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1.

Diagrama de Contatos

1.

Introdução

Uma diagrama de contatos é a representação gráfica da


linguagem do CP usada para implementar o controle de sistemas
eletromecânicos. Um CP seqüência a ativação dos dispositivos
da saída conectados, baseado no estado ligado/desligado dos
dispositivos de entrada conectados. As seqüências são
chamadas de programa na linguagem que o CP entende, e entra
com ela na memória de programa.

2.

Símbolos de Diagramas de Comandos

Os símbolos são usados em todos os diagramas de contatos.

Contato normalmente aberto, apresenta qualquer entrada do CP,


conectada por hardware a um módulo de entrada ou contato a
partir de uma saída ou marcador.

Esse contato deve ser desligado para energizar uma saída.

Contato normalmente fechado, representa qualquer entrada do


CP, conectada por hardware a um módulo de entrada ou contato
a partir de uma saída ou marcador.
Esse contato deve estar desligado para energizar uma saída.

Bobina, representa qualquer saída do CP, conectada por


hardware a um módulo de saída , ou marcador.

Esses três símbolos são necessários para criar um diagrama de


contatos.

3.

Desenvolvimento de um diagrama de contatos

Os diagramas de contatos do CP originam-se de redes eletromecânicas


conectadas em paralelo em série. Os diagramas de contatos, bem como
as redes eletromecânicas dos quais se derivam, pode ser uma circuito
simples em série, um em paralelo, ou uma combinação de circuitos em
série e paralelo.

As redes eletromecânicas e os diagramas lógicos são conectados de


forma a terem vários dispositivos de saída acionados (ativados ou
desativados), baseado em um conjunto de condições de entrada.
Normalmente as entrada são bloqueios de chave e os dispositivos de
saída são os que produzem ação.

O programa em diagrama de contatos é uma série de seqüências que


contém um ou mais entradas (internas ou por hardware) em uma
configuração série, paralelo, ou série paralelo que controla a saída.
Cada seqüência é uma instrução para o CP controlar uma parte
específica do circuito eletromecânico. Por mais simples ou complexo
que seja o circuito, pode-se implementá-lo, usando-se as funções
lógicas simples (E, OU, NÃO).

Circuito em série é um circuito em que todas entradas da rede


eletromecânica ou do diagrama de contatos do CP devem ser ativadas a
fim de ativar a saída. O circuito em série funciona exatamente como o E
lógico. No exemplo seguinte, a chave fim de curso 1 (Fc1) e a chave fim
de curso 2 (Fc2) devem ser fechadas para energizar a solenóide 1 (S1)

1 2 10

S1

Fc1 Fc2

Circuito Eletromecânico Diagrama de Contatos


Circuito em paralelo é um circuito em que pelo menos uma ou mais das
entradas da rede eletromecânica ou diagrama de contatos do CP devem
ser ativadas a fim de ativar a saída. O circuito paralelo funciona
exatamente como o OU lógico. No exemplo seguinte, o botão 1 (B1) ou o
botão 2 (B2) devem ser fechados para energizar o alarme 1 (AL1).

3 11

B1 AL1

B2 4

Circuito Eletromecânico Diagrama de Contatos

Circuito série-paralelo, é ema combinação das funções lógicas E e OU.

Um circuito série-paralelo é uma combinação de dois ou mais circuitos


série ligados em paralelo conforme mostrado abaixo. No exemplo (B1 e
B2) OU (Fc1 E Fc2) devem ser ativados para energizar H1.

3 4 12

B1 B2 H1

Fc1 Fc2 1 2

Circuito Eletromecânico Diagrama de Contatos

Um circuito série paralelo também pode ser uma combinação de um ou


mais circuitos paralelos em série com uma ou mais entradas. No
exemplo (Fc1 OU Fc3) E Fc2 devem ser ativadas para energizar S1.

1 2 13

Fc1 Fc2

S1

Fc3 5

Circuito Eletromecânico Diagrama de Contatos

Conforme mencionado anteriormente, as vezes é desejável desativar um


dispositivo de saída se for ativado uma determinada entrada (externa ou
interna). Pose-se usar a função NÃO para essa ação como no exemplo
abaixo. No circuito para ligar o contator (C1), a mesma lógica aciona o
contator e o sinaleiro (H1) de funcionamento. A condição verdadeira de
contator ligado desativará o sinaleiro (H2) de contator desligado.

B3 B4 C1 6 7 14

14 15

C1 H1

C1 H2 14 16

Circuito Eletromecânico Diagrama de Contatos

2.

