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Estado de Natureza
777. Tendo o homem, no estado de natureza, menos necessidades, isento se acha das
tribulações que para si mesmo cria, quando num estado de maior adiantamento. Diante disso, que
se deve pensar da opinião dos que consideram aquele estado como o da mais perfeita felicidade na
Terra?
“Que queres! é a felicidade do bruto. Há pessoas que não compreendem outra. É ser feliz à
maneira dos animais. As crianças também são mais felizes do que os homens feitos.”
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778. Pode o homem retrogradar para o estado de natureza?
“Não, o homem tem que progredir incessantemente e não pode volver ao estado de infância.
Desde que progride, é porque Deus assim o quer. Pensar que possa retrogradar à sua primitiva condição
fora negar a lei do progresso.”
Se o leitor utilizar este programa para estudo em grupo, sugerimos que as questões propostas
sejam debatidas livremente antes da leitura do texto que a elas se segue.
Se destinado somente a uso por parte do leitor, pedimos que o interessado tente inicialmente
responder às questões e só depois leia o texto referido. As respostas correspondentes às questões
apresentadas encontram-se no final do texto abaixo.
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2. Sendo perfectível e trazendo em si o gérmen do seu aperfeiçoamento, o Espírito não foi
destinado a viver perpetuamente no estado de natureza, como não foi criado para viver eternamente na
infância. Aquele estado é transitório, e os Espíritos dele saem em virtude do progresso e da civilização.
4. O Espírito, contudo, só se depura com o tempo, pelas experiências adquiridas que as vidas
sucessivas lhe facultam. Tendo de progredir incessantemente, ele não pode volver ao estado de infância.
É Deus que assim o quer. Pensar que possamos retrogradar à nossa primitiva condição equivaleria a
negar a lei do progresso.
5. No estado de natureza o homem tem menos necessidades, sua vida é mais simples e menores
são suas atribulações, pois se atém mais à sobrevivência e às necessidades fisiológicas. Há, porém, em
todas as pessoas uma surda aspiração, uma energia íntima misteriosa que as encaminha para as alturas e
as faz tender para destinos cada vez mais elevados, impelindo-as para o Belo e para o Bem.
6. É a lei do progresso, a evolução eterna, que guia a Humanidade através das idades e aguilhoa
cada um de nós, visto que a Humanidade são as próprias almas que, de século em século, voltam à cena
física para, com auxílio de novos corpos, preparar-se para mundos melhores em sua obra evolutiva.
7. A lei do progresso não se aplica apenas ao homem; abarca todos os reinos da Natureza, como
já foi reconhecido por diversos pensadores. Na planta, a inteligência dormita; no animal, sonha; no
homem, acorda, conhece-se, possui-se e torna-se consciente.
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9. As reencarnações constituem uma necessidade inelutável para que se faça o progresso
espiritual. Cada existência corpórea não comporta mais do que uma parcela de esforços determinados,
após o que a alma se encontra exausta.
10. A morte representa um repouso, um intervalo, uma etapa na longa rota da eternidade, antes
que nova encarnação se apresente para o Espírito, a valer como rejuvenescimento para o ser em marcha.
11. Paixões antigas, ignomínias, remorsos desaparecem, e o esquecimento cria um novo ser, que
se atira cheio de ardor e entusiasmo no percurso da nova estrada.
12. Cada esforço redunda num progresso, e cada progresso num poder sempre maior, pois as
aquisições sucessivas vão alteando a alma nos inumeráveis degraus da perfeição. O objetivo da
evolução, a razão de ser da vida, não é a felicidade terrestre, como muitos erradamente crêem, mas o
aperfeiçoamento de cada um de nós, o que só realizaremos por meio do trabalho, do esforço e de todas
as alternativas de alegrias e de dor, até que nos tenhamos desenvolvido completamente e elevado ao
estado celeste.
13. Somos, assim, o árbitro soberano de nossos próprios destinos. Cada experiência
reencarnatória condiciona a que lhe sucede e, malgrado a lentidão da marcha ascendente, eis-nos a
gravitar incessantemente para alturas radiosas onde sentimos palpitar corações fraternais e entramos em
comunhão sempre mais e mais íntima com a Potência Divina.
