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XXXIII ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO

A Gestão dos Processos de Produção e as Parcerias Globais para o Desenvolvimento Sustentável dos Sistemas Produtivos
Salvador, BA, Brasil, 08 a 11 de outubro de 2013.

COMPARTILHAMENTO DE
INFORMAÇÕES NA CADEIA DE
SUPRIMENTOS: CONECTIVIDADE E
DISPOSIÇÃO PARA COMPARTILHAR
EM TORREFADORAS DE CAFÉ
Eduardo Gomes Carvalho (CEFET-MG )
carvalho0@uol.com.br

Conectividade e disposição podem ser consideradas duas dimensões


distintas do compartilhamento de informações nas Cadeias de
Suprimentos. As empresas objetivam compartilhar informações com o
propósito de melhorar seu desempenho operacional e competitivo.
Contudo, investimentos têm sido realizados em tecnologias de
informação e comunicação e muitas vezes os resultados de tais
investimentos não têm sido mensurados. O objetivo deste trabalho é
analisar a conectividade das empresas e sua disposição em
compartilhar informações com seus parceiros na cadeia de
suprimentos, analisando seu impacto no desempenho operacional e
competitivo da mesma. Para a consecução deste objetivo foi realizado
levantamento bibliográfico sobre os principais indicadores que visam
avaliar a conectividade e a disposição em compartilhar informações.
Posteriormente foram conduzidos dois estudos de caso com propósito
exploratório a fim de comparar situações distintas. Ao final conclusões
e sugestões para trabalhos futuros são apresentadas.

Palavras-chaves: compartilhamento de informações, cadeia de


suprimentos, conectividade, disposição.
XXXIII ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO
A Gestão dos Processos de Produção e as Parcerias Globais para o Desenvolvimento Sustentável dos Sistemas Produtivos
Salvador, BA, Brasil, 08 a 11 de outubro de 2013.

1. Introdução

A sociedade passa constantemente por transformações e modificações que influem no


comportamento dos consumidores e consequentemente empresarial. Apesar do conhecimento
sempre ter sido importante para o ser humano, vive-se neste momento a chamada “era da
informação”. Tal situação decorre da presença maciça das tecnologias de informação e
comunicação (TICs) nas atividades diárias das pessoas. As empresas também não estão
alheias a este processo e necessitam de informações para desempenhar suas atividades e
atender aos seus clientes.

Um exemplo desta transformação é que a gestão da empresa como unidade isolada e


dissociada de seu ambiente e parceiros passa a ser insuficiente nesta atual realidade.
Desenvolver um bom relacionamento com estes parceiros sejam clientes ou fornecedores,
passa a ser vital para a competitividade de uma organização. Desta forma ocorre o
agrupamento deste conjunto de empresas, que possuem relacionamentos diretos e indiretos no
modelo conhecido como cadeia de suprimentos.

Esta situação leva as empresas, a necessidade de gerir e coordenar tais cadeias, prática
conhecida como gestão da cadeia de suprimentos. Lambert et al. (1998) definem gestão da
cadeia de suprimentos como a integração dos processos-chave de negócios desde o usuário
final até os fornecedores originais que provêm produtos, serviços e informação que agregam
valor para os consumidores e outros interessados.

Na realidade, conforme salientado por Fisher (1997), nunca tanta tecnologia e esforços
intelectuais foram tão aplicados para melhorar o desempenho da cadeia de suprimentos como
têm ocorrido neste momento. Novos conceitos se destacam como quick response, resposta
eficiente ao consumidor, customização em massa, manufatura enxuta e manufatura ágil. Estes
conceitos oferecem modelos para aplicação de novas tecnologias a fim de melhorar o
desempenho da cadeia de suprimentos. Uma das formas de melhorar o desempenho das
cadeias e implementar tais conceitos seria através do compartilhamento de informações.
Entretanto, compartilhar informações não é uma tarefa trivial, haja vista a quantidade de
fatores que afetam esta atividade. É necessária conectividade entre as empresas e disposição
em realizar este compartilhamento para que a informação recebida seja de qualidade e
relevante, sendo desta forma útil para o gestor. Desprendendo do relatado anteriormente o
presente estudo se justifica devido a necessidade em mensurar qual o grau de conectividade
de uma empresa e também qual sua disposição em realizá-lo, de forma que um roteiro para
realização destas é necessário e poderia indicar as principais deficiências e oportunidades de
investimento.

