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CURSO ELETRICISTA

Acionamentos de Motores Elétricos de Baixa Tensão

Elaboração:
DENIS BATISTA SILVA
Engenheiro Eletricista e Instrutor SENAR/SP
Contato: engenheiro.mogi@hotmail.com
(direitos reservados)

Colaboração:
WEG - Equipamentos Elétricos S.A.
Intelli - Indústria de Terminais Elétricos Ltda

Referências Bibliográficas:
Manual para Correção do Fator de Potência - WEG
Normas ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas
• NBR-5410: Instalações elétricas de baixa tensão
• NBR-6148: Cabos isolados com policloreto de vinila (PVC) para tensões nominais até 750V.

Fevereiro/2007
Curso Eletricista – Acionamentos de Motores Elétricos de Baixa Tensão Pág. 1 de 47
ACIONAMENTOS DE MOTORES ELÉTRICOS DE BAIXA TENSÃO
Noções básicas de acionamentos – Programa elaborado para carga horária de 40h

INTRODUÇÃO

MÓDULO I – Revisão de alguns conceitos sobre instalações elétricas


1. Grandezas elétricas
1.1 – Corrente
1.2 – Tensão
1.3 – Potência
1.4 – Resistência
2. Transformadores e motores elétricos
3. Tipos de corrente elétrica
3.1 – Corrente contínua
3.2 – Corrente alternada
4. Circuitos elétricos
5. Limites admissíveis de queda de tensão
6. Capacidade de condução de corrente elétrica pelos condutores
7. Dimensionamento do condutor adequado e bitolas mínimas
8. Emendas e isolação de condutores
9. Aterramento das instalações elétricas
10. Manutenção das instalações elétricas
11. Prevenção de acidentes e incêndios

EXERCÍCIOS DE REVISÃO

MÓDULO II – Conceitos adicionais no estudo das instalações elétricas


12. Fator de potência
13. Triângulo de potências
6.1 - Potência ativa
6.2 - Potência reativa
6.3 - Potência aparente
14. Correção do fator de potência

MÓDULO III – Proteção e acionamentos de motores elétricos


15. Simbologia básica para projetos elétricos de acionamentos de motores
15.1 – Símbolos
15.2 – Diagrama de força
15.3 – Diagrama de comando
16. Chave magnética – contator
16.1 – Componentes do contator
16.2 – Identificação dos contatos
16.3 – Contatos auxiliares
16.4 – Categorias de emprego dos contatores

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17. Proteção e comando do circuito elétrico
17.1 - Disjuntor termomagnético
17.2 - Disjuntor motor
17.3 - Fusíveis NH e DIAZED
17.4 - Relé de sobrecarga (térmico)
17.5 - Relé supervisor de tensão (falta de fase)
17.6 - Relé temporizador (timer)
18. Componentes auxiliares do painel de comando
18.1 - Botoeiras NA / NF
18.2 - Sinaleiros
18.3 - Controlador de nível (chave bóia)
19. Partida de motores elétricos – Principais tipos de ligação
19.1 - Direta local (teoria e prática n° 1)
19.2 - Direta automática à distância com chave bóia (teoria e prática n° 2)

EXERCÍCIO – Dimensionamento de condutores para ligação de motores elétricos

19.3 - Direta com relé falta de fase (teoria e prática n° 3)


19.4 - Estrela–triângulo (teoria)
19.4.1 - Estrela–triângulo manual com disjuntor motor (prática n° 4)
19.4.2 - Estrela–triângulo automática com fusíveis NH (prática n° 5)
19.5 - Reversão do sentido de rotação (teoria e prática n° 6)
19.6 - Compensadora (teoria)
19.7 - Partida suave (soft starter) e inversor de freqüência (teoria)

20. ANEXOS
20.1 - Tabela para auxílio de cálculo das instalações elétricas
20.2 - Tabela com dados principais de alguns motores elétricos
20.3 – Tabela para dimensionamento de condutores em eletroduto
20.4 - Tabela para dimensionamento de condutores aéreos
20.5 - Exemplo da aplicação de capacitores em chave partida direta
20.6 - Modelo completo para montagem do painel de exercícios práticos

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INTRODUÇÃO
A necessidade de aprimorar os conhecimentos adquiridos no Curso “Instalações Elétricas de
Baixa Tensão” contribuiu para a elaboração deste trabalho.

Nesta nova oportunidade, vamos estudar e praticar alguns conceitos básicos sobre
acionamentos de motores elétricos de baixa tensão em corrente alternada.

A história da eletricidade descreve o cientista alemão Werner Siemens como o responsável


pelo 1° motor elétrico em 1866 pela invenção do gerador de corrente contínua auto-induzido
que também podia funcionar como motor. Desde então, os avanços tecnológicos não
cessaram.

Atualmente em várias atividades diárias é comum não notar que estamos sempre em
contato com máquinas e dispositivos que nos auxiliam em tarefas simples, como utilizar
água movida por bombas conectadas a motores elétricos ou até mesmo na utilização de
objetos e móveis produzidos por máquinas elétricas.

Como ocorreu no Curso anterior, novamente devemos nos conscientizar que o sucesso deste
trabalho depende da participação de profissionais responsáveis e qualificados para os
serviços propostos, envolvendo instrutores e participantes ativamente no Curso, além de
futuros usuários esclarecidos sobre o assunto.

MÓDULO I
Revisão de alguns conceitos sobre instalações elétricas

As informações contidas neste módulo serão apenas revisadas rapidamente para que os
conceitos importantes já estudados possibilitem uma abordagem mais ampla dos próximos
itens que envolvem os assuntos relacionados ao acionamento de motores elétricos.
Portanto, não haverá necessidade de analisar profundamente este módulo em conseqüência
do aproveitamento obtido no Curso de Instalações Elétricas de Baixa Tensão.

1 – GRANDEZAS ELÉTRICAS
1.1 – CORRENTE ELÉTRICA
De forma simples, podemos dizer que o movimento ordenado de elétrons em um
condutor forma uma CORRENTE ELÉTRICA.

A unidade de corrente elétrica é representada pela letra “ I ”, medida em Ampères.

FIGURA – Ilustração da corrente elétrica

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1.2 – TENSÃO ELÉTRICA
A necessidade de uma força para empurrar os elétrons livres através do condutor no
mesmo sentido e de forma ordenada, recebe o nome de TENSÃO ELÉTRICA ou DDP.

A unidade de tensão elétrica é representada pela letra “ U ”, medida em Volts.

1.3 – POTÊNCIA ELÉTRICA


A quantidade de trabalho elétrico que um aparelho é capaz de realizar por unidade
de tempo pode ser chamada de POTÊNCIA ELÉTRICA.

A unidade de potência elétrica é representada pela letra “ P ”, medida em Watts.

1.4 – RESISTÊNCIA ELÉTRICA


É definida pela dificuldade interna que o material possui contra a circulação de
cargas elétricas.

A unidade de resistência elétrica é representada pela letra “ R ”, medida em Ohms.

2 – TRANSFORMADORES E MOTORES ELÉTRICOS


2.1 – TRANSFORMADORES

Todo o sistema elétrico depende dos transformadores que elevam a tensão ora a rebaixam.

A entrada de energia nos transformadores é efetuada pelos bornes PRIMÁRIOS (voltagem


primária) e a saída da energia nos bornes SECUNDÁRIOS (voltagem secundária).

Corrente primária Fluxo Corrente secundária


magnético

+ +
Enrolamento Tensão secundária
primário
Tensão primária
-
Np espiras

Enrolamento
secundário
- Núcleo do
transformador Ns espiras

Exemplo: Exemplo:
PRIMÁRIO 220V SECUNDÁRIO 127V

Figura – Modelo básico de transformador

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2.2 - MOTORES ELÉTRICOS
O motor elétrico é uma máquina com objetivo de transformar energia elétrica em energia mecânica através do princípio de reação entre dois
campos magnéticos. A formação básica do motor depende do ROTOR (eixo girante) e ESTATOR (parte fixa composta pela carcaça e enrolamentos).

Figura - Detalhes do motor elétrico (Fonte: WEG)

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Os motores recebem a energia elétrica em seus bornes gerando um forte campo magnético
nos enrolamentos internos que conseqüentemente movimenta o eixo.
A potência mecânica no eixo do motor pode ser quantificada de duas maneiras:

HP ( Horse Power ) >>> 1 HP = 746W ou 0,746kW


CV ( Cavalo Vapor ) >>> 1 CV = 736W ou 0,736kW

A escolha do motor ideal depende de vários fatores, mas deve-se verificar principalmente o
tipo de rede disponível no local a ser ligado.