14. Os que ignoram tais verdades e nada fazem por melhorar-se chegam ao mundo espiritual na
condição de Joaquim Sucupira, que abandonou o corpo aos sessenta anos, após viver arredado do
mundo, no conforto precioso que herdara dos pais. Na Terra – refere Irmão X – Sucupira falara pouco,
andara menos, agira nunca...
15. Na pátria espiritual, embora pudesse locomover-se, havia perdido o movimento dos braços e
das mãos. Um instrutor, ao examinar seu caso e ouvir suas queixas, disse-lhe com toda a franqueza:
“Seu caso explica-se: você tem as mãos enferrujadas”.
16. E ante a careta do interlocutor amargurado, aditou: “É o talento não usado, meu amigo. Seu
remédio é regressar à lição. Repita o curso terrestre”. “O que você precisa, Joaquim, é de movimento.”
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Respostas às questões propostas
1. Que podemos entender pela expressão estado de natureza? R.: O ser humano realiza sua
caminhada evolutiva a partir de um estado primitivo ou estado de natureza, que é, segundo a Doutrina
Espírita, o estado de infância da Humanidade, o ponto de partida do seu desenvolvimento intelectual e
moral.
3. A marcha dos Espíritos é sempre progressiva? R.: Sim. A marcha dos Espíritos é sempre
progressiva, jamais retrógrada. Eles se elevam gradualmente na hierarquia e não descem da categoria a
que ascenderam.
4. Podemos dizer que o objetivo da evolução seja a felicidade terrestre? R.: Não. O objetivo
da evolução, a razão de ser da vida, não é a felicidade terrestre, como muitos erradamente crêem, mas o
aperfeiçoamento de cada um de nós, o que só realizaremos por meio do trabalho, do esforço e de todas
as alternativas de alegrias e de dor, até que nos tenhamos desenvolvido completamente e chegado ao
estado celeste.
5. Quem é o árbitro soberano de nosso destino? R.: Somos nós mesmos o árbitro soberano de
nossos destinos. Cada experiência reencarnatória condiciona a que lhe sucede e, malgrado a lentidão da
marcha ascendente, eis-nos a gravitar incessantemente para alturas radiosas onde sentimos palpitar
corações fraternais e entramos em comunhão sempre mais e mais íntima com a Potência Divina.
Bibliografia:
O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec, itens 194, 776 e 778.
O problema do ser, do destino e da dor, de Léon Denis, págs. 119, 120, 122 e 123.
A evolução anímica, de Gabriel Delanne, págs. 16 e 17.
Luz Acima, de Irmão X, psicografado por Francisco Cândido Xavier, págs. 17 a 21.
(Retirado de http://www.oconsolador.com.br/36/esde.html)
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Estado Natural
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pessoas buscarem entrar num Estado Civil. De acordo com o Direito Natural, o ser humano tem direito
sobre sua vida, liberdade e bens. A propriedade privada era definida no momento em que o ser humano
misturava seu trabalho com a natureza: "Quando começaram a lhe pertencer? Quando os digeriu?
Quando os comeu? Quando os cozinhou? Quando os levou para casa? Ou quando os apanhou? E é
evidente que se o primeiro ato de apanhar não os tornasse sua propriedade, nada mais poderia fazê-lo.
Aquele trabalho estabeleceu uma distinção entre eles e o bem comum". Mas por que o Estado de
Natureza continua existindo? Para Locke, "não é toda convenção que põe fim ao estado de natureza
entre os homens, mas apenas aquela pela qual todos se obrigam juntos e mutuamente a formar uma
comunidade única e constituir um único corpo político; quanto às outras promessas e convenções, os
homens podem fazê-las entre eles sem sair do estado de natureza".
(Baseado em http://pt.wikipedia.org/wiki/Estado_de_Natureza)
Para Rousseau, o estado de natureza não caracteriza um período da história humana marcado por
inconveniências a serem superadas pela constituição da sociedade civil. Aqueles para os quais o estado
de natureza constituía uma etapa que precisava ser necessariamente ultrapassada para que a humanidade
pudesse estabelecer formas de convivência mais adequadas ao conjunto dos indivíduos, como é, por
exemplo, o caso de Locke e Hobbes, essa passagem implicava perdas em termos da limitação da
liberdade e do julgamento e execução pelos próprios indivíduos da “lei da natureza”. Mas o
estabelecimento da sociedade civil através de um pacto acordado por toda a comunidade trazia ganho
suficiente - em termos de preservação da vida, da liberdade, da propriedade, da igualdade, dos bens e da
segurança e do respeito às leis que deveriam submeter igualmente a todos - para ser amplamente
adotado. O caminho aberto pela sociedade civil é para eles, portanto, o que leva às conquistas mais
caras à civilização e a formas mais adequadas de convivência entre os homens.
