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A Gestão dos Processos de Produção e as Parcerias Globais para o Desenvolvimento Sustentável dos Sistemas Produtivos
Salvador, BA, Brasil, 08 a 11 de outubro de 2013.
1 Introdução
Essa pesquisa tem como objetivo construir um projeto de fábrica de sistema produtivo sob
encomenda, testar a viabilidade operacional a partir de uma simulação e analisar a viabilidade
econômica para tomada de decisão de investimento.
O que justifica a pesquisa é o interesse em projetar e analisar sistemas complexos formados
por diversas especificidades encontradas em modelos reais, bem como a utilização de
ferramentas teóricas para auxilio das tomadas de decisões como de expansão.
Durante a pesquisa os dados foram levantados e analisados conforme teorias referentes ao
processo produtivo sob encomenda. A delimitação da coleta de dados foi direcionada por dois
métodos de análise: a viabilidade operacional e a viabilidade econômica do projeto.
Para tanto, baseou-se na expansão de uma empresa de acabamento de vinil para piscinas, que
foi utilizada como referência para a construção de um projeto de filial. Atualmente, a empresa
estudada, localizada em Ribeirão Preto, estado de São Paulo, tem dificuldades em atender o
mercado consumidor distante dos polos industriais do setor em decorrência dos retrabalhos
característicos do produto, conforme informações cedidas pela empresa. Em função da
transição da fase de implantação para a fase de crescimento, a matriz, com três anos de
funcionamento, ainda está estruturada com uma capacidade produtiva mínima e demanda com
alta taxa de crescimento.
É este contexto que suporta a elaboração de um projeto de expansão, visto que, a medida que
a demanda apresenta um padrão de crescimento, a empresa necessitará acrescentar alguma
capacidade àquela já existente, mas como esse acréscimo não se dá de forma continua, ele
acontecerá “aos saltos” (MOREIRA, 1999).
Espera-se que os dados coletados e suas análises sustentem a ideia de expansão em um novo
local, já que o projeto visa melhorar a posição competitiva da indústria, auxiliar no
atendimento do aumento da demanda e melhorar o atendimento para um mercado consumidor
distante dos polos empresariais do setor. Conforme Woiler e Washington (1996, p.27), “[...]
projeto é o conjunto de informações internas e/ou externas a empresa, coletadas e processadas
com o objetivo de analisar-se (e, eventualmente, implantar-se) uma decisão de investimento”.
Quando surge a ideia ou a oportunidade de investir, começa o processo de coleta e
processamento da informação que devidamente analisadas, permitirão testar a sua viabilidade
(WOILER; WASHINGTON, 1996). Essa pesquisa será estruturada a partir de definições de
etapas utilizadas para estudo desse caso específico.
A contribuição científica dessa pesquisa é a apresentação de ferramentas que deem suporte
aos gestores no processo de tomada de decisões. Além disso, há a possibilidade de confrontar
dados reais com teorias, a partir de uma abordagem que auxilia as empresas a projetar
qualquer ideia antes do processo decisório.
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Figura 3 – Comportamento de alguns fatores importantes em função da estratégia de resposta à demanda dos
sistemas de produção
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Esses dados iniciais foram fundamentais para iniciar a simulação do processo e a análise de
viabilidade econômica do projeto de expansão. A partir dessa etapa foi necessário determinar
as ferramentas utilizadas para definição dos dados utilizados nas ferramentas de análise.
O levantamento necessário do investimento inicial do projeto utilizado na análise de
viabilidade econômica foi determinado a partir de um estudo de localização, que conforme
Moreira (1999), Slack, Chambers e Johnston (2008), ainda que parcialmente, a localização
determina os custos de capital e de operação de uma empresa.
Como afirmou Kon (1994) para definir a localização foi necessário passar por duas etapas
distintas que observam aspectos da macrolocalização e da microlocalização. A
macrolocalização foi determinada através do método de ponderação de fatores que é definido
por Slack, Chambers e Jonhston (2008). A microlocalização que definiu o local da filial em
Linhares foi realizada a partir de análises de cidades industriais do estado do Espírito Santo,
como o privilégio de logística, a formação de mão de obra qualificada e os valores de
investimento. Foi com essa ferramenta que definiu-se o valor investido em terreno utilizado
da determinação do investimento do projeto.
Há pelo menos uma grande e importante base comum a todo planejamento, que é a previsão
de demanda. É necessário saber quanto à empresa planeja vender de seus produtos ou serviços
futuros, pois essa expectativa é o ponto de partida, direto ou indireto, para praticamente todas
as decisões (MOREIRA, 1999).