O nível de tensão disponível deve ser verificado, bem como a capacidade dos condutores
da rede e informações contidas nas placas dos motores para efetuar a ligação correta.

Figura – Placa de identificação de motor elétrico trifásico (Fonte: WEG)

Todas as informações acima são importantes, mas destacamos algumas mais relevantes
para este treinamento:
 ~3 : Motor trifásico de corrente alternada.
 60Hz : Freqüência da rede de alimentação para o qual o motor foi projetado.
 KW(HP-cv) : Potência em kW e em cv do motor.
 RPM : Rotação nominal ou (rotações por minuto) ou rotação a plena carga.
 Ip/In : Indica quantas vezes a corrente de partida é maior que a nominal.
 V : Tensões possíveis para alimentação do motor.
 A : Correntes elétricas em função da potência e respectiva tensão aplicada.

 Cos ϕ : Fator de potência.


 Rend.% : Quantidade da energia elétrica que é transformada em energia mecânica.

Os diagramas indicam as maneiras possíveis para ligação na rede de alimentação.


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3 – TIPOS DE CORRENTE ELÉTRICA
3.1 – TENSÃO OU CORRENTE CONTÍNUA
Não varia e seu sentido não se altera no decorrer do tempo.
As fontes de energia contínua são geralmente as pilhas ou baterias.

Tensão
(Volts)
DCV = Tensão Contínua

12V DCA ou CC = Corrente Contínua

0 Tempo
(segundos)

Gráfico típico de TENSÃO CONTÍNUA

3.2 – TENSÃO OU CORRENTE ALTERNADA


Sua amplitude permanece oscilando em função do tempo percorrendo os condutores
nos dois sentidos.

A tensão e corrente alternada é normalmente utilizada pelas Concessionárias de


energia elétrica que abastece nossas instalações.

Tensão
(Volts)

ACV = Tensão Alternada


127V
ACA = Corrente Alternada

0
Tempo
(segundos)

-127V

Gráfico típico de TENSÃO ALTERNADA

A oscilação na tensão alternada mostrada no gráfico anterior representa um ciclo.


No Brasil este ciclo é padronizado para ocorrer 60 vezes por segundo.

Assim, podemos entender o que é FREQUÊNCIA da rede, cuja unidade é definida como “Hz”
(Hertz), portanto a Freqüência = 60Hz.

Ao contrário do Brasil, alguns países adotam a freqüência de 50Hz.


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4 – CIRCUITOS ELÉTRICOS
Quando um gerador de energia elétrica composto por apenas um enrolamento (ESTATOR)
for submetido à ação de um campo magnético provocado pelo ROTOR ligado a uma carga,
apenas uma fase é gerada e a corrente elétrica retorna pelo condutor neutro.
Temos então o circuito monofásico.

Inserindo mais dois enrolamentos, podemos obter mais duas fases.


Assim, podemos interligar cargas em circuitos monofásicos, bifásicos ou trifásicos.

Analisando as ilustrações a seguir, podemos verificar os dois modelos:

FIGURA – Modelos simplificados de geradores

5 – LIMITES ADMISSÍVEIS DE QUEDA DE TENSÃO


Oscilações ou níveis de tensão inadequados podem prejudicar o perfeito trabalho dos
equipamentos elétricos.
Um dos motivos principais é provocado pela distância entre a carga e o medidor.
Mas, pequenas variações de queda de tensão são aceitáveis pela norma NBR-5410:

1) 4% para instalações alimentadas diretamente em baixa tensão da concessionária.


2) 7% para instalações alimentadas a partir de transformador de distribuição.

6 – CAPACIDADE DE CONDUÇÃO DE CORRENTE ELÉTRICA PELOS CONDUTORES


É definida como a máxima corrente elétrica que pode ser conduzida pelo condutor, sem que
sua temperatura de regime permanente ultrapasse a temperatura máxima para o serviço.

Os condutores são fabricados para operar dentro de certos limites de temperatura.


Quando o valor da corrente elétrica ultrapassa a capacidade máxima do condutor, tem início
uma alteração nas características do isolamento, que deixa de cumprir sua finalidade.

7 – DIMENSIONAMENTO DO CONDUTOR ADEQUADO E BITOLAS MÍNIMAS


O condutor ideal para a instalação elétrica desejada deve ser dimensionado analisando
basicamente os itens a seguir:

• Limite de queda de tensão.


• Limite de condução de corrente elétrica.

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Calculando a corrente elétrica que deverá circular no circuito, podemos definir o condutor
adequado. Temos condições de calcular o valor da corrente utilizando as fórmulas:

Monofásicos e bifásicos Trifásicos

P P Potência
I = _____ I = ________ Corrente =
Tensão
U
U U x 1,73

. . . Aplicar a maior tensão que poderá ser obtida no circuito.

Podemos também calcular as outras grandezas se for necessário:


Monofásicos e bifásicos Trifasicos

P P
U = _____ U = ________ Potência
Tensão =
I I x 1,73 Corrente

P = U x I P = U x I x 1,73 Potência = Tensão x Corrente

. . . Aplicar a maior tensão que poderá ser obtida no circuito.

I = Corrente, em ampères (A)


Com o valor da corrente elétrica calculada,
P = Potência, em watts (W) procure o condutor adequado na tabela
disponível no anexo 20.1
U = Tensão, em volts (V)

Seções mínimas na aplicação de condutores de cobre isolado:


• Iluminação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1,5 mm2
• Circuitos de força (tomadas de uso geral) . . . . . . . . 2,5 mm2
• Circuitos de sinalização / controle . . . . . . . . . . . . . . 0,5 mm2

A bitola mínima para o ATERRAMENTO é determinada pela bitola da FASE do circuito:


 Para fase até 16mm² o TERRA será igual a bitola da fase.
 Para fase acima de 16mm² o TERRA será metade ou próxima da bitola da fase.

8 – EMENDAS E ISOLAÇÃO DE CONDUTORES


8.1 - EMENDA DE FIOS
Para evitar que os condutores se aqueçam ou se soltem, as emendas devem ser bem feitas
isolando-as em seguida.

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8.2 - ISOLAÇÃO DOS CONDUTORES
Em uma instalação elétrica devemos efetuar o menor número possível de emendas, pois
sendo necessárias deve-se efetuar a isolação adequadamente.

Atualmente existem diversos de conectores e terminais que garantem uma boa qualidade de
emenda e isolação de forma mais segura e de fácil instalação.

Figuras – Terminais e luvas de emendas (Fonte: Intelli)

9 – ATERRAMENTO
O primeiro objetivo do aterramento em sistemas elétricos é proteger as pessoas e os
equipamentos durante um curto-circuito na instalação.

O segundo objetivo de um sistema de aterramento é oferecer um caminho seguro,


controlado e de baixa resistência em direção à terra para as correntes elétricas induzidas por
descargas atmosféricas.

10 – MANUTENÇÃO DAS INSTALAÇÕES ELÉTRICAS


10.1 - MANUTENÇÃO PREVENTIVA
Periodicamente as instalações elétricas devem sofrer uma inspeção com objetivo de
encontrar irregularidades que possam comprometer o bom funcionamento do sistema
elétrico existente.

10.2 - MANUTENÇÃO CORRETIVA


Ocorre quando os serviços de reparo em caráter de EMERGÊNCIA são inevitáveis, podendo
causar prejuízos, transtornos e acidentes desnecessários.
Portanto devemos sempre efetuar a manutenção preventiva.

11 – PREVENÇÃO DE ACIDENTES E INCÊNDIOS


ANTES DE INSTALAR QUALQUER EQUIPAMENTO
 Deve-se efetuar uma análise do circuito elétrico existente para inserir uma nova carga.
 Esteja atento para seguir as informações contidas no manual do equipamento.
 Desligue os disjuntores ou fusíveis do circuito pertinente antes da instalação.
 Proteja-se com EPI’s adequados.

ANTES DE LIGAR QUALQUER EQUIPAMENTO


 Verifique as tensões disponíveis na rede elétrica antes da instalação.
 Sempre que for possível, verifique antecipadamente a existência de possíveis flutuações
de tensão na rede elétrica, pois podem trazer conseqüências desagradáveis.

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ATENÇÃO
Em caso de incêndio procure manter a calma e eliminar o fogo no seu início com extintores
adequados.

