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XLII ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO

"Contribuição da Engenharia de Produção para a Transformação Digital da Indústria Brasileira"


Foz do Iguaçu, Paraná, Brasil, 04 a 07 de outubro de 2022.

LEAN MANUFACTURING, PRINCÍPIOS SOCIOTÉCNICOS


E DOMÍNIOS DA ERGONOMIA: EQUILIBRANDO
FATORES TÉCNICOS E HUMANOS PARA SUSTENTAR
RESULTADOS
Douglas Correa Rodrigues ( Unisinos)

Gisele de Macedo Steffen (Unisinos)

O sucesso alcançado pela Toyota impulsionou empresas a adotarem as


práticas da manufatura enxuta, tornando-se um sistema popular. Entre
os fatores relacionados a implementações deficientes está o foco
demasiado em práticas de hard lean, que não consideram os aspectos
humanos. Abordagens que utilizam a interação entre trabalhadores e o
ambiente de trabalho, reconhecidas como práticas de soft lean, podem
impulsionar o desempenho operacional. Este estudo busca por meio de
uma revisão sistemática da literatura entender como os princípios do
sistema sociotécnico e os domínios dos fatores humanos e ergonomia
contribuem para implementações bem-sucedidas de sistemas Lean
Manufacturing. A síntese da literatura revela que mudanças culturais,
organizacionais e sociais, que incluam trabalho em equipe, projeto do
ambiente, treinamento, orientação humana, liderança e cultura, podem
potencializar os resultados em ambientes de manufatura enxuta,
conduzindo a qualidade no trabalho e máxima produtividade.

Palavras-chave: Lean Manufacturing, Soft lean, Hard lean, Sistema


Sociotécnico, Ergonomia.
XLII ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO
"Contribuição da Engenharia de Produção para a Transformação Digital da Indústria Brasileira"
Foz do Iguaçu, Paraná, Brasil, 04 a 07 de outubro de 2022.

1. Introdução
O sucesso alcançado pela Toyota impulsionou empresas a adotar as práticas da manufatura
enxuta (BORTOLOTTI; BOSCARI; DANESE, 2015), tornando-se popular entre as indústrias
de manufatura, serviços e grandes áreas comerciais. (TORTORELLA; VERGARA;
FERREIRA, 2017). Embora o Lean Manufacturing (LM) seja um sistema de produção
amplamente adotado para atingir o desempenho operacional, há evidências contraditórias para
sugerir que nem todas as iniciativas de implementação enxuta levam a níveis sustentáveis de
resultados de sucesso. (EL-KHALIL; LEFFAKIS; HONG, 2020). Nesse sentido, o estudo dos
fatores que influenciam o fracasso ou o sucesso de uma implantação Lean é um tema de
pesquisa relevante. Durante os primeiros anos de LM, as organizações no hemisfério
ocidental enfatizaram amplamente a aplicação das técnicas e ferramentas enxutas, sem levar
em consideração os elementos humanos. (HERNANDEZ-MATIAS et al., 2019). Ainda que
as tecnologias de fabricação avançadas tenham melhorado as capacidades, velocidade,
precisão e sustentabilidade do processo, os aspectos humanos do projeto do processo não
receberam a atenção adequada. (AYOUGH; ZANDIEH; FARHADI, 2020).
A perspectiva do sistema sociotécnico (STS) oferece uma vantagem teórica para examinar a
relação proposta entre diferentes tipos de ferramentas LM no chão de fábrica. Para isso utiliza
técnicas de melhoria contínua que atuem como um catalisador na implementação bem-
sucedida de práticas de padronização e estabilidade de processo. Neste contexto, sugere que
as organizações consistem em componentes humanos e mecânicos. (EL-KHALIL;
LEFFAKIS; HONG, 2020). Desse modo, o STS é abordado pelos Fatores Humanos e
Ergonomia (HFE), no qual, práticas são incorporadas ao planejamento e execução de
atividades operacionais, estabelecendo condições adequadas e resultados melhores na
interação entre trabalhadores e ambiente de trabalho. (TORTORELLA et al., 2017).
A ênfase constante em práticas de processos técnicos sem qualquer integração de ferramenta
de força de trabalho social pode criar efeitos negativos no chão de fábrica, causando maior
variabilidade operacional e não conformidade com os padrões de processo. (EL-KHALIL;
LEFFAKIS; HONG, 2020). Portanto, este artigo visa responder à seguinte questão de
pesquisa: como o sistema sociotécnico e os fatores humanos e ergonomia podem contribuir
para melhorias em implantações deficientes de Lean Manufacturing? Para isso o artigo se
estrutura da seguinte maneira. A seção 2 apresenta uma revisão sistemática da literatura. A
seção 3 descreve o método de pesquisa. Na seção 4 são apresentados os resultados. A seção 5