Resolução do exercício de CLP

Como sabemos, para a partida de motores existem dois diagramas


básicos: o diagrama de potência, que leva energia até o motor e o
diagrama de comando, que é responsável pelo controle do motor. O
diagrama de potência opera em uma tensão que pode ser 220 ou 380 V.
Já o diagrama de comando opera em uma tensão de 24 V que é
suficiente apenas para magnetizar a bobina e fechar os contatos do
circuito de força acionando o motor.

O diagrama de comando é elaborado e montado utilizando os contatos


NA e NF dos contatores, os quais são limitados em função de falta de
espaço no equipamento. Normalmente um contator tem 4 contatos de
comando e é muito comum a utilização de contatores com 2 NA e 2 NF,
apesar de haver outras combinações. Se for necessário um número
maior de contatos para a lógica de funcionamento, será necessário a
utilização de contatores auxiliares que irão ocupar um espaço físico
grande dependendo do número de contatores a mais necessário.

Nesse momento podemos, então, comparar a utilização do CLP com a


utilização dos contatores. No caso do CLP não existem limites de
contatos pelo fato de estarmos utilizando um software, onde podemos
associar qualquer número de contatos para um mesmo contator. Na
realidade, o CLP irá enviar uma tensão a seus terminais de saída,
suficiente para magnetizar a bobina do contator. O equipamento irá
realizar toda a lógica do comando programada.
Para que possamos entender melhor, a partir de agora vamos analizar
todos os passos para a realização do comando de um motor utilizando o
CLP.

1.

Exemplo prático de aplicação do CLP

Vamos utilizar, a princípio, o diagrama de comando da partida


direta de um motor qualquer para entendermos todos os passos
para a colocação do mesmo em funcionamento com a utilização
de um CLP.

Vamos dividir esta tarefa em etapas que, neste momento serão


bem detalhadas, porém, conforme o aproveitamento do conteúdo,
poderão ser modificadas ou aprimoradas livremente.

A primeira etapa consiste em conhecermos os diagramas de


potência e a lógica de comando da partida direta. Para isso, são
apresentados, logo abaixo, os diagramas correspondentes.
Diagrama de Potência – 220 V – 60 Hz
Diagrama de Comando – 24 V – 60 Hz

Agora, na segunda etapa, analisamos o funcionamento.

O botão BL é acionado e, enquanto ele permanece pressionado,


a bobina do contator A é magnetizada (para dizermos que a
bobina está magnetizada usamos dizer, na linguagem mais
comum, que está energizada), o contato de selo é fechado e o
botão BL pode ser desacionado. É bom esclarecer que o botão
BL é do tipo pulsante e o processo de energização da bobina e
acionamento do contato é rápido, não sendo necessário a
permanência de mais de 1 segundo com o mesmo pressionado.

A terceira etapa consiste na passagem do diagrama de comando


para uma linguagem muito mais próxima da linguagem de
programação do CLP. Faremos, então, nesse momento, o
Diagrama de Contatos, que consiste na representação dos
elementos na forma de seus contatos NA e NF, utilizando, para
isso, a simbologia mostrada no item 5.2. Assim, teremos:
Diagrama de Contatos

Na quarta etapa faremos a associação do diagrama de contatos


com a lógica booleana, vista anteriormente, utilizando para isso,
as portas lógicas já conhecidas. Esta tarefa é muito importante
para que a lógica de funcionamento do diagrama não fique
esquecida.

Assim teremos:
Analisando o circuito lógico apresentado, temos: quando RT e BD
não estão acionados (seus contatos inicialmente são NF),
consideramos que estão com nível "0" e o botão BL, pelo mesmo
motivo, (seu contato inicialmente é NA) também tem nível "0".
Pelos inversores ligados às entradas dos dois primeiros,
proporcionamos nível "1", nas mesmas, porém ainda não há
condição de termos nível "1" na saída A. Ao acionarmos o botão
BL, seu nível de entrada passa para "1" dando, assim, condições
que a saída A tenha nível "1". A realimentação da entrada BD
pela saída A tem a mesma função do contato de selo. Assim,
quando qualquer uma das duas entradas RT ou BD forem
acionadas, teremos um nível "0" na entrada da porta E e a saída
passará a ser "0".

Entendido isto, podemos passar para à quinta etapa que consiste


da programação do CLP, para que este realize a lógica
estabelecida pelos diagramas anteriores.

Para isso temos que descrever todos os passos necessários à


criação do arquivo e à compilação e transferência do mesmo para
o equipamento.

1.

Programação do CLP modelo PS4-141-MM1 ou


PS4-151-MM1

A programação é simples porém requer o conhecimento prévio de


cada parte do programa para entender todos os passos da
criação de uma lógica para o CLP.

