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Planejamento de Demanda
RESUMO:
O processo do planejamento da demanda é muito complexo e exige dedicação das áreas
na construção, investimentos de tempo e dinheiro. Os impactos que os desvios nas
previsões de venda podem gerar são altos, pois envolvem o relacionamento com o cliente,
quando há ruptura de estoque, sobra de estoque, quando ocorre uma queda inesperada nas
vendas, entre outros. Existe uma alta dependência dos recursos humanos e o uso de
tecnologias pouco robustas para execução do processo de previsão. Este trabalho tem
como objetivo principal analisar e identificar os fatores críticos de sucesso no processo
de planejamento da demanda. Para tanto, será realizada uma revisão da literatura para o
desenvolvimento do referencial teórico que será utilizado para estruturar os fatores
críticos do objetivo deste trabalho. Por fim, espera-se também contribuir para a literatura
acadêmica e para a evolução das empresas quanto aos desafios da definição da demanda
do seu mercado.
No mercado crescente, competitivo e resiliente dos últimos anos, medidas que tornem
a empresa mais competitiva e eficiente vem ganhando grande foco. Além das tendências
de estratégias globais e visão mais ampla dos negócios, Borges (2006) afirma que o
gerenciamento e otimização da cadeia logística vem se tornando fatores essenciais para
atingimento do sucesso.
Nesse contexto, Block et al. (2017) mostra que a previsão de demanda tem papel
importante, pois permite uma projeção futura aos gerenciamentos da cadeia, que resulta
em diversos fatores: programação prévia da produção, medidas e ações necessárias para
que o processo seja otimizado, gestão de estoque e da capacidade produtiva, entre outros
fatores. Segundo Lustosa et al (2008), realizar a previsibilidade de demanda consiste
numa etapa crítica do processo, pois afeta todos os níveis da organização e praticamente
todas as etapas de processos, permitindo com isso, planejamento de médio e/ou de longo
prazo para a organização.
Segundo Maciel e Ventura (2018), uma previsão de demanda com baixa acurácia pode
impactar as camadas da cadeia de suprimentos gerando diversos problemas. A previsão
auxilia na identificação de erros com antecedência para que possa ser planejada uma
solução que tenha o menor impacto possível. Ou seja, o relacionamento falho entre
planejamento de demanda e cadeia de suprimentos pode impactar diretamente vários
indicadores das empresas e trazer prejuízos consideráveis.
Tomando isso em consideração, devido à suma importância da previsão de demanda
na cadeia e no processo, foi definido o objetivo da pesquisa de analisar e identificar os
fatores críticos de sucesso no processo de planejamento da demanda. Espera-se que as
considerações encontradas possam servir como exemplo na literatura acadêmica e para a
evolução das empresas quanto aos desafios da definição da demanda do seu mercado.
2. REFERENCIAL TEÓRICO
2.1. Métodos de Previsão de Demanda
Realizar previsão de demanda requer uma análise racional que coleta informações
relacionadas às vendas futuras relacionadas a um produto ou a conjunto de produtos,
conforme Moreira (2009).
As metodologias de previsão de demanda são ferramentas utilizadas pelas empresas,
de maneira que esses modelos tragam para elas, acuracidade nos resultados. Os métodos
de previsão de demanda, conforme Moreira (1998), são normalmente classificados em
quantitativos e qualitativos que, conforme Tubino (2000), os métodos qualitativos estão
relacionados aos dados subjetivos de vendas, sendo que os qualitativos estão relacionados
a informações de históricos. Na Figura 1 temos a ilustração dos métodos de previsão de
demanda mais comuns, apresentados por Lustosa et al. (2008).
Há, portanto, vários métodos que podem ser usados para se ter uma previsibilidade de
demanda e o processo de selecionar e sua respectiva aplicação, está dividido em 5 etapas,
de acordo com Tubino (2009), que são:
● Objetivo do modelo: tem como objetivo identificar as causas que apontaram para a
necessidade de se ter uma previsibilidade de demanda;
● Coleta e Avaliação de Dados: levantamento de todos os dados e informações
históricos;
● Seleção da Técnica de Previsibilidade: baseado nos dados e informações históricos,
define-se por um método a ser utilizado;
● Obtenção de Previsões: com o método definido, pode-se fazer previsões futuras de
médio e/ou de longo prazo;
● Monitoração do Modelo: faz-se um acompanhamento contínuo da demanda prevista
versus demanda real e para os devidos ajustes.
Com base em tudo o que foi observado, o principal desafio da gestão da demanda se
trata de reduzir ineficiências e diminuir ou eliminar a amplificação da demanda ao longo
da cadeia de suprimentos, de forma que se otimize o uso dos recursos utilizados nos
diferentes níveis do processo. (Melo e Alcântra, 2012).
Figura 4 - Fatores de Sucesso do Sales and Operation Planning (S&OP). Fonte: Lapide, 2004.
Lapide (2004) acrescenta detalhes sobre todos os fatores de sucesso. Para ele as
reuniões de rotina de S&OP são chaves e muitas empresas evoluíram para realizá-las
mensalmente. Elas podem ser organizadas por três tipos de reuniões: a primeira tem o
foco no plano de demanda irrestrito, a segunda é para estabelecer uma versão ou um plano
bruto de abastecimento e um plano de demanda restrita e a última para ajustar e finalizar
o alinhamento dos planos de oferta e demanda.
As agendas das reuniões do S&OP precisam ser estruturadas para ter tempo suficiente
de revisar sobre as variações dos planos anteriores, discutir sobre o alinhamento e
necessidade das áreas de marketing, vendas e operações e, por fim, realizar o fechamento
de um “número único” a ser divulgado. O pré-trabalho influencia diretamente no
comprimento do tempo e qualidade das reuniões do S&OP. Por isso, todos os fatores que
interferem no plano de demanda devem ser incorporados antes das agendas definidas.
