Você está na página 1de 20

EVANGELIZAÇÃO ESPÍRITA INFANTO-JUVENIL

Palestra realizada por André Brandão no Geccal


Em 30 mar. 2008

INTRODUÇÃO:

A. SÃO CHEGADOS OS TEMPOS


SLIDE 01: FOTO DA CAPA DO REFORMADOR

REFORMADOR, Fevereiro 2008, Editorial, São chegados os tempos, P. 4.

Em mensagem transmitida em 1862, constante de O


Evangelho segundo o Espiritismo, o Espírito de Verdade
observa: "Aproxima-se o tempo em que se cumprirão as coisas
anunciadas para a transformação da Humanidade".1
Passados 144 anos, encontramo-nos em pleno
processo dessa transformação anunciada. Tida inicialmente
como marcada por dores e sofrimentos, observa-se hoje que ela
é caracterizada por uma fase de transição, em que a Terra
passa de Mundo de Expiação e Provas para Mundo de
Regeneração,(...).
1. O Evangelho segundo o Espiritismo, capítulo XX, item 5, Ed. FEB.

B. MUDANÇA → COMOÇÕES → LUTA DAS IDÉIAS

ALLAN KARDEC, A GÉNESE, Cap. XVIII Sinais dos Tempos, Item 9, p. 405.

Mas, uma mudança tão radical como a que se está


elaborando não pode realizar-se sem comoções . Há,
inevitavelmente, luta de idéias(...). È, pois, da luta das idéias
que surgirão os graves acontecimentos preditos e não
de cataclismos ou catástrofes puramente materíais(..). Hoje,
não são mais as entranhas do planeta que se agitam:
são as da Humanidade."

C. TRANSIÇÃO DE VALORES

SEXO e OBSESSÃO, MANOEL P. DE MIRANDA, Introdução, P. 11.


E natural que, num momento de transição de valores,
campeiem o absurdo e o fantasioso, tentando adquirir
cidadania moral, ao tempo em que empurram os cidadãos
na direção do fosso da promiscuidade e do desespero, da
fuga pelo tabaco, pelo álcool, pelas drogas aditivas, pela
alucinação, pelo suicídio...
DESENVOLVIMENTO:
A. AÇÃO ORGANIZADA DOS ESPÍRITOS INFERIORES

Leopoldo Machado, Campo Fértil. REFORMADOR, p. 308, Out. 1982.

O fato é que a Treva Organizada passa dos limites


toleráveis, em matéria de audácia e temeridade, indo já ao ponto de
insuflar esquemas oficiosos de desvirtuamento do senso moral
dos infantes, a partir das próprias escolas primárias, num desafio
aberto à capacidade de bom senso das autoridades e do povo de nossa
abençoada nação.

B. DOIS EXEMPLOS
1º EXEMPLO:
MANOEL P. DE MIRANDA, Trilhas da Libertação, Capítulo Os Gênios das Trevas, P 105.

— "Posteriormente informado das razões que o elevaram ao supremo posto,


(...), o Chefe (Soberano das Trevas) pediu um prazo para
elaboração de planos,(...).
"(...) Ciente das novas revelações da Verdade na Terra, do advento
do Consolador e seu programa de reestudo e vivência do
Cristianismo, (...) estabeleceu o seu programa, que ironicamente
denominou como as quatro legítimas verdades, em zombeteira
paráfrase ao código de Buda em relação ao sofrimento: as quatro nobres
verdades.(...)”
► Primeiro: o homem é um animal sexual que se compraz no
prazer.
►Segundo: o narcisismo é filho predileto do egoísmo (...).
►Terceira: o poder tem prevalência em a natureza humana. (...)
►Quarto: o dinheiro, que compra vidas e escraviza almas, (...).
2º EXEMPLO:
MANOEL P. DE MIRANDA, Loucura e Obsessão, Capítulo5, Sombras e Dores do Mundo.

Oportunamente, visitáramos alguns desses Núcleos onde a hediondez


superava tudo que a imaginação em desequilíbrio pudesse
conceber... Ali estagiavam, à noite, sob coação, diversos indivíduos
encarnados (...), encontravam estímulo para a divulgação, na Terra,
dos estereótipos dos desconcertos morais e emocionais, que as suas
expressões artísticas canalizavam.
Posturas exóticas, música estridente e primitiva, gestos
selvagens e caracterizações aberrantes, (...) sexo ultrajado,
naqueles redutos se originavam, recambiados para os palcos do
mundo, em bem urdida propaganda para alcançar as mentes
juvenis (...).
Ases da informática moderna, que lideram larga faixa de
desavisados, pelos veículos da comunicação de massa, (...), vítimas
desses severos títeres do Mundo Espiritual inferior, que se
locupletavam na rapina de energia daqueles que se lhes vinculavam,
espontaneamente.
C. O DEVER DOS ESPÍRITAS

REFORMADOR, Fevereiro 2008, Editorial, São chegados os tempos, P. 4.

No encerramento do 2° Congresso Espírita Brasileiro, em


abril de 2007, em mensagem transmitida através do médium
Divaldo Pereira Franco, Bezerra de Menezes anunciou que "[...] o
nobre Codificador, aqui presente com as falanges do Espírito de
Verdade, está conosco e nos acompanhará neste novo ciclo que se
abre até o momento quando o mundo de regeneração se
encontre instaurado e instalado na Terra".1
Neste sentido, voltamos à mensagem do Espírito de
Verdade, acima citada, que observa ainda: "Ditosos serão os que
houverem trabalhado no campo do Senhor, com desinteresse
e sem outro móvel, senão a caridade! Seus dias de trabalho
serão pagos pelo cêntuplo do que tiverem esperado".1
2. Mensagem "Instalação da Nova Era", publicada no Suplemento da revista Reformador de maio de 2007.

Conscientes desta realidade, os espíritas não temos


nenhuma razão em titubear diante das possibilidades de concorrer
para a construção desse Mundo Novo, para as quais estamos
todos sendo chamados.

C.1. TORNA-SE INDISPENSÁVEL UMA NOVA ÉTICA-MORAL


PARA QUE NÃO SE PERCAM VALORES NOBRES

Leopoldo Machado, SANT’ANNA, Hernani T., Campo Fértil. REFORMADOR, nº


1843, p. 308, Out. 1982.

Será, por isso, indispensável que os arautos do bom combate


não se limitem ao esforço construtivo do bem-fazer, mas atentem,
por igual para a necessidade do esclarecimento público, não
fugindo ao dever de tomar posições claras e inequívocas em
defesa da família, em sua mais elevada expressão.
SEXO e OBSESSÃO, MANOEL P. DE MIRANDA, Introdução, P. 11.