Os extintores da classe C (CO2 e pó químico) são ideais no combate a incêndios com


eletricidade.

Lembre-se que o extintor carregado com pó químico poderá danificar os componentes dos
equipamentos.

EXERCÍCIO DE REVISÃO
Suponha que você seja um agricultor que adquiriu um motor trifásico de 40cv para usar
no sistema de irrigação de sua propriedade.

Com auxílio das tabelas disponíveis nos itens 20.1 e 20.2, responda as questões a seguir:

1) Para negociar a instalação do transformador com a Concessionária de energia elétrica


local, qual seria o nível de tensão ideal para ligação deste motor?

Fase-fase: _________________ Volts

2) Por quê você adotou este nível de tensão? Faça um breve comentário sobre vantagens.

3) Informe os valores das correntes elétricas relativas à tensão adotada para este motor:

Corrente de partida (instante inicial de acionamento): ______________ Ampères

Corrente nominal (funcionamento durante plena carga): ____________ Ampères

4) Considerando desprezível o valor da queda de tensão em função da curta distância entre


o transformador e o motor, qual seria o condutor ideal para alimentação deste motor?

Condutores de cobre com seção: ________________ mm²

Instalados em eletroduto _____________ mm ou ____________ polegadas.

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MÓDULO II
Conceitos adicionais no estudo das instalações elétricas

12 – FATOR DE POTÊNCIA
A maioria das cargas consome energia reativa indutiva tais como motores, transformadores,
reatores para lâmpadas de descarga, fornos de indução, entre outros.
As cargas indutivas necessitam de campo eletromagnético para seu funcionamento, por
isso sua operação requer dois tipos de potência:

POTÊNCIA ATIVA
Potência medida em kW que
efetivamente realiza trabalho gerando
calor, luz, movimento, etc.

Figura – Ilustração de potência ativa


(Fonte:WEG)

POTÊNCIA REATIVA
Potência medida em kvar usada
apenas para criar e manter os campos
eletromagnéticos de cargas indutivas.

Figura – Ilustração de potência ativa


(Fonte:WEG)
Enquanto a potência ativa é sempre consumida na execução de trabalho, a potência reativa
além de não produzir trabalho, circula entre a carga e a fonte de alimentação, ocupando um
espaço no sistema elétrico que poderia ser utilizado para fornecer mais energia ativa.

O FATOR DE POTÊNCIA é a razão entre a potência ativa e a potência aparente.


Ele indica a eficiência do uso da energia. Um alto fator de potência significa uma eficiência
alta e baixo fator de potência é sinal de baixa eficiência energética.

Cargas indutivas que provocam baixo fator de potência podem causar problemas como
perdas de energia elétrica que ocorrem em forma de calor provocando o aumento do
aquecimento de condutores e equipamentos além de multa pela Concessionária de
energia elétrica local para consumidores específicos.

O aumento da corrente elétrica devido ao excesso de energia reativa causa quedas de


tensão acentuadas, podendo ocasionar a interrupção do fornecimento de energia elétrica e
a sobrecarga em certos elementos da rede.

Esse risco é maior durante os períodos em que a rede é fortemente solicitada.

As quedas de tensão podem provocar ainda, a diminuição da intensidade luminosa das


lâmpadas e aumento da corrente nos motores.

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Principais conseqüências do baixo fator de potência:
 Acréscimo na conta de energia elétrica por estar operando com baixo fator de potência;
 Limitação da capacidade dos transformadores de alimentação;
 Quedas e flutuações de tensão nos circuitos de distribuição;
 Sobrecarga nos equipamentos de manobra, limitando sua vida útil;
 Aumento das perdas elétricas na linha de distribuição pelo efeito Joule;
 Necessidade de aumento do diâmetro dos condutores;
 Necessidade de aumento da capacidade dos equipamentos de manobra e de proteção.

Causas do baixo fator de potência:


 Motores de indução trabalhando a vazio;
 Motores superdimensionados para sua necessidade de trabalho;
 Transformadores trabalhando a vazio ou com pouca carga;
 Reatores de baixo fator de potência no sistema de iluminação;
 Fornos de indução ou a arco;
 Máquinas de tratamento térmico;
 Máquinas de solda;
 Nível de tensão acima do valor nominal provocando um aumento do consumo de energia
reativa.

13 – TRIÂNGULO DE POTÊNCIAS
O fator de potência poderá variar de zero a 1, mas a legislação vigente no Brasil fixa em
0,92 o fator limite para aplicação de multas pela Concessionária baseando-se na leitura
efetuada por medidor específico de energia elétrica instalado na unidade consumidora.
Para facilitar o estudo, um triângulo retângulo é freqüentemente utilizado para representar
as potências envolvidas e principalmente o FATOR DE POTÊNCIA durante o funcionamento
das cargas.
• Potência ativa: Dissipada em forma de calor >>> kW
• Potência reativa: Trocada entre o gerador e a carga sem ser consumida >>> kVAR
• Potência aparente: Soma vetorial das potências ativa e reativa >>> kVA

VA
-k
E N TE Observação:
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AP es
IA or
NC m ad
PO

ns
for Em cargas resistivas, não
ra POTÊNCIA REATIVA - kVAR
(T

(Campo magnético das cargas indutivas)


existirá potência reativa
FP significante, desta forma a
(Fator de Potência)

potência aparente possui o


POTÊNCIA ATIVA - kW mesmo valor da ativa.
(Cargas resistivas)
Neste caso, kW = kVA

FIGURA – Triângulo de potências

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14 – CORREÇÃO DO FATOR DE POTÊNCIA
A energia reativa, ao sobrecarregar uma instalação elétrica, inviabiliza sua plena utilização
condicionando a instalação de novas cargas a investimentos que seriam evitados se o fator
de potência apresentasse valores mais altos. O "espaço" ocupado pela energia reativa
poderia ser então utilizado para o atendimento de novas cargas.
Os investimentos em ampliação das instalações estão relacionados principalmente aos
transformadores e condutores necessários. O transformador a ser instalado deve atender a
potência total dos equipamentos utilizados, mas devido a presença de potência reativa, a
sua capacidade deve ser calculada com base na potência aparente das instalações.

A tabela ao lado ilustra a potência


total que deve ter o transformador
para atender uma carga útil de 800
kW para fatores de potência
crescentes.
Tabela - Variação da potência do trafo em
função do fator de potência (Fonte: WEG)

Os custos dos sistemas de comando, proteção e controle dos equipamentos crescem com o
aumento da energia reativa.
Da mesma forma, para transportar a mesma potência ativa sem o aumento de perdas, a
seção dos condutores deve aumentar na medida em que o fator de potência diminui.

A correção do fator de potência por si só já libera capacidade para instalação de novos


equipamentos, sem a necessidade de investimentos em transformador ou substituição de
condutores para esse fim específico.

Uma forma econômica e racional de se obter a energia reativa necessária para a operação
adequada dos equipamentos é instalando CAPACITORES próximos desses equipamentos.

A instalação de capacitores porém,


deve ser precedida de medidas
operacionais que levem à diminuição
da necessidade de energia reativa,
como o desligamento de motores e
outras cargas indutivas ociosas ou
superdimensionadas.

Figura: Representação da correção de


fator de potência (Fonte: WEG)

A intenção neste momento é apenas difundir o conhecimento relativo ao fator de potência.


O projeto, instalação e correção do fator de potência não serão abordados neste Curso
devido alta complexidade. Esta atividade é restrita a profissionais devidamente qualificados.
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MÓDULO III
Proteção e acionamentos de motores elétricos

15 - SIMBOLOGIA BÁSICA PARA PROJETOS DE ACIONAMENTOS DE MOTORES

Os diagramas ou esquemas de ligação incorporam vários símbolos em projetos elétricos para


acionamentos de motores.

A simbologia tem como objetivo estabelecer símbolos gráficos que devem compor desenhos
técnicos, diagramas ou esquemas de circuitos para comandos eletromecânicos
representando componentes e relação mútua.