Exemplos disso podem ser a introdução de novos produtos, promoções, ações de venda,
capacidades e limitações de estoque.
O processo S&OP é multifuncional, ou seja, envolve responsáveis por diversas áreas,
como: planejamento da demanda, vendas, atendimento dos clientes, marketing, fábrica,
logística, suprimentos e financeiro. Cada membro das áreas precisa ter uma participação
ativa durante as reuniões, tomando decisões sobre os planos operacionais e as previsões
discutidas. Além disso, o encarregado pela moderação das reuniões e pela garantia em
tempo hábil da execução do processo pré e pós S&OP deve ser imparcial e garantir que
o consenso seja realizado de forma disciplinada.
A colaboração interna é fundamental para a obtenção do consenso, assim o processo
de S&OP precisa ser configurado para permitir que todos os participantes possam
fornecer facilmente feedback sobre a mesma base dos planos de trabalho em andamento.
O plano de demanda inicial deve ser irrestrito, contemplar os impactos futuros e 100%
baseado em fatos. Para garantir este último aspecto, a previsão de base é mais
frequentemente desenvolvida usando estatísticas e métodos de previsão.
Para garantir que o plano não seja limitado pela capacidade operacional, é importante
ter os planos de marketing e vendas como planos preliminares que serão revisados durante
as reuniões S&OP. Assim, os planos finais em relação à demanda e capacidade são
desenvolvidos simultaneamente. Acrescenta-se que para melhorar o resultado dos planos
é importante medir a acuracidade das previsões de demanda. Além disso, pode-se incluir
outras métricas como variação em relação às previsões básicas e os orçamentos, bem
como a adesão a planos de vendas, marketing e operações, que também devem ser
rastreados ao longo do tempo.
O apoio da tecnologia para o S&OP citado por Lápide (2004) tem relação direta com
a situação-problema deste trabalho. O autor ressalta que existe um grande problema no
processo de S&OP para definição da demanda, pois eles são suportados por uma
infinidade de planilhas que não estão sincronizadas. Dessa forma, as empresas tendem a
resolver isso implementando um software de previsão de previsão ou planejamento de
demanda. O autor ressalta que o software precisa ser integrado com esses tipos de procura
por pacotes de demanda, assim como algum tipo que é usado para reunir as visões da
oferta e demanda necessária para apoiar os encontros do S&OP.
Por fim, o último fator que Lapide (2004) cita são os inputs externos necessários para
o sucesso do S&OP, os quais são: dados internos de oferta e demanda, pedidos dos
clientes, remessas, estoques disponíveis e capacidades das plantas. Recentemente,
algumas empresas líderes começaram a utilizar as ferramentas de Vendor Managed
Inventories (VMI), Collaborative Planning, Forecasting, and Replenishment (CPFR) e o
Pointof-Sale (POS) para ter visibilidade dos inventários dos fornecedores, planejamento
colaborativo entre os diferentes participantes da cadeia e o compartilhamento de dados,
respectivamente.
2.4. Tecnologia: Sistemas e Implantação
2.4.1. Implantação
Arozo (2003) apresenta uma pesquisa realizada pelo Instituto de Logística e Supply
Chain (ILOS) com objetivo de analisar os processos de implantação de softwares de SCM
no Brasil e identificar os aspectos que podem auxiliar ou não no êxito destas
implantações. A pesquisa foi realizada em 62 empresas, sendo que destas apenas 13
possuíam pelo menos algum sistema de SCM, as quais foram o foco para análise dos
resultados.
Um dos resultados obtidos na pesquisa foi a relação dos principais critérios para a
escolha do fornecedor do software. A Figura 5 apresenta a compilação dos cinco
principais critérios pontuados na pesquisa, indicando a importância atribuída para cada
critério de escolha:
3. METODOLOGIA
Este trabalho utiliza a revisão bibliográfica para realizar uma pesquisa de caráter
exploratório para maior compreensão sobre o processo de planejamento de demanda. Para
isso, foi realizada uma procura dos artigos no banco de dados do Scopus, da Scielo e em
outros meios eletrônicos com foco em previsão de demanda.
Na etapa da pesquisa bibliográfica foram selecionadas as palavras-chave em inglês e
português para a busca nos bancos de dados, que podem ser identificadas como: “Sales
and Operation Planning”, “Demand Planning”, “Technology”, “Systems of Demand
Planning”. Por fim, após a leitura dos resumos foram selecionados 26 artigos e
documentos cujos temas são o foco principal do objetivo deste presente trabalho.
Por último, após a leitura completa dos artigos e documentos, foi realizada a análise
dos dados e identificados os fatores críticos de sucesso através das categorias classificadas
dentro do processo de planejamento de demanda.
4. RESULTADOS
5. CONCLUSÃO
6. REFERÊNCIAS
CHRISTOPHER, M.; TOWILL, D. R. Supply chain migration from lean and functional
to agile and customized. Supply Chain Management: An International Journal, v. 5, n. 4,
2000.
FISHER, M. L. What is the right supply chain for your product? Harvard Business
Review, 75 (2), 1997.
LAPIDE, L. Sales And Operations Planning Part II: Enabling Technology. The Journal
of Business Forecasting, New York, 2004-2005. Disponível em:
<https://ibf.org/knowledge/jbf-articles/sales-and-operations-planning-part-ii-enabling-
technology-678>. Acesso em: 09 abr. 2022.
TUBINO, D.F . Planejamento e controle da produção. Ed. Atlas. São Paulo, 2000.