Torna-se indispensável quão imediata uma nova ética-moral, a


fim de que os valores nobres granjeados pela sociedade no curso dos
milénios, não se percam no chafurdar das paixões e no desprestígio das
instituições, como o matrimónio, a família, a castidade, a saúde
comportamental, o grupo social...
O matrimónio e a monogamia são conquistas valiosas logradas
pelo ser humano após torpes experiências de convivência doentia através
dos tempos. Tentar reduzi-los a lembranças do passado, é uma
aventura macabra cujas consequências são imprevisíveis para
apropria sociedade.
D. A RAIZ DO MAL

LÉON DENIS, Depois da Morte, Capítulo LV – QUESTÕES SOCIAIS.

“A causa do mal e o seu remédio estão, muitas vezes, onde não


são procurados, (...). A causa do mal está em nós, em nossas
paixões e em nossos erros. P. 314.

LIVRO DOS ESPÍRITOS, Parte 3ª, Capítulo XII, O egoísmo.

913. Dentre os vícios, qual o que se pode considerar radical?

“Temo-lo dito muitas vezes: o egoísmo. Daí deriva todo mal.


Estudai todos os vícios e vereis que no fundo de todos há egoísmo. Por
mais que lhes deis combate, não chegareis a extirpá-los, enquanto
não atacardes o mal pela raiz, enquanto não lhe houverdes destruído
a causa. Tendam, pois, todos os esforços para esse efeito, porquanto aí
é que está a verdadeira chaga da sociedade. Quem quiser, desde
esta vida, ir aproximando-se da perfeição moral, deve expurgar o seu
coração de todo sentimento de egoísmo, visto ser o egoísmo
incompatível com a justiça, o amor e a caridade. Ele neutraliza
todas as outras qualidades.”

E. A CURA
ALLAN KARDEC, Livro dos Espíritos, q. 917, comentários.

“Contudo, ela (cura do egoísmo) só se obterá se o mal for


atacado em sua raiz, isto é, pela educação, não por essa
educação que tende a fazer homens instruídos, mas pela que tende a
fazer homens de bem. A educação, convenientemente entendida,
constitui a chave do progresso moral. (...)”

LÉON DENIS, Depois da Morte, Capítulo LIV – A Educação, P. 310.


É pela educação que as gerações se transformam e
aperfeiçoam. Para uma sociedade nova é necessário homens novos. Por
isso, a educação desde a infância é de importância capital.
Não basta ensinar à criança os elementos da Ciência. Aprender a
governar-se, a conduzir-se como ser consciente e racional, é tão
necessário como saber ler, escrever e contar: é entrar na vida
armado não só para a luta material, mas, principalmente, para a luta
moral. É nisso em que menos se tem cuidado. Presta-se mais atenção
em desenvolver as faculdades e os lados brilhantes da criança, do que as
suas virtudes. Na escola, como na família, há muita negligência em
esclarecê-la sobre os seus deveres e sobre o seu destino. Portanto,
desprovida de princípios elevados, ignorando o alvo da existência,
ela, no dia em que entra na vida pública, entrega-se a todas as
ciladas, a todos os arrebatamentos da paixão, num meio sensual e
corrompido.
F. DEVEMOS SEGUIR O CONSELHO DE LEPOLDO MACHADO (1)

(1) Líder baiano foi um dos grandes incentivadores das


mocidades espíritas no Brasil. Leopoldo Machado foi um das
figuras mais importantes do Espiritismo brasileiro. Poeta,
escritor, dramaturgo, orador e ativista, ele promoveu um
rejuvenescimento no movimento, com sua Campanha do
Espiritismo de Vivos, (...). Uma das maiores contribuições que
ele deu foi a criação vigorosa das Mocidades Espíritas.
F.1. QUAL O CONSELHO?
É PRECISO CUIDEMOS DA CRIANÇA E DO JOVEM,
COMO PLANTAS EM PROCESSO DE CRESCIMENTO.

Leopoldo Machado, SANT’ANNA, Hernani T., Campo Fértil. REFORMADOR, nº 1843,


p. 308, Out. 1982.

Inútil improvisar escoras regenerativas para obrigar o


endireitamento de árvores que envelheceram tortas. As escoras só
asseguram o crescimento correto de plantas novas, evitando que seus
caules se desviem do rumo certo.
Assim ocorre também com os seres humanos. Depois que as
pessoas consolidam tendências e as transformam em viciações,
que acabam por tornar-se numa segunda natureza, tudo fica sempre
muito difícil quando se cogita de reformas de procedimento, em
sentido profundo.
É preciso cuidemos, portanto da criança e do jovem, plantas
em processo de crescimento, ainda amoldáveis e direcionáveis para o
bem maior.

F.2. O MESMO CONSELHO DE KARDEC

ALLAN KARDEC, Livro dos Espíritos, q. 917, comentários.


“(...) Quando se conhecer a arte de manejar os caracteres,
como se conhece a de manejar as inteligências, conseguir-se-á corrigi-
los, do mesmo modo que se aprumam plantas novas.”

F.3. E TODOS, DE ACORDO COM OS ESPÍRITOS SUPERIORES

LIVRO DOS ESPÍRITOS, Allan Kardec, Parte 2ª, Capítulo VII.

383. Qual, para este, a utilidade de passar pelo estado de


infância?

“Encarnando, com o objetivo de se aperfeiçoar, o Espírito,


durante esse período, é mais acessível às impressões que
recebe, capazes de lhe auxiliarem o adiantamento, para o que
devem contribuir os incumbidos de educá-lo.”
G. ONDE A BASE MAIS ELEVADA PARA A EDUCAÇÃO

EMMANUEL, O Consolador, Primeira Parte, Capítulo V , Ciências Aplicadas.

108 — Onde a base mais elevada para os métodos de educação?


— As noções religiosas, com a exemplificação dos mais altos
deveres da vida, constituem a base de toda a educação, no
sagrado instituto da família.

EMMANUEL, O Consolador, Segunda Parte, Capítulo III , Cultura.

204 — A alma humana poder-se-á elevar para Deus tão-somente


com o progresso moral, sem os valores intelectivos?
— O sentimento e a sabedoria são as duas asas com que a
alma se elevará para a perfeição infinita.
No círculo acanhado do orbe terrestre, ambos são classificados como
adiantamento moral e adiantamento intelectual, mas, como
estamos examinando os valores propriamente do mundo, em particular,
devemos reconhecer que ambos são imprescindíveis ao progresso,
sendo justo, porém, considerar a superioridade do primeiro sobre o
segundo, porquanto a parte intelectual sem a moral pode oferecer
numerosas perspectivas de queda, na repetição das experiências,
enquanto que o avanço moral jamais será excessivo,
representando o núcleo mais importante das energias evolutivas.

H. POSIÇÃO DO EVANGELHO NA EDUCAÇÃO RELIGIOSA


EMMANUEL, O CONSOLADOR, Terceira Parte, Capítulo II, EVANGELHO, Jesus.

282 — Se devemos considerar o Velho Testamento como a pedra


angular da Revelação Divina, qual a posição do Evangelho de Jesus
na educação religiosa dos homens?
— O Velho Testamento é o alicerce da Revelação Divina. O
Evangelho é o edifício da redenção das almas. Como tal, devia ser
procurada a lição de Jesus, não mais para qualquer exposição
teórica, mas visando cada discípulo o aperfeiçoamento de si
mesmo, desdobrando as edificações do Divino Mestre no terreno
definitivo do Espírito.

