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1. Introdução
É notório que as empresas buscam se manter competitivas através de novas técnicas que
possam ser incorporadas no seu sistema produtivo, pelo fato de existir um novo modelo
organização, em função da flexibilidade do mercado e da segmentação dos negócios
(SANTOS, 2003).
Neste contexto, a produção enxuta auxilia as organizações tonando as verdadeiramente
competitivas, pois o Sistema Toyota de Produção - STP oferece ferramentas que organizam a
produção, bem como utilizando trabalhadores com várias habilidades e máquinas altamente
flexíveis para produzir grandes volumes de produtos com uma enorme variedade
(ANUNCIAÇÃO, 2013).
Portanto, o STP e suas principais ferramentas se tornaram o tema central desta pesquisa, que
buscou verificar nas indústrias do ramo de máquinas agrícolas quais as ferramentas do desta
filosofia são mais utilizadas e as razões para tal conduta.
2. Fundamentação teórica
Neste item serão tratados os aspectos teóricos relativos aos seguintes assuntos: gestão da
produção, sistema de produção enxuta, sistema Toyota de produção, assim como ferramentas
de produção enxuta.
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2.2.1 Ferramentas 5s
De acordo com Bussanello (2013, p. 16), o programa consolidado no Japão a partir da década
de 50 e provém de palavras em japonês que começam com “S”: Seiri, Seiton, Seisou, Seiketsu
e Shitsuke.
Seiri é organização, ou seja, eliminar o que não precisa (MASIERO, 2007). Seiton consiste na
organização como planejamento do dia de trabalho (BUSSANELLO, 2013, p. 16), Shitsuke
trata da disciplina dos processos desenvolvidos (MASIERO, 2007). Seiketsu são
características de higiene, saúde e integridade (SANTOS, 2003). Já Seisô visa manter um
ambiente livre de sujeiras, e se possível eliminar o que causa a sujeira. Manter o ambiente
limpo e agradável (CARVALHO, 2012).
De acordo com Oliani et al. (2006 p. 6), “as etapas direcionadas de implantação do programa
5Ss são as seguintes: sensibilização dos Gestores; sensibilização dos Funcionários;
implantação do Programa; viabilização de Novas Edições do Programa”.
Implantar a ferramenta 5S de acordo com Busanello (2011, p. 19) “implica no melhoramento
contínuo, criando novas atitudes do homem com o ambiente de trabalho, que são necessárias
para realizar serviços de qualidade superior”.
2.2.2 Kanban
Para Moreira (2008, p. 27) “representa um sistema logístico de puxar para o controle da
produção e a movimentação de material em processo”.
O sistema pode funcionar do seguinte modo, conforme Rossetti et al. (2008, p. 3),
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O sistema Kanban utiliza cartões para que a produção possa perceber que precisa movimentar
o material dentro da empresa, e essa sinalização pode ser um cartão, uma luz ou um sinal
(MOREIRA ,2008). O objetivo segundo Santos (2003, p. 39) “é de só produzir aquilo que está
sendo demandado evita tanto o acúmulo de peças trabalhadas entre os postos de trabalho,
quanto à formação de estoques de produtos finais indesejados”.
2.2.3 Poka-yoke
Essa inovação essencial ao sistema de produção enxuta ocorreu fora da Toyota, mas foi por
ela utilizada com sucesso. Conforme Costa Filho (2011) trata-se de um detector de defeito
especifico no processo.
2.2.5 Kaizen
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De acordo com Costa Filho (2011, p. 44) consiste em “melhorias simples feitas pelos
funcionários de linha de frente, direcionados a certas ocasiões onde haja perdas no processo”.
Quando falasse em Kaizen, o que está no foco não são o tamanho nem o impacto de uma
melhoria, a ideia é construir a qualidade passo a passo, sem parar ou andar para trás” (LELIS,
2012, p. 144). Para Sharma e Moody (2003), o Kaizen tem melhorias rápidas e improvisadas e
continuas, que tem grandes resultados que auxilia quem administra a empresa.
Na primavera de 1950, um jovem japonês, Eiji Toyoda, saiu para uma peregrinação
de três meses até a fábrica Rouge da Ford, em Detroit. Na verdade, a viagem
representava a segunda peregrinação da família, pois o tio Eiji, kiichiro, havia
visitado a Ford em 1929.
A estratégia que a Toyota adotou foi “adequar seu sistema de produção ao perfil do mercado e
que pudesse usar de forma eficiente os recursos existentes, já que este sistema deveria ser e
economicamente viável e com uma linha de produtos diversificada” (FLEURY et al.,1997, p.