Diante desta justificativa, o objetivo deste trabalho é analisar a conectividade das empresas e
sua disposição em compartilhar informações com seus parceiros na Cadeia de Suprimentos,
analisando seu impacto no desempenho operacional e competitivo da mesma.

São objetivos específicos deste trabalho:

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- Elencar um conjunto de indicadores para analisar a conectividade da empresa e sua


disponibilidade em compartilhar informações;
- Avaliar a conectividade da empresa e sua disposição em compartilhar informações;
- Avaliar o desempenho operacional e competitivo da empresa;
- Analisar o impacto dos níveis de competitividade e disposição no desempenho
operacional e competitivo da empresa;
- Verificar quais tecnologias e métodos são utilizados para melhorar a conectividade das
empresas.

Primeiramente será realizada uma revisão bibliográfica dos principais assuntos envolvidos
neste trabalho, de forma a situar o leitor em relação ao compartilhamento de informações,
conectividade e disposição em compartilhar. Após serão apresentadas a metodologia, o
método de pesquisa e as empresas objeto de estudo. Posteriormente uma análise das
informações coletadas será conduzida. Ao final as proposições e/ou hipóteses resultantes da
pesquisa serão apresentadas juntamente com as limitações e sugestões para trabalhos futuros.

2. Compartilhamento de Informações

A importância da informação como recurso empresarial vêm ganhando notoriedade. Alves e


Barbosa (2010) corroboram esta afirmação salientando que os novos fenômenos relacionados
ao conhecimento humano, como a criação de redes sociais e de ambientes digitais interativos,
têm contribuído para a transformação de costumes e comportamentos com relação à
informação e que nesse novo cenário, destaca-se a importância da mesma e do conhecimento
na construção de práticas estruturantes e de ferramentas de gestão relevantes para o
desenvolvimento das atividades organizacionais em todos os tipos de instâncias operacionais,
sejam administrativas ou estratégicas. Gestão da cadeia de suprimentos é também uma destas
instâncias afetadas.

Pode-se observar pela figura 1 apresentada por Fawcett et al. (2007) que as rápidas mudanças
de mercado têm direcionado as empresas a utilizarem o compartilhamento de informações
como elemento estratégico a fim de melhorarem seus resultados de desempenho. Esta figura
destaca o papel da conectividade e da disposição como dimensões do compartilhamento de
informações. Esta figura ressalta também os resultados no desempenho advindos de uma
iniciativa de gestão estratégica que considera o compartilhamento de informações.

Bandeira e Maçada (2008) salientam que a informação sempre foi um elemento importante
para as operações logísticas, sem o qual nenhum aspecto da cadeia de suprimentos
conseguiria proporcionar um alto nível de desempenho. Já para Zhou e Benton Jr. (2007),
práticas eficientes em Cadeias de Suprimentos e compartilhamento de informação efetivo são
duas fontes de melhoria da cadeia de suprimentos. Enquanto algumas empresas enfatizam a
melhoria da prática da cadeia de suprimentos, outros enfatizam alavancar o compartilhamento
de informações entre parceiros da cadeia de suprimentos. Uma vez que estas duas abordagens
não são independentes, as empresas devem trabalhar tanto a prática da cadeia de suprimentos
e compartilhamento de informações simultaneamente.

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Entretanto para alguns gerentes e responsáveis pela Cadeia de Suprimentos o


compartilhamento de informações tem sido negligenciado de forma a compartilhar apenas
previsões de demanda. Zhao et al. (2002) concluem em seu estudo que o compartilhamento de
informações podem influenciar significativamente o desempenho da cadeia de suprimentos e
compartilhamento de informações de ordens futuras com o fornecedor é mais benéfico do que
a partilha apenas da informação de demanda futura.

Iniciativa de Gestão Estratégica

Forças Motrizes Resultados de Desempenho

 Produtos e serviços únicos


 Consumidores mais exigentes  Tempos de ciclo de P&D mais
 Intensidade competitiva maior Capacidade de rápidos
 Mudança de poder do canal Compartilhament  Qualidade superior
 Globalização Econômica o de Informações  Competitividade em custo
 Relações de aliança mais rígidas  Ciclos de ordem menores
Conectividade
 Ciclos de produto comprimidos  Resposta ao consumidor flexível
 Atividade de fusão contínua Disposição  Desempenho de entrega
 Necessidade de informações assegurado
melhores  Melhor gestão de ativos
 Novas tecnologias de informação  Aumento de giro de caixa
 Mudança de foco competitivo (isto  Relacionamentos de canais
é de Empresas para Cadeias de superiores
Suprimento)

