicadores desempenho em suas três dimensões para o controle
e monitoramento do processo produtivo do setor, verificou-se que a primeira melhoria se refere
a média de produção do setor no segundo semestre de 2019. A média no primeiro semestre,
antes da implementação foi de 38.251 peças, e a média do segundo semestre até o meio do mês
de novembro é de 46.798 peças, o que representa um aumento de 22% na média da produção
do setor, apresentados na figura 11:
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12,0% 11,2%
9,8%
10,0% 8,6%
8,2%
8,0%
6,2%
5,7% 5,7% 6,5%5,8% 5,5% 5,7%
6,0%
4,5% 4,2% 4,4%
3,9% 3,7%
4,0% 3,4% 3,2% 3,3% 3,0%
2,6%
2,0% 2,3%
3%
2,2%
1,9%
0,0%
-57,8% -61,4% -72,0% -65,3% -49,1% -24,4% -32,8% -52,7% -26,3% 37,5%-100,0% -40,2%
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99,0%
97,8% 97,4% 97,4%
98,0% 97,2% 97,1% 97,0%
97,0% 96,8%
97,0% 96,3% 96,6%
95,8% 96,1%
96,0% 95,9% 95,6%
96,0% 95,5% 95,3% 95,5%
95,3% 95,2%
95,0%
94,9% 94,5%
95,0% 94,1%
94,0%
93,0%
92,0%
2018 2019
4,0%
3,2%
3,0%
2%
2,0%
2,0% 1,7% 1,7%
1,4%
1%
0,8%
1,0% 0,5%
0,0%
-0,1%
-1,0%
-0,7%
Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho Julho
Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro Média
6. Considerações finais
Com o cenário de competitividade que o setor têxtil vive atualmente, o uso de indicadores de
desempenho como forma de controlar e monitorar a gestão da produção de uma empresa é um
aliado importante na melhoria dos processos e melhorias dos resultados das organizações.
Diante o exposto, foi decido por criar e implementar indicadores de desempenho no setor para
melhor gerir a produção e assim melhor o processo produtivo e resultados da empresa.
O objetivo desse trabalho foi alcançado com êxito, tendo em vista que a implementação dos
indicadores melhorou controle e o monitoramento da produção do setor. A implementação
desses indicadores pela empresa gerou resultados e melhorias no processo como apresentados
anteriormente. A metodologia aplicada neste trabalho foi fundamental importância para o
sucesso no resultado, estando alinhada com o objetivo proposto inicialmente.
Os resultados obtidos neste trabalho foram: aumento de 22% na média de produção no 2º
semestre de 2019 em relação ao 1º semestre do mesmo ano, a diminuição em 40% do índice de
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REFERÊNCIAS
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Laugeni, Fernando P. Administração da produção / Fernando P Laugeni, Petrônio Garcia Martins. – 3.ed. –
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Processos: princípios e práticas de impacto estratégico. 2º.ed. Porto Alegre: Bookman, 2013.
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