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Blog de reflexões espíritas

Este Blog tem por propósito compartilhar reflexões, estudos,


esclarecimentos e ensinamentos relacionados à Doutrina Espírita, assim
como semear a Palavra do Mestre Jesus no íntimo de cada ser, para
recebê-la em solo fértil. Espera-se que os seus conteúdos possam
contribuir para a necessária reforma íntima na busca da paz interior e
dos progressos intelectual, moral e espiritual. Sejam bem-vindos!

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25/11/2019 / DEIXE UM COMENTÁRIO

Há muitas moradas na casa de meu Pai


Esta reflexão apoia-se no Capítulo III de “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, de
Allan Kardec: “há muitas moradas na casa de meu Pai”.

Do Evangelho de João: “Não se turbe o vosso coração. Credes em Deus, crede


também em mim. Há muitas moradas na casa de meu Pai; se assim não fosse,
já Eu vo-lo teria dito, pois me vou para vos preparar o lugar. Depois que me
tenha ido e que vos houver preparado o lugar, voltarei e vos retirarei para mim,
a fim de que onde Eu estiver, também vós aí estejais”.  (João, 14: 1-3)

O Universo é a casa do Pai e os infinitos mundos do Espaço são as muitas


moradas onde habitam os Espíritos para os seus adiantamentos.

Somos também um mundo interior, microcosmo individual ou universo a parte,


local de transformação, renovação, fé e progresso espiritual na batalha íntima
do bem contra o mal, com um ritmo evolutivo próprio condizente com o nosso
grau de consciência e amor.

Os Espíritos encontram-se em infinitos meios, aspectos, sensações e


percepções, conforme seus estágios evolutivos. Uns estão ligados às esferas
onde viveram enquanto outros elevam-se e percorrem o Espaço.
As condições dos mundos são diferentes quanto ao grau de adiantamento dos
seus habitantes. Nos mundos inferiores, a existência é toda material e as
paixões soberanas. Nos mundos mais adiantados, a vida é toda espiritual. Nos
mundos intermédios, misturam-se o bem e o mal, predominando um ou outro.

A qualificação de mundos não é absoluta. Tem-se uma ideia de mundos


inferiores ou superiores comparando-se com a Terra, ou seja, os que estão
acima ou abaixo.

Embora não haja classificação absoluta dos mundos, pode-se dividi-los em:
“mundos primitivos, destinados às primeiras encarnações da alma humana;
mundos de expiação e provas, onde domina o mal; mundos de regeneração,
nos quais as almas que ainda têm o que expiar haurem novas forças,
repousando das fadigas da luta; mundos ditosos, onde o bem sobrepuja o mal;
mundos celestes ou divinos, habitações de Espíritos depurados, onde
exclusivamente reina o bem”. A Terra pertence à categoria dos mundos de
expiação e provas, mas em transição para mundo regenerado.

Os Espíritos não estão presos indefinidamente a determinado mundo e


tampouco nele cumprem todas as fases do progresso para atingir a perfeição.
“Quando, em um mundo eles alcançam o grau de adiantamento que esse
mundo comporta, passam para outro mais adiantado, e assim por diante, até
que cheguem ao estado de puros Espíritos”.

Nos mundos mais atrasados, seus habitantes são rudimentares, sem beleza,
movidos pelos instintos, carentes dos sentimentos de delicadeza e benevolência
e das noções do justo e injusto. A sobrevivência e a força bruta são imperativos
para a vida.

Nos mundos venturosos, as relações são amistosas entre os povos e somente a


superioridade moral e intelectual estabelece diferença entre as suas condições.
Todos os sentimentos acham-se engrandecidos e purificados pelos laços de
amor e fraternidade. A forma corpórea é sempre humana, mas embelezada,
aperfeiçoada e purificada. O corpo nada tem da materialidade terrestre e não
está sujeito às necessidades, nem às doenças ou deteriorações que a
predominância da matéria provoca.

A atual superioridade da inteligência de grande parte dos habitantes da Terra


indica que o nosso planeta não é mundo primitivo destinado à encarnação de
Espíritos que acabaram de ser criados, mas sim de Espíritos que já viveram e
realizaram certo progresso. Os vícios de seus habitantes constatam o índice de
imperfeição moral, configurando o planeta Terra como mundo de expiações e
de provas.