EMMANUEL, Caminho, Verdade e Vida, Interpretação dos Textos Sagrados, P. 15.

espera o Cristo venhamos todos a converter-lhe o


(...)
evangelho de Amor e Sabedoria em companheiro da prece, em
livro escolar no aprendizado de cada dia, em fonte inspiradora de
nossas mais humildes ações no trabalho comum e em código de
boas maneiras no intercâmbio fraternal.
I. SE SABEMOS QUE:
A EDUCAÇÃO MORAL/RELIGIOSA/EVANGELHO
É A BASE DE TODA EDUCAÇÃO
– POR QUE DO DESEQUILÍBRIO?
JUVANIR BORGES DE SOUZA, Tempo de Transição, Capítulo 18, Espiritismo – Doutrina
de Educação.

A criança, o jovem e, por vezes, o adulto são preparados para


as profissões e ofícios, as artes e as ciências. Ganhar dinheiro,
obter boa ou razoável situação social e economica, eis o objetivo
visado. Cuida-se da inteligência, do corpo físico, do bem-estar.
Pouca importância se dá aos sentimentos nobres, ao
desenvolvimento da solidariedade, do senso de justiça, da
sensibilidade diante da necessidade alheia, da probidade como dever,
menosprezando-se as virtudes e os valores morais como se
fossem secundários. Em suma, invertem-se valores, dando-se
ênfase ao transitório com prejuízo do permanente e definitivo, tal
a consequência lógica de ser colocada a educação moral em plano
secundário.

JUVANIR BORGES DE SOUZA, Tempo de Transição, Capítulo 18, Espiritismo – Doutrina


de Educação.

Como os lares nem sempre estão aptos a arcar com a grave


missão de orientar os Espíritos neles acolhidos, e as religiões
tradicionais incorrem em desvios e erros sérios, apesar do esforço
empregado para minimizar os grandes males decorrentes do egoísmo e
do orgulho, as duas chagas responsáveis, ao lado da ignorância, por
todas as deformações morais da Humanidade, o desequilíbrio se
instala nos indivíduos e nas coletividades.
J. O DEVER DOS ESPÍRITAS → O DEVER DO CENTRO ESPÍRITA

DIVALDO PEREIRA FRANCO, Palavras de Luz, Sob a inspiração de diversos espíritos, P.


37.

Aqui estão vários educadores desencarnados (José Petitinga,


Eurípedes Barsanulfo e outros), participando conosco e inspirando-nos
a considerar a educação, a evangelização infanto-juvenil à luz do
Espiritismo, meta prioritária das nossas atividades no lar, na escola
e no Centro Espírita, sem o que, não teremos uma humanidade feliz.

DIVALDO PEREIRA FRANCO, Palavras de Luz, Sob a inspiração de diversos espíritos, P.


40.

a tarefa da evangelização espírita infanto juvenil é


(...)
mais do que um dever.
Trata-se da construção da futura humanidade.
POR QUÊ?
K.
EVANGELIZAÇÃO INFANTO – JUVENIL À LUZ DO ESPIRITISMO

SLIDE: EVANGELIZAÇÃO ESPÍRITA INFANTO-JUVENIL

DIVALDO PEREIRA FRANCO, Palavras de Luz, Sob a inspiração de diversos espíritos, P.


16.

O que dizer das aulas de evangelização em que predomina o


conhecimento do evangelho sem conteúdo espírita?

Divaldo: Que é um trabalho muito respeitável, mas não é um


trabalho espírita. Para que o seja, é indispensável que se
encontrem presentes os postulados essenciais conforme estão
exarados em “O Livro dos Espíritos" de Allan Kardec. Não podemos
entender por que a criança e o jovem são capazes de
compreender o Evangelho e não o Espiritismo, quando têm idéia
clara de eletrônica, de cibernética, e de outras ciências muito mais
complexas do que a Ciência Espírita, que é de fácil assimilação.
Os irmãos das igrejas reformadas, do Catolicismo, nas suas
várias denominações, lecionam também o Evangelho, que é muito
bom na sua parte moral, mas que não equaciona a problemática da
existência humana, que somente pode ser entendida à luz da
reencarnação. (...).

DIVALDO PEREIRA FRANCO, Palavras de Luz, Sob a inspiração de diversos espíritos, P.


15.
Este “evangeliza” entendamo-lo à luz do Espiritismo, por ser
a luz do Espiritismo que dá lógica e entendimento ao Evangelho.

DIVALDO PEREIRA FRANCO, Palavras de Luz, Sob a inspiração de diversos espíritos, P.


16.

É indispensável colocar a Doutrina Espírita no Evangelho, para


que a razão substitua a aceitação, e a lógica preencha o vazio do
mitológico.

ANDRÉ LUIZ, Conduta Espírita, P. 151.

Desapegar-se da crença cega, exercitando o


raciocínio...

EMMANUEL, O Consolador, p. 200, pg. 345.

Conseguir a fé é alcançar a possibilidade de não mais


dizer: “eu creio”, mas afirmar: “eu sei”, com todos os
valores da razão tocados pela luz do sentimento.

L. OBJETIVOS DA EVANGELIZAÇÃO ESPÍRITA INFANTO –


JUVENIL
CURRÍCULO PARA A ESCOLAS DE EVANGELIZAÇÃO ESPÍRITA INFANTO-JUVENIL, FEB,
Departamento de Infância e Juventude, 2007.

(...) objetivos da Evangelização Infanto-Juvenil:


a) Promover a integração do evangelizando:
- consigo mesmo;
- com o próximo;
- com Deus.
b) Proporcionar ao evangelizando o estudo:
- da lei natural que rege o Universo;
- da "natureza, origem e destino dos Espíritos bem como de suas
relações com o mundo corporal".
c) Oferecer ao evangelizando a oportunidade de perceber-se
como homem integral, crítico, consciente, participativo, herdeiro
de si mesmo, cidadão do Universo, agente de transformação de seu
meio, rumo a toda perfeição de que é suscetível.

M. CUIDAR DA CRIANÇA ESQUECENDO OS PAIS


→ ESFORÇO INCOMPLETO
MARTINS PERALVA, ESTUDANDO O EVANGELHO, Capítulo 8, A Primeira Escola.