Vamos à apresentação do programa:

A tela Inicial
Tabela resumo do Programa Sucosoft-S4

Ícone Denom

Form
Co
Gene
Te
Comm
Pou-
Pro
Man
Topo
Config

Observando a tabela acima podemos perceber que o programa


deve ser iniciado criando-se todos os diretórios que irão
armazenar as informações daquele programa. É fácil
compreender que para cada novo programa, será necessária a
criação de um conjunto de diretórios destinados a este.

Assim, rodaremos o programa agora e criaremos o leque de


diretórios que serão entitulados: PDIR_1. É necessário chamar a
atenção para nunca ser utilizado número como primeira indicação
do arquivo, da mesma forma que o limite de letras permitido é de
8 letras.

Vejamos como ficará a tela do programa com os diretórios


criados.
Para iniciar, clique em Project Manager e em seguida New. Ao
abrir a tela abaixo, clique em Select Directory. A sugestão de
diretório padrão é C:\S4\, porém, caso você não queira, poderá
mudá-lo desde que todos os arquivos estejam no mesmo diretório
inicial. Por sugestão, iremos utilizar o diretório padrão.
A tela, após a criação do arquivo de projeto ficará:
Desta forma, com os diretórios já criados, poderemos sair do
Project Manager clicando em Project/Exit e partir para outra
etapa.
Analisando novamente a tabela resumo já apresentada,
concluímos que o próximo passo será criar a lógica do diagrama,
utilizando para isso o POU-Editor.

Clicamos então no ícone correspondente e em seguida New. A


tela a seguir será mostrada.
Nesta tela, certifique que a opção Program esteja selecionada e
tecle New novamente.

O programa abrirá uma tela que é composta por duas janelas que
serão utilizadas praticamente ao mesmo tempo. Uma delas será
utilizada para "desenhar" toda a lógica de contatos do diagrama;
e a outra será usada para definir todas as variáveis utilizadas.

Iniciaremos com a janela da direita. Para isso, devemos escolher


a melhor linguagem de trabalho.

O Sucosoft-S4 pode ser trabalhado com 3 linguagens diferentes:

a. IL – Instruction Line: Não é muito fácil de se trabalhar com esta


opção pois requer, do operador, um conhecimento de linguagens
de programação e principalmente do conhecimento do
equipamento e da linguagem própria do mesmo.
b. LD – Ladder: É a linguagem mais próxima do linguagem utilizada
para a realização de diagramas de comandos. A palavra Ladder,
significa "escada" ou "degrau" e daí a semelhança. Ela é a mais
adequada para aqueles que já conhecem ou tem uma maior
facilidade em lidar com os diagramas de comando. Esta utiliza
teclas que "desenham" na tela o diagrama.
c. FDB – Function Digital Binary: É a linguagem que utiliza a lógica
digital substituindo cada porta por um bloco que executa a função.
É recomendável a utilização desta a partir do momento que se
conheçam todas as funções lógicas e seus blocos
correspondentes.

Assim, vejamos como ficaria o nosso programa da lógica da


partida direta nas três linguagens:

Linguagem IL
Linguagem LD
Linguagem FBD:
A seguir é necessário informar ao programa quais as variáveis
utilizadas no diagrama construído. Para isso utilizaremos a tela do
lado esquerdo denominada: Sintax Controlled Variable Editor
Podemos definir as variáveis como sendo de vários tipos. A
maioria será do tipo "Bool", derivado de booleana.

O endereço de cada variável também é muito importante.

Variáveis com denominação "I" são consideradas de entrada pois


I deriva de Input (entrada). Já as variáveis com denominação "Q"
são consideradas de saída pois Q deriva de Quit (saída).

O endereçamento das variáveis deve seguir a seguinte norma:

Variável Denominação Endereço


RT Relé térmico – Entrada %I0.0.0.0.0
BD Botão desliga - Entrada %I0.0.0.0.1
BL Botão liga - Entrada %I0.0.0.0.2
A Bobina do Contator - Saída %Q0.0.0.0.0
Para fazer qualquer tipo de correção nos registros já colocados,
basta dar um duplo click na linha que deseja alterar e o registro
será editado para fazer a correção.

Após terminar de inserir as variáveis, devemos salvar o arquivo.


Para isso tecle FILE e em seguida SAVE AS. Indique no campo
apropriado o nome do arquivo de programa e tecle OK. Procure
utilizar o mesmo nome do grupo de diretórios que utilizou para
não haver o perigo de esquece-lo. O programa se incumbe de
colocar a extensão do arquivo.

