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Gestão Emocional

e
Desenvolvimento Pessoal

I
A
Arte da Excelência

Gestão Emocional e Desenvolvimento Pessoal


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Gestão Emocional e Desenvolvimento Pessoal
2
Introdução

O Programa de Marketing e Desenvolvimento Pessoal é simultaneamente um manual de auto-ajuda


que pode ser consultado e donde se podem tirar preciosas lições para a vida do dia-a-dia e um rigoroso
plano de desenvolvimento pessoal que se devidamente lido e apreendido pode ser uma grande mais-
valia para o sucesso e o enriquecimento da vida pessoal de quem o ler.
São desenvolvidos alguns temas e conceitos que poderão melindrar e até mesmo assustar quem nunca
se debruçou a estudar estes assuntos, mas a forma como os assuntos são abordados e desenvolvidos é
bastante acessível e à medida que se for familiarizando com a leitura não terá nenhuma dificuldade em
a compreender.
O principal assunto desenvolvido neste programa é uma técnica de desenvolvimento pessoal que faz
parte da psicologia moderna e que se designa por Programação Neurolinguística. Parece um palavrão
inacessível mas o seu significado é bem mais simples do que parece.
A Programação Neurolinguística (PNL) é o estudo de tudo aquilo que promove e contribui para o êxito
na vida activa. Para isso tenta reproduzir todos os comportamentos bem-sucedidos ao nível do
pensamento, da linguagem e do comportamento, e transportá-los para a prática do dia-a-dia. É uma
arte pragmática cujo único objectivo é contribuir para o sucesso e para a melhoria do bem-estar e da
qualidade de vida das pessoas.
No resto do programa são ensinadas técnicas de grande valor que utilizam os fundamentos da PNL e da
Inteligência Emocional, que lhe permitirão praticar os conhecimentos adquiridos e assim enriquecer
decisivamente a sua cultura pessoal e desenvolver a sua personalidade e capacidade de ser bem-
sucedido na sua vida.

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A inteligência emocional

Inteligência emocional é o termo utilizado para designar a capacidade de manipular as emoções,


tornando-as fundamentais no processo de crescimento interno da nossa personalidade e das nossas
potencialidades intelectuais. Com a correta aplicação da inteligência emocional, as emoções dispersas,
não controladas e até mesmo prejudiciais, podem ser analisadas, controladas e canalizadas para o
desenvolvimento de pessoas e grupos.
A inteligência emocional foi popularizada a partir de 1995, pelo psicólogo, jornalista e escritor Daniel
Goleman, com o fascinante livro que traz o termo como título. Através de uma análise coerente e
inteligente, Goleman mostra-nos que o QI elevado de uma pessoa não é garantia de sucesso e
felicidade, contrariando o saber científico difundido até então. Servindo-se de métodos de pesquisa
inovadores que avaliam estados mentais, ondas cerebrais e comportamentos, ele demonstra que
pessoas de QI elevados, ou seja o que classicamente se chama de “pessoas inteligentes”, podem
fracassar, enquanto pessoas que apresentam quociente mais moderado nos testes obtiveram êxito nos
seus projectos e metas pessoais e profissionais.
Daniel Goleman derruba categoricamente o mito de que a inteligência é determinada pela carga
genética. Para ele a Inteligência é emocionalmente construída através da forma como vivemos as nossas
emoções. Assim, o êxito pode ser produzido por qualquer indivíduo, que tenha capacidade suficiente
para controlar os seus impulsos, agindo com coerência e uma inteligência emocionalmente construída.
Alguém com um elevado quociente de inteligência emocional caracteriza-se pela habilidade e
capacidade de perceber e controlar as suas próprias emoções e as das outras pessoas. Tal pessoa tem
ampliada a sua capacidade de dominar as emoções com inteligência, passando a utilizar o fluxo das suas
emoções de forma coerente e construtiva, melhorando os seus relacionamentos conjugais, afectivos,
sociais e profissionais.
O processo de aquisição e domínio da emoção através da inteligência está no princípio do “conhece-te a
ti mesmo”. Ter autoconsciência significa reconhecer e compreender os nossos próprios pensamentos,
sentimentos e acções, estabelecendo uma relação produtiva entre esses elos para que se produzam
reacções favoráveis. Assim, adquirimos o poder de dominar as nossas emoções. Com o tempo, o
autodomínio é naturalmente estendido ao nosso círculo de relacionamentos, levando-nos a uma melhor
compreensão do que se passa na cabeça daqueles que convivem connosco, trazendo a perspectiva de
uma melhoria significativa da nossa qualidade de vida.
Reserve um tempo no final do seu dia para fazer uma auto-análise. Procure perceber o modo como faz
as suas reflexões, as suas avaliações e o seu julgamento acerca de factos, circunstâncias e eventos
ocorridos e repare bem na forma como reagiu. Para ampliar a autoconsciência é fundamental
desenvolver a autocrítica. Seja crítico para consigo mesmo, prestando atenção aos seus sentimentos.
Repare bem na sua actuação com os outros no decorrer do dia e analise os bons e os maus sentimentos
experimentados nessa relação.
Além desse exercício diário de autoconhecimento, peça a alguém confiável que teça uma análise da sua
personalidade e lhe apresente uma análise franca sobre a mesma. Os outros vêem-nos por um prisma
diferenciado e, muitas vezes, podem revelar algo que desconhecemos sobre nós. Portanto, é
imprescindível estarmos atentos ao que representamos para o mundo. Para ampliar a consciência é
necessário, além de ser um crítico positivo de si mesmo, ter a nobreza de aceitar as críticas construtivas
dos outros.
As nossas emoções, quando descontroladas, dissipam grande quantidade de energia. É necessário
dominar e redireccionar essa energia emocional para alcançar os resultados positivos que desejamos.
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Controle a sua excitação, os seus medos, os seus ódios e o seu desânimo porque, tais sentimentos,
dissipam grande quantidade de energia, acabando por minar todas as suas forças.
É necessário controlar o emocional, habituando-se a focar os pensamentos e sentimentos em
expectativas positivas. Faça do bom humor e do entusiasmo grandes aliados no seu dia-a-dia. Aprenda
que novos hábitos são criados a partir de novos pensamentos mantidos com sentimento. Pode até
parecer difícil no início, mas, na medida em que os seus novos pensamentos são mantidos e baseados
numa nova perspectiva mais positiva, gradualmente vão-se tornando parte da sua personalidade.
Alimente os seus pensamentos diários através da emoção e você estará seguramente a construir novos
hábitos.
A nossa vida é construída e mantida por uma teia de relações em todos os seus aspectos. E as nossas
emoções são as bases que estabelecem a nossa forma de nos relacionarmos com o mundo,
determinando sucesso ou insucesso nas mais diversas áreas. Portanto, o domínio das emoções consiste
numa grande e poderosa ferramenta capaz de nos transportar, daquilo que somos, para tudo aquilo que
desejamos ser ou ter. Somos seres complexos diante de um universo dinâmico, mas ao mesmo tempo
simples no seu modo de funcionar. Seguindo a regra básica do “conhece-te a ti mesmo” e aplicando-a
sob a forma de um autocontrole eficaz poderemos usufruir, positivamente, das poderosas energias da
emoção.
A prática da inteligência emocional implica treinar um conjunto de competências e habilidades,
emocional e inteligentemente construídas para se atingir a excelência nas mais diversas áreas de
actuação, tais como: na família, no trabalho. Ter inteligência emocional significa não somente possuir os
conhecimentos técnicos ou saberes intelectuais. É muito mais do que isso. É ter o controlo das nossas
emoções e aplicar a nossa inteligência para obter êxito nos relacionamentos afectivos, sociais e
profissionais. É ter amor-próprio e auto-estima elevada. É desenvolver a capacidade de gostar do que
fazemos. É acreditar no nosso potencial. Ser capaz de gerir as emoções, produzindo um equilíbrio
interno que se reflecte numa capacidade eficaz de lidar com situações adversas e solucionar os
problemas.