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estabelece as discussões entre as práticas do LM e as contribuições das abordagens do SST e


HFE. Por fim são apresentadas as conclusões e as considerações finais.

2. Referencial teórico
A fim de estruturar a pesquisa, esta seção introduz conceitos do LM, STS e HFE. A seguir são
apresentadas estas abordagens.

2.1. Lean manufacturing: técnicas hard e soft


A manufatura enxuta é um método que impulsiona um sistema complexo de práticas
sociotécnicas para melhorar o desempenho e criar valor por meio da eliminação de
desperdícios e da melhoria contínua dos processos de produção. (BORTOLOTTI; BOSCARI;
DANESE, 2015; HERNANDEZ-MATIAS et al., 2019). A implementação do LM utiliza
princípios e práticas de gestão oferecendo benefícios operacionais, financeiros e competitivos
substanciais para as empresas. (TORTORELLA et al., 2017).
De acordo com (AYOUGH; FARHADI, 2019), existem três componentes envolvidos na
implementação enxuta em qualquer instituto sendo eles: componentes técnicos, fatores
humanos e os elementos organizacionais. Logo, uma abordagem interessante para estudar LM
é classificar as práticas como hard (duras) ou soft (suaves). As práticas suaves (por exemplo,
melhoria contínua e liderança da alta administração) correspondem as pessoas e suas relações.
As práticas duras (por exemplo, controle de processo estatístico ou kanban) se referem às
ferramentas técnicas e analíticas. (BORTOLOTTI; BOSCARI; DANESE, 2015;
HERNANDEZ-MATIAS et al., 2019). Mostafa, Dumrak e Soltan (2013) definem uma
implementação de LM bem-sucedida como aquela em que uma empresa atinge uma
transformação cultural baseada na adoção do maior volume de práticas soft-lean e na
implementação de várias práticas hard-lean. Resultados de estudos apresentam uma relação
entre a adoção das chamadas práticas soft-lean e a implementação bem-sucedida do LM.
(HERNANDEZ-MATIAS et al., 2019).

2.2. Sistema sociotécnico


O STS baseia-se no pressuposto de que as organizações de trabalho combinam um sistema
técnico e um sistema social, onde o componente técnico inclui a tecnologia e o processo de
trabalho da organização e o componente social inclui a sua gente, estrutura organizacional e
elementos culturais. (MUMFORD, 2006). Conforme a teoria sociotécnica o design e o
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desempenho de novos sistemas podem funcionar e ser melhorados quando os aspectos sociais
e técnicos forem reunidos e tratados de modo interdependente em um sistema de trabalho.
(TORTORELLA et al., 2017). Dessa maneira, Cherns (1976), descreveu os princípios do
design sociotécnico num artigo sobre relações humanas, como mostra o Quadro 1.

Quadro 1 - Princípios do Sistema Sociotécnico


Princípios Conceito
O processo de concepção deve ser compatível com os seus objetivos. Isto significa
Princípio 1. que se o objetivo é criar estruturas de trabalho democráticas, então os processos
Compatibilidade democráticos devem ser utilizados para os criar.

Não se deve especificar mais do que é absolutamente essencial. Mas o essencial


Princípio 2. Especificação deve ser especificado. Isto é frequentemente interpretado como dando aos grupos
Crítica Mínima de empregados objetivos claros, mas deixando-os a decidir como atingi-los.