Urge, contudo, que o meritório esforço das nossas instituições,


polarizando-se na criança, não encontre obstáculos na despreparação
evangélica dos pais, para evitar que a criança "ouça", nos Centros,
luminosos conceitos de espiritualidade e moral, mas "veja" e "sinta",
dentro de casa, no próprio lar, inadequadas atitudes de egoísmo e
torpeza.
Não basta, pois, evangelizar a criança nas Instituições
Espíritas.
E' imprescindível que essa educação alcance, também, os
genitores ou responsáveis,(...).
A primeira escola é o lar.(...)
Cuidar da criança —- esquecendo os pais da criança — parece-nos
esforço incompleto.
Não adianta ser a criança aconselhada, na Escola de
Evangelho, por devotadas instrutoras ou instrutores, a se expressarem
de maneira conveniente, se observa ela em casa palavrões e gírias
maliciosas, impropriedades e xingamentos.
Se o lar é uma escola — A PRIMEIRA ESCOLA — e se os pais
representam para os filhos, como primeiros educadores, (...), eviden-
temente a criança será inclinada — entre os pais que proferem
palavrões e grosserias e a professora de Evangelho que ensina boas
maneiras e sobriedade no vocabulário — a seguir os primeiros.
N. A MISSÃO/DEVER DOS PAIS

LIVRO DOS ESPÍRITOS, Allan Kardec, Parte 2ª, Capítulo X.

582. Pode-se considerar como missão a paternidade?

“É, sem contestação possível, uma verdadeira missão. É ao


mesmo tempo grandíssimo dever e que envolve, mais do que o pensa
o homem, a sua responsabilidade quanto ao futuro. Deus colocou o
filho sob a tutela dos pais, a fim de que estes o dirijam pela
senda do bem, e lhes facilitou a tarefa dando àquele uma
organização débil e delicada, que o torna propício a todas as
impressões. Muitos há, no entanto, que mais cuidam de aprumar as
árvores do seu jardim e de fazê-las dar bons frutos em abundância, do
que de formar o caráter de seu filho. (...).”

LIVRO DOS ESPÍRITOS, Allan Kardec, Parte 2ª, Capítulo VII.

385. Comentário de Allan Kardec.


A infância ainda tem outra utilidade. Os Espíritos só entram na vida
corporal para se aperfeiçoarem, para se melhorarem. A delicadeza da
idade infantil os torna brandos, acessíveis aos conselhos da
experiência e dos que devam fazê-los progredir. Nessa fase é
que se lhes pode reformar os caracteres e reprimir os maus
pendores. Tal o dever que Deus impôs aos pais, missão sagrada
de que terão de dar contas.

SANTO AGOSTINHO, O Evangelho Segundo o Espiritismo, Capítulo XIV, item 9.

“Desde pequenina, a criança manifesta os instintos bons ou


maus que traz da sua existência anterior. A estudá-los devem os pais
aplicar-se. Todos os males se originam do egoísmo e do orgulho (...).”

N.1. SE A EDUCAÇÃO NÃO SE HOUVER FEITO NO LAR

EMMANUEL, O Consolador, Primeira Parte, Capítulo V , Ciências Aplicadas, pergunta


109.

Passada a época infantil, credora de toda vigilância e carinho por


parte das energias paternais, os processos de educação moral, que
formam o caráter, tomam-se mais difíceis com a integração do Espírito
em seu mundo orgânico material, e, atingida a maioridade, se a
educação não se houver feito no lar, então, só o processo vio-
lento das provas rudes, no mundo, pode renovar o pensamento e
a concepção das criaturas, porquanto a alma reencarnada terá
retomado todo o seu património nocivo do pretérito e reincidirá nas
mesmas quedas, se lhe faltou a luz interior dos sagrados princípios
educativos.

M. EXEMPLO E ENERGIA

DIVALDO PEREIRA FRANCO, Palavras de Luz, Sob a inspiração de diversos espíritos, P.


20.

Os pais podem ajudar a evangelização no lar, sobretudo pela


exemplificação. É a exemplificação a melhor metodologia para que se
inculquem as idéias que desejamos penetrem naqueles que vivem
conosco.

DIVALDO PEREIRA FRANCO, Palavras de Luz, Sob a inspiração de diversos espíritos, P.


44.

Cabe aos pais a aplicação da energia e maior exigência em


relação aos filhos. Como normalmente estão cansados no dia de
domingo, às fezes, justificam-se e me dizem: "Deixa o menino folgar hoje,
coitado. Ele estudou a semana inteira", demonstrando assim que não
acreditam na excelência da Doutrina Espírita para os seus filhos.

M.1. UMA PERGUNTA RESPONDIDA POR EMMANUEL

EMMANUEL, O Consolador, Primeira Parte, Capítulo V , Ciências Aplicadas, pergunta


109.

113 — Os pais espiritistas devem ministrar a educação


doutrinária a seus filhos ou podem deixar de fa-zê-lo
invocando as razões de que, em matéria de religião, apreciam
mais a plena liberdade dos filhos?

— O período infantil, em sua primeira fase, é o mais importante para


todas as bases educativas, e os pais espiritistas cristãos não podem
esquecer seus deveres de orientação aos filhos, nas grandes
revelações da vida. Em nenhuma hipótese, essa primeira etapa das lutas
terrestres deve ser encarada com indiferença.
O pretexto de que a criança deve desenvolver-se com a
máxima noção de liberdade pode dar ensejo a graves perigos. Já se
disse, no mundo, que o menino livre é a semente do celerado. A
própria reencarnação não constitui, em si mesma, restrição considerável
à independência absoluta da alma necessitada de expiação e corretivo?
Além disso, os pais espiritistas devem compreender que qualquer
indiferença nesse particular pode conduzir a criança aos prejuízos
religiosos de outrem, ao apego do convencionalismo, e à ausência de
amor à verdade.
Deve nutrir-se o coração infantil com a crença, com a
bondade, com a esperança e com a fé em Deus. Agir contrariamente a
essas normas é abrir para o faltoso de ontem a mesma porta larga para
os excessos de toda sorte, que conduzem ao aniquilamento e ao crime.
Os pais espiritistas devem compreender essa característica de
suas obrigações sagradas, entendendo que o lar não se fez para a
contemplação egoística da espécie, mas, sim, para santuário onde, por
vezes, se exige a renúncia e o sacrifício de uma existência inteira.

M.2 O RESPALDO DOS PAIS AO PROCESSO DE EVANGELIZAÇÃO


CURRÍCULO PARA A ESCOLAS DE EVANGELIZAÇÃO ESPÍRITA INFANTO-JUVENIL, FEB, 2007.

Os pais espíritas são depositários da confiança de Deus no


encaminhamento dos filhos na vida terrena e, sendo a família o ponto
de origem do evangelizando, seu respaldo é indispensável ao
desenrolar do processo de evangelização.

Para tanto, pais ou responsáveis pelos evangelizandos


precisam:
→ estar conscientizados de que a educação de seus filhos deve estar
embasada nos fundamentos espíritas;
→ acompanhar, de perto, a atuação da Escola de Evangelização do
Centro que frequentam;
→ participar das reuniões de Pais e Evangelizadores;frequentar os
grupos de estudo.

Quando a família fica alheia ao processo de evangelização,


coloca-se em situação de flagrante incoerência perante aquilo em que
crê ou admite como certo e o que faz ou induz os outros a fazer.
(O Que é Evangelização? Fundamentos da Evangelização Espírita da Infância e da Juventude, FEB,
1987, p. 31.)