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Programação neurolinguística
É o estudo da estrutura da experiência subjectiva. Ela estuda os padrões (“programação”) criados pela
interacção entre o cérebro (“neuro”), a linguagem (“linguística”) e o corpo.
A Programação Neurolinguística - PNL estuda como o cérebro e a mente funcionam, como criamos os
nossos pensamentos, sentimentos, estados emocionais e comportamentos e como podemos direccionar
e optimizar esse processo. Por outras palavras, ela estuda como o ser humano funciona e como ele pode
escolher a maneira como quer funcionar.
Ela estuda como se processa o pensamento. Pensar é usar os sentidos internamente. Pensamos vendo
imagens internas, ouvindo sons ou falando internamente e tendo sensações. Também estuda a
influência da linguagem que, embora sendo produto do sistema nervoso, activa, direcciona e estimula o
cérebro e é também a maneira mais eficaz de activar o sistema nervoso dos outros, facilitando a
comunicação.

Como e quando Surgiu a PNL

Há cerca de 30 anos, Richard Bandler estudava matemática e psicologia na Universidade de Santa Cruz
na Califórnia. Nos finais de semana trabalhava gravando workshops e ficou muito impressionado com a
habilidade de comunicação e com os resultados de dois terapeutas com quem teve contacto, Fritz Perls
e Virgínia Satir. Ele ficou interessado em aprender o que eles faziam e pediu a ajuda do seu professor de
linguística, John Grinder.
Estudando os vídeos, eles começaram a descodificar os padrões de linguagem e de comportamento
daqueles dois excelentes terapeutas e escreveram o livro A Estrutura da Magia, mostrando que algo que
parecia magia tinha uma estrutura. Assim foi criado o primeiro modelo da PNL, o meta modelo de
linguagem.
Em seguida, eles passaram algum tempo estudando com Milton Erickson, médico e psicólogo e um dos
maiores hipno-terapeutas da história. E escreveram outro livro: Os Padrões de Linguagem Hipnótica de
Milton Erickson. Erickson escreveu o prefácio do livro e comentou que ao trabalhar com hipnose não
tinha consciência clara de como o fazia e dos padrões de linguagem que usava e que foram descritos por
Bandler e Grinder.
Juntamente com as esposas e amigos, eles formaram um grupo de estudo para aplicar os modelos
aprendidos e logo, mesmo sem serem terapeutas, começaram a obter os mesmos resultados daqueles
que eles modelaram. Quando resolveram dar um nome para o que estavam a fazer, escolheram
Programação Neurolinguística.
Então a PNL começou como um processo de modelagem. Se alguém faz muito bem uma coisa, com a
PNL podemos levantar o processo, a estratégia, fazer igual e obter os mesmos resultados.

A PNL logo se expandiu para além do campo da comunicação e da terapia e começou ser utilizada no
campo de aprendizagem, saúde, criatividade, liderança, gestão, vendas, consultoria e formação de
empresas. Dos EUA expandiu-se praticamente para o mundo todo.
Hoje, o principal líder em termos de aplicações e criação de novos modelos na PNL é Robert Dilts, que
começou a fazer parte daquele grupo inicial quando tinha 20 anos e estudava Relações Internacionais na
Universidade de Santa Cruz. A aplicação da PNL na Saúde, na empresa e na espiritualidade foi
desenvolvida principalmente por ele.

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Programação neurolinguística e aprendizagem

A aprendizagem é um processo constante que pode ser definido como mudanças adaptativas no
comportamento, decorrentes das experiências da vida. Geralmente isto envolve um processo no qual a
pessoa altera o seu comportamento para modificar os resultados que está a gerar no seu ambiente e
estabelece experiências pessoais de referência e mapas cognitivos. Os comportamentos produzem
resultados que variam de acordo com o estado do sistema e de quanto apoio ou interferência vem de
outros.

A aprendizagem, então, envolve a capacidade de estabelecer mapas cognitivos e experiências de


referência e perceber o estado do ambiente para que os mapas e experiências adequados sejam
activados, produzindo os resultados desejados no contexto em causa.
Na PNL, considera-se que a aprendizagem ocorre através de programas neurolinguísticos, isto é, a
pessoa constrói mapas cognitivos dentro do seu sistema nervoso, conectando-os com observações do
ambiente e respostas comportamentais. Mapas cognitivos são construídos por influência da linguagem
e de outras representações que activam padrões coerentes no sistema nervoso. A aprendizagem
acontece através de um ciclo "orgânico" no qual mapas cognitivos e experiências de referência de
comportamento são agregados para formar sistemas maiores de programas coordenados que
produzem desempenho competente.
A aprendizagem de "como aprender" envolve a aquisição de um conjunto de estratégias e aptidões que
apoiam esse processo em vários contextos, visando acelerá-lo e melhorar sua eficácia. A adopção dessas
técnicas de aprendizagem facilita a transferência de habilidades do contexto onde foram aprendidas
para outras situações da vida pessoal de cada um. Para tanto, duas áreas de actuação são fundamentais:
1. Estabelecer metas: A capacidade de criar metas de aprendizagem em passos viáveis no ambiente
actual e que sejam motivantes o suficiente para manter o interesse.
2. Metacognição: A capacidade de se observar, tornando-se consciente dos seus próprios processos
de pensamento enquanto aprende ou participa numa actividade ou tarefa.