Os desvios, definidos como desvios das normas e padrões esperados, se não


Princípio 3. Critério puderem ser eliminados, devem ser controlados o mais próximo possível do seu
Sociotécnico ponto de origem. Problemas deste tipo devem ser resolvidos pelo grupo que os
experimenta

O trabalho necessita de uma redundância de funções para a adaptabilidade e


Princípio 4. Princípio da aprendizagem. Para que os grupos sejam flexíveis e capazes de responder à
Multifuncionalidade mudança, precisam de uma variedade de competências

Princípio 5. Localização de Os limites devem facilitar a partilha de conhecimentos e experiências. Todos os


fronteira grupos devem aprender uns com os outros, apesar da existência do limite.

A informação deve ir, em primeira instância, para o local onde é necessária para a
Princípio 6. Fluxo de ação. Preferível que se dirija primeiro ao grupo de trabalho cuja eficácia está a ser
informação controlada.

Os sistemas de apoio social devem ser concebidos para reforçar o comportamento


Princípio 7. Congruência social desejado. Se há expectativa que os empregados cooperem uns com os
de apoio outros, o homem-agente deve também mostrar um comportamento cooperativo.

O trabalho de alta qualidade requer que os postos de trabalho sejam razoavelmente


Princípio 8. Desenho e exigentes, com oportunidade para aprender e para a tomada de decisões, com
Valores Humanos apoio social e um trabalho que conduza a um futuro desejável.

O reconhecimento de que o desenho é um processo iterativo. Novas exigências e


Princípio 9. Incompletude condições no ambiente de trabalho significam que é necessário repensar
continuamente as estruturas e os objetivos.

Fonte: Adaptado de Cherns (1976) e Mumford (2006)

Os objetivos organizacionais são alcançados de uma melhor maneira pela otimização conjunta
dos aspectos técnicos e sociais, explorando a adaptabilidade e a capacidade de inovação das
pessoas na consecução de objetivos. (CHERNS, 1976; PASMORE, 1995).

2.3. Fatores humanos e ergonomia


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Os termos “fatores humanos” e “ergonomia” frequentemente são empregados com o mesmo


sentido e utilizados alternadamente. (SRINIVASA RAO; NIRAJ, 2016). Entretanto, o campo
dos fatores humanos concentrou seus interesses na relação homem-máquina, considerando a
interação dos indivíduos com os equipamentos e seu ambiente, enquanto a ergonomia
tradicionalmente centralizou seus interesses nos impactos do trabalho sobre as pessoas.
(NARANJO-FLORES; RAMÍREZ-CÁRDENAS, 2014). Nesse sentido, a IEA (2021) define
os fatores humanos e ergonomia (HFE) como a disciplina que compreende as interações entre
humanos e outros elementos de um sistema, formando uma ciência multidisciplinar. Devido a
este aspecto, o HFE compreende três domínios principais, sendo reconhecidos como
ergonomia física, ergonomia cognitiva e ergonomia organizacional. (IEA, 2021; SAKTHI
NAGARAJ; JEYAPAUL, 2020). As definições desses domínios são apresentadas no Quadro
2.

Quadro 2 - Domínios dos Fatores Humanos e Ergonomia


Domínio Conceito
Refere-se às características humanas antropométricas, anatômicas e biomecânicas, fatores
fisiológicos e psicossociais relacionados à atividade física, que se correlacionam com as
Ergonomia Física cargas de trabalho, posturas, movimentos repetitivos, levantamento de cargas, entre
outros.

Relaciona-se a otimização do processo mental, como consciência da situação,


Ergonomia confiabilidade humana (erros), tomada de decisão, resposta motora, raciocínio, memória e
Cognitiva percepção.

Concentra-se na otimização do sistema sociotécnico, incluindo o projeto do trabalho,


Ergonomia fatores gerenciais, comunicação, trabalho em equipe, processos, políticas e estruturas
Organizacional organizacionais.