ANDRÉ LUIZ, CONDUTA ESPÍRITA, Capítulo 21.

“Deixai vir a mim os meninos, e não os impeçais, porque deles é o reino


de Deus.” – Jesus. Lucas, 18:16.

Os pais espíritas podem e devem matricular os filhos nas escolas de


moral espírita cristã, para que os companheiros recém-encarnados
possam iniciar com segurança a nova experiência terrena.
Os pais respondem espiritualmente como cicerones dos que
ressurgem no educandário da carne.

O. RESULTADOS DA EVANGELIZAÇÃO + PARTICIPAÇÃO DOS


PAIS

ALLAN KARDEC – "Viagem Espírita em 1862" - Pág. 30.

"É notável verificar que as crianças educadas nos princípios


espíritas adquirem uma capacidade de raciocinar precoce, que as
torna infinitamente mais fáceis de serem conduzidas. Nós as vimos
em grande número, de todas as idades e dos dois sexos, nas diversas
famílias onde fomos recebidos. Isso não as priva da natural alegria,
nem da jovialidade. Todavia, não existe nelas essa turbulência, essa
teimosia, esses caprichos que tomam tantas outras insu-
portáveis."
CONCLUSÃO:

RECOMPENSA AOS
A.
EVANGELIZADORES/TRABALHADORES ESPÍRITAS

Leopoldo Machado, Campo Fértil. REFORMADOR, p. 308, Out. 1982.

De tudo quanto empreendi em minha derradeira romagem


terrena, o que melhor me resultou não foram as tertúlias que realizei,
com honestidade e desassombro, nem os esforços que levei a cabo para
assegurar ao Espiritismo o lugar ao sol que a evolução geral lhe
assinalava. Foi - isto sim! - o que pude fazer pela criança e pelo
jovem, matérias-primas, que são, do grande porvir da Humanidade.

B.RECOMPENSA PAIS
JOANNA DE ÂNGELIS, S.O.S. FAMÍLIA. Divaldo P. Franco, Capítulo: Deveres dos Pais.

Os pais assumem desde antes do berço com aqueles que


receberão na condição de filhos compromissos e deveres que
devem ser exercidos, desde que serão, também, por sua vez, meios
de redenção pessoal perante a consciência individual e a Cósmica
que rege os fenómenos da vida, nos quais todos estamos mergulhados.

O ESPIRITO DE VERDADE, O Evangelho segundo o Espiritismo, capítulo XX, item 5,


Ed. FEB.

"Ditosos serão os que houverem trabalhado no campo do


Senhor, com desinteresse e sem outro móvel, senão a caridade!
Seus dias de trabalho serão pagos pelo cêntuplo do que
tiverem esperado".

FIM

TEXTOS
REFORMADOR, Fevereiro 2008, Editorial, P. 4.

São chegados os tempos

Em mensagem transmitida em 1862, constante de O Evangelho segundo o Espiritismo, o


Espírito de Verdade observa: "Aproxima-se o tempo em que se cumprirão as coisas anunciadas
para a transformação da Humanidade".1
Passados 144 anos, encontramo-nos em pleno processo dessa transformação
anunciada. Tida inicialmente como marcada por dores e sofrimentos, observa-se hoje que ela é
caracterizada por uma fase de transição, em que a Terra passa de Mundo de Expiação e Provas
para Mundo de Regeneração, onde os seres humanos, cientes da sua condição de Espíritos
imortais, estarão empenhados em seu próprio aprimoramento moral à Luz do Evangelho de
Jesus.
No encerramento do 2° Congresso Espírita Brasileiro, em abril de 2007, em mensagem
transmitida através do médium Divaldo Pereira Franco, Bezerra de Menezes anunciou que "[...] o
nobre Codificador, aqui presente com as falanges do Espírito de Verdade, está conosco e nos
acompanhará neste novo ciclo que se abre até o momento quando o mundo de regeneração se
encontre instaurado e instalado na Terra".2
Neste sentido, voltamos à mensagem do Espírito de Verdade, acima citada, que observa
ainda: "Ditosos serão os que houverem trabalhado no campo do Senhor, com desinteresse e
sem outro móvel, senão a caridade! Seus dias de trabalho serão pagos pelo cêntuplo do que
tiverem esperado".
Conscientes desta realidade, os espíritas não temos nenhuma razão em titubear diante das
possibilidades de concorrer para a construção desse Mundo Novo, para as quais estamos todos
sendo chamados.

3. O Evangelho segundo o Espiritismo, capítulo XX, item 5, Ed. FEB.


4. Mensagem "Instalação da Nova Era", publicada no Suplemento da revista Reformador de maio de 2007.

DIVALDO P. FRANCO, Palavras de Luz, Sob a Inspiração de Diversos Espíritos, Perguntas e Respostas, EVANGELIZAÇÃO
INFANTIL

Qual a importância da evangelização da criança no Centro Espírita?

Divaldo: Da mais alta relevância. Se dissemos que quem instrui prepara para a vida, quem educa dá a vida, quem
evangeliza fomenta a vida. Este "evangeliza"entendamo-lo à luz do Espiritismo, por ser a luz do Espiritismo que dá lógica e
entendimento ao Evangelho.
O Evangelho, puro e simples, é ministrado por outras doutrinas cristãs, mas a reencarnação e a comiinicabilidade dos
espíritos dão clareza e lógica, ao contrário de outras doutrinas evangélicas, preparando a criança para uma vida saudável no
seu relacionamento futuro.
Não se pode conceber uma Casa Espírita na qual as novas gerações não recebam a evangelização espírita, porque
sem isto estaremos condenando o futuro a uma grave tarefa curativa das chagas adquiridas no trânsito da juventude para a razão.
Portanto, é imprescindível a presença da atividade do evangelho à luz do Espiritismo, junto à criança e ao jovem.

CAMPO FÉRTIL

Inútil improvisar escoras regenerativas para obrigar o endireitamento de árvores que


