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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ

CENTRO DE TECNOLOGIA
DEPARTAMENTO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL: ESTRUTURAS
E CONSTRUÇÃO CIVIL

THACYLA MILENA PLÁCIDO NOGUEIRA

PLANEJAMENTO DE CAPACIDADE PRODUTIVA

FORTALEZA
2023
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1 REFERENCIAL TEÓRICO

1.1 Planejamento de Capacidade Produtiva

Toda organização é um sistema aberto em constante interação com o meio ambiente


(ANDION; FAVA, 2002). Essa interação é o que direciona as ações decisórias durante o
planejamento. O processo de planejamento da capacidade produtiva visa atender as demandas e
garantir o máximo de rentabilidade para a empresa (LIMA; OLIVEIRA, 2020).
As empresas sobrevivem atendendo as demandas do mercado a partir da transforma-
ção de insumos em bens e serviços (ANDION; FAVA, 2002). Daí a necessidade de conhecer e
quantificar as solicitações dos clientes, para que a organização, em seus processos internos, seja
capaz de otimizar sua produção. Grande parte do sucesso de uma empresa está relacionado a
capacidade de adaptação às mudanças no meio em que está inserida, principalmente quando se
antecipam à concorrência (ANDION; FAVA, 2002).
Planejar com base nas necessidades futuras da empresa é importante devido as
exigências dos processos decisórios, pois todo negócio precisa ser, de algum modo, flexível,
por estar suscetível a imprevistos (LIMA; OLIVEIRA, 2020). A imprevisibilidade da demanda
pode ocasionar atrasos nas entregas dos produtos, e isso é prejudicial à produção (SPOHR;
LOOS, 2018). Assim, percebe-se que a combinação entre demanda e capacidade produtiva está
diretamente relacionado ao planejamento da empresa (LIMA; OLIVEIRA, 2020).
O planejamento de capacidade deve se adaptar as necessidades da produção, e cabe
ao gerente de produção a responsabilidade de perceber as ações necessárias para essa adaptação
(CORRÊA; CORRÊA, 2006). As ferramentas do planejamento da empresa devem se ajustar à
sua realidade e às suas necessidades, dessa forma podem fortalecer a presença da organização no
mercado (ANDION; FAVA, 2002).
A capacidade produtiva é expandida visando a vantagem competitiva da empresa.
Uma análise do ambiente externo que retorna as oportunidades de expansão traduzidas nas previ-
sões de demandas para a organização, suporta as decisões de dimensionamento e investimento
econômico, operacional e tecnológico na capacidade produtiva (LIMA; OLIVEIRA, 2020). O
resultado das análises e dos investimentos são notáveis e podem ser destacados a otimização dos
processos, a satisfação dos clientes e consequentemente a competitividade da empresa (SPOHR;
LOOS, 2018).
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1.2 Gestão Estratégica de Capacidade

A gestão estratégica de capacidade pode ser aplicada em diversas áreas, contribuindo


das mais variadas formas para a melhoria contínua das análises dos processos e tomada de
decisão. Algumas aplicações abordadas são: o estudo de gerenciamento de leitos hospitalares,
buscando a redução das filas de esperas e fluxo de ocupação (SILVA et al., 2021); o estudo de
capacidade de fluxo das vias urbanas, com o objetivo de reduzir o tempo de viagem, considerando
o melhor percurso (HERNÁNDEZ et al., 2020); o dimensionamento da capacidade produtiva de
uma empresa que cultiva bananas, aplicando métodos estatísticos para evitar desequilíbrio entre
produção e demanda (LIMA; OLIVEIRA, 2020); a avaliação do impacto do tamanho de lotes
de produção na capacidade produtiva de uma indústria calçadista, visando sugerir mudanças no
processo para aumentar a produtividade (SPOHR; LOOS, 2018).
A gestão da capacidade produtiva é responsável por analisar as situações do meio,
quais os impactos que elas causarão na organização, e a partir disso tomar decisões de redução ou
expansão da produção (ANDION; FAVA, 2002). O processo pode seguir esses passos essenciais
(ANDION; FAVA, 2002; CORRÊA; CORRÊA, 2006):
– realizar análises internas e externas da organização;
– avaliar a capacidade atual de produção;
– realizar estudos de previsão das necessidades futuras de capacidade;
– comparar as diferentes formas de mudanças de capacidade, considerando os diferentes
prazos (curto, médio e longo);
– perceber as opções de modificação da demanda;
– elencar os impactos na operação causados pelas possíveis mudanças de capacidade;
– avaliar alternativas econômicas, operacionais e tecnológicas para enriquecer a capacidade
produtiva;
– selecionar, com viabilidade, as opções que aumentarão a capacidade produtiva da empresa.
O papel da gestão engloba o estudo da situação atual do mercado e suas tendências,
a análise dos dados históricos da empresa, as demandas presentes e futuras, sendo importante
ressaltar que não é apenas saber se a demanda está aumentando ou diminuindo, mas principal-
mente conhecer o quanto está muda, para que se tenha uma análise crítica sobre a capacidade
produtiva atual da empresa (LIMA; OLIVEIRA, 2020).
A capacidade produtiva de uma empresa pode sofrer alterações devido à demanda, já
que ela está diretamente relacionada ao planejamento, como já citado na seção 1.1. Porém, outra
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forma de promover a adequação da empresa durante o planejamento é modificando a demanda


para que se adeque à capacidade produtiva.
Uma estratégia utilizada para isso é o controle da capacidade máxima de produção,
concentrando os picos de demanda em determinados momentos. Algumas práticas utilizadas são
(CORRÊA; CORRÊA, 2006):
– promoções de preço;
– mudança temporária de foco e dos componentes do pacote de serviço;
– comunicação com os clientes;
– acesso virtual dos clientes ao serviço;
– sistemas de reservas;
É importante que a empresa tenha dedicação ao seu processo de planejamento e se
detenha com afinco à sua capacidade produtiva, pois o impacto estratégico dessa ação envolve
grandes somas de capital investido e, na maioria dos casos, uma necessidade de longo prazo para
implementação de possíveis mudanças (CORRÊA; CORRÊA, 2006).
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REFERÊNCIAS

ANDION, M. C.; FAVA, R. Planejamento estratégico. Coleção gestão empresarial, v. 2, n. 3, p.


27–38, 2002.

CORRÊA, H. L.; CORRÊA, C. A. Administração de Produção E Operações: Manufatura E


Serviços: Uma Abordagem Estratégica . [S. l.]: Editora Atlas SA, 2006. v. 2.

HERNÁNDEZ, L.; PONTES, M. R.; OLIVEIRA, M. C. de; VELÁZQUEZ, D. R. T. Apoio


à decisão multicritério na priorização de rotas para o transporte urbano. Revista Produção
Online, v. 20, n. 2, p. 398–421, 2020.

LIMA, J. de J.; OLIVEIRA, M. M. de. Modelagem da previsão de vendas de uma unidade


agrícola produtora de bananas em missão velha (ce). Revista Produção Online, v. 20, n. 3, p.
948–967, 2020.

SILVA, T. G. E.; SILVA, M. F. S. B. da; VIEIRA, L. C. N.; PIMENTEL, C. A.; MUSETTI, M. A.


Contribuições do kanban eletrônico e tradicional para a gerenciamento de leitos hospitalares.
Revista Produção Online, v. 21, n. 3, p. 818–836, 2021.

SPOHR, P.; LOOS, M. J. Impactos do tamanho do lote de produção na capacidade produtiva de


um recurso crítico de uma empresa calçadista. Exacta, v. 16, n. 4, p. 1–18, 2018.

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