Fonte: Adaptado de IEA (2021) e Sakthi Nagaraj e Jeyapaul (2020)

A ergonomia, por meio dos seus domínios, possibilita melhores condições de trabalho,
otimizando os fatores humanos afetados, e consequentemente proporciona um melhor
desempenho operacional. (SAKTHI NAGARAJ; JEYAPAUL, 2020; TORTORELLA;
VERGARA; FERREIRA, 2017). Visando a otimização do funcionamento dos sistemas, por
meio da eliminação ou atenuação da incompatibilidade entre homem-sistema, é possível obter
resultados como a maximização do desempenho, diminuição das perdas por produtividade,
deficiências de qualidade e rotatividade de funcionários. (NUNES; MACHADO, 2007).

3. Metodologia

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A pesquisa permite o progresso da ciência e o avanço científico, que mediante a uma


investigação sistemática visa o desenvolvimento ou refinamento de teorias. (DRESCH;
LACERDA; ANTUNES, 2015). A fim de resolver a questão de pesquisa, a metodologia
utilizada foi a Literature Grounded Theory – LGT, que utiliza a revisão sistemática da
literatura (RSL) de maneira a mapear, identificar, decompor e associar os resultados de
estudos relevantes. (ERMEL et al., 2021).
A RSL consolida resultados de estudos primários, tendo por resultado um novo
conhecimento. (MORANDI; CAMARGO, 2015). A fim de localizar estudos relevantes, as
fontes de busca foram i) scopus e ii) web of Science, visto a abrangência de documentos e ao
fato de serem as principais bases de dados para pesquisa na área de gestão (MORANDI;
CAMARGO, 2015). Os termos utilizados foram: (1) Lean Manufacturing e Human Factors e
(2) Lean Manufacturing e Sociotechnical System. Além da utilização das bases, foram
utilizadas publicações pelo processo de snow ball por meio da análise da lista de referências
dos artigos que atenderam aos critérios para inclusão. (ERMEL et al., 2021).
Com os termos e as bases definidas as buscas foram realizadas, exportadas para o software
StArt para a verificação dos artigos duplicados e a seleção dos artigos que se apresentaram de
acordo com o tópico de pesquisa. Para a seleção foram analisados o título, palavras-chave e
resumo, onde do total de 100 publicações restaram 28 após a aplicação de critérios de
exclusão. A Tabela 1 apresenta a lista dos artigos incluídos na revisão.

Tabela 1 - Estudos inclusos na revisão

Cod. Título Artigo Autores (ano)


Lean manufacturing and operational performance: Interrelationships between Hernandez-Matias et
D01
human-related lean practices al. (2019)
García-Alcaraz et al.
D02 Effects of human factors and lean techniques on just in time benefits
(2019)
Lean manufacturing implementation: An assessment method with regards to Tortorella, Vergara e
D03
socio-technical and ergonomics practices adoption Ferreira (2017)
Hybrid simulation modelling of the human-production process interface in lean Oleghe e Salonitis
D04
manufacturing systems (2019)
(AYOUGH;
Balancing, sequencing, and job rotation scheduling of a U-shaped lean cell with
D05 ZANDIEH;
dynamic operator performance
FARHADI, 2020)
The story of socio-technical design reflections on its successes, failures and
D06 Mumford (2006)
potential
How to make lean cellular manufacturing work integrating human factors in the Ayough e Farhadi
D07
design and improvement process (2019)
Theuer, Gronau e Lass
D08 The impact of autonomy on lean manufacturing systems
(2013)
Research model for measuring performance and sustainability of high-variety,
D09 Powell e Pazos (2010)
low-volume lean manufacturing
D10 Impact of improvement tools on standardization and stability goal practices. El-Khalil, Leffakis e