Figura 1 – Uma perspectiva contingencial da capacidade de compartilhamento de informação


como habilitador estratégico
Fonte: adaptado de Fawcett et al. (2007)

Sezen (2008) afirma que aumentar o nível de integração e compartilhamento de informações


entre os membros de uma cadeia de suprimentos tornou-se uma necessidade para melhorar a
eficácia destas cadeias. O mesmo autor aponta ainda que estes comportamentos cooperativos
de empresas que fornecem o acesso rápido às informações necessárias provêm mais
sensibilidade para as necessidades dos clientes e tempos de resposta mais rápidos do que os
concorrentes. Zhou & Benton Jr. (2007) afirmam ainda que o compartilhamento de
informações é um meio de capturar a dinâmica da cadeia de suprimentos e, assim, reduzir a
incerteza em ambientes externos e internos.

Fawcett et al. (2007) afirmam que evidência anedótica sugere que poucas empresas
compreendem como transformar o compartilhamento de informações em vantagem
competitiva. De fato, basta observar a quantidade de TICs disponíveis e os investimentos e
desenvolvimentos contínuos de Sistemas de Informação (SIs), muitas vezes sem uma efetiva
mensuração de seus retornos, para corroborar tal afirmação. Barrat e Barrat (2010) ainda
afirmam de outra perspectiva que mais informações compartilhadas existindo através dos
mecanismos de integração da cadeia de suprimentos poderiam levar a própria natureza e o
volume de informações a serem moderadas pela eficiência e eficácia dos meios disponíveis

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para a partilha de informações combinado com a capacidade de percepção do destinatário para


utilizar as informações do titular de tais informações.

2.1. Conectividade

Como as empresas compartilham informações e qual o nível em que está é realizada são
questões que podem ser respondidas através da análise da conectividade entre uma rede de
empresas. Hoffman & Hellström (2007) afirmam que conectividade é um constructo
relativamente novo em logística e gestão da cadeia de suprimentos e por isto mesmo existe
uma necessidade maior de investigação. Diante disto estes autores colocam como sugestões
para trabalhos futuros: que papel vai desempenhar a conectividade na área de logística e
gestão da cadeia de suprimentos na próxima década? como as empresas / organizações
gerenciam a conectividade? qual o nível de conectividade que as empresas / organizações
visam? Buscando responder em parte estas questões, este trabalho foi realizado.

Alguns estudos já foram realizados sobre conectividade (Fawcett et al., 2007; Hoffman e
Hellström, 2007; Closs et al., 2005; Bhatt e Troutt, 2005). Não obstante, Teixeira e Lacerda
(2010) ao realizarem análise dos artigos publicados sobre gestão da cadeia de suprimentos em
alguns periódicos acadêmicos entre os anos de 2004 e 2006 concluem que entre os principais
assuntos que os artigos focam está a coordenação e a troca de informações entre empresas.
Tais estudos vêm somente a reafirmar a importância do presente estudo e do assunto
conectividade.

A conectividade é apresentada de diversas formas, sendo referida, por exemplo, como


conectividade da informação, conectividade tecnológica e conectividade em rede. Hoffman &
Hellström (2007) afirmam, entretanto que conectividade geralmente encontra-se relacionado
com os conceitos de visibilidade e rastreabilidade. Já Fawcett et al. (2007) afirmam que a
conectividade cria a capacidade da empresa em compartilhar informação e citam cinco
indicadores para mensurar a conectividade de uma empresa: integração dos sistemas de
informação através da cadeia de suprimentos, integração dos aplicativos de sistemas de
informação através da cadeia de suprimentos, adequabilidade das ligações entre os sistemas
de informação com os clientes, adequabilidade das ligações entre os sistemas de informação
com os fornecedores e comunicabilidade dos sistemas de informação através da cadeia de
suprimentos.