Lista de pressuposições úteis

Cada um de nós possui um “mapa” ou modelo do mundo e um conjunto de pressuposições a partir das
quais nos comunicamos. Essas pressuposições pessoais são comunicadas pelo nosso comportamento na
sala de aula. O tom de voz, os gestos, as frases que usamos, a expressão facial, o contacto visual etc. são
comunicações de pressuposições subjacentes e formam um “conjunto” que determina como somos

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percebidos pelas pessoas a quem nos dirigimos. Essa percepção é processada principalmente pela
mente inconsciente. É importante ficarmos atentos porque, de alguma maneira, “nós somos a
mensagem!”
As pressuposições ou princípios da PNL são chamados de pressuposições porque nós pré-supomos que
elas são verdadeiras e agimos de acordo. Elas não reivindicam serem verdadeiras ou universais.
1 - O significado da sua comunicação é a resposta que você obtém.
2 - O que o grupo percebe como tendo sido dito por você é que importa e não aquilo que você
pretendia dizer.
3 – Estamos sempre a comunicar e a comunicação não-verbal transporta cerca de 90% da mensagem. A
comunicação é redundante e “você é a mensagem”!
4 - O mapa não é o território. As pessoas reagem ao seu próprio mapa ou representação da realidade e
não à realidade.
5 - Para ter rapport com outra pessoa, é essencial respeitar o seu modelo de mundo. A chave para
ensinar e influenciar as pessoas é entrar no seu modelo de mundo.
6 - Não existem pessoas sem recursos, apenas estados sem recursos. Ninguém é totalmente errado ou
limitado. É uma questão de descobrir como a pessoa funciona e ver o que e como pode ser mudado
para se obter um resultado mais útil e desejável.
7 - As pessoas fazem as melhores escolhas que podem a cada momento.
8 - Todo o comportamento é útil em algum contexto. Onde / quando / como essa pessoa aprendeu a
reagir dessa maneira?
9 - Ter escolhas é melhor do que não ter escolhas. A PNL ética expande a gama de escolhas da pessoa,
sem escolher por ela.
10 - As pessoas já possuem os recursos de que precisam ou podem criá-los. A questão é saber como
ajudá-las a ter acesso aos recursos, quando adequado.
11 - Qualquer pessoa pode aprender qualquer coisa.
12 - O elemento mais flexível dentro de um sistema controla o sistema.
13 - A pessoa que se comunica com o maior número de opções sai a ganhar. (E os outros também).
14 - Não existe fracasso, apenas informação (feedback). Utilizar tudo o que acontecer para aprender,
crescer e avançar.
15 - Resistência num aluno é um sinal de falta de rapport do professor. Não existe aluno incompetente,
apenas professor com falta de flexibilidade.
16 - Processamos todas as informações através dos nossos sentidos. Usamos os nossos sentidos para
dar sentido ao mundo.
17 - Se você quer entender, aja. O aprender está no fazer.
18 - Modelagem de performances de sucesso conduz à excelência. Se uma pessoa pode fazer algo, é
possível modelar isto e ensinar a outras.
19 - Todo o comportamento tem uma intenção positiva.
20 - A vida e a mente são processos sistémicos. Mente e corpo formam um sistema.
Eles interagem e influenciam-se mutuamente. Não é possível fazer uma mudança num sem que o outro
seja afectado.

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Modelo da PNL de percepção e comunicação

Os nossos estados, sentimentos e emoções são criados por uma tríade: a nossa fisiologia (corpo), o que
nós falamos, o foco do nosso pensamento e as nossas crenças ou convicções. O estado em que estamos
determina o nosso comportamento.
Então, cada um de nós é responsável pelo seu estado. Se estamos alegres ou tristes, desanimados ou
entusiasmados, isso não caiu de pára-quedas, somos nós que estamos a criar isso através da tríade que
é a fonte do estado.
A mudança ocorre através da alteração de um ou mais elementos da tríade. Esse conhecimento pode
nos tirar do papel de vítima e tornar-nos mais proactivos e mais no controlo da nossa própria vida.

Sistemas representacionais

A linguagem que usamos dá pistas para a nossa maneira de pensar. Em PNL palavras sensoriais são
conhecidas como predicados. Usar palavras do sistema representacional principal do aluno é uma
maneira eficiente de construir rapport, apresentando a informação do jeito que ele normalmente usa
para se expressar, sem fazer esforço para uma tradução interna mais próxima da sua própria maneira de
pensar. Experienciamos o mundo, colhemos e juntamos informações usando os nossos cinco sentidos:

Quando pensamos, representamos a informação para nós mesmos, internamente. A PNL denomina os
nossos sentidos de Sistemas Representacionais. Usamos os nossos Sistemas Representacionais o tempo
todo, mas tendemos a usar alguns mais do que outros. Por exemplo, muitas pessoas usam o sistema
auditivo para conversar consigo mesmas, essa é uma maneira de pensar.

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 O sistema cinestésico é feito de sensação de equilíbrio, de toque e das nossas emoções.
 O sistema visual é usado para as nossas imagens internas, visualização, “sonhar acordado” e
imaginação.
 O sistema auditivo é usado para ouvir música internamente, falar consigo mesmo e reouvir as
vozes de outras pessoas.
Tendemos a ter preferências nos nossos sistemas representacionais. Com uma preferência visual você
pode ter interesse em desenhar, decorar interiores, moda, artes visuais, TV e filmes. Com uma
preferência auditiva, você pode ter interesse em línguas, escrever, música, ensino e discursos.
Com a preferência cinestésica, você pode ter interesse em desportos, ginástica e atletismo. O sistema
representacional que usamos é visível através da nossa linguagem corporal. Ele manifesta-se em:

Postura
Padrão respiratório
Tom de voz
Movimentos oculares

Linguagem dos sentidos

A maneira de detectar qual é o Sistema Representacional que uma pessoa usa conscientemente é
escutar a sua linguagem, as frases que gera e perceber os predicados que adopta. Na linguagem, os
predicados são verbos, advérbios e adjectivos que, na maioria dos casos, pressupõem um Sistema
Representacional. O mais usado por cada indivíduo chama-se "Sistema Representacional Primário".
A seguir, uma lista de alguns exemplos de predicados e o Sistema Representacional ao qual pertencem.
Visual – ver
Olhar, imagem, foco, imaginação, cena, branco, visualizar, perspectiva, brilho, reflectir, clarificar, prever,
ilusão, ilustrar, notar, panorama, revelar, ver, mostrar, visão, observar, nebuloso, escuro.
Frases visuais
 Eu vejo o que você quer dizer  Isso dá cor à sua visão da vida
 Eu estou a olhar atentamente para a ideia  Parece-me
 Temos o mesmo ponto de vista  Sem sombra de dúvida
 Eu tenho uma noção vaga  O futuro parece brilhante
 Mostre-me o seu ponto de vista  A solução explodiu ante seus olhos
 Você vai olhar para trás e rir  Com os olhos da mente
 Isso vai lançar uma luz sobre o assunto  Isto é um colírio para os meus olhos

Auditivo – ouvir
Dizer, sotaque, ritmo, ruidoso, tom, ressoar, som, monótono, surdo, tocar, reclamar, pronúncia, audível,
claro, discutir, proclamar, comentar, ouvir, tom, gritar, sem fala, oral, contar, silêncio, dissonante,
harmonioso, agudo, quieto, mudo.

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Frases auditivas
 Vivendo em harmonia  Dar uma audição
 Isso é grego para mim  Segure a sua língua
 Conversa fiada  Maneira de falar
 Ouvidos de mercador  Alto e claro
 Ouvir passarinhos a cantar  Entrar no tom
 Nunca ouviu falar sobre...  Música para os meus ouvidos
 Claramente expressado  Palavra por palavra

Cinestésico – toque, acção e movimento


Tocar, manusear, contacto, empurrar, esfregar, sólido, morno, frio, áspero, agarrar, pressão, sensível,
stress, tangível, tensão, toque, concreto, suave, segurar, pegar, arranhar, firme, sofrer, pesado, leve.

Frases cinestésicas
 Eu entrarei em contacto consigo  Arranhar a superfície
 Eu posso pegar nessa ideia  Eu não consegui colocar o meu dedo nisso
 Segura um segundo  Quebrando aos pedaços
 Eu sinto isso nos meus ossos  Controle-se
 Um homem de coração quente  Fundação firme
 Um cliente frio  Argumento acalorado
 Ser insensível  Não seguindo a discussão

Neutro ou Inespecífico
Decidir, pensar, relembrar, saber, meditar, reconhecer, assistir, entender, avaliar, processo, decidir, aprender,
motivar, mudar, consciente, considerar.
Olfactivo – cheiro
Perfumado, mofado, fragrância, enfumaçado, fétido.
Gustativo – gosto
Azedo, sabor, gosto, amargo, salgado, suculento, doce.

Frases olfactivas e gustativas

 Cheira a rato  Um gosto pela boa vida


 A situação cheira mal  Uma pessoa doce
 Uma pílula amarga  Um comentário ácido

Estilos de aprendizagem

Cada pessoa tem a sua própria maneira para aprender. Quando o professor percebe o estilo de
aprendizagem do aluno, ele pode apresentar a matéria de uma maneira que torne a aprendizagem mais
fácil.
O conhecimento do estilo representacional preferencial de uma pessoa permite-nos apresentar a
informação no canal (visual, auditivo, cinestésico) que a pessoa usa mais e, assim, ela absorverá a
informação com mais facilidade.

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Numa aula é mais eficaz utilizar todos os sistemas sensoriais para expor a matéria porque temos
participantes com diferentes sistemas preferenciais. Então mostre, apresente imagens, fale e dê
actividades que envolvam o corpo.
As pessoas que têm o sistema visual como preferencial, usam mais predicativos (verbos, adjectivos e
advérbios visuais) e, além disso, olham muito para cima ao pensar e raciocinar.
Quem usa como sistema representacional principalmente o canal auditivo, além de usar mais
predicativos auditivos, movimentam os olhos mais na linha horizontal quando estão a pensar.
Os de preferência cinestésica, além de usar predicativos cinestésicos, falam mais devagar, num tom
mais para o grave e olham mais para baixo e para direita.
Existe um grupo de pessoas que pensam em palavras, através do diálogo interno e ao falar usam muitos
predicativos neutros e abstractos; além disso, quando estão a pensar, olham mais para baixo e para a
esquerda e mantêm os braços cruzados. Este sistema representacional é chamado de auditivo digital ou
apenas digital.

Múltiplas inteligências

O investigador e escritor americano Howard Gardner identificou 8 tipos de inteligências. Todas as


pessoas possuem essas inteligências mas, devido à forma de educação e às influências genéticas,
familiares, ambientais, culturais etc. algumas desenvolvem mais umas que outras. Com treino e
concentração todas podem ser desenvolvidas.
A activação e uso de mais de uma inteligência durante as actividades de aprendizagem facilitam e
aceleram o aprendizado e promovem melhor retenção das informações. Quanto mais tipos de
inteligência são utilizados mais activação cerebral acontece.
1 – Linguística: Relacionada à capacidade de falar e escrever com facilidade e comunicar-se bem.
Oradores, escritores, atores, bons professores, em geral, têm a inteligência linguística bem
desenvolvida.
2 – Lógica e matemática: Relacionada com a capacidade de pensar e raciocinar de maneira lógica e
abstracta. Também relacionada com a facilidade de lidar com números e fazer contas e operações
matemáticas. Em geral, ela é bem desenvolvida em engenheiros, economistas, contadores,
investigadores e juízes.
3 – Visual e espacial: Relacionada com a facilidade de criar imagens e visualizar, de desenhar e de ter
uma boa orientação espacial. Desenhistas, arquitectos, fotógrafos, montanhistas, geralmente, tem essa
inteligência bem desenvolvida.
4 – Musical: Relacionada com a capacidade de apreciar música, tocar algum instrumento musical,
cantar, compor. Músicos, compositores, cantores têm essa inteligência bem desenvolvida.
5 – Corporal ou cinestésica: Relacionada com a habilidade de usar bem as mãos e o corpo. Atletas,
massagistas, dançarinos, cirurgiões, artesãos têm essa inteligência bem desenvolvida.
6 – Interpessoal ou social: Relacionada com a capacidade de se relacionar e trabalhar bem com pessoas.
Bons terapeutas, professores, vendedores e líderes têm essa inteligência bem desenvolvida.
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7 – Intrapessoal: Relacionada com a capacidade de se perceber, de entrar em contacto com os seus
próprios sentimentos e fazer auto-análise. Pessoas emocionalmente equilibradas, filósofos, bons
terapeutas, pessoas que têm o hábito de fazer meditação têm essa inteligência bem desenvolvida.
8 – Naturalista: Relacionada com a capacidade de perceber e usar bem a natureza. Essa inteligência é
bem desenvolvida nos agricultores, fazendeiros, botânicos e jardineiros.