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Hong (2020)
Péczely e Liberona
D11 Elaborating and validating unified lean culture model
(2018)
The lean manufacturing enterprise an emerging sociotechnological system
D12 Paez et al. (2004)
integration
D13 The principles of sociotechnical design Cherns (1976)
Implementing and sustaining lean processes the dilemma of societal culture Pakdil e Leonard
D14
effects (2017)
The adoption of socio-technical and JIT practices and its relationship with the
D15 Tortorella et al. (2017)
performance of quality and workers’ health
Improved productivity indicators in a textile company through the synergy of Médico, Polo e
D16
lean manufacturing tools and socio-technical approach Casanya (2018)
How to foster sustainable continuous improvement-a cause-effect relations map
D17 Costa et al. (2019)
of lean soft practices
Christis e Soepenberg
D18 Lowlands sociotechnical design theory and lean production
(2009)
Bortolotti, Boscari e
D19 Successful lean implementation: Organizational culture and soft lean practices
Danese (2015)
Nunes e Machado
D20 Merging ergonomic principles into lean manufacturing
(2007)
Lathin e Mitchell
D21 Lean manufacturing: Techniques, people and culture
(2001)
Naranjo-flores e
D22 Human factors and ergonomics for lean manufacturing applications Ramírez-Cárdenas
(2014)
A road map for the implementation of integrated JIT-lean practices in indian
D23 Talib et al. (2020)
manufacturing industries using the best-worst method approach
A case study on implementing lean ergonomic manufacturing systems (LEMS) Srinivasa Rao e Niraj
D24
in an automobile industry (2016)
García-Alcaraz et al.
D25 Human Resource Abilities and Skills in TQM for Sustainable Enterprises
(2019b)
Comfort Analysis and Evaluation of an Assembly Operation Based on
D26 Wan et al. (2016)
DELMIA
An empirical investigation on association between human factors, ergonomics Sakthi Nagaraj e
D27
and lean manufacturing. Jeyapaul (2020)
Lean manufacturing and ergonomics integration: Defining productivity and
D28 Colim et al. (2021)
wellbeing indicators in a human–robot workstation
Fonte: Elaborados pelos autores

De acordo com Bardin (2021) a transformação dos dados, por meio de recorte, agregação e
enumeração, permite a representação do conteúdo. A enumeração por frequência apresenta a
importância de uma unidade de registro a partir da quantidade de aparições no texto. Desse
modo, foi realizada a classificação por frequência de elementos nas implementações LM.
Assim, foram identificadas as principais contribuições associadas a deficiências e
características relacionados a fatores humanos que favorecessem a implementação do sistema.
A classificação é apresentada na Tabela 2.

Tabela 2 - Deficiências e Fatores Humanos em implementações LM


Deficiências Fatores Humanos

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Compromisso da alta

Estação de Trabalho

Orientação humana
Ergonomia Projeto
Comprometimento
Pressão de tempo

Baixa motivação

Trabalho Equipe
Aumento Ritmo
Aumento Carga

organizacional
Autonomia no

aprendizagem

administração

Capacitação e
Comunicação

Ergonômicos
Deficiência

Problemas
deficiente
Trabalho

Trabalho

trabalho

Cultura
(tédio)
Código

D01 - - - 2 - 3 1 - 5 1 5 11 1 4
D02 - - - - - - - - 2 - - - - -
D03 - - - 1 - 1 - - - - - - 5 -
D04 1 - - - - - - - 1 - - - - -
D05 - - - - 2 - 2 - - - - 1 2 -
D06 - - - - - - - - - - - 2 - -
D07 - - - - 3 1 3 - - - 1 - - -
D08 - - - 1 - - - - - - - 2 - -
D09 - - - - - - - - - - - - 1 -
D10 1 - - - - - - - - - 1 1 - -
D11 - - - 1 - - - - - 7 - 1 1 -
D12 - - - - - - - - - - - - - -
D13 - - - - - - - - - - - - - -
D14 - - - 1 - 1 1 - 3 2 1 1 - -
D15 - - - - 1 - - 1 - - - - 1 -
D16 - - - - - - - - - - - - - -
D17 - - - - - - - - - - - - - -
D18 - - - - - - - - - - - 2 - -
D19 - - - - - 1 - - 1 1 2 - - -
D20 - - 2 2 - - - 4 - - - 1 1 -
D21 - - - - - - - - 1 - - 1 - -
D22 - - - - 1 - - 1 - - - - 6 -
D23 - - - - - - - - 5 4 2 - - -
D24 - - - - - - - - - - - - 5 -
D25 - - - - - - - - 2 - 1 - - -
D26 1 1 1 - - - - 2 - - - - - -
D27 3 1 1 3 - - - 3 3 - - - 7 -
D28 - - - 1 - - - 2 - - - 2 2 -
Resultado 6 2 4 12 7 7 7 13 23 15 13 25 32 4
Fonte: Elaborados pelos autores