envelheceram tortas. As escoras só asseguram o crescimento correto de plantas novas, evitando que
seus caules se desviem do rumo certo.
Assim ocorre também com os seres humanos. Depois que as pessoas consolidam
tendências e as transformam em viciações, que acabam por tornar-se numa segunda natureza, tudo
fica sempre muito difícil quando se cogita de reformas de procedimento, em sentido profundo.
É preciso cuidemos, portanto da criança e do jovem, plantas em processo de
crescimento, ainda amoldáveis e direcionáveis para o bem maior.
No jovem, ainda é possível corrigir e compensar falhas e deficiências da infância, mas no adulto
a tarefa de remodelação é normalmente muito mais difícil.
Ademais, a infância possui insuspeitados patrimónios de percepção e de passividade, que
facilitam enormemente a missão do educador, do mesmo modo que o entusiasmo e a impulsividade
dos jovens representam potenciais positivos para o adestramento de capacidades realizadoras, em
regime de cessão total.
Nada disso é novo, nem temos a presunção de dizer qualquer coisa que não seja bem sabida.
Acontece, porém, que nunca é demais incentivar os amigos em sua tarefa redentora junto aos
Espíritos que iniciam sua jornada reencamatória na Terra, necessitados de proteção e de
estímulo, de inspiração e de rumo.
De tudo quanto empreendi em minha derradeira romagem terrena, o que melhor me
resultou não foram as tertúlias que realizei, com honestidade e desassombro, nem os esforços que
levei a cabo para assegurar ao Espiritismo o lugar ao sol que a evolução geral lhe assinalava. Foi -
isto sim! - o que pude fazer pela criança e pelo jovem, matérias-primas, que são, do grande
porvir da Humanidade.
No meu tempo de homem, muita vez sonhei em ver instalado no mundo um programa ativo e
efetivo que visasse à educação plena, em favor dos pequeninos. Agora, meu coração se rejubila ao
constatar como a Casa de Ismael concretiza esse ideal formoso, avançando, a passos largos, no terreno
da orientação e do amparo às novas gerações.
É evidente que não poderemos conceber uma Doutrina Consoladora, como o Espiritismo, sem
amplos programas de esclarecimento geral, sem assistência solícita e desvelada aos velhos e aos
enfermos, sem, cuidadoso arsenal de iniciativas em favor dos desesperados e dos atónitos, dos sem
teto e dos sem pão. Entretanto, a vanguarda do progresso está nos berços que sustentam o
porvir, nas escolas que forjam o futuro, nos lares que definem a qualidade daquilo que será
o futuro do mundo.
Todos sabem essas coisas, e não é senão por isso que tantos recursos se concentram em
conduzir a mente infantil e as energias da mocidade para caminhos e metas de acordo com as
pretensões daqueles que desejam garantir a vijória dos seus ideais, nem sempre construtivos e
dignificantes.
O fato é que a Treva Organizada passa dos limites toleráveis, em matéria de audácia e
temeridade, indo já ao ponto de insuflar esquemas oficiosos de desvirtuamento do senso
moral dos infantes, a partir das próprias escolas primárias, num desafio aberto à
capacidade de bom senso das autoridades e do povo de nossa abençoada nação.
Será, por isso, indispensável que os arautos do bom combate não se limitem ao esforço
construtivo do bem-fazer, mas atentem, por igual para a necessidade do esclarecimento
público, não fugindo ao dever de tomar posições claras e inequívocas em defesa da família, em sua
mais elevada expressão.
Juntos, seguiremos nessa luta abençoada e produtiva, mesmo porque seremos todos os
herdeiros inquestionáveis de quanto agora plantarmos na terra exuberante do presente.
Meu fraternal abraço.
Leopoldo Machado.

SANT’ANNA, Hernani T., Campo Fértil. REFORMADOR, Rio de Janeiro, v. 100, nº 1843, p. 308, Out. 1982.

EVANGELIZAÇÃO
Evangelização Infantil e do Jovem

ANDRÉ LUIZ, CONDUTA ESPÍRITA, Capítulo 21.

“Deixai vir a mim os meninos, e não os impeçais, porque deles é o reino de Deus.” – Jesus.

Lucas, 18:16.

Os pais espíritas podem e devem matricular os filhos nas escolas de moral espírita cristã, para
que os companheiros recém-encarnados possam iniciar com segurança a nova experiência terrena.
Os pais respondem espiritualmente como cicerones dos que ressurgem no educandário da
carne.

MANOEL PHILOMENO DE MIRANDA, ENTRE DOIS MUNDOS, Divaldo P. Franco, Cap. 18, p. 204.

Com a permissão do Dr. Arquimedes. Petitinga, Angelo, Germano e nós resolvemos visitar respeitável
Sociedade Espírita, em Cidade próxima, onde se desenvolviam programas de educação espiritista
para a infância e a juventude com vistas ao futuro da sociedade.
Desejando conhecer de perto o profícuo labor, dirigimo-nos jubilosamente ao Núcleo-Escola, no
qual defrontamos uma ordeira movimentação.
Recepcionados pelo abnegado Espírito Arthur Lins de Vasconcellos, que ali estava representando os
Guias da Instituição, tomamos conhecimento da programação iluminativa das consciências em formação,
bem como dos grandes investimentos espirituais que eram aplicados no despertamento dos valores
morais desses viajores do porvir, que reiniciavam a jornada carnal.
O lúcido seareiro do Espiritismo, que muito se dedicara, quando na Terra, à tarefa de divulgação da
Doutrina, pela palavra oral e escrita, mas sobretudo pelos exemplos de abnegação e de devotamento ao Bem,
explicou-nos que ali se encontrava laborando com outros companheiros vinculados à responsabilidade de
preservar a pulcritude dos postulados herdados do ínclito Codificador. Aqueles eram dias de
grave perturbação entre as criaturas, nos quais a vulgaridade e a ignorância dese javam pontificar, inclusive
através de propostas descabidas que pretendiam introduzir no arcabouço do Espiritismo, buscando, dessa
forma, atrair adeptos levianos e inconseqüentes.
Cabia-lhe, como a outros tantos vanguardeiros do pensamento espirita, ora desencarnados,
inspirar os companheiros que jornadeiam no carro físico, auxiliando-os no discernimento dos
postulados doutrinários e na sua manutenção, a fim de que o escalracho das distorções e adaptações
sem sentido não medrasse, ameaçando o trigo saudável e nutriente da mensagem libertadora.
Aos domingos, naquela Sociedade, alem das atividades com as crianças e os jovens, também
realizavam-se sessões de esclarecimentos para o público, quando se aplicavam recursos bioenergéticos aos
necessitados de varia ordem, que a buscavam.
Desse modo, muito bem assessorados, visitamos as salas, onde grupos de gárrulas crianças ouviam
com incomum interesse as aulas bem elaboradas sobre as origens do ser, seu destino, suas
responsabilidades e deveres, o amor e a fraternidade que dimanam da fonte inexaurível da Codificação
Espírita.
Igualmente acompanhamos com emoção os monitores encarregados das oficinas com os jovens,
ministrando-lhes informações e esclarecimentos sobre a vida e sua finalidade, questões outras
fundamentais do dia-a-dia, e a postura espírita diante da promiscuidade moral reinante em quase toda
parte.
Inspirando esses orientadores, generosos Amigos de nosso Plano envolviam-nos em
vibrações de elevado teor de paz, que lhes renovavam o organismo, liberando-os dos clichês
sensuais uns, perniciosos outros, que acumulavam durante a semana. Ao mesmo tempo, os Guias
espirituais dos alunos cooperavam na formação do seu caráter e da sua personalidade, aplicando-
lhes vigorosas forças fluídicas para a estruturação da existência, que deveriam pautar em linhas
de equilíbrio e de paz.
O conhecimento do Espiritismo na infância como na juventude constitui uma dádiva de invulgar
significado pelos benefícios que propicia, preservando as lembranças das lições trazidas do Mundo
Espiritual, bem como ampliando as áreas do discernimento, para que não tropecem com facilidade nos
obstáculos que se antepõem ao processo de crescimento interior.
Pude observar, também, que algumas crianças perturbadas por adversários insanos, atendidas em
classe especial, recebiam, além das bases formadoras da educação espírita, o socorro específico para
libertá-las da injunção penosa em que se encontravam.
― Alguns desses inimigos - elucidou-nos o amigo Lins - ficam retidos em nossas fronteiras, a
fim de receberem, no momento adequado das reuniões mediúnicas, o socorro de que
carecem, despertando para nova ordem de valores e de pensamento. É certo que, em
determinadas situações, não podemos ir além do que nos é permitido, mas sempre nos é lícito auxiliar as
vítimas e os seus perseguidores.
― Não podemos olvidar - adiu Petitinga - que toda palestra edificante, toda aula de
esclarecimento tem poder psicoterapêutico. Em se tratando de lição espírita, em face dos seus
fundamentos, torna-se de incalculável significado curativo para a alma, pelo poder de esclarecer a
criatura, encarnada ou não.
― Laboratório de realizações profundas – opinou Germano - a Casa Espírita que se mantém fiel
às diretrizes da Doutrina, consegue o salutar objetivo de modificar as delicadas tecelegens do
pensamento humano, nele insculpindo paisagens atraentes e fecundas.