Desenvolvendo aptidões

No canal visual

Junte-se a um parceiro

1. Pessoa A e pessoa B ficam em pé, olhando um para o outro. B decora a posição do corpo de A,
olhando e guardando-a, movimentando os olhos para cima e para a esquerda, (pessoa destra),
ou para cima e para a direita (pessoa canhota).

2. B fecha os olhos. A muda a posição de alguma parte do corpo (mão, perna, dedo, inclinação da
cabeça etc.) enquanto B mantém os olhos fechados.
3. B abre os olhos, olha para cima e para a esquerda e compara o que vê agora com a imagem
lembrada. B adivinha que parte do corpo A movimentou.
4. Se B não acertar, fecha de novo os olhos. A não diz que parte mudou, apenas volta à posição
original e pede para B abrir os olhos e adivinhar de novo.
5. Troquem os papéis.

No canal auditivo
Em grupos de quatro 1. Formem um semicírculo em volta de A. Os Exploradores B, C
e D fazem um som ou ruído (estalar os dedos, bater palmas
etc.), enquanto A escuta de olhos fechados. Imediatamente
após fazer o som, a pessoa diz o seu nome para que A possa
identificar o som correspondente a cada pessoa.
2. Agora, B, C e D reproduzem os sons em qualquer sequência.
A precisa de identificar que pessoa fez o som, acertando em
três rodadas.
3. Se A errar, B, C e D repetem o som e o nome até que A possa
identificar correctamente a correspondência.
4. Troquem os papéis.

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No canal cinestésico

Em grupos de quatro 1. Formem um semicírculo em volta de A que respira


profundamente e olha para baixo e para a direita, para ter o
acesso máximo às sensações.
2. A fecha os olhos. B, C e D tocam A no mesmo lugar, da
mesma forma, cada um dizendo o seu nome logo após o
tocar, para que A possa associar o toque ao nome. Por
exemplo, pode-se tocar as costas da mão, com o dedo ou
com um objecto.
3. B, C e D, um a um, tocam A sem dizer o nome. A precisa de
identificar quem o tocou. Se errar, repitam o passo 2 até que
A possa associar e identificar correctamente a pessoa com o
toque. A precisa de acertar três sequências.
4. Troquem de papéis.

Elementos de estratégias eficientes na aprendizagem

1. Comece com um estado positivo.


Pense numa ocasião na qual você foi capaz de aprender alguma coisa com facilidade e
rapidamente.
2. Estabeleça um objectivo bem formulado e de tamanho administrável.
Qual o primeiro passo? Colha informações.

3. Feedback da Própria Tarefa.


Note o que está a funcionar. O que você sabe para fazer diferente da próxima vez?
4. Compare sua habilidade agora com a sua habilidade no passado.
Lembre-se de se comparar apenas consigo próprio, você não é um especialista!
5. Estratégia de Convencimento.
Como você sabe, agora, quando aprendeu alguma coisa bem?
6. Da Confusão para a Prática para a Compreensão.
Fique fascinado em vez de derrotado.
7. Ponte ao futuro dos Aprendizados.
Onde, quando e com quem essas novas estratégias e aprendizagens serão usadas?

Perguntas para evocar a estratégia de aprendizagem

Contexto: “Imagine uma situação futura em que você quer aprender alguma coisa. O que fará?
Pense numa vez em que você foi capaz de aprender facilmente e completamente”.
Teste para começar (motivação): “Como sabe que é hora de começar a aprender?" "Como escolhe
alguma coisa que sabe que vale a pena?"

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Operação: "O que faz para aprender isso?" "Que passos precisa dar para aprender?"
Teste: "O que demonstra que foi capaz de aprender?" "Como sabe que aprendeu alguma coisa?" "Como
sabe que não teve sucesso?"
Saída: (Convencedor) "O que o faz saber que está pronto para se mover para algo mais?" "Como é a
sensação de saber que aprendeu alguma coisa muito bem?"

Aprendizagem colaborativa

Estratégias eficazes podem ser transferidas de pessoa para pessoa. Por exemplo, dois professores, dois
músicos ou dois escritores que tenham estratégias distintas para realizar o mesmo tipo de tarefa, no
mesmo contexto, podem aprender uns com os outros.
Explicitar e compartilhar metas, evidências e operações podem ajudar a ampliar e enriquecer as áreas
da sua actuação, aptidões e habilidades.
Junte-se a um parceiro e escolha uma tarefa ou situação que tenham em comum. Cada um vai
preencher a tabela abaixo e os dois farão uma comparação das semelhanças e das diferenças das acções
de cada um. Imagine como seria acrescentar novas operações, evidências, metas ou respostas às
dificuldades da sua estratégia. Como poderia mudar ou enriquecer sua maneira de abordar a situação?
Contexto: _____________________________
PESSOA # 1 PESSOA # 2
Quais são as suas metas?

Como sabe que está a atingir as


suas metas?

O que faz para atingir as suas


metas?

O que faz quando não está a


conseguir atingir as suas metas?

Níveis neurológicos

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Níveis neurológicos da aprendizagem

Qual é a minha missão? Qual é a minha visão para


Espiritual/Missão a aprendizagem? A quem mais eu estou
conectado?
Quem sou eu? Que tipo de pessoa sou eu em
Identidade
relação à aprendizagem?
Por que eu quero aprender essas habilidades e
mudar esses comportamentos? Que valores são
Crenças/Valores
importantes? O que eu acredito sobre o processo
da aprendizagem?
Como eu aprendo fácil e eficientemente? Que
Capacidades habilidades eu tenho agora, e que estratégias e
habilidades eu quero que sejam adicionadas?
O que eu faço quando aprendo eficientemente?
Comportamentos
Que comportamentos me trazem sucesso?
Onde e quando eu quero aprender? Que
elementos fazem o meu ambiente
Ambiente
apoiar o meu estado de aprendizagem?"