Por fim foi somado a frequência das deficiências em todos os artigos. Da mesma maneira foi
verificado para os elementos relacionados aos fatores humanos, localizando-se assim os mais
destacados para o tema de pesquisa. Esses resultados serão discutidos na sessão a seguir.

4. Resultados
Considerar o comportamento humano é essencial e determina o sucesso ou o fracasso de uma
transformação de células enxutas. (AYOUGH; ZANDIEH; FARHADI, 2020). A implantação
defeituosa do LM pode resultar em uma série de deficiências, como apresentado na Tabela 2.
Dentre as deficiências encontradas destaca-se a relação com a ergonomia, visto que a
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implementação de processos de reestruturação em sistemas produtivos deve ser feita com a


orientação do fator humano, caso contrário pode resultar em uma redução da variedade de
tarefas, posturas de trabalho inadequadas, intensificação do ritmo de trabalho e movimento
repetitivo excessivo, levando a um aumento dos problemas ergonômicos e a perdas
empresariais (NUNES; MACHADO, 2007), um exemplo são os distúrbios
musculoesqueléticos em mudanças em produções automotivas. (NARANJO-FLORES;
RAMÍREZ-CÁRDENAS, 2014). A ergonomia pobre em relação às cargas de trabalho
cognitivas resulta em defeitos e refugo. (SAKTHI NAGARAJ; JEYAPAUL, 2020).
Além disso, estudos recentes revelaram que uma das principais causas para o fracasso da
implementação da LM estava relacionadas com comunicação deficiente ou formação
inadequada. A falta de comunicação pode levar ao mal-entendido e aplicação incorreta dos
diferentes conceitos e ferramentas do LM, gerando ambiguidade nas funções e
responsabilidades dos funcionários. (HERNANDEZ-MATIAS et al., 2019). Nesse sentido, há
uma preocupação com a deficiência no aprendizado, visto que a implementação de técnicas de
LM requer a transferência de conhecimentos explícitos e tácitos. (PAKDIL; LEONARD,
2017). Segundo Hernandez-Matias et al. (2019) a implementação do LM implica mudanças
no nível de competências da força de trabalho devido ao aumento da complexidade das tarefas
e rotinas exigidas, obrigando os funcionários e gerentes a aumentar sua capacitação e
habilidades. Outra consideração relevante, diz respeito a motivação do operador, que pode ser
reduzida ao longo da atribuição sucessiva de uma tarefa semelhante, dessa maneira, é afetada
negativamente pelo grau de semelhança entre as tarefas. (AYOUGH; ZANDIEH; FARHADI,
2020). Por fim, ressalta-se o aumento da carga de trabalho devido a exposição dos
funcionários ao alto estresse. (EL-KHALIL; LEFFAKIS; HONG, 2020). Isso acontece devido
ao esforço constante para executar a estabilidade técnica e as práticas de padronização. (EL-
KHALIL; LEFFAKIS; HONG, 2020). Resultando em efeitos de fadiga, culminando em um
desempenho operacional ruim. (EL-KHALIL; LEFFAKIS; HONG, 2020).
Entre os elementos encontrados na literatura, que consideram os fatores humanos, está o
compromisso da alta administração, a cultura organizacional, a capacitação e
comprometimento, o trabalho em equipe, a ergonomia no projeto da estação de trabalho e a
orientação humana. O que diferencia as plantas enxutas bem-sucedidas é o maior uso de soft
lean. (BORTOLOTTI; BOSCARI; DANESE, 2015). Pela concepção da alta administração,
os resultados indicam que é fundamental ir além dos aspectos técnicos do LM, adotando
práticas suaves e fomentando o desenvolvimento de um perfil de cultura organizacional
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adequada. (BORTOLOTTI; BOSCARI; DANESE, 2015). Nesse sentido, a integração da