Deve-se ressaltar desta forma que a maioria destes autores sempre associa o conceito de
conectividade as TICs. A figura 2, adaptada de Hoffman & Hellström (2007) ilustra bem este

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conceito.
permite permite

Internet Integração

EDI TICs Conectividade Compartilhamento Visibilidade


de Informações
Auto-ID Eficiência

E-mail Redução de
Padrões Disposição Custos
e e
Protocolos Confiança

Figura 2 – Modelo que caracteriza o constructo conectividade


Fonte: adaptado de Hoffman & Hellström (2007)

Observa-se no modelo proposto por Hoffman & Hellström (2007) a relação entre a
conectividade e a disposição e confiança para compartilhar informações. Deste modelo apenas
a confiança não será analisada neste estudo por uma questão de determinação do espaço
analítico, não eximindo sua importância, pois conforme Furtado e Carvalho (2005) a
confiança assegura que a informação disponibilizada ao longo da rede de empresas seja
“fornecida” e “obtida” de maneira homogênea.

2.2. Disposição para compartilhar informações

A geração do conhecimento envolve o obter, trabalhar e compartilhar informações. Com o


advento das TICs e o crescimento das redes sociais, compartilhar informação se tornou uma
obrigação para os seres humanos, quiçá para os profissionais de diferentes áreas. A própria
gestão dos recursos organizacionais exige tal postura dos gestores.

Alcará et al. (2009) afirmam que embora o ser humano tenha uma tendência natural para
compartilhar o que sabe, existem fatores que contribuem e até impedir o processo de
compartilhamento de informações e que esses fatores podem ser de ordem estrutural,
logística, cultural e psicológica, inerentes aos indivíduos e à própria organização na qual eles
atuam. Du et al. (2012) afirmam neste mesmo sentido que o compartilhamento de
informações em nível organizacional requer a liberação de informações financeiras e
estratégicas, confidenciais e muito bem guardadas para parceiros que tenham sido ou possam
mais tarde ser concorrentes. Portanto, as organizações são cautelosas sobre as informações
que compartilham e em que medida e a quem devem ser divulgadas. Os mesmos autores
afirmam ainda que disposição para compartilhar reflete a qualidade da informação
compartilhada, incluindo sua tempestividade, acuracidade, adequação, integridade e
confiabilidade.

Fawcett et al. (2007) afirmam que grandes investimentos em tecnologia podem se converter
em desperdício se não houver disposição na empresa para compartilhar informações. Portanto

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esta decisão sobre quais informações compartilhar e quando fazê-la deve ser tomada a todo o
momento pelos gerentes.

Conforme ressaltado por Hoffman & Hellström (2007) a importância da disposição é muitas
vezes esquecida. Com conectividade alta e baixa disposição, a partilha de informação se torna
restrita. Mesmo que a tecnologia esteja presente, a falta de confiança e o medo do
comportamento oportunista impedem o compartilhamento de informações. Com baixa
conectividade e alta disponibilidade, a confiança é estabelecida, mas os recursos adequados
para criar vínculos tecnológicos não são suficientes. Existe o risco de que a informação
partilhada neste caso pode ser imprecisa, devido à falta de conectividade. Esta relação entre
conectividade e disposição é estabelecida por Fawcett et al. (2007), conforme pode-se
observar na figura 3, que foi nomeada pelos autores como Matriz Conectividade-Disposição.

Fawcett et al. (2007) citam ainda sete indicadores para avaliar a disponibilidade em
compartilhar informações em uma empresa, sendo estes: frequência e regularidade da
comunicação entre os membros da cadeia de suprimentos, disponibilidade para compartilhar
informação entre os membros da cadeia de suprimentos, trabalho em equipe
interdepartamental, compartilhamento de opinião / especialidade técnica com os fornecedores,
interação entre os membros da cadeia de suprimentos, compartilhamento de opinião /
especialidade técnica com os consumidores e utilização de equipes com múltiplos membros
da cadeia de suprimentos.

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 Enquanto relacionamento mais próximo  O relacionamento é estratégico,


existe, parceiros resistem construído em altos níveis de confiança
compartilhamento de informações livre, e de informação compartilhada.
com medo do comportamento  A integração da tecnologia tem sido
oportunista. uma prioridade alta no relacionamento,
 Ligações de tecnologia estão no local permitindo altos níveis de
para reforçar a coordenação, mas a conectividade.
informação compartilhada é incompleta  Toda a informação relevante para
Alta ou insuficiente para apoiar a tomada de decisão é compartilhada de
colaboração. forma freqüente e oportuna. A
 Ordem e informações de inventário são informação é precisa, honesta e aberta.
compartilhadas, no entanto, sócios detêm  Oportunidades para altos níveis de
informações mais importantes, incluindo colaboração única são identificadas e
planos de desenvolvimento de novos alavancadas através de uma capacidade
produtos, roteiros tecnológicos e de compartilhamento de informações
objetivos de entrada em mercado. forte.
 Oportunidades para altos níveis de
colaboração única são negligenciados.
Conectividade