1. Começando com Ambiente, entre em cada nível respondendo às perguntas acima em relação a
uma situação particular de aprendizagem ou objectivo, ou para a aprendizagem em geral.
2. Ancore a sua experiência no espaço Espiritual/Missão. Agarre essas sensações, imagens e sons e
entre de volta no espaço Identidade. Crie uma metáfora ou imagem para a sua identidade como
um aprendiz de sucesso.
3. Agora vá para o espaço Crenças. Inspire e perceba como este estado e imagem aumentam e
enriquecem as suas crenças e valores. Existe alguma mudança nas suas crenças?
4. Traga o seu senso de espírito, identidade e crenças para o espaço Capacidades. Note como essas
experiências fortalecem e guiam as suas habilidades e estratégias. O que é possível agora?
5. Vá para o espaço Comportamento, traga a sua visão, identidade, crenças e capacidades e note
que comportamentos serão diferentes agora e o que você estará a fazer para ser ainda mais
bem-sucedido?
6. Traga todos os níveis de aprendizagem para o espaço Ambiente e sinta como ele está
transformado e enriquecido. Que mudanças está a fazer no seu ambiente?

Agora, saia para o seu mundo e manifeste este enriquecido estado de ser, através das
suas acções, com determinação e uma maior sensação de força, segurança,
curiosidade e divertimento!

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Acções para criar alinhamento pessoal

Pontos fortes Áreas a melhorar O que posso fazer para


melhorar?
Quais são as coisas boas Quais são as coisas
no meu ambiente? desagradáveis?
O que funciona para O que não funciona
Ambiente
mim? para mim?
O que funciona para as O que não funciona
outras pessoas? para as outras pessoas?
O que eu faço que O que eu faço que não
funciona? funciona? O que eu
Comportamento
Isso alcança os meus faço que não atinge os
objectivos? meus objectivos?
Quais são as minhas Que capacidades me
Capacidades
melhores capacidades? faltam?
Que valores tenho que Que valores tenho que
apoiam quem eu sou e interferem com quem
para onde estou indo? eu sou e para onde me
Crenças e Valores
Que crenças tenho que estou a dirigir?
me fazem mais forte? Que crenças me
atrapalham?
Quais são as coisas mais Que coisas sou que me
salutares sobre o meu enfraquecem? Como
Identidade senso de identidade? posso transformar isso
em vantagens para
mim?
Quais são os benefícios Quais são as
do meu entendimento desvantagens sobre o
Espiritual
de significado na vida? meu entendimento de
significado na vida?

Meta esperta

Específica: Você precisa especificar exactamente o que quer no tempo presente, numa linguagem que
use imagens, sons e sensações, para activar padrões neurológicos que gerem novos resultados. A sua
meta precisa ser iniciada por você e depender de si.
 O que você quer? Em que contextos? Onde? Quando? Com quem?
 O que, especificamente, você vai ver? Sentir? Ouvir? Estar a fazer?

Sistémica: Você deve considerar o efeito que a realização da sua meta terá num nível sistémico, isto é,
como vai combinar com as suas outras metas, como vai afectar outras áreas de sua vida, a sua família, o
seu ambiente de trabalho etc.
 Como a realização da meta vai afectar a sua vida? O que você vai ganhar? Perder? Ela é
congruente com os seus valores?
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18
Positiva: A sua meta precisa ser elaborada em termos positivos. Uma meta negativa, do tipo
"Eu não quero comer demais", cria um ensaio mental desse comportamento. Também se inclui nesta
categoria: "Eu quero parar de...," "Eu quero viver sem...”
 A minha meta gera imagens daquilo que eu quero ao invés daquilo que não quero?

Evidência: Você precisa de ter uma evidência de que conseguiu a sua meta e precisa ter "feedback"
durante o processo para se autocorrigir.
 Como vou saber que estou a conseguir aproximar-me da minha meta? Que evidência vou usar?

Recursos: Você precisa identificar que recursos já tem e que recursos precisa para levá-lo do estado
actual para o estado desejado.
 Que capacidades e recursos eu já tenho para me ajudar a conseguir a minha meta? Que outros
mais eu preciso?

Tamanho: A sua meta precisa ser trabalhada com um enfoque de tamanho adequado. A meta grande
demais precisa ser dividida em áreas a serem trabalhadas separadamente.
 O que me impede de alcançar o objectivo?
 Que efeito positivo a realização desta meta vai gerar na minha vida?

Alternativas: A sua meta precisa ter opções no plano de acção. Uma opção é limitada; duas cria um
dilema e, três, permite a escolha.
 Qual é o seu plano de acção? Como vai lidar com as dificuldades ou os desafios?

Especificação de metas e objectivos

1. Qual é o seu objectivo? O que quer você? Em que prazo? (Definir o objectivo em termos
positivos, iniciado por você mesmo, específico, com contexto (onde, quando e com quem) e
tamanho adequados).

2. Como vai você saber que está a conseguir o objectivo e como vai saber que já conseguiu? (Quais
são as evidências em todos os sistemas sensoriais, isto é, uma representação do objectivo
usando imagens, sons e sensações: o que vai ver, ouvir e sentir).
3. O que o impede de alcançar o seu objectivo? O que já tentou no passado para conseguir o seu
objectivo?
4. Como o objectivo irá afectar a sua vida? O que poderá ganhar ou perder? Quem mais vai ser
afectado? Como poderia o objectivo interferir com outras partes da sua vida? O objectivo é
congruente com os seus valores?
5. Que capacidades e recursos tem para o ajudar a conseguir o seu objectivo? De que outros mais
necessita?
6. O que, especificamente, você vai fazer para realizar esta meta? Qual é seu plano de acção?
(Especificar um conjunto de operações).

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Rapport

Rapport ou empatia acontece quando há sincronia no comportamento, pensamento e nível de energia


entre duas ou mais pessoas pessoa. O rapport acontece naturalmente quando as pessoas tomam
consciência uma da outra e começam a comunicar. É como uma dança na qual uma pessoa conduz e a
outra segue. Pessoas em rapport têm uma maneira cooperativa e harmoniosa de estarem juntas, um
senso de reconhecimento mútuo e sabem que está bem ser quem elas são.
O rapport funciona melhor quando está fora da consciência e acontece espontaneamente. No entanto,
é algo que se pode aprender e é possível você aumentar o rapport com os outros.
O rapport é um pré-requisito para uma comunicação eficaz. Então, antes de fazer qualquer coisa com
uma pessoa ou um grupo, você precisa estabelecer rapport com eles. Precisa ter flexibilidade suficiente
para ser capaz de entrar, de alguma maneira, na realidade do outro. Quando você faz isso, ele se sente
reconhecido e estará disposto a se engajar com você. Com rapport, as pessoas tendem a ficar mais
abertas e ter menos objecções e têm mais probabilidade de aceitar o que você diz.
O rapport funciona ao sincronizar com a outra pessoa a todos os níveis. Ao estabelecer rapport você cria
semelhanças.