15.1 - SÍMBOLOS
A seguir vamos conhecer alguns símbolos muito utilizados em acionamentos de motores que
poderão ser aplicados durante este curso:

SIMBOLOGIA BÁSICA PARA ACIONAMENTOS DE MOTORES ELÉTRICOS - ABNT


Corrente contínua Contato NA (Normalmente Aberto)

Corrente alternada Contato NF (Normalmente Fechado)

Contator com relé térmico e


3 Corrente alternada trifásica
contatos auxiliares
60Hz Freqüência elétrica 60 Hertz
Lâmpada de sinalização
220V Tensão elétrica 220 Volts
V Voltímetro indicador
Terra
A Amperímetro indicador
Ligação delta ou triângulo
w Wattímetro indicador
Ligação Y ou estrela
f Freqüencímetro indicador
Bobina eletromagnética geral

Relé com retarde para operar cos Indicador de fator de potência

Relé térmico ou bimetálico G Gerador - símbolo geral

Fusível M
3 Motor de corrente alternada trifásica

Existe uma infinidade de outros dispositivos, como chaves fins de curso, comutadores, entre
outros que também são importantes, mas não serão abordados neste curso.

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15.2 - DIAGRAMA DE FORÇA OU PRINCIPAL
Representa o circuito principal da corrente destinada ao motor.
Este diagrama é composto pelos elementos principais como fusíveis, disjuntor, contator e
relé de sobrecarga.

15.3 - DIAGRAMA DE COMANDO OU FUNCIONAL


Representa o circuito funcional dos contatos auxiliares que comandam os elementos do
circuito de força.

Figura: Representação de diagramas para acionamentos de motores (Fonte: WEG)

16 – CHAVE MAGNÉTICA: CONTATOR


São equipamentos de operação eletromagnética que possuem uma única posição de repouso
e são capazes de estabelecer, conduzir e interromper correntes em condições normais de
funcionamento. Basicamente os contatores são usados para manobrar
motores, cargas resistivas, capacitores, iluminação, etc.
Os contatos são acionados mediante a energização correta da bobina.
O campo magnético é produzido através da bobina atraindo a parte
móvel dos contatos. Para este sistema de acionamento existem os
anéis de curto-circuito que situam-se sobre o núcleo fixo do contator e
evitam o ruído devido a passagem da corrente alternada por zero.

Figura: Contator de força (Fonte: WEG)

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16.1 - COMPONENTES DO CONTATOR
Um entreferro reduz a remanência após a interrupção da tensão de comando e evita o
“colamento” do núcleo.
Obs.: Remanência = Persistência da imantação em um material metálico que esteve
submetido à ação de um campo magnético.

Após a desenergização da bobina de acionamento, o retorno dos contatos principais bem


como os auxiliares para a posição normal de repouso é garantido através das molas de
compressão.

A seguir podemos visualizar os componentes do contator de força:

FIGURA – Componentes do contator de força (Fonte: WEG)

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16.2 - IDENTIFICAÇÃO DOS CONTATOS DO CONTATOR

FIGURA – Diagrama de contatos do contator de força (Fonte: WEG)

As bobinas são identificadas de forma alfanumérica com A1 e A2.

16.3 - CONTATOS AUXILIARES

FIGURA – Contatos auxiliares (Fonte: WEG)

Identificação de contatos auxiliares NF: 21 e 22, 31 e 32 ...

Identificação de contatos auxiliares NA: 13 e 14, 43 e 44 ...

Primeiro algarismo = seqüência e segundo algarismo = função.


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16.4 - CATEGORIAS DE EMPREGO DO CONTATOR
A categoria de emprego determina as condições para a ligação e interrupção da corrente e
tensão nominal de serviço correspondente para utilização normal do contator nos mais
diversos tipos de aplicações.

Tabela – Algumas categorias de emprego de contatores (Fonte: WEG)

17 - PROTEÇÃO E COMANDO DO CIRCUITO ELÉTRICO


17.1 - DISJUNTOR TERMOMAGNÉTICO
Atualmente é o dispositivo mais comum de proteção em baixa tensão. Em sua grande
maioria são termomagnéticos, equipados com disparadores térmicos (que possui uma
característica considerada de longa duração) e disparadores eletromagnéticos (instantâneos).

O maior valor eficaz simétrico que um dispositivo pode interromper em plena segurança
tanto para o operador quanto para os equipamentos próximos é chamado de capacidade de
interrupção. Seu valor é sempre expresso em kA.

O disjuntor para motor deve possuir disparador térmico ajustável e disparador magnético
regulado de tal forma a suportar a corrente de partida do motor.
A utilização de disjuntores em substituição à tradicional solução fusíveis / contator / relé
térmico traz uma série de vantagens das quais destacam-se:
 O disjuntor funciona como chave geral;
 Desligamento simultâneo de todas as fases evitando o funcionamento bifásico;
 Casamento perfeito entre as curvas de proteção térmica e magnética com possibilidade
de regulagem desta última também;
 Oferece proteção para qualquer valor de corrente, principalmente na faixa de pequenos
motores;
 Em caso de abertura por curto-circuito, basta rearmá-lo, não necessitando sua
substituição.
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As figuras a seguir ilustram o funcionamento de disjuntores termomagnéticos.
(Fonte: WEG)

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Em resumo, o disjuntor pode ser considerado como um dispositivo multifuncional, visto que
incorpora funções de seccionamento e proteção contra sobrecarga e curto-circuito.

17.2 – DISJUNTOR-MOTOR
São dispositivos de manobra e proteção capazes de estabelecer e conduzir correntes em
condições normais de operação e interromper correntes em condições anormais como curto-
circuito e sobrecarga. Para pequenas correntes dispensa o uso do relé de sobrecarga.
Possui alta capacidade de interrupção, permitindo sua utilização
mesmo em instalações com elevado nível de correntes de curto-
circuito.
Assegura total proteção ao circuito elétrico e ao motor através de
disparador térmico (ajustável para proteção contra sobrecargas e
dotado de mecanismo diferencial com sensibilidade a faltas de
fase) e disparador magnético (calibrado em 12 vezes a In para
proteção contra curto-circuito).

FIGURA – Disjuntor-motor MPW25 para aplicação até 15cv (Fonte: WEG)

O dimensionamento deve ser de forma que contenha em sua faixa de ajuste a corrente
nominal do motor. O ideal é que esta corrente se encontre no centro da escala de ajuste.

Para correntes elevadas utiliza-se relé de sobrecarga em conjunto com o disjuntor-motor.


Ainda é possível o comando a distância acoplando contatos ou contator ao disjuntor-motor.

FIGURA – Conjuntos de disjuntor-motor com contator e disjuntor-motor com contator + relé (Fonte: WEG)
OBSERVAÇÃO: DMW25 e DW-M são códigos de disjuntores-motores do fabricante WEG.
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17.3 - FUSÍVEIS NH E DIAZED
Os fusíveis são os elementos mais tradicionais para proteção contra curto-circuito de
sistemas elétricos. Sua operação é baseada na fusão do “elemento fusível” contido no seu
interior que consiste em um condutor de pequena seção transversal que devido sua alta
resistência, sofre um aquecimento maior que outros condutores durante a passagem da
corrente elétrica.
Os tipos NH e D (Diazed) possuem um indicador que permite verificar sua operação ou não
através de um fio ligado em paralelo com o elemento fusível liberando uma mola que atua
sobre uma plaqueta ou botão preso na tampa do corpo.
Estes fusíveis possuem material granulado extintor internamente envolvendo por completo o
elemento fusível, que em geral utiliza-se areia de quartzo.

FIGURAS – Tipos e componentes de fusíveis NH e D (Fonte: WEG)

Os tipos de fusíveis NH e D são dispositivos de proteção que quando usados em circuitos


alimentadores de motores protegem contra correntes de curto-circuito e de forma seletiva,
em combinação com relés, também contra sobrecargas de longa duração.

A característica de interrupção destes fusíveis é de efeito RETARDADO, pois os motores no


instante de partida solicitam uma corrente diversas vezes superior à nominal e que deve ser
“tolerada”, dimensionando-os com cerca de 20% acima da corrente nominal do motor.
Na prática por questões econômicas é comum a utilização de fusíveis do tipo D até 63A e
acima deste valor, fusíveis tipo NH.
Para proteção dos circuitos de comando, normalmente são aplicados os fusíveis do tipo D.
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17.4 - RELÉ DE SOBRECARGA (TÉRMICO)
É um dispositivo baseado no princípio da dilatação de partes termo-elétricas (bimetálicos).
Os relés de sobrecarga são usados para proteger equipamentos elétricos como motores
contra um possível super-aquecimento, causado por exemplo em:
 Sobrecarga mecânica na ponta do eixo;
 Tempo de partida muito elevado;
 Rotor bloqueado;
 Falta de uma fase;
 Desvios excessivos de tensão e freqüência da rede.

Nestes casos citados acima, a corrente (ou sobrecorrente) no motor é monitorada em todas
as fases pelo relé de sobrecarga.