 O relacionamento é distante, falta  Relação estratégica é desejada, a


confiança e compartilham informações confiança foi estabelecida, mas
de forma reativa. compartilhamento de informações ainda
 Recursos disponíveis ou dedicados à não suporta objetivos de
tecnologia da informação são relacionamento.
insuficientes.  Recursos disponíveis são insuficientes
 História de comportamento oportunista para criar vínculos tecnológicos
limita a vontade de compartilhar mais adequados.
informação do que é necessário.  Um esforço é feito para compartilhar
 Informações mínimas são informações, contudo, essas
Baixa compartilhadas, levando à perda de informações muitas vezes são
oportunidades de melhorar a eficiência e processadas e comunicadas de forma
colaboração. lenta e podem ser imprecisas. Os
tomadores de decisão podem ter
dificuldade em dar sentido à informação
compartilhada.
 Oportunidades para altos níveis de
colaboração única não são facilmente
identificáveis e não são totalmente
suportadas pela informação necessária.

Baixa Alta

Disposição
Figura 3 – Matriz Conectividade-Disposição
Fonte: adaptada de Fawcett et al. (2007)

3. Metodologia

Esta pesquisa será conduzida seguindo a estratégia estudo de caso com propósito exploratório.
Para escolha da estratégia Yin (1994) aponta três condições que devem ser atendidas. A
primeira é o tipo de questão da pesquisa que deve ser “como” e/ou “por que”. No caso desta
pesquisa a pergunta ser respondida seria “como as empresas / organizações compartilham

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informações?”. A segunda condição é em relação à necessidade de controle sobre os eventos


comportamentais, que para o estudo de caso é desnecessária. Isto que dizer que sé é uma
situação na qual o pesquisador não pode manipular o comportamento relevante o estudo de
caso é adequado. Em relação à terceira condição, a questão a ser respondida possui enfoque
em um evento contemporâneo, que é o caso desta pesquisa. Desta forma, atendida as três
condições colocadas por Yin (1994) a pesquisa pode ser considerada um estudo de caso.

Em relação ao estudo de caso com propósito exploratório, segundo Yin (1994) em um estudo
exploratório ao invés de colocar proposições, o projeto deste estudo deve indicar uma
finalidade, bem como os critérios pelos quais o estudo deverá ser avaliado para ser
considerado realizado com sucesso. Neste caso a finalidade se encontra no objetivo geral da
pesquisa e os critérios para avaliar se a mesma pode ser considerada realizada com sucesso
está no atendimento dos critérios específicos.

Yin (1994) afirma ainda que o estudo de caso pode ser do tipo simples ou múltiplo. Para esta
pesquisa será adotada a estratégia de estudo de casos múltiplos, com as fontes de evidência a
serem utilizadas descritas nos próximos tópicos.

Para analisar a conectividade das empresas e sua disposição em fazê-los foram utilizados os
indicadores propostos por Fawcett et al. (2007). Em relação ao impacto no desempenho
operacional e competitivo, como não foi possível acesso a relatórios gerenciais foram
utilizados os indicadores propostos por Dess e Robinson Jr. (1984), que também foram
empregados por Fawcett et al. (2007), os quais foram desenvolvidos visando atender a este
tipo de situação na qual a empresa não disponibiliza acesso a documentos e dados com este
tipo de informação. Também foram analisados os investimentos em TICs, a fim de verificar
uma possível correlação entre conectividade e estas tecnologias.

3.1. Empresa A

A Empresa A é uma torrefadora de café localizada no município de Varginha, sul de minas, e


está entre as maiores indústrias de café do Brasil, segundo a Associação Brasileira da
Indústria de Café (ABIC). Deve-se ressaltar que esta empresa é de direito privado e possui
donos que a administram.

A empresa iniciou suas atividades em 1992 e também possui instalações nos estados de
Arkansas e Flórida nos Estados Unidos, além de possuir parceiras de torrefação localizadas
em Medellin, Colômbia e em Seattle, Washington.