Criando rapport

Você pode criar rapport com uma pessoa, comunicando da mesma forma:
 Use as palavras que ela usa. Use o seu jargão, os seus termos preferidos, mesmo que você pense
que ela está a usar uma palavra errada. É o que significa para ela que interessa.
 Use a mesma tonalidade, velocidade e volume de voz. Fale da mesma forma.
 Adopte a mesma fisiologia. Use a mesma postura e gestos.
Fazer backtracking também ajuda a estabelecer rapport. Backtracking é a repetição dos pontos-chave
usando as palavras da pessoa com quem está interagindo, acompanhando-a com o mesmo tom de voz e
linguagem corporal. É importante repetir as palavras-chave que assinalam os valores da outra pessoa. O
tom de voz ou os gestos vão enfatizá-los.

Além de criar e demonstrar rapport, mostrando que você está a ouvir com atenção, o backtracking
ajuda a reduzir mal entendidos e permite-lhe clarificar os valores da pessoa.
As pessoas criam rapport ou vínculo com outros ao encontrar experiências compartilhadas. Quando
encontra alguém pela primeira vez, você faz perguntas para descobrir algo em comum: Talvez vocês
tenham frequentado a mesma escola, torçam pela mesma equipa, visitaram o mesmo lugar, gostam da
mesma comida, música ou outra coisa. Logo que encontram algo em comum, o relacionamento começa
a formar-se. Então é provável que vocês comecem a adoptar a mesma postura. Isto acontece
inconscientemente. Você faz isso permanentemente, mas pode não ter tido consciência desse facto até
agora.
Você pode notar, num restaurante, por exemplo, que sempre que as pessoas estão envolvidas numa
conversa ou numa actividade compartilhada elas tendem a se equiparar ou espelhar-se uma à outra.
Quando uma pessoa muda a sua fisiologia, a outra logo a acompanha.
Quando se está em rapport com alguém ele estará prestando atenção a você, aberto a ouvir o que você
tem a dizer e isso facilita acordos. Então, o rapport pode facilitar a maneira de conseguir os resultados
que você quer.

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Equiparando a Fisiologia

Preste atenção à postura da pessoa, aos gestos, aos movimentos e então equipare ou espelhe:
 A posição da cabeça, ombros, braços, mãos, pernas.
 Como ela está: sentada, em pé ou andando. Qual é o seu modo de andar?
 Como ela está sentada: pernas cruzadas ou descruzadas?
 Posição das mãos e braços: abertos ou fechados? Quanto se move, se está parada ou em
movimento.
 Expressão facial: está animada, sorrindo ou com o rosto sério?
 Algum gesto em particular?
 Use os gestos da pessoa somente quando você estiver a falar, e não quando ela estiver a falar,
pois isso irá atrair atenção e ela vai ficar a imaginar o que você está fazer. E isso quebrará o
rapport.
 Como ela está a respirar? Profunda, superficialmente?
 Respirar em sincronia com alguém ocorre naturalmente. Obter rapport ao equiparar a respiração
é fácil. Se faz assim:
 Se alguém está a falar com você, ele está a expirar. Então, enquanto ele está falando você expira.
Quando ele pára para inspirar, você inspira também.
 Observe na sua visão periférica qualquer parte do tórax que está subindo e descendo para
perceber a inspiração e a expiração.

Quebrando o rapport:
Você não quer manter rapport o tempo inteiro; existem momentos que quer quebrá-lo. Por exemplo,
quando você quer terminar uma conversa, uma sessão, quando quer continuar o seu trabalho ou,
simplesmente, sair quando alguém está a ocupar muito do seu tempo. Para fazer isso, comece a
desequiparar a outra pessoa no grau que for necessário: falando mais alto ou mais rápido, levantando-
se etc.

Feedback

Feedback significa, conscientemente, dar informações a alguém sobre como ele se está a sair numa
dada actividade. Você, frequentemente, dará feedback às pessoas quando está a ensinar. Por isso, é
importante saber como fazê-lo eficazmente.
Como dar feedback de tal maneira que funcione:
1. Dê feedback logo nos primeiros 5 minutos após a ocorrência da acção ou comportamento
específico.
2. Diga à pessoa o que ela fez bem. O feedback é, apenas, das coisas que o aluno fez bem: “Você
fez isso bem, aquilo bem...” Seja específico a respeito dos comportamentos que funcionaram.
Diga o que ele pode fazer ainda melhor na próxima vez ou o que pode fazer de maneira diferente
que melhoraria ainda mais. É muito importante não fazer referência ao que não funcionou.
Quando der feedback, focalize somente no positivo: o que ele poderia fazer para obter um
resultado ainda melhor.
Isso não é apenas o poder de pensar positivamente e que tudo é maravilhoso. Lembre-se: “Não
pense numa árvore azul”. Se você disser para alguém “você fez X, e isso não funcionou”, ele

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pensará sobre o que você não quer que ele faça e o que não funcionou. Isso é reforçar o que não
deu resultado.

3. Faça um comentário geral positivo. Na aula, se você realmente disser ao aluno que ele fez algo
bem, ele fará mais daquilo. Se você disser, “Você fez isso bem e ficou realmente bom”, ele o fará
de novo.
Ao dar feedback
Se você quer que o aluno melhore, considere o seguinte: Ele vai ouvir mais sobre o que você diz e estará
mais aberto a aceitar melhor a comunicação se você estiver em rapport com ele. Estar em rapport
significa que ele estará a sentir-se seguro e confortável com você. Ao dar um feedback positivo, o seu
aluno terá mais hipóteses de aceitar e de mudar o que está a pensar sobre si mesmo e o que é capaz de
fazer.
Se você está acostumado a receber feedback como: “Você fez isso errado” ou “Você não fez um bom
trabalho”, isto é totalmente o oposto. Pode parecer estranho ou mesmo inocente no começo, mas
funciona. Se você estiver habituado a dar feedback de outra maneira, sugerimos que não julgue essa
nova maneira, apenas ponha-a em prática e observe a diferença nos resultados que obtém.
O propósito e a intenção do feedback é possibilitar e permitir que o aluno aprenda e cresça como
pessoa. Se você supõe que o aluno é, realmente, fraco em algo, pense em como pode dar-lhe um
feedback positivo. Encontre algo que ele fez bem, ainda que tenha que inventar, e descubra aspectos
passíveis de melhoramento. Ao focalizar nas coisas positivas, você vai perceber que ele, de fato, começa
a melhorar. Ao trabalhar com alguém ou com um grupo, tenha a crença de que ele pode conseguir o
resultado que quer se estiver disposto a fazer tudo o que é preciso para conseguir. Se você estiver a
pensar “Esse aluno não vai ser capaz de fazer isso”, essa crença pode estar a impedi-lo de o fazer.
Finalmente, é importante que o rapport seja dado de maneira específica e em termos sensoriais, o que
você viu, ouviu e sentiu.