Para estes pensadores e filósofos políticos o estado de natureza era um período de selvageria
fundamentalmente insatisfatório, onde os aspectos negativos dificultavam demasiadamente - quando
não inviabilizavam - a vida em coletividade. Devia, portanto, constituir apenas o degrau inicial para um
estágio mais avançado, isto é civilizado, da humanidade. Rousseau, ao contrário, atribui àquele estado
características positivas a ponto de ser chamado o filósofo do bom selvagem, em alusão às qualidades
superiores que, a seu ver, exibiam os indivíduos que viviam no estado de natureza. Uma de suas
características básicas é, para Rousseau, o ambiente natural extremamente abundante e acolhedor, a
ponto de parecer ter sido criado na medida exata para servir ao homem, particularmente em termos de
recursos alimentares, sendo, aliás, a preservação uma das poucas preocupações, senão a única, do
homem no estado de natureza.
“Suas módicas necessidades”, diz Rousseau, “encontram-se tão facilmente
ao alcance da mão e ele está tão longe do grau de conhecimentos necessários para
desejar adquirir outros maiores, que não pode ter nem previdência, nem
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curiosidade. O espetáculo da natureza, à força de se lhe tornar familiar, torna-se-
lhe indiferente”.
A relação homem-natureza é, portanto, permeada por um ingrediente idílico marcado por uma
complementaridade absoluta entre aqueles elementos. O equilíbrio dessa relação só vai-se romper
quando ela começa a inserir-se num contexto dominado pela sociedade e pela civilização com as
conseqüências necessariamente negativas que elas trazem. A “nostalgia” do estado de natureza é tão
mais profunda quanto é para Rousseau a impossibilidade do homem viver em sociedade de maneira tão
pacífica e sadia quanto vivia naquele estado. Afinal, “a maioria de nossos males é obra nossa e (...) os
teríamos evitado quase todos conservando a maneira de viver simples, uniforme e solitária que nos era
prescrita pela natureza”.
(Baseado em http://publique.rdc.puc-rio.br/revistaalceu/media/alceu_n4_Leopoldi.pdf)
Leia também:
http://www.cefetsp.br/edu/eso/filosofia/contratualistaschaui.html
http://www.klepsidra.net/klepsidra27/natureza.htm
http://www.espirito.org.br/portal/palestras/irc-espiritismo/estudos-espiritas/le110502.html
DIANTE DA PERFEIÇÃO
Todavia, à maneira do verme contemplando a estrela longínqua, sabemos quão imensa é a distância que
nos separa da meta.
Entretanto, se ainda nos situamos tão longe do justo aprimoramento que nos integrará na magnificência
divina, é imperioso começar a grande romagem, oferecendo ao avanço as melhores forças.
Ninguém exige sejas de imediato o paradigma do amor que o Mestre nos legou, mas podes ser, desde
agora, o cultor da compreensão e da gentileza dentro da própria casa.
Ninguém te pede a renúncia integral aos bens que te enriquecem os dias terrestres, no entanto, podes
doar, de improviso, a migalha do que te sobre ao conforto doméstico, em auxílio ao companheiro
necessitado.
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Ninguém espera desempenhes, ainda hoje, o papel de herói na praça pública, mas podes calar, sem
detença, a palavra escura ou amargosa capaz de emergir de teu coração para os lábios.
Ninguém aguarda sejas o remédio para todas as doenças, entretanto, ainda hoje, podes ser a
enfermagem diligente, balsamizando as úlceras dos enfermos relegados ao abandono.
Ninguém te solicita prodígios, em manifestações prematuras de fé, mas podes ser, sem delonga, o
reconforto que ampare a quantos atravessam as sarças do caminho.
A planta que era ontem simples promessa, hoje é a garantia do pão que te supre a mesa.
Esforcemo-nos por fazer o melhor ao nosso alcance, desde agora, e a perfeição ser-nos-á, um dia,
preciosa fonte de bênçãos, descortinando-nos luminoso porvir.
Emmanuel
Do Livro: Nascer e Renascer
Psicografia: Francisco Cândido Xavier
Editora: GEEM
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