Como o problema principal é a complexidade do sistema produtivo pela falta de padronização
do produto e do processo, a definição da demanda foi realizada conforme um dos requisitos
levantados por Slack, Chambers e Johnston (2008), de ser expressa em termos úteis para o
planejamento e controle de capacidade, por não conseguir determinar uma demanda exata,
pois os produtos são concebidos em estreita ligação com a necessidade específica do cliente e
suas especificações impõem uma organização dedicada ao projeto (SILVA, 2002).
Devido aos eventos citados, à fabricação em baixo volume e sob especificação do cliente, a
demanda da filial será semelhante à capacidade da matriz, já que sua capacidade era mínima
por estar passando por uma fase de transição da implantação para a fase de crescimento. Esses
dados foram coletados a partir da cronometragem da capacidade de cada processo utilizando a
produção em metro quadrado na viabilidade econômica, o tempo de ciclo em unidades como
demanda na simulação e os tempos de tolerância que definiu os tempos de paradas na
simulação.
Outras informações levantadas por Martins e Laugeni (2005) como sequência de operações e
de montagem, espaço necessário para cada equipamento, incluindo espaço para
movimentação do operador, estoques e manutenção, e informações sobre recebimento,
expedição, estocagem de matérias-primas e produtos acabados puderam ser encontradas na
determinação do layout. A sequência lógica para a construção do layout foi: seleção do tipo
de processo e determinação do arranjo físico conforme classificação de Slack, Chambers e
Johnston (2008), construção de um fluxograma conforme os métodos listados por Monks
(1987), utilização dos templates para chegar a uma melhor qualidade de projeto do layout e
também da simulação como levantado por Camarotto (2006), e para finalizar foi construído a
planta final a partir dos encaixes dos templates por meio do programa AutoCad. A planta final
em escala foi a base do método de análise com a simulação dos processos, ela interfere
diretamente nos resultados, pois os tempos de transporte de material e de recursos também
foram simulados.
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4 Métodos de análises
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Podemos comparar que sem desperdício tínhamos um pay-back de 3 anos e 11 mês e a TIR de
46% a.a., com o desperdício, muitas vezes não contabilizado, o pay-back mudou para 5 anos e
8 meses, com uma TIR de 28% a.a., provando que o projeto é muito sensível a mudanças.
Mas comparando ao TMA de 16% a.a. mesmo com esse desperdício é um investimento com
um bom retorno esperado.
A TIR sem e com o desperdício é satisfatória, já que o VPL com TMA resultou em um valor
positivo. Mesmo o projeto sendo viável, a sensibilidade do projeto resulta em um risco alto
para investimento. Portanto, essa análise atenta tanto para a viabilidade quanto para a
sensibilidade do projeto, assim a TIR de 28% a.a. deve levar a uma tomada de decisão mais
complicada pelo risco do projeto.
5. Considerações finais
A partir da elaboração dessa pesquisa foi possível perceber que empresas com processos
produtivos sob encomenda apresentam características específicas. Essas características
impactaram o levantamento das possíveis dificuldades encontradas nesse estudo, para
confrontar a teoria com a realidade.
Na construção do projeto de expansão destaca-se a importância do uso de ferramentas
científicas para suportar as escolhas, como por exemplo: a tabela de ponderação de fatores
para definição da localização; a cronoanálise para provar a capacidade da estrutura de atender
a demanda; e o estudo de arranjo físico, utilizado na elaboração do layout, além das duas
ferramentas utilizadas como método de análise de projeto.
Com os resultados da simulação e da viabilidade econômica provou-se a expectativa de
expansão da empresa, por meio dos resultados satisfatórios. Mas essa pesquisa não se dá por
encerrada visto que há a possibilidade de simular outras tomadas de decisões por meio dessas
ferramentas.
REFERÊNCIAS
CAMAROTTO, J. A. Projeto de unidades produtivas: apostila. São Carlos, 2006. Disponível em:
<http://www.simucad.dep.ufscar.br/Proj_Unid_Produtivas_2009/apostila_projeto_fabrica.pdf>. Acesso em: 11
set. 2012.
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MARTINS, G. P.; LAUGENI, F. P. Administração da produção. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2005.
MONKS, J. G. Administração da produção. Tradução de Lauro Santos Blandy. São Paulo: McGraw-Hill,
1987. Título original: Theory and Problems of Operations Management.
PEREIRA, W. A.; ALMEIDA, L. S. Método manual para cálculo da taxa interna de retorno. Disponível em:
<http://www.faculdadeobjetivo.com.br/arquivos/MetodoManual.pdf>. Acesso em: 11 out. 2011.
SLACK, N.; CHAMBERS, S.; JOHNSTON, R. Administração da produção. Tradução de Maria Teresa
Corrêa de Oliveira, Fábio Alher. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2008. Título original: Operations Management.
TUBINO, F. T. Planejamento e controle da produção: teoria e prática. São Paulo: Atlas, 2007.
WOILER, S.; WASHINGTON F. M. Projetos: planejamento, elaboração e análise. São Paulo: Atlas, 1996
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