O programa Sucosoft-S4 foi elaborado para que o usuário não


tenha muitos problemas durante sua utilização. Por isso, nessa
fase de criação do arquivo, há uma função que nos auxilia na
verificação de possíveis erros de digitação ou definição de
variáveis. Para utilizar este recurso, tecle em FILE/SYNTAX
CHECK e todo o arquivo será verificado. Caso um erro seja
encontrado, aparecerá na parte inferior da tela. Assim, clicando
duas vezes no mesmo, a janela se abrirá e o erro estará
destacado.

Corrija-o e salve novamente o arquivo. A seguir digite FILE e


CLOSE.

Retornamos, novamente à tabela resumo e tiramos o próximo


passo: configurar o equipamento para o programa. Esta etapa é
necessária pois muitas vezes pode ser necessário o acoplamento
de unidades de CLP pela necessidade de um número maior de
entradas ou de saídas. Daí a necessidade do programa
reconhecer o equipamento físico que será alimentado com o
programa já elaborado. É importante ressaltar que quando nos
referimos aos contatos limitados do contator, nos referíamos aos
contatos físicos. No caso do CLP, suas saídas/entradas serão
utilizadas apenas para alimentar, por exemplo, a bobina de um
contator não importando, assim, a quantidade de contatos lógicos
do mesmo utilizado no programa.

Para tal procederemos da seguinte forma: Clicamos o ícone


Topology Configuration. A seguir clicamos em
Configuration/New. A tela a seguir será mostrada.
No local especificado como FILE NAME especifique o mesmo
nome do grupo de diretórios (PDIR_1). A extensão do arquivo
será colocada pelo próprio programa novamente. A seguir
especifique o equipamento que está sendo utilizado. No nosso
caso será PS4-201-MM1 tecle OK.

No menu EDIT poderemos adicionar ao equipamento


especificado módulos de expansão remota ou expansão local.

No menu Configuration, clicamos em SAVE e após o programa


ter salvo seu arquivo, tecle em EXIT.

Agora restam-nos as duas etapas mais importantes: a compilação


(transformar o programa para uma linguagem que a máquina
entenda), transferência e teste do programa.

Vamos agora compilar o programa já elaborado e guardado no


arquivo. Para isso iremos clicar no ícone Code Generation.

Selecionaremos a seguir o menu GENERATE e dentro dele a


opção NEW MAKE FILE LIST. Confirme, nesta tela, que o nome
do arquivo do programa POU seja PDIR_1.POE e o arquivo de
topologia seja PDIR_1.DCF.

Confirmadas essas informações, tecle OK e ele gerará o


programa compilado.
Logo a seguir criaremos o programa executável para o CLP. Para
isso executaremos os passos seguintes: selecionamos o menu
GENERATE novamente e escolhemos a opção GENERATE ALL.

Caso ocorra qualquer erro durante o processo, clique em cima do


erro apresentado e o POU-EDITOR abrirá novamente mostrando
o local do erro.

Agora, selecionamos no menu FILE a opção EXIT.


Para finalizar, precisamos agora transferir o programa para o CLP
e testá-lo.

Selecionamos o ícone Test and Commisioning.

Antes de qualquer passo seguinte é necessário que o CLP esteja


conectado fisicamente com o computador através do cabo de
interface.

Após o aparecimento da janela abaixo, vá ao campo interface e


selecione, como porta de saída, a COM 2. Em seguida tecle a
opção CONNECT logo acima e aguarde alguns instantes.
Quando a palavra Connected aparecer no campo Status,
selecione a opção Transfer e a seguir selecionamos o arquivo
PDIR_1 / Execute. Durante a transferência o programa fará
algumas perguntas e você deverá respondê-las prontamente.
É importante acrescentarmos uma informação quanto ao uso de
funções que não foram mostradas. O programa POU-EDITOR
tem uma opção no menu Symbols, chamada Manufacturer-
Defined Function Blocks onde podemos encontrar outras funções
lógicas que podem ser necessárias. Uma destas funções é a que
representa o relë de tempo. Para podermos escolher estas
funções é necessário conhecê-las e isso pode ser feito através do
comando Help
Agora você está apto a gerar outros arquivos de programas para
o CLP. Respeite sempre esta descrição de passos.

Para que você possa verificar o seu aproveitamento, faça os


seguinte exercícios:

Elabore o programa para os seguintes diagramas de comando:

a. Partida direta com reversão de rotação;


b. Partida estrela triângulo automática;
c. Partida estrela triângulo automático com reversão
d. Partida estrela triângulo com reversão e freio

Recomendamos a realização de todos os passos para o melhor


entendimento da matéria,

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