Hoje a empresa possui mais de 500 colaboradores na planta estudada e possui uma filosofia
de trabalho sustentável, cultivando café nas próprias fazendas certificadas pela Rainforest
Alliance e adquirindo matéria-prima dentro de uma rede de parceria Fair Trade, Rainforest
Alliance, Orgânicos e convencionais de diversos fornecedores do Brasil, América do Sul e
Central, além de África e Ásia. A empresa possui certificações ISO 9001, ISO 14001, ISO
22000 (segurança alimentar), UTZ certified (um conjunto de critérios sociais e ambientais
relativos a práticas de produção responsável de café e gestão eficiente de propriedades),
Carbon Neutral, além do selo de qualidade ABIC. Tais certificações evidenciam a
preocupação ambiental e com qualidade da empresa.

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A pesquisa foi conduzida na Empresa A utilizando duas das seis fontes de evidência propostas
por Yin (1994) – que são documentação, registros de arquivos, entrevistas, observação direta,
observação participante e artefatos físicos. A primeira fonte de evidência utilizada foi a
observação direta, que têm como vantagens cobrir eventos em tempo real e também no seu
contexto, entretanto a mesma possui além da desvantagem de consumir tempo e custos,
possuir uma cobertura menos ampla e ainda influenciar o evento pelo fato de estar sendo
observado. A segunda fonte de evidência utilizada foi a entrevista que foi focada com
questões estruturadas. O fato de utilizar mais de uma fonte de evidência reduz os impactos das
desvantagens apresentadas.

A entrevista foi realizada utilizando questionário estruturado. Neste caso o respondente foi o
responsável pelo setor de produção da empresa. Seguindo o modelo utilizado por Fawcett et
al. (2007) foi adotada uma escala de 1 a 7 para as respostas. Neste questionário foram
adicionadas questões sobre o investimento em TICs específicas para serem avaliadas. As TICs
foram incluídas, pois conforme salientado por Bandeira e Maçada (2008) o advento de novas
tecnologias possibilitam a troca rápida e precisa de informações, permitindo que as
organizações colaborem de forma segura com os integrantes da cadeia de suprimentos, em
qualquer lugar e a qualquer instante.

3.2. Empresa B

A Empresa B é uma cooperativa de produtores rurais, localizada no município de Três Pontas,


também no sul de minas. Neste caso o município está entre os maiores produtores de café do
estado de Minas Gerais.

Apesar desta cooperativa possuir foco principal na produção cafeeira, a mesma também
trabalha com outras matérias-primas. Esta empresa atende mais de 4200 produtores rurais, em
mais de 50 municípios da região e possui lojas de varejo em diferentes municípios da região
sudeste. Foi considerada uma das 218 empresas do agronegócio de 2011 por uma revista de
negócios. Segunda esta mesma publicação ela foi a empresa mineira com melhor desempenho
em seu setor e a segunda maior do país. Nas safras a empresa chega a receber mais de 1,5
milhão de sacas de café e também demonstra preocupação com as questões ambientais.
Somente estas informações demonstram a importância da empresa.

Em termos de certificação a Empresa B possui menos certificações que a empresa A. As


certificações que a mesma possui são UTZ Certified, 4C Association (que na verdade é uma
verificação de um código de conduta para a prática mais sustentável da cafeicultura) e Brazil
Specialty Coffee Association.

No caso da Empresa B foi utilizada como fonte de evidência apenas o questionário


estruturado que foi aplicado a um membro da administração geral da mesma. Contudo,
durante a aplicação outras questões foram abordadas. Os resultados serão discutidos na
próxima seção, quando serão comparados com os resultados obtidos na aplicação na Empresa
A. Apesar de não ter sido realizada a observação direta na empresa B, pode-se perceber pela
entrevista que a mesma não aplica nenhuma técnica específica de gestão da produção com o
mesmo rigor da empresa A.

4. Análise e Discussão

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Conforme salientado anteriormente, nas duas empresas foi aplicado questionário estruturado
que analisavam em uma escala de 1 a 7 os indicadores de competitividade, disposição,
desempenho operacional e competitivo propostos e utilizados por Fawcett et al. (2007) e Dess
e Robinson Jr. (1984), além de avaliar os investimentos em TICs nestas empresas.

No item conectividade foram analisados 5 indicadores conforme pode ser observado na figura
4, que compara através de um gráfico de radar o desempenho de ambas as empresas
estudadas.