Quando a corrente que está circulando é a nominal do motor, a curvatura dos bimetais
ocorre, mas não é suficiente para o desarme.
Porém nos casos de sobrecarga, os bimetais apresentarão uma curvatura maior. Com isto
ocorrerá o deslocamento da alavanca de desarme transferido mecanicamente ao circuito
auxiliar.

O relé de sobrecarga pode ser dividido em duas partes distintas:


 Circuito principal ou de potência
Os terminais do circuito principal dos relés de sobrecarga devem ser marcados da mesma
forma que os terminais de potência dos contatores, como ilustra a figura a seguir:

FIGURA – Identificação dos terminais do circuito principal do relé de sobrecarga (Fonte: WEG)

 Circuito auxiliar ou de comando

FIGURA – Identificação dos terminais do circuito auxiliar do relé de sobrecarga (Fonte: WEG)
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Os relés de sobrecarga possuem ainda uma TECLA DE MULTIFUNÇÃO, que pode ser
verificada com detalhe na figura a seguir:

FIGURA – Tecla multifunção do relé de sobrecarga (Fonte: WEG)

17.5 - RELÉ SUPERVISOR DE TENSÃO (FALTA DE FASE)


17.5.1 – COM NEUTRO NA INSTALAÇÃO
O controle de proteção contra falta de fase com neutro supervisiona redes trifásicas nas
quais as fases R, S e T estão defasadas entre si de 120° elétricos.
Detecta a falta de uma ou mais fases do neutro e
opera o desligamento da carga quando a falta ocorre.
O neutro deve ser ligado ao aparelho. Normalmente é
fornecido com retardo para desligamento de até 5
segundos para que não opere desnecessariamente
durante a partida do motor que muitas vezes pode
provocar na rede quedas de tensão maiores que a
programada do aparelho para atuação. É dotado de
um contato reversor.

FIGURA – Diagrama de ligação do relé falta de fase com


neutro (Fonte: WEG)

17.5.2 – SEM NEUTRO NA INSTALAÇÃO


Este relé supervisiona redes trifásicas com
defasagens elétricas também de 120° elétricos e
tem as demais características do anterior, porém
não sendo necessário a ligação do neutro ao
aparelho.

FIGURA – Diagrama de ligação do relé falta de fase sem


neutro (Fonte: WEG)

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17.6 - RELÉ TEMPORIZADOR (TIMER)

São temporizadores para controle de tempos de curta duração.

Utilizados na automação de máquinas e processos diversos, especialmente em


sequenciamento, interrupções de comandos e em chaves de partida.

Neste curso, vamos focar nossa atenção para o relé de tempo especificamente aplicado em
chaves de partida estrela-triângulo.

Este relé possui dois circuitos de temporização em separado, sendo um de tempo variável
para controle do contator que executa a conexão estrela, e outro com tempo pré-
estabelecido e fixo (100ms) para o controle do contator que executa a conexão triângulo.

FIGURA – Diagrama de ligações do relé de tempo para partida estrela-triângulo (Fonte: WEG)

18 - COMPONENTES AUXILIARES DO PAINEL DE COMANDO

Elementos de comando são utilizados no ligamento e desligamento de circuitos elétricos,


assim como sua sinalização.

Podem possuir contatos NA e NF que se invertem ao acionar manualmente e retornam a


posição de repouso através da mola.

Neste item vamos conhecer alguns componentes que são muito utilizados nos circuitos de
comando para acionamentos de motores elétricos.

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18.1 - BOTOEIRAS NA / NF

FIGURAS E TABELA – Botões e respectivas identificações (Fonte: WEG)

18.2 - SINALEIROS

OBS.: Os sinaleiros com LED’s possuem alto brilho e elevada vida útil: 100.000 horas.

FIGURAS E TABELA – Sinaleiros e respectivas identificações (Fonte: WEG)

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18.3 - CONTROLADOR DE NÍVEL: CHAVE BÓIA
Controlam o nível em reservatórios de líquidos, poços artesianos, etc.
O controle de nível é realizado através da atuação mecânica de uma bóia sobre contatos de
comando.

Os contatos acionam a bobina do contator ou podem acionar diretamente motores de


pequenas potências.

Existem também os controladores de nível eletrônicos, mas não serão abordados neste
curso, bem como os controladores dotados de mercúrio que praticamente foram abolidos.

19 - PARTIDA DE MOTORES ELÉTRICOS: PRINCIPAIS TIPOS DE LIGAÇÃO


Antes de ser dada a partida inicial a um motor, será necessário:
 Verificar se o mesmo poderá rodar livremente, removendo todos os dispositivos de
bloqueio e calços usados durante o transporte.
 Verificar se o motor está corretamente fixado e se os elementos de acoplamento estão
corretamente montados e alinhados.
 Certificar-se de que a tensão e a freqüência estão de acordo com o indicado na placa de
identificação. O motor operará satisfatoriamente caso a tensão e freqüência estejam
dentro da faixa estipulada pela Norma NBR 7094.
 Observar se as ligações estão de acordo com o esquema de ligação impresso na placa de
identificação e verificar se todos os parafusos e porcas dos terminais estão devidamente
apertados.
 Verificar se o motor está devidamente aterrado. Desde que não haja especificações
exigindo montagem isolada do motor, será necessário aterrá-lo, obedecendo as normas
vigentes para ligação de máquinas elétricas à terra. Para isso deverá ser usado o

parafuso identificado pelo símbolo ( ) geralmente existente na caixa de ligação ou no


pé da carcaça.
 Verificar se os cabos de ligação à rede, bem como as fiações dos controles e a proteção
contra sobrecarga estão de acordo com as normas técnicas da ABNT.
 Se o motor estiver estocado em local úmido, ou estiver parado por muito tempo, medir a
resistência de isolamento, conforme indicado nas instruções de armazenagem do motor.
 Acionar o motor desacoplado da carga para verificar se está girando livremente e no
sentido desejado.
 Cabe aqui, antes de qualquer indicação, uma advertência muito séria: “Enquanto um
motor estiver rodando, mesmo depois de desligado, constitui perigo de vida
tocar em qualquer uma de suas partes ativas”.

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 Submeter o motor a uma manutenção periódica perante um profissional ou empresa
qualificada quanto a níveis de isolamento, elevação de temperatura, desgastes
excessivos, correta lubrificação dos rolamentos e eventuais exames no ventilador para
verificar o correto fluxo de ar.
A freqüência com que devem ser realizadas as inspeções depende do tipo de motor e das
condições do local de aplicação do motor.

 Os motores devem ser mantidos limpos, isentos de poeira, detritos e óleos.


Para limpá-los, deve-se desenergizá-lo e utilizar escovas ou panos limpos de algodão. Se
a poeira não for abrasiva, deve-se utilizar o jateamento de ar comprimido, soprando a
poeira da tampa defletora e eliminando toda acumulação de pó contida nas pás do
ventilador e nas aletas de refrigeração.
Em motores com proteção IP 55, recomenda-se uma limpeza na caixa de ligação. Esta
deve apresentar os bornes limpos, sem oxidação, em perfeitas condições mecânicas e
sem depósitos de pó nos espaços vazios.
Em ambiente agressivo, recomenda-se utilizar motores com grau de proteção IPW 55.

Alguns tipos de ligação dos terminais de motores:

MOTOR TRIFÁSICO 12 PONTAS


MOTOR TRIFÁSICO 6 PONTAS
440V Y 760V
220V Y 380V R S T R S T

R S T R S T 1 2 3 1 2 3

4 5 6 4 5 6
1 2 3 1 2 3
7 8 9 7 8 9

4 5 6 4 5 6 10 11 12 10 11 12

220V YY 380V
R S T R S T
1 2 3 1 2 3
MOTOR MONOFÁSICO
4 5 6 4 5 6
1 2 5 3 4 6
7 8 9 7 8 9

127V 10 11 12 10 11 12

1 2 3 5 4 6
MOTOR DAHLANDER
BAIXA VELOCIDADE ALTA VELOCIDADE
220V
R S T R S T

PARA INVERTER O SENTIDO DE ROTAÇÃO U (1) V (2) W (3) X (4) Y (5) Z (6)
TROCA-SE O TERMINAL 4 PELO 1
X (4) Y (5) Z (6) U (1) V (2) W (3)

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19.1 – CHAVE DE PARTIDA DIRETA LOCAL
Sempre que instalação permitir, o tipo de partida deve ser direta, já que o motor foi
projetado para estas condições (corrente e tensões nominais).