Profícuo: Vantajoso, útil.


Pulcritude: Beleza.
Ínclito: Celebrado, ilustre.
Escalracho: Gramínea nociva às searas.
Gárrulas: Tagarelas.

MARTINS PERALVA, ESTUDANDO O EVANGELHO, Capítulo 8, A Primeira Escola.

A Primeira Escola

Deixai vir a mim os pequeninos...

Quando Jesus atribuiu a si mesmo a qualidade de Caminho, Verdade e Vida, não fêz,
logicamente, uma declaração de ordem pessoal, mas se referiu, decerto, à mensagem que trouxera ao
Mundo, em nome e por delegação do Pai.
Reportou-se o Mestre, sem dúvida, aos ensinos, ao roteiro que traçava por norma de
aperfeiçoamento, à moral que pregava e exemplificava.
O Evangelho é Caminho, porque, seguindo-o, não nos perderemos nas sombrias veredas da
incompreensão e do ódio, da injustiça e da perversidade, mas perlustraremos, com galhardia e êxito,
as luminosas trilhas da evolução e do progresso — da ascensão e da felicidade que se não extingue.
O Evangelho é Verdade, porque é eterno.
Desafia os séculos e transpõe os milénios.
Perde-se no Infinito dos Tempos. . .
O Evangelho é Vida, porque a alma que se alimenta dele, e nele vive, ganhará a vida eterna.
Aquele que crê em Jesus e pratica os Seus ensinos viverá — mesmo que esteja morto.

***
Deixar ir a Jesus os pequeninos, levar as crianças ao Mestre não significa, pois, organizar,
objetiva e materialmente, uma caravana de Espíritos de meninos — encarnados ou desencarnados —
para, em luminosa carruagem, romperem as barreiras espaciais, vencerem as distâncias cósmicas e
prostrarem-se, devotamente, ante o Excelso Governador Espiritual do Mundo, com a finalidade
inconcebível, porque absurda, de Lhe tributarem pomposas homenagens.
Conduzir as crianças a Jesus significa incutir-lhes nos corações os preceitos
evangélicos, a fim de que os seus atos possam revelar, no futuro, nobreza e dignidade.
O Espiritismo, através das Escolas de Evangelho, vem cuidando de levar os
pequeninos ao Mestre, fazendo-os apreender as imortais lições da Boa Nova do Reino.
Urge, contudo, que o meritório esforço das nossas instituições, polarizando-se na
criança, não encontre obstáculos na despreparação evangélica dos pais, para evitar que a criança
"ouça", nos Centros, luminosos conceitos de espiritualidade e moral, mas "veja" e "sinta",
dentro de casa, no próprio lar, inadequadas atitudes de egoísmo e torpeza.
Não basta, pois, evangelizar a criança nas Instituições Espíritas.
E' imprescindível que essa educação alcance, também, os genitores ou responsáveis,
evitando-se, destarte, se estabeleça na incipiente alma infantil a desastrosa confusão de "ver" e
"ouvir", em casa, atitudes e conceitos bem diversos dos que "vê" e "ouve" nas aulas de Evangelho e
Espiritismo.
A primeira escola é o lar.
E o lar evangelizado dá à criança, grava-lhe, na consciência, as firmes noções do Cristianismo
sentido e vivido.
Imprime-lhe, no caráter, os elementos fundamentais da educação.
E' necessário que a criança sinta e se impregne, no santuário doméstico, desde os primeiros
instantes da vida física, das sublimes vibrações que só um ambiente evangelizado pode assegurar,
para que, simultaneamente com o seu desenvolvimento moral e intelectual, possa ela "ver" o que é
belo, "ouvir" o que é bom e "aprender" o que é nobre.
Se o lar não é evangelizado, as lições colhidas fora dele podem ser, apenas, um conhecimento a
mais, no campo religioso, para a inteligência infantil.
Um conhecimento a mais não passa de um acidente instrutivo. E o que devemos buscar é a
realidade educativa, moral, que tenha sentido de perene renovação.
Cuidar da criança —- esquecendo os pais da criança — parece-nos esforço incompleto.
Não adianta ser a criança aconselhada, na Escola de Evangelho, por devotadas
instrutoras ou instrutores, a se expressarem de maneira conveniente, se observa ela em casa
palavrões e gírias maliciosas, impropriedades e xingamentos.
Se o lar é uma escola — A PRIMEIRA ESCOLA — e se os pais representam para os
filhos, como primeiros educadores, o que há de melhor, sob o ponto de vista de cultura e respeito,
experiência e autoridade, evidentemente a criança será inclinada — entre os pais que
proferem palavrões e grosserias e a professora de Evangelho que ensina boas maneiras e
sobriedade no vocabulário — a seguir os primeiros.
Com os pais a criança dorme, levanta-se, faz refeições e convive, diuturnamente.
O convívio da criança, na Aula de Evangelho, com os instrutores, verifica-se uma vez por semana,
durante uma hora ou pouco mais.
E não nos esqueçamos de que, na opinião dos filhos, os pais são os maiores.
Contribuir para que os pequeninos possam "ir a Jesus", mediante o aprendizado evangélico,
representa, a nosso ver, providência correlata, simultânea com o esforço de "levar a Jesus" os pais,
preparando-os, condignamente, para a missão da paternidade ou da maternidade.
Informa a sabedoria popular que o exemplo deve vir de cima...

EMMANUEL, O Consolador, Primeira Parte, Capítulo V , Ciências Aplicadas.

108 — Onde a base mais elevada para os métodos de educação?