ergonomia no processo de manufatura enxuta viabiliza a identificação dos possíveis fatores de
risco e desenho do fluxo de produção, a construção de estações e métodos de trabalho que
reduzem ou eliminam o risco aos trabalhadores. Desse modo, os domínios do HFE podem ser
incorporados aos processos enxutos para torná-los ainda mais bem sucedidos. (NARANJO-
FLORES; RAMÍREZ-CÁRDENAS, 2014).

5. Discussões
O elemento humano é um fator fundamental para a sustentabilidade da melhoria contínua na
implementação do LM. A adoção de práticas do STS nas organizações pode produzir
resultados benéficos, assim como a ergonomia pode apoiar o bem-estar humano e o
desempenho do sistema. (TORTORELLA; VERGARA; FERREIRA, 2017). Neste contexto,
o trabalho em equipe é projetado para evitar problemas de produção futura, visto que os
operadores com multiqualificações têm autonomia para tomar decisões e melhorar as
operações. (NUNES; MACHADO, 2007).
Por conseguinte, os princípios 4 e 5 do STS destacam as práticas de trabalho em grupos. Para
Pasmore (1995) o sistema de trabalho deve ser visto como um conjunto de atividades que
contribuem para um todo integrado e não como um conjunto de trabalhos individuais, logo o
grupo de trabalho torna-se mais importante do que os titulares de postos de trabalho
individuais. O controle deve ser descentralizado para baixo com o sistema de trabalho
regulado pelos seus membros, e não por supervisores externos. Isto aumentaria tanto a
eficiência como a democracia. Ao mesmo tempo, a flexibilidade e a capacidade de lidar com
novos desafios seria permitida por meio de uma filosofia de concepção do trabalho baseada na
redundância de competências. (MUMFORD, 2006). Nesse sentido, os HFE colaboram em
dois de seus domínios para o trabalho em equipe nas práticas enxutas. O primeiro se refere a
ergonomia organizacional, que compreende o projeto do trabalho e seus aspectos como
autonomia, e o segundo está relacionado a ergonomia cognitiva, que está focada na tomada de
decisão. (IEA, 2021).
Segundo Srinivasa Rao e Niraj (2016) as capacidades do homem devem ser consideradas para
o projeto do local de trabalho, incluindo também equipamentos, máquinas, ferramentas e
produtos. Além disso, o trabalho manual significativo no processo de montagem,
principalmente como ocorre em indústrias de processo e automotiva, afetam os fatores físicos.
(SAKTHI NAGARAJ; JEYAPAUL, 2020). Os tempos de ciclo e a variedade de tarefas
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podem levar a um desgaste fisiológico, logo o domínio da ergonomia física, que compreende
por exemplo os aspectos antropométricos e biomecânicos, podem favorecer as práticas soft
lean no projeto da estação de trabalho. (NUNES; MACHADO, 2007).
Implementações bem-sucedidas do LM mostraram que o comprometimento e a participação
da alta administração são fatores críticos ao adotar o LM, o compromisso e participação são
necessários para definir a visão, para desenvolver um plano estratégico sólido, fomentar uma
cultura de melhoria contínua e impulsionar a energia, criatividade e envolvimento dos
funcionários para uma organização. (HERNANDEZ-MATIAS et al., 2019). Os resultados de
Bortolotti, Boscari e Danese (2015) revelam que um perfil específico de cultura
organizacional caracteriza as plantas Lean bem-sucedidas, mostrando um maior coletivismo
institucional, uma orientação futura e humana, e um nível mais baixo de assertividade.
Novas maneiras de fazer as coisas importadas de outras culturas devem ser capazes de operar
dentro das estruturas existentes da cultura da sociedade para que seja aceita e integrada,
mesmo a nível organizacional. (PAKDIL; LEONARD, 2017). Tendo por base essa
perspectiva, os princípios 1 e 7 do STS podem contribuir para adequar e desenvolver a cultura
organizacional na implantação do LM. O alinhamento organizacional entre as várias facetas
técnicas e do sistema social (nova tecnologia, processos de trabalho, sistemas de recompensa,
práticas de pessoal e estrutura organizacional), são necessários requisitos para a adoção do
LM. (LATHIN; MITCHELL, 2001). Nesse contexto, Lathin e Mitchell (2001) apresentam o
conceito de otimização conjunta que se refere ao ajuste mútuo dos subsistemas sociais e
técnicos para criar uma organização geral do trabalho capaz de alto desempenho. Por fim, o
último elemento relevante encontrado na literatura inclui todas as práticas vinculadas aos
funcionários e aos aspectos de treinamento e desenvolvimento de habilidades do trabalhador.
Compreende práticas como a capacitação do funcionário, o treinamento do conceito enxuto, o
pensamento enxuto e trabalhadores multifuncionais. (TALIB et al., 2020). Dessa maneira, o
princípio 2 e o 4 do STS podem atuar, possibilitando aos grupos de empregados objetivos
claros, visto que um ponto importante da abordagem sociotécnica é aumentar o conhecimento.
A concepção do trabalho deve levar a uma variedade crescente para o indivíduo e o grupo,
para que a aprendizagem possa ter lugar. (MUMFORD, 2006).
Considerar os fatores humanos é fundamental e determina o sucesso na implantação de
sistemas de manufatura enxuta. Enquanto algumas organizações focaram em implementar o
LM baseando-se nas técnicas de hard lean, obtendo resultados como as deficiências
encontradas na RSL, outras alcançaram resultados positivos, mostrando a importância da
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integração entre as práticas hard e soft, bem como o apoio dos princípios STS e os domínios
dos HFE na contribuição para isso, como é apresentado na Figura 1.