A corrente elevada de partida do motor pode variar de 6 a 9 vezes em relação à corrente


nominal, ocasionando as seguintes conseqüências prejudiciais:

 Acentuada queda de tensão no sistema de alimentação da rede, o que ocasiona


interferências em equipamentos instalados no sistema;

 Exigência de superdimensionamento de condutores e componentes, pois se não feito isto,


ocorre redução drástica da vida útil destes elementos;

 A imposição das concessionárias de energia elétrica que limitam a queda de tensão na


rede.

Caso a partida direta não seja possível, para evitar os problemas citados acima, pode-se
utilizar um sistema de partida indireta com redução de tensão e conseqüente redução da
corrente elétrica como:

 Estrela-triângulo

 Compensadora

 Partidas eletrônicas (soft-starter e inversor de freqüência)

Existem ainda outros tipos de partida indireta, que não serão abordadas neste curso:

 Série-paralelo

 Reostato

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Exercício prático n° 1:
Com os conhecimentos adquiridos temos plena condição de realizar exercícios práticos de
algumas chaves de partida.
Todos os exercícios serão executados com 3 equipes mediante supervisão do
instrutor.
Nesta oportunidade, vamos efetuar a montagem e ligação da chave de partida mais comum,
inserindo dois sinaleiros que indicarão se o motor está ou não ligado.
Verifique o modelo de montagem no ANEXO 20.6 contendo a posição dos componentes.

DIAGRAMA DE LIGAÇÕES – Partida direta simples

R S T

F1 F2 F3

F21

F22 3 13 43 21

I K1 K1 K1
1 3 5 4 14 44 22
L1 L2 L3
K1
1
2 4 6
T1 T2 T3 0

2
1 3 5

FT1
95
2 4 6
FT1 MOTOR MOTOR
LIGADO DESLIGADO
96

2
1 3 A2 A2 A2

M K1
A1
K1
A1
K1
A1
3~

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19.2 – CHAVE DE PARTIDA DIRETA AUTOMÁTICA À DISTÂNCIA COM CHAVE BÓIA
Exercício prático n° 2:
Com base no exercício anterior, vamos inserir no diagrama duas chaves bóia simulando o
comando à distância com advertência por sinaleiro quando o motor estiver ligado.

Este exercício contempla a instalação de uma chave bóia como controle do nível de um poço
para que a bomba não trabalhe sem água puxando ar (CONTROLE DO BOMBEAMENTO:
NÍVEL ALTO); e outra para garantir que não haja falta de água na caixa, além de não
permitir o excesso desligando o motor (CONTROLE DO RESERVATÓRIO: NÍVEL BAIXO).

DIAGRAMA DE LIGAÇÕES – Partida direta à distância com chave bóia

R S T

F1 F2 F3
BORNE P/ CONEXÃO
DO CONTATO DA BÓIA
F21

F22 1
CONTROLE DO
LH BOMBEAMENTO
1 3 5
2 NÍVEL ALTO
L1 L2 L3
K1
3
2 4 6
CONTROLE DO
T1 T2 T3 LL RESERVATÓRIO
4
1 3 5 NÍVEL BAIXO

FT1
43 95
2 4 6
K1 FT1
44 96

2
1 3 A2
MOTOR
M LIGADO
K1
A1
3~

Nota:
O instrutor deverá efetuar as conexões das chaves bóia no painel de cada equipe
isoladamente após a montagem do circuito, conectando nos bornes adequados de saída
do painel.

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EXERCÍCIO – Dimensionamento de condutores para motores elétricos
É muito importante observar a correta alimentação de energia elétrica dos motores.
A seleção dos condutores, sejam dos circuitos de alimentação dos motores, sejam dos
terminais ou de distribuição, deve ser baseada na corrente nominal dos motores conforme
Norma ABNT – NBR 5410.
Procede-se da seguinte maneira para dimensionar a seção do condutor de alimentação:
 Determinar a corrente conforme Norma ABNT – NBR 5410, multiplicando a corrente da
placa do motor por 1,25 e localizar o valor resultante nas tabelas dos anexos 20.3 e 20.4
 Se o condutor alimentar mais de um motor, o valor a ser localizado na tabela deve ser
igual a 1,25 vezes a corrente do maior motor somada com a corrente nominal de todos
os demais motores.
Caso o valor calculado de corrente não se encontrar na tabela, o valor a ser utilizado
deverá ser o primeiro logo acima do calculado.
 No caso de motores com várias velocidades deve ser considerado o valor mais alto
dentre as correntes nominais dos motores.

Vejamos o exemplo a seguir:


Dimensionar os condutores para um motor trifásico de 15cv, IV pólos, 220V, corrente
nominal de 40A, localizado a 50 metros da rede de alimentação, com instalação de cabos em
eletroduto.
SOLUÇÃO: a) A corrente a ser localizada: 1,25 x 40A = 50A
b) Valor mais próximo na tabela do anexo 20.3 = 55A
c) Bitola mínima = 6 AWG
Com valores informados da distância de 50 metros e corrente nominal de 40A, levados na
tabela do anexo 20.3, encontra-se como bitola do condutor o valor de 6 AWG.

Baseado nos conceitos e exemplo anterior, faça o seguinte exercício:


Um motor trifásico 60cv, 220/380V com corrente nominal de 156A, será instalado a
uma distância de 80 metros do ponto de tomada de energia da rede.
Qual deverá ser o cabo a ser utilizado para alimentar este motor sabendo-se que a
instalação será realizada por condutores aéreos?
A tabela do anexo 20.4 poderá auxiliar nesta tarefa.
SOLUÇÃO:

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19.3 – CHAVE DE PARTIDA DIRETA COM RELÉ FALTA DE FASE
Como já estudamos no item 17.5, vamos conhecer um pouco mais sobre o dispositivo de
proteção contra falta de fase sem a ligação do condutor neutro:
 Antes de energizar o circuito, deve-se girar o knob frontal (“potenciômetro”) no sentido
anti-horário até o final.
 Conectar as fases R-S-T e energizar o circuito. Assim, o RFF (Relé Falta de Fase) irá
comutar os contatos C-NA fechando-os e abrindo os contatos C-NF.
 Após a energização do circuito, deve-se girar o knob frontal até que a luz do LED acenda
mantendo-o fixo na faixa de ajuste seguinte.
 O LED aceso indica que o relé está monitorando as fases.
 Estando C-NA ligado ao comando do contator, na falta ou desequilíbrio de alguma das
fases, o relé irá desligar abrindo C-NA e desativando todo o sistema (LED apagado).
Exercício prático n° 3:
Vamos analisar a importância da aplicação do relé falta de fase e inserir este dispositivo em
uma chave de partida direta simples.
Após a montagem, o instrutor deverá simular a falta de uma fase para testar o comando.

DIAGRAMA DE LIGAÇÕES – Partida direta simples com relé falta de fase

R S T

F1 F2 F3

F21

F22 3 13 43 21

RFF I K1 K1 K1
1 3 5 4 14 44 22
L1 L2 L3
K1
1
2 4 6
0
T1 T2 T3
2
1 3 5 C

FT1 RFF
NA
2 4 6
95 MOTOR MOTOR
FT1 LIGADO DESLIGADO

2 96
1 3
A2 A2 A2
M K1 K1 K1
3~ A1 A1 A1

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19.4 – CHAVE DE PARTIDA ESTRELA–TRIÂNGULO
Chave de partida com tensão reduzida que consiste em ligar o motor inicialmente na
configuração estrela, porém alimentado com a tensão da ligação triângulo.
Após a aceleração até próximo da rotação nominal, comuta-se para a configuração triângulo.
É fundamental que o motor tenha a possibilidade de ligação em dupla tensão, que em nosso
caso seria 220/380V e ter no mínimo 6 bornes de ligação.
Antes de decidir por uma partida estrela-triângulo, será necessário verificar se o conjugado
de partida será suficiente para operar a máquina ou carga.

Aplicação:
Partida de máquinas em vazio, ou seja, sem carga acoplada no eixo do motor.

Vantagem:
Redução da corrente de partida em aproximadamente 33% de seu valor para partida direta.

Desvantagem:
Redução do conjugado de partida para aproximadamente 33% de seu valor para partida
direta.

Requisitos do motor:
Deve possuir 6 terminais de ligação e a segunda tensão deve ser 1,73 (√3) vezes maior do
que a primeira (Exemplos: 220/380V, 380/660V).