— As noções religiosas, com a exemplificação dos mais altos deveres da vida, constituem a base
de toda a educação, no sagrado instituto da família.

109 — O período infantil é o mais importante para a tarefa educativa?

— O período infantil é o mais sério e o mais propício à assimilação dos princípios educativos.
Até aos sete anos, o Espírito ainda se encontra em fase de adaptação para a nova existência
que lhe compete no mundo. Nessa idade, ainda não existe uma integração perfeita entre ele e a
matéria orgânica. Suas recordações do plano espiritual são, por isso, mais vivas, tornando-se mais
suscetível de renovar o caráter e estabelecer novo caminho, na consolidação dos princípios de
responsabilidade, se encontrar nos pais legítimos representantes do colégio familiar.
Eis por que o lar é tão importante para a edificação do homem, e por que tão profunda é a
missão da mulher perante as leis divinas.
Passada a época infantil, credora de toda vigilância e carinho por parte das energias paternais,
os processos de educação moral, que formam o caráter, tomam-se mais difíceis com a integração do
Espírito em seu mundo orgânico material, e, atingida a maioridade, se a educação não se houver feito
no lar, então, só o processo violento das provas rudes, no mundo, pode renovar o pensamento e a
concepção das criaturas, porquanto a alma reencarnada terá retomado todo o seu património nocivo
do pretérito e reincidirá nas mesmas quedas, se lhe faltou a luz interior dos sagrados princípios
educativos.

113 — Os pais espiritistas devem ministrar a educação doutrinária a seus filhos ou podem deixar de fa-
zê-lo invocando as razões de que, em matéria de religião, apreciam mais a plena liberdade dos filhos?

— O período infantil, em sua primeira fase, é o mais importante para todas as bases educativas,
e os pais espiritistas cristãos não podem esquecer seus deveres de orientação aos filhos, nas grandes
revelações da vida. Em nenhuma hipótese, essa primeira etapa das lutas terrestres deve ser encarada
com indiferença.
O pretexto de que a criança deve desenvolver-se com a máxima noção de liberdade pode dar
ensejo a graves perigos. Já se disse, no mundo, que o menino livre é a semente do celerado. A
própria reencarnação não constitui, em si mesma, restrição considerável à independência absoluta da
alma necessitada de expiação e corretivo?
Além disso, os pais espiritistas devem compreender que qualquer indiferença nesse particular
pode conduzir a criança aos prejuízos religiosos de outrem, ao apego do convencionalismo, e à
ausência de amor à verdade.
Deve nutrir-se o coração infantil com a crença, com a bondade, com a esperança e com a fé em
Deus. Agir contrariamente a essas normas é abrir para o faltoso de ontem a mesma porta larga para os
excessos de toda sorte, que conduzem ao aniquilamento e ao crime.
Os pais espiritistas devem compreender essa característica de suas obrigações sagradas,
entendendo que o lar não se fez para a contemplação egoística da espécie, mas, sim, para santuário
onde, por vezes, se exige a renúncia e o sacrifício de uma existência inteira.

EMMANUEL, O Consolador, Segunda Parte, Capítulo III , Cultura.

204 — A alma humana poder-se-á elevar para Deus tão-somente com o progresso moral, sem os
valores inte-lectivos?
— O sentimento e a sabedoria são as duas asas com que a alma se elevará para a perfeição
infinita.
No círculo acanhado do orbe terrestre, ambos são classificados como adiantamento moral e
adiantamento intelectual, mas, como estamos examinando os valores propriamente do mundo, em
particular, devemos reconhecer que ambos são imprescindíveis ao progresso, sendo justo, porém,
considerar a superioridade do primeiro sobre o segundo, porquanto a parte intelectual sem a moral
pode oferecer numerosas perspectivas de queda.
na repetição das experiências, enquanto que o avanço moral jamais será excessivo, representando o
núcleo mais importante das energias evolutivas.

DIVALDO PEREIRA FRANCO, Palavras de Luz, Sob a inspiração de diversos espíritos, P. 20.

Os pais podem ajudar a evangelização no lar, sobretudo pela exemplificação. É a


exemplificação a melhor metodologia para que se inculquem as idéias que desejamos penetrem
naqueles que vivem conosco.

DIVALDO PEREIRA FRANCO, Palavras de Luz, Sob a inspiração de diversos espíritos, P. 37.

Aqui estão vários educadores desencarnados, participando conosco e inspirando-nos a


considerar a educação, a evangelização infanto-juvenil à luz do Espiritismo, meta prioritária
das nossas atividades no lar, na escola e no Centro Espírita, sem o que, não teremos uma
humanidade feliz.

DIVALDO PEREIRA FRANCO, Palavras de Luz, Sob a inspiração de diversos espíritos, P. 40.

(...) a tarefa da evangelização espírita infanto juvenil é mais do que um dever.


Trata-se da construção da futura humanidade.

DIVALDO PEREIRA FRANCO, Palavras de Luz, Sob a inspiração de diversos espíritos, P. 44.
Cabe aos pais a aplicação da energia e maior exigência em relação aos filhos. Como
normalmente estão cansados no dia de domingo, às fezes, justificam-se e me dizem: "Deixa o menino
folgar hoje, coitado. Ele estudou a semana inteira", demonstrando assim que não acreditam na
excelência da Doutrina Espírita para os seus filhos.

ALLAN KARDEC, OBRAS PÓSTUMAS, O EGOISMO E O ORGULHO.

Para que os homens vivam na Terra como irmãos, não basta se lhes dêem lições de
moral; importa destruir as causas de antagonismo, atacar a raiz do mal: o orgulho e o
egoísmo.
O Espiritismo é, sem contradita, o mais poderoso elemento de moralização, porque
mina pela base o egoísmo e o orgulho, facultando um ponto de apoio à moral. Há feito
milagres de conversão; é certo que ainda são apenas curas individuais e não raro parciais. O
que, porém, ele há produzido com relação a indivíduos constitui penhor do que produzirá
um dia sobre as massas. Não lhe é possível arrancar de um só golpe as ervas daninhas. Ele dá a fé e
a fé é a boa semente, mas mister se faz que ela tenha tempo de germinar e de frutificar, razão
por que nem todos os espíritas já são perfeitos.
Ele tomou o homem em meio da vida, no fogo das paixões, em plena força dos preconceitos e
se, em tais circunstâncias, operou prodígios, que não será quando o tomar ao nascer, ainda virgem de
todas as impressões malsãs; quando a criatura sugar com o leite a caridade e tiver a fraternidade a
embalá-lo; quando, enfim, toda uma geração for educada e alimentada com idéias que a
razão, desenvolvendo- se, fortalecerá, em vez de falsear? Sob o domínio destas idéias, a
cimentarem a fé comum a todos, não mais esbarrando o progresso no egoísmo e no
orgulho, as instituições se reformarão por si mesmas e a Humanidade avançará
rapidamente para os destinos que lhe estão prometidos na Terra, aguardando os do céu.

Você também pode gostar