80).
Para competir com a indústria americana a empresa teve que projetar um novo sistema, este
qual, segundo Gomes (2001), ocorreu no decorrer de mais de vinte anos. Womack et al.
(2004) destaca que as primeiras ideias foram desenvolver equipes e alocar líderes em vez de
supervisores, onde foram divididas as ocupações de cada equipe; e no segundo passo foram
atribuídos tarefas de limpeza e grupos de melhorias.
Barreto (2012, p. 7) destaca que “o sistema Toyota de produção influência a cultura dos seus
colaboradores no ambiente organizacional através de valores, conhecimento e procedimentos
comuns”. O autor segue afirmando que
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o modelo Toyota tem a ver com conhecimento tácito, não com conhecimento de
procedimentos explícitos. Conhecimento “tácito” é o tipo de aprendizagem obtida a
partir da experiência e da reflexão, não com a leitura de uma receita. Inclui know-
how e uma filosofia de melhoria contínua aprendida na prática com um instrutor que
já se desenvolveu através do trabalho árduo e da experiência (BARRETO, 2012, p.
9).
Embora outras empresas japonesas foram influenciadas pela Toyota nenhuma delas porém
investiu tanto em desenvolvimento e refinamento da organização para a aprendizagem e
inovação (FLEURY, et al., 1997). Hoje, segundo Teixeira (2007, p. 90), “além de
revolucionar a indústria, a Toyota ultrapassa a General Motors como a maior montadora de
carros do planeta”. E isso ocorre pelo uso de técnicas e ferramentas que auxiliam nos seus
processos.
3. Procedimentos metodológicos
O presente estudo objetiva identificar quais as ferramentas utilizadas do STP nas indústrias de
máquinas e implementos agrícolas da região Fronteira Noroeste do Rio Grande do Sul,
especificamente as que estão neste ramo a mais de cinco anos. Foi pesquisado o total de
dezoito empresas onde 94% responderam à pesquisa.
Quanto aos objetivos (GIL, 2002) ou fins (VERGARA, 2004), a pesquisa se classificou como
descritiva e exploratória. Já quanto aos meios (VERGARA, 2004) ou procedimentos técnicos
(GIL, 2002), classificou-se como bibliográfica e documental, porque se tratou de um estudo
sistematizado. Também será uma pesquisa de campo porque coletará dados primários das
organizações em estudo.
Classificou-se também como de levantamento (ou survey), onde este tipo de pesquisa, na
concepção de Gil (2002) coletada dados primários via sondagem de opinião sobre o problema,
e pode ocorrer através de entrevistas em formulários, geralmente fechadas. Os questionários
foram elaborados através da ferramenta Google Forms, tabuladas junto ao MS Excel.
Por fim, ressalta-se que a pesquisa teve um viés qualitativo, uma vez que se buscou respostas
que não podiam ser tratadas de maneira numérica, enquanto que os dados foram tratados de
maneira quantitativa, a fim de quantificar os percentuais de cada resultado encontrado.
4. Resultados e discussões
Para que a pesquisa pudesse alcançar êxito, os respondentes necessariamente precisariam
conhecer as ferramentas do STP. Portanto, observou-se que 11,76% não conhecem as
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ferramentas STP, 58,82% conhecem 29,41% conhecem um pouco. Todavia a maioria dos
respondentes conhecem as ferramentas do sistema.
Quanto às características de utilização das ferramentas STP, os respondentes foram indagados
sobre a utilização das ferramentas STP por parte empresas pesquisada e quais as ferramentas
são utilizadas, sendo que 66,67% das empresas pesquisadas utilizam as ferramentas STP em
seu processo produtivo, o que demonstra a importância destas ferramentas nas empresas da
região Fronteira Noroeste, somente 33,33% não utilizam nenhuma das ferramentas. No que
tange as ferramentas utilizadas pode ser visualizado no Gráfico 1.
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Das empresas pesquisadas, 70% concedem treinamento quanto ao uso das ferramentas STP
quando necessário, empatados em 10% cada uma, ficaram os itens a cada final de ano e a cada
6 meses. E 30% uma única vez, somente na implantação das ferramentas.
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Observa-se através do Gráfico 3, que as palestras são as técnicas de treinamentos mais usadas
pelas empresas com um percentual de 60%. Os manuais são a segunda forma de treinamento
mais empregada com 40% de uso, dinâmicas em grupo 30% e cursos E apenas 10%. E 30%
não utilizam nenhumas das opções. Monteiro et al. (2011 p. 2) destaca que a “aprendizagem
organizacional mostrou-se uma vantagem competitiva que as empresas precisavam ao
possibilitar meios capazes de difundir o conhecimento para a solução de problemas”.