Figura 4 – Indicadores de Conectividade das Empresas A e B


Fonte: elaborado pelos autores

Percebe-se que a Empresa A possui maior nível de conectividade que a Empresa B, sendo
superior em quatro itens: integração dos sistemas de informação através da cadeia de
suprimentos, integração dos aplicativos de sistemas de informação através da cadeia de
suprimentos, adequabilidade das ligações entre os sistemas de informação com os clientes e
adequabilidade das ligações entre os sistemas de informação com os fornecedores. Neste caso
apenas o item comunicabilidade dos sistemas de informação através da cadeia de suprimentos
demonstrou um padrão diferenciado. Neste caso não se pode averiguar porque houve apenas
diferença apenas em um item, entretanto existe a possibilidade da fonte de evidência ter sido
afetada por um dos fatores descritos por Yin (1994) apontados anteriormente.

Já no item disposição foram analisados sete indicadores conforme pode ser observado na
figura 5, que compara através de um gráfico de radar o desempenho de ambas as empresas
estudadas.

Neste caso também é perceptível o desempenho superior da Empresa A. Durante a visita para
realização da observação direta percebeu-se a disposição da empresa em implementar técnicas
de gestão da produção que exigem este grau de disponibilização para compartilhamento de
informações, o que pode explicar esta diferença de desempenho. Entretanto um item foi
superior na Empresa B que seria a disponibilidade para compartilhar informação entre os

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membros da cadeia de suprimentos. Neste caso, pode haver uma relação de causalidade com o
fato de a empresa ser uma cooperativa, e somado ao fato de possuir tantos cooperados, esta
disposição passa ser inclusive uma necessidade. Tal hipótese pode ser mais bem analisada
através de estudos futuros utilizando survey.

As figuras 6 e 7 mostram o desempenho das empresas em relação aos indicadores propostos


por Dess e Robinson Jr. (1984) e também utilizados por Fawcett et al. (2007) que analisam os
desempenhos operacional e competitivo de empresas quando não se possui acesso a
indicadores gerenciais mais precisos.

Figura 5 – Indicadores de Disposição para Compartilhar Informações – Empresa A e B


Fonte: elaborado pelos autores

Percebe-se no caso dos indicadores de desempenho operacional que estes contemplam


diversos critérios (lead time, satisfação do consumidor, qualidade, produtividade, entre
outros), não se atendo somente a critérios financeiros. Já no caso dos indicadores de
desempenho competitivo é perceptível o prevalecimento de indicadores voltados à percepção
de mercado.

Em relação ao desempenho operacional de ambas as empresas, é perceptível um desempenho


ligeiramente superior da Empresa A sobre a Empresa B. Todavia não há elementos suficientes
para afirmar que tal diferença decorre somente da maior conectividade de uma empresa sobre
a outra e também da disponibilidade em compartilhar informações, haja vista o fato da
Empresa A aparentar uma maior preocupação que a Empresa B em implementar técnicas de
gestão da produção mais modernas.

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Figura 6 – Desempenho Operacional das Empresas A e B.


Fonte: elaborado pelos autores

Figura 7 – Desempenho Competitivo das Empresas A e B.


Fonte: elaborado pelos autores

Em relação ao desempenho competitivo de ambas as empresas pode-se perceber um alto nível


e também uma proximidade muito grande. Neste caso o crescimento no retorno sobre o
investimento, na participação de mercado e nas vendas nos últimos 3 anos podem também
estar associados ao bom momento da commodity café, conforme pode ser verificado pelos

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indicadores da indústria de café no Brasil disponibilizado pela ABIC em seu site. Novamente,
um estudo mais amplo através de uma survey pode corroborar esta hipótese. Quanto ao
indicador força competitiva total a diferença pode ser corroborada pelo próprio
posicionamento de mercado de ambas as empresas que por si só justificam esta diferença.

Ao final da entrevista estruturada foram adicionadas variáveis relacionadas ao investimento


em TICs, cuja análise pode ser verificada na figura 8 abaixo.

Fica evidente o maior investimento em TICs da Empresa A em relação à Empresa B. É muito


provável, conforme salientado anteriormente, uma relação da causalidade entre estes
investimentos e a maior conectividade de uma empresa sobre a outra. Entretanto tal afirmação
somente pode ser confirmada através de uma survey. O maior investimento em TICs também
pode ocorrer em razão da implementação de modernas técnicas de gestão da produção que por
muitas vezes são necessárias.

Figura 8 – Investimento em TICs das Empresas A e B.