Observação:
A comutação de estrela para triângulo deve ocorrer entre 85 e 90% da rotação
nominal, pois antes deste instante a corrente pode atingir valores inaceitáveis.

19.4.1 – CHAVE DE PARTIDA ESTRELA-TRIÂNGULO MANUAL


Esta chave utiliza uma alavanca externa ao corpo da chave que aciona os contatos de forma
a permitir no momento ideal a comutação estrela-triângulo descrita no item anterior.

Trata-se de uma chave muito utilizada no passado, mas que insiste em permanecer no
mercado devido seu baixo custo.

A principal desvantagem é que a comutação de estrela para triângulo fica dependente de


intervenção do usuário no momento ideal, mas inúmeras vezes não ocorrem de maneira
satisfatória, além de não permitir o comando à distância, entre outros.

Neste caso, a instalação do relé de sobrecarga também não será possível sem contator.
Podemos suprir ao menos a necessidade da proteção oferecida através do disjuntor-motor
dotado do relé de sobrecarga substituindo os fusíveis NH, desde que a capacidade do motor
esteja compatível com o dispositivo.

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Exercício prático n° 4:
Montagem e ligação da chave de partida estrela-triângulo manual aplicando disjuntor-motor.

DIAGRAMA DE LIGAÇÕES
Partida estrela-triângulo manual com disjuntor motor

R S T
1 3 5 DISJUNTOR-MOTOR
L1 L2 L3

I> I> I>


CHAVE POSIÇÃO POSIÇÃO
2 4 6
DESLIGADA
T1 T2 T3
Y
R R R

1 1 1

6 6 6

S S S
2 2 2

4 4 4

T T T

3 3 3

5 5 5

3 4
2 5
1
M 6 CONTATOS
MÓVEIS
3~

Nota:
As bobinas de subtensão e disparo a distância do disjuntor-motor, bem como os contatos
auxiliares não serão utilizados neste exercício, porém poderão ser úteis em aplicações
oportunas.

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19.4-2 – CHAVE DE PARTIDA ESTRELA-TRIÂNGULO AUTOMÁTICA
Neste caso, permanece a filosofia de partida do motor em tensão reduzida, porém de forma
automática através de contatores e relé temporizador.

Exercício prático n° 5:
Montagem e ligação da chave de partida estrela-triângulo automática.

DIAGRAMA DE LIGAÇÕES – Partida estrela-triângulo automática

R S T

F1 F2 F3

1 3 5 1 3 5 1 3 5
L1 L2 L3 L1 L2 L3 L1 L2 L3
K1 K2 K3

2 4 6 2 4 6 2 4 6
T1 T2 T3 T1 T2 T3 T1 T2 T3

1 3 5

FT1

2 4 6

1 6
2 M 4

3 3~ 5

<<< Diagrama de força ou principal >>>


O diagrama de comando ou funcional está disponível na próxima página.

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DIAGRAMA DE LIGAÇÕES – Partida estrela-triângulo automática

FT1

F21 96 95
R
1
F22
S 0

3 13 13 43

I K1 K3 K1
4 14 14 44

15 25 13
KT1 KT1 K2
18 28 14

21 21

K2 K3

22 22

A1 A1 A1 A1
KT1 K3 K1 K2
A2 A2 A2 A2

<<< Diagrama de comando ou funcional >>>


O diagrama de força ou principal está disponível na próxima anterior.

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19.5 – CHAVE DE PARTIDA COM REVERSÃO DO SENTIDO DE ROTAÇÃO

É importante ressaltar que um motor de indução trifásico trabalhará em qualquer sentido


dependendo da conexão com a fonte elétrica, desde que na placa de identificação não esteja
indicando um único sentido de rotação.

Para inverter o sentido de rotação em motores trifásicos, basta inverter qualquer par de
conexões entre o motor e a fonte elétrica.

Porém esta inversão deve ser algo esperado e planejado, visto que inversões acidentais
poderão causar graves prejuízos. Inclusive, a aplicação do relé SEQÜÊNCIA DE FASE protege
o motor e equipamentos contra estas inversões acidentais.

Exercício prático n° 6:
Montagem e ligação da chave de partida com reversão do sentido de rotação.

Observação:
Para inversão do sentido, deve-se aguardar que o eixo do motor pare por completo, evitando
o conflito entre campo magnético e energia cinética (força mecânica do eixo).
Em situações de controle ideal, aplica-se um dispositivo de frenagem.

Para efeito de segurança no sistema contra curto-circuito, o diagrama de comando incorpora


um intertravamento elétrico entre os circuitos dos contatores K1 e K2.
Basta inserir um contato auxiliar NF do contator K1 no circuito que alimenta a bobina de K2,
impedindo o funcionamento simultâneo de ambos os contatores.

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DIAGRAMA DE LIGAÇÕES – Partida direta com reversão

R S T
F1 F2 F3
F21

95
F22
FT1
96

B0
1 3 5 1 3 5
K1 L1 L2 L3 K2 L1 L2 L3 2

3 13 3 13
2 4 6 2 4 6
T1 T2 T3 T1 T2 T3 B1 K1 B2 K2
4 14 4 14

1 1
1 3 5
B2 B1
FT1 2 2

21 21
2 4 6
2 K2 K1
1 3 22 22
M A1 A1

3~
K1 K2
A2 A2

Notas:
1) A critério do instrutor e como sugestão, 2 sinaleiros poderão ser instalados indicando os
sentidos de rotação utilizando contatos NA de K1 e K2.

2) Para aplicações oportunas, o motor poderá ser desligado automaticamente inserindo


chaves fim-de-curso.

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19.6 – CHAVE DE PARTIDA COMPENSADORA (teoria)
Esta chave de partida alimenta o motor com tensão reduzida em seus terminais durante a
partida através da ligação de um autotransformador.

Após o motor ter acelerado, seus terminais voltam a receber tensão nominal.

A redução de corrente de partida depende do “TAP” em que estiver ligado o


autotransformador, por exemplo:

TAP 65% - Redução para 42% do seu valor de partida direta.


TAP 80% - Redução para 64% do seu valor de partida direta.

A chave de partida compensadora pode ser utilizada em motores que partem com
carga acoplada no eixo.

19.7 - PARTIDA SUAVE (SOFT STARTER) E INVERSOR DE FREQÜÊNCIA (teoria)


Com a crescente necessidade na otimização de sistemas e processos industriais, algumas
técnicas foram desenvolvidas, principalmente levando-se em consideração os conceitos e
tendências voltadas para a automação industrial. Analisando o passado podemos claramente
perceber o quanto estas técnicas contribuíram para esta finalidade.

Na atualidade, a área rural de certa forma também está recebendo impactos na automação
visto que muitas propriedades rurais recebem instalações que incorporam processos
automáticos.

Em particular vamos conhecer uma técnica que tornou-se muito utilizada na atualidade, a
chave de partida SOFT-STARTER. Estes equipamentos eletrônicos estão assumindo
significativamente o lugar de sistemas previamente desenvolvidos, em grande parte
representados por sistemas eletromecânicos.

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As soft-starters são utilizadas para PARTIR,
PARAR E PROTEGER motores elétricos trifásicos.
Seu funcionamento é baseado no controle da
tensão aplicada ao motor durante a aceleração e
desaceleração do mesmo.

É importante afirmar que as soft-starters não


variam a velocidade do motor, uma vez que
este é o papel do INVERSOR DE FREQÜÊNCIA.

Nota-se na figura que este acionamento dispensa


o uso de contatores ou relés diversos, pois
incorpora todas estas funções.

FIGURA – Diagrama simplificado de um acionamento


básico com chave soft-starter (Fonte: WEG)

Aplicações das soft-starters:


Acionamento das mais diversas cargas como compressores, bombas centrífugas,
ventiladores, exaustores, esteiras transportadoras, centrífugas, misturadores, etc.

Vantagens das soft-starters:


 Partida e parada suave;
 Redução da corrente de partida em até 60%;
 Proteção do motor contra sobrecarga e falta de fase sem acessórios adicionais;
 Aumento da vida útil de redutores, correias e acoplamentos;
 Redução da manutenção por não possuir peças móveis;
 Permite a leitura de grandezas como tensão, corrente, potência ativa (kW) potência
aparente (kVA) e fator de potência.