Alguns Espíritos em expiação na Terra já viveram em outros mundos, dos quais


foram excluídos devido à sua obstinação para o mal e sendo causa de
perturbação para os bons. Estes Espíritos tiveram que ser degredados para um
mundo de Espíritos mais atrasados, com a missão de fazer que estes
avançassem, porquanto levaram consigo inteligências desenvolvidas e o
gérmen dos conhecimentos que adquiriram.

A Terra encontra-se em transição para mundo regenerado, em que a alma


penitente encontrará a calma e o repouso e acabará por depurar-se. Em tais
mundos, a Humanidade experimenta sensações e desejos que libertam das
paixões desordenadas, do orgulho, da inveja e do ódio que sufoca, em perfeita
equidade nas relações sociais e todos reconhecem Deus e tentam caminhar
para Ele, cumprindo-lhe as leis. Contudo, ainda não há a felicidade perfeita, mas
a aurora desta felicidade. Ainda têm de suportar as provas, porém sem as
angústias da expiação.

Todos os seres da criação estão submetidos à lei do progresso. A destruição é


apenas um meio de se chegar, pela transformação, a um estado mais perfeito,
visto que tudo morre para renascer e nada sofre o aniquilamento. “Ao mesmo
tempo que todos os seres vivos progridem moralmente, progridem
materialmente os mundos em que eles habitam”. (…) “Marcham assim,
paralelamente, o progresso do homem, o dos animais, seus auxiliares, o dos
vegetais e o da habitação, porquanto nada em a Natureza permanece
estacionário”.

Assim, o Universo engloba tudo o que existe, quer seja ele oriundo de elemento
material ou espiritual, sendo que as suas forças geram infinitos fenômenos. E
acima de tudo, está Deus, inteligência suprema, causa primária de todas as
coisas. Essa é a Trindade Universal: Deus, princípio material e princípio espiritual.

O Universo tem alma, vida e princípio inteligente que rege tudo que existe. Nada
ocorre sem controle e em desordem.

As moradas devem ser compreendidas como mundos habitados por seres


corpóreos e incorpóreos (Espíritos), sendo várias na casa do Pai. Nesse sentido,
estamos diante de várias moradas e diferentes moradores. Moradas entendidas
como mundos, globos, planetas, planos, regiões, esferas ou comunidades.

Bezerra de Menezes esclarece: “há muitas moradas, muitos planetas, todos


plenos de vidas – prodigalidade do amor do Criador. São infinitas as moradas
onde o Espírito se instala como arquiteto de suas construções, elaboradas com
suas mais íntimas emanações. Tudo sob os auspícios do Pai, que, por
extremado amor, não nega a Seus amados a oportunidade de transitar por
diversos mundos do Universo infinito no processo de evolução que Sua
caridade incomensurável lhes oferta”. (…) “Muitas moradas, criações de Deus –
o Amor Maior -, gravitam pelo Universo, abrigando as criaturas, sempre de
acordo com as conquistas assimiladas ao longo de suas reencarnações: são
inumeráveis planetas, cada um com caraterísticas próprias, em função de
centenas de milhares de fatores que a aparelhagem da Terra, embora
consideravelmente adiantada em termos de tecnologia, ainda não pode
analisar”. (MENEZES. Estudando o Evangelho com Bezerra de Menezes)

Onde houver um ser inteligente no Universo, corpóreo ou espiritual, haverá uma


morada.
Bibliografia:

BÍBLIA SAGRADA.

KARDEC, Allan; tradução de Guillon Ribeiro. O Evangelho Segundo o Espiritismo. 1ª


Edição. Brasília/DF: Federação Espírita Brasileira, 2019.

MENEZES, Bezerra de (Espírito), (psicografado por) Alda Maria. Estudando o


Evangelho com Bezerra de Menezes. 1ª Edição. Belo Horizonte/MG: Centro Espírita
Manoel Felipe Santiago (CEMFS), 2014.

Doutrina Espírita, Evangelho de Jesus, mensagens Espíritas, reflexões

Deus, morada

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