Portanto, a implantação é uma das partes mais importantes para o sucesso das ferramentas
STP, porém, no decorrer desta implantação podem ocorrer fatores que poderão dificultar o
andamento dos trabalhos. O Gráfico 4 explana o custo e seu nível de dificuldade no que tange
a implantação das ferramentas STP.
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Para a maioria das empresas pesquisadas, o custo não dificulta a implantação das ferramentas.
Como ilustra o Gráfico 4, 50% das empresas respondeu que ele não dificulta a implantação
das ferramentas do Sistema Toyota de Produção, em contrapartida 40% acha que o custo tem
um nível médio de dificuldade e apenas 10% acham que o custo dificulta muito. Todavia a
filosofia STP em sua maioria não tem um custo elevado de implantação e algumas podem ser
implantadas pelos próprios colaboradores como no caso o 5S e o Kaizen.
O Gráfico 5 demostra a pesquisa em relação ao tempo que precisa ser utilizado para
implantação.
Das empresas respondentes 40% acham que o tempo dificulta a implantação, isto se dá porque
o processo de implantação ocorre juntamente com os outros processos da empresa, o que faz
com que o tempo de término da implantação precise ser o mais rápido para que os outros
processos possam ter andamento exclusivo empatados em 20% estão o nível médio de
dificuldade e que não dificulta, e em um percentual de 10% estão dificulta muito e dificulta
pouco. O Gráfico 6 ilustra a pesquisa quanto à resistência a mudança.
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O Gráfico 6 nos ilustra o item resistência às mudanças que ficou com um percentual de 50%
no item dificulta muito, 40% dificulta e nível médio de dificuldade 10%.
Ainda, entre as empresas respondentes, 60% afirmaram que a falta de conhecimento técnico
dificulta a implantação das ferramentas, 30% responderam que este aspecto dificulta muito e
10% acreditam que dificulta em um nível médio.
A infraestrutura que a empresa apresenta pode ter relação com o sucesso ou com o fracasso da
implantação, sendo que, para os entrevistados, a infraestrutura traz um nível médio de
dificuldade, com um percentual de 40%. Todavia, a infraestrutura pode alterar até como os
funcionários irão visualizar a implantação, pois a empresa precisa dar suporte em todos os
sentidos para que a estrutura da empresa possa estar no patamar das técnicas do STP, trazendo
melhoria para a empresa.
5. Considerações finais
Considera-se que a presente pesquisa atingiu o objetivo geral que era identificar junto às
indústrias de máquinas agrícolas do município de Santa Rosa, quais as ferramentas do
Sistema Toyota de produção eram mais utilizadas. É notória a busca das organizações da
região Fronteira Noroeste por vantagens competitivas, e isto se nota pela quantidade de
ferramentas que são utilizadas pelas empresas nos seu sistema produtivo.
De maneira pontual observa-se através da pesquisa que as ferramentas estão inseridas nas
empresas da região Fronteira Noroeste há pouco tempo em sua maioria, e cada empresa tem
uma ou mais ferramentas do STP no status quo, adaptando-se a sua realidade organizacional e
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necessidades. A ferramenta mais difusa nestas empresas é a 5S, que também é uma das mais
conhecidas pelos respondente, possivelmente ligado ao fato de não ter alto custo de
implantação nem de acompanhamento.
Outro fator importante que foi diagnosticado é que ao implantar estas ferramentas em seu
sistema produtivo as empresas se deparam com algumas dificuldades, como a falta de
conhecimento técnico das ferramentas STP e a resistência a mudanças. São problemas que
precisam ser enfrentados pelas empresas da região Fronteira Noroeste a fim de desfrutar dos
benefícios das filosofias Lean.
O estudo ainda comprovou que as ferramentas do STP funcionam no setor industrial de
máquinas e implementos agrícolas pesquisados, beneficiando as empresas em: melhoria na
produtividade, aumento da qualidade nos processos, garantia de maior lucratividade, redução
dos custos com estoque, melhoria contínua, maior desempenho operacional, melhoria da
organização dos postos de trabalho, uniformidade dos processos, detecção rápida de defeitos,
estímulo à comunicação, redução das quantidades de inspeção nos lotes produtivos.
Como todo estudo a presente pesquisa teve algumas limitações como, a dificuldade em
conseguir que as empresas respondessem a pesquisa, e consequentemente a negativa de
algumas quanto a respondê-la.
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