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20 – ANEXOS
20.1 – TABELA PARA AUXÍLIO DE CÁLCULO DAS INSTALAÇÕES ELÉTRICAS

CAPACIDADE DE CONDUÇÃO DE CORRENTE, PROTEÇÃO E ELETRODUTO

Condutores de cobre isolado 750V Eletroduto


isolação PVC 70ºC (até 3 condutores isolados)

ABNT Corrente Equivalência c/ Corrente Proteção


2
Seção mm máxima Seção AWG máxima máxima Milímetros Polegadas
( Bitola ) ( Ampères ) ( Bitola ) ( Ampères ) DISJUNTOR
0,5 6 - - 5
0,75 9 - - 5
1 12 - - 10 15 1/2
1,5 15,5 14 15 15
2,5 21 12 20 20
4 28 10 30 25
20 3/4
6 36 8 40 35
10 50 6 55 50 25 1
16 68 4 70 60
32 1.1/4
25 89 2 95 80
35 111 1 110 100 40 1.1/2
50 134 1/0 125
125
- - 2/0 145 50 2
70 171 3/0 165 150
- - 4/0 195 175
95 207 250 215 200 60 2.1/2
120 239 300 240 225
150 272 350 260 250
75 3
- - 400 280 275
185 310 500 320 300
240 364 600 355
350
- - 700 385
100 4
- - 750 400
300 419 800 410 400
- - 900 435
- - 1000 455 450
400 502 - - 500 150 6
500 578 - - 550

OBSERVAÇÕES:
 Nunca utilize condutor com capacidade menor do que a corrente calculada no seu circuito.
 Instale disjuntores sempre de uma única tecla, sendo:
1 fase >>> unipolar
2 fases >>> bipolar
3 fases >>> tripolar

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20.2 – TABELA COM DADOS PRINCIPAIS DE ALGUNS MOTORES ELÉTRICOS

MOTORES ELÉTRICOS

POTÊNCIA CORRENTE DE PARTIDA CORRENTE PLENA CARGA FATOR DE


POTÊNCIA ABSORVIDA DA REDE
NOMINAL (Ampères) (Ampères) POTÊNCIA

Monofásico Trifásico Monofásico Trifásico Monofásico Trifásico


(cv ou HP) Mon. Trif.
KW KVA KW KVA 127V 220V 220V 380V 127V 220V 220V 380V

1/4 0,42 0,66 - - 27 14 - - 5,9 3,0 - - 0,63 -


1/3 0,51 0,77 0,39 0,65 31 16 7,1 4,1 7,1 3,5 1,7 0,9 0,66 0,61
1/2 0,79 1,18 0,58 0,87 47 24 9,9 5,8 11,6 5,4 2,3 1,3 0,67 0,66
3/4 0,90 1,34 0,83 1,26 63 33 16,3 9,4 12,2 6,1 3,3 1,9 0,67 0,66
1 1,14 1,56 1,05 1,52 68 35 20,7 11,9 14,2 7,1 4,0 2,3 0,73 0,69
1.1/2 1,67 2,35 1,54 2,17 96 48 33,1 19,1 21,4 10,7 5,7 3,3 0,71 0,71
2 2,17 2,97 1,95 2,70 132 68 44,3 25,0 27,0 13,5 7,1 4,1 0,73 0,72
3 3,22 4,07 2,95 4,04 220 110 65,9 38,0 37,0 18,5 10,6 6,1 0,79 0,73
4 - - 3,72 5,03 - - 74,4 43,0 - - 13,2 7,6 - 0,74
5 5,11 6,16 4,51 6,02 - 145 98,9 57,1 - 28,0 15,8 9,1 0,83 0,75
7.1/2 7,07 8,84 6,57 8,65 - 210 157,1 90,7 - 40,2 22,7 12,7 0,80 0,76
10 9,31 11,64 8,89 11,54 - 260 201,1 116,1 - 52,9 30,3 17,5 0,80 0,77
12.1/2 11,58 14,94 10,85 14,09 - 330 270,5 156,0 - 67,9 37,0 21,3 0,78 0,77
15 13,72 16,94 12,82 16,65 - 408 340,6 196,6 - 77,0 43,7 25,2 0,81 0,77
20 - - 17,01 22,10 - - 422,1 243,7 - - 58,0 33,5 - 0,77
25 - - 20,92 25,83 - - 477,6 275,7 - - 67,8 39,1 - 0,81
30 - - 25,03 30,52 - - 566,0 326,7 - - 80,1 46,2 - 0,82
40 - - 33,38 39,74 - - 717,3 414,0 - - 104,3 60,2 - 0,84
50 - - 40,93 48,73 - - 915,5 528,5 - - 127,9 73,8 - 0,84
60 - - 49,42 58,15 - - 1095,7 632,6 - - 152,6 88,1 - 0,85
75 - - 61,44 72,28 - - 1288,0 743,6 - - 189,7 109,5 - 0,85
100 - - 81,23 95,56 - - 1619,0 934,7 - - 250,8 144,8 - 0,85
125 - - 100,67 117,05 - - 2014,0 1162,7 - - 307,2 177,3 - 0,85
150 - - 120,09 141,29 - - 2521,7 1455,9 - - 370,8 214,0 - 0,85
200 - - 161,65 190,18 - - 3458,0 1996,4 - - 499,1 288,1 - 0,85

OBSERVAÇÃO:

Utilizar os valores indicados nesta tabela somente quando não for possível obtê-los nas
placas dos motores.

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20.3 – TABELA PARA DIMENSIONAMENTO DE CONDUTORES EM ELETRODUTO

20.4 – TABELA PARA DIMENSIONAMENTO DE CONDUTORES AÉREOS

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20.5 – EXEMPLO DE CORREÇÃO DO FATOR DE POTÊNCIA COM USO DE CONTATORES
O diagrama a seguir ilustra a aplicação de contatores para correção do fator de potência em
chave de partida direta.

Os componentes e circuitos devem ser dimensionados de forma adequada ao motor


utilizado.

Para aplicações de capacitores em outros tipos de chaves de partida, os diagramas sofrerão


alterações.

Neste exemplo, os capacitores são manobrados por contatores.

<<< Este acionamento não será montado neste curso >>>


DIAGRAMA DE LIGAÇÕES – Partida direta com correção FP

R S T

F1 F2 F3
F21

3 13 43
1 3 5 F22
L1 L2 L3 I K1 K1
4 14 44
K1

2 4 6
T1 T2 T3 1

A 0

2
1 3 5
95
FT1
FT1
2 4 6 96

B
A2 A1
K1 H1 KC
F7 F8 F9 A1 A2

1 3 5
2
1 L1 L2 L3
3 KC = Contator de manobra dos capacitores

M A = Conexão antes do relé

3~ KC 2
T1
4
T2
6
T3 B = Conexão depois do relé

OBS.:
- Para conexão "B" regular a nova corrente que passará pelo relé.
- Para reenergização dos capacitores, respeitar o tempo mínimo
de descarga dos mesmos.

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20.6 – MODELO DO PAINEL DE ACIONAMENTOS DOS EXERCÍCIOS PRÁTICOS
A figura abaixo representa uma sugestão para montagem dos exercícios práticos, utilizando
os seguintes acessórios:
 Garra jacaré ou conexão direta após proteção da fonte de energia local (trifásica).
 Cabo PP 3x2,5mm² para conexão das fases de alimentação do painel.
(1 único cabo conectado na fonte, alternando entre as equipes no momento adequado).
 Fio de cobre (verde) para conexão entre haste de aterramento e conector (borne) no
painel.
 1 cabo PP 4x2,5mm² por equipe, para alimentação do motor através dos conectores de
saída no painel.
Nos exercícios com chaves de partida estrela-triângulo será necessária a conexão de
outros condutores para alimentação do motor nos bornes de saída.

3 ~ ( + PE )
TRILHO COM BORNES PARA
CONDUTORES DE ALIMENTAÇÃO

NH NH NH DJ RFF D D TRILHO

FUSÍVEIS DIAZED
PARA COMANDO
FUSÍVEIS NH PARA DISJUNTOR RELÉ FALTA
CIRCUITO DE FORÇA MOTOR DE FASE

ESPAÇO PARA PASSAGEM DE CONDUTORES


ESPAÇO PARA PASSAGEM DE CONDUTORES

TRILHO PARA CONTATORES E RELÉ DE SOBRECARGA

ESPAÇO PARA FIXAÇÃO DAS CAIXAS DE


BOTOEIRAS E SINALIZAÇÃO

TRILHO PARA CONECTORES DE ALIMENTAÇÃO DO MOTOR


E CONTATOS DA CHAVE BÓIA

PLACA DE MADEIRA 500 x 400 x 12mm

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