Figura 1 - Apoio dos domínios HFE e princípios STS integrados em implementações de sistemas LM

Fonte: Adaptado de CHERNS (1976) e Mumford (2006)

A probabilidade de sucesso da transformação Lean, está nas mãos dos empregados nos "níveis
de compromisso, crenças, comunicação e métodos de trabalho. (AYOUGH; FARHADI,
2019). Conforme Tortorella et al. (2017), qualquer empresa bem-sucedida deve possuir uma
organização eficaz e eficiente do trabalho a nível da gestão e, subsequentemente, estabelecer
as melhores práticas sociotécnicas e ergonômicas conducentes à máxima produtividade da
saúde humana e qualidade do trabalho.

6. Conclusão
Esta pesquisa contribui para a literatura existente identificando por meio da RSL, as principais
deficiências resultantes de implementações malsucedidas do LM devido à falta de integração
de fatores soft lean e hard lean. Outra contribuição concentra-se na identificação de
elementos sociais que devem ser considerados na implantação de manufaturas enxutas para
que produzam e sustentem resultados, bem como nos meios pelos quais os princípios dos
sistemas sociotécnicos e domínios dos fatores humanos e ergonomia possam apoiar este
processo. Logo, nesta pesquisa evidencia-se que as empresas devem aprender os detalhes das
mudanças culturais, organizacionais e sociais necessárias para obter elevado desempenho nas

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práticas lean. Dessa maneira, é sugerido que as organizações determinem conceitualmente as


variáveis individuais, organizacionais e culturais relevantes para a implementação do LM. O
desenvolvimento de estudos empíricos que comprovem a relação positiva dos fatores sociais e
técnicos na implantação do LM é uma oportunidade para pesquisa futuras, assim como
abordagens que considerem a maneira que os princípios do sistema sociotécnico e os
domínios dos fatores humanos e ergonomia para potencializar os resultados em ambientes de
manufatura enxuta.

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