Fonte: elaborado pelos autores

Ambas as empresas ainda utilizam como meios de comunicação e compartilhamento de


informação o contato telefônico, as reuniões e também a troca de e-mail, tanto entre
departamentos, quanto entre parceiros. Na Empresa A este contato é realizado diariamente
(indiferente o fato deste contato ser entre departamentos ou parceiros), enquanto na Empresa
B este contato é realizado semanalmente quando a relação é entre departamentos e
trimestralmente quando se trata de parceiros da cadeia de suprimentos. Percebe-se uma
oportunidade de melhoria para a Empresa B que poderia também melhorar seus indicadores
de desempenho operacional e competitivo, mantendo um contato mais freqüente com seus
parceiros.

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Ambos os respondentes foram questionados sobre a forma que o compartilhamento de


informações entre os departamentos da empresa ou parceiros da cadeia de suprimentos
poderiam e/ou melhoram as suas atividades. A Empresa A afirmou que “o compartilhamento
de informações possibilita um trabalho em conjunto mais enxuto, com menos estoques,
investimentos antecipados, e uma programação de produção e logística just in time”. O
respondente pela Empresa B afirmou que “com as informações conseguimos alinhar as
demandas dos departamentos e de toda a cadeia, para tomada das decisões”. Ambos foram
questionados sobre a desvantagem no compartilhamento de informações e afirmaram que não
existe qualquer desvantagem.

Percebe-se, contudo que na Empresa B a informação é fortemente aproveitada nos níveis


estratégico e gerencial, enquanto na Empresa A, a informação é aproveitada em todos os
níveis. Tal observação também se apresenta como importante oportunidade de melhoria para
Empresa B, já que expandindo a utilização de tal informação a empresa pode melhorar seu
desempenho operacional em diversos pontos. Isto pode explicar também a superioridade em
termos de desempenho operacional de uma empresa em relação a outra.

5. Conclusões

O primeiro objetivo específico da pesquisa era elencar um conjunto de indicadores para


analisar a conectividade da empresa e sua disponibilidade em compartilhar informações.
Neste caso houve atendimento já que foram utilizados os indicadores propostos e aplicados
por Fawcett et al. (2007).

Avaliar a conectividade da empresa e sua disposição em compartilhar informações era o


segundo objetivo específico da pesquisa que foi contemplado através de dois estudos de caso,
utilizando questionário estruturado.

O terceiro objetivo específico era avaliar o desempenho operacional e competitivo da


empresa. A grande dificuldade neste caso foi ter acesso aos dados da empresa. Desta forma
foram utilizados os indicadores propostos por Dess e Robinson Jr. (1984) e também aplicados
por Fawcett et al. (2007), também utilizando questionário estruturado.

Ao analisar o impacto dos níveis de competitividade e disposição no desempenho operacional


e competitivo da empresa, pode-se perceber que apesar de ser perceptível em um primeiro
momento uma relação positiva entre ambos é possível que outros fatores interferissem para
que isto ocorresse, desta forma tal objetivo específico foi cumprido parcialmente.

E finalmente verificar quais tecnologias e métodos são utilizados para melhorar a


conectividade das empresas, que era o último objetivo específico, também foi cumprido. No
caso foram avaliados os principais investimentos em TICs e outras formas que eram utilizadas
para compartilhar informações.

O estudo possui uma limitação óbvia por possuir um universo muito restrito, não podendo seu
resultado ser generalizado. Algumas destas hipóteses levantadas poderiam ser verificadas por
uma survey confirmatória que, segundo Filippini (1997), objetiva testar uma teoria para

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buscar relacionamentos e/ou relações causais entre variáveis e que as hipóteses devem estar
claramente formuladas. Seguem abaixo estas hipóteses:

- A disponibilidade para compartilhar informação entre os membros da cadeia de


suprimentos é maior em cooperativas que empresas que possuam donos e/ou sócios;
- Todas as empresas do ramo cafeeiro melhoraram do ponto de vista competitivo nos
últimos anos beneficiadas pelo período de melhora na comercialização deste tipo de
commodity;
- Um maior investimento em TICs pode levar a empresa a melhorar seus índices de
conectividade.

Também sugere-se a aplicação de uma survey de investigação, que ainda de acordo com
Filippini (1997) objetiva determinar quais os conceitos estão relacionados com os fenômenos
e, como medi-los ou como descobrir novas dimensões dos próprios fenômenos. Neste caso o
objetivo desta pesquisa seria investigar e mensurar o impacto das TICs e das técnicas de
gestão da produção, além de outros possíveis fatores, no desempenho operacional e
competitivo de uma empresa.

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Agradecimentos:

O autor agradece à FAPEMIG (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais)


pelo auxílio financeiro.

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