Como dar “feedback”: “reconhecimento-burger”


1 - O que foi bom. O que eu gostei.
2 - O que pode melhorar.
3 - Qual foi o ponto alto. O que eu mais gostei.

Posições perceptuais

O ponto de vista que uma pessoa assume no exame de uma situação particular pode mudar
completamente o seu significado e impacto. Isto também irá determinar a profundidade em que ela é
capaz de aceder a um estado em particular. Na PNL existem quatro posições básicas de percepção de
onde tarefas e relacionamentos podem ser avaliados:
Primeira Posição
 Associado no seu próprio ponto de vista, crenças e suposições, vendo o mundo externo através
dos próprios olhos - posição “Eu”.

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Segunda Posição
 Associado no ponto de vista, crenças e suposições do outro, vendo o mundo externo através dos
olhos dele - posição “Você”.
Terceira Posição
 Associado num ponto de vista fora do relacionamento entre você e o outro; o ponto de vista de
um observador não envolvido, fora da situação- posição “Eles”.
Quarta Posição
 Associado na perspectiva do sistema como um todo; como o sistema vê a situação e a interacção
da perspectiva de todos – posição “Nós”

Metaposição
A metaposição é utilizada quando se quer uma descrição do ponto de vista de um observador. Ela pode
ser empregada no início de um exercício, como uma "base" neutra para escolher experiências a serem
revividas, ou durante um exercício para avaliar informações de uma perspectiva mais "segura", caso
fique difícil permanecer num determinado estado. Ela é usada ainda para comparar diferenças e
semelhanças entre estados. Outro uso é para dar "feedback" de como percebeu a experiência.
Associado
Vivenciar uma experiência, percebendo como é estar dentro dela, vendo através dos seus olhos,
ouvindo e sentindo "na pele" tudo o que faz parte da experiência.
Desassociado
Observar uma experiência sua, vendo-se e ouvindo-se de fora, como se fosse um filme.

Linguagem e imagens mentais

O cérebro humano está continuamente a criar imagens mentais. Esta é uma das maneiras fundamentais
pela qual nos orientamos no mundo que nos cerca. A estruturação mental de imagens permite ao
cérebro criar relações entre os objectos no espaço físico que os nossos sentidos podem detectar.
Baseado nessas imagens, escolhemos como interagir com o mundo. Outra maneira de descrever esse
processo seria:
Imagens são a fonte primária da escolha do nosso comportamento.
Existem duas maneiras-chave pelas quais a mente recebe os dados dos sentidos com os quais criamos
essas imagens. Uma é pelo que vemos e, a outra, é a da linguagem que ouvimos. Essa é conhecida

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tecnicamente como Imagem verbal, que tem um efeito poderoso no comportamento humano, e é o
tema dessa seção: Como usar isso conscientemente para nos comunicarmos de maneira mais clara?
Quando uma pessoa ouve palavras, o cérebro imediatamente processa esse "dado sensorial" como uma
imagem. Frequentemente, a imagem criada no cérebro é contrária à ideia de que as pessoas estão a
tentar comunicar. Na verdade, muitas vezes, é exactamente o oposto! Entretanto, em todas as áreas da
comunicação humana torna-se importante, senão crítico, escolher conscientemente palavras para criar
o efeito desejado que estamos a procurar numa dada situação.
Aqui está uma simples demonstração dessa ideia
Uma das mais curiosas palavras da língua portuguesa é "não". A curiosidade vem do fato de que, em
termos de imagem visual, o cérebro não pode processar a palavra "não". É como se, dentro da mente
humana a palavra "não" não existisse. Quando apresentado com um "não", o cérebro imediatamente
cria uma imagem que "não" era para ser criada. Você experiencia isso quando tenta "não" imaginar um
gorila rosa. O caso mais clássico dessa situação é o exemplo seguinte:
Exemplo: A mãe dirigindo-se ao filho e diz as seguintes palavras:
"Agora, querido, não derrame o seu leite!"
Qual é a imagem visual criada imediatamente na mente da criança?
Claro: leite derramado!
Aqui estão algumas das palavras negativas mais usadas:
Não posso, Não, Não devo, Evitar e Nunca
É útil tornar-se consciente de quando e como você usa essas palavras. Quanto mais consciente você
está, mais o seu cérebro começará a oferecer alternativas!
Existe um segundo factor em relação a como a nossa mente lida com essas imagens que é importante
entender. O cérebro opera com um processo interno conhecido como Dissonância Cognitiva que
trabalha em conjunto com a imagem visual, uma vez que uma imagem é criada, o cérebro procura
transformar aquela visão em realidade.
Com essa ideia em mente, pense no exemplo passado. A criança estava a "imaginar" o leite derramando
pela mesa. O que você acha que acontecerá depois? Você provavelmente adivinhou. Em alguns
segundos, o braço da criança baterá "acidentalmente" no copo e o leite se derramará, porque num nível
inconsciente o cérebro, através do mecanismo de dissonância cognitiva, está a procurar trazer para a
realidade a imagem visual que ele está a ver! Embora a mãe repreenda a criança por "não prestar
atenção", a criança, verdadeiramente, estava a prestar muita atenção a exactamente ao que a mãe
disse!
O termo Imagem Mental é mais útil se for expandido para incluir um aspecto adicional. As imagens que
queremos eliminar, frequentemente, contêm o que poderia ser denominado de acções negativas ou
consequências. Aquelas que queremos criar são, comumente, positivas. Adicionando essa ideia à
primeira, de criar imagens, chegamos ao termo:
Imagens Mentais Positivas
Imagens Mentais Positivas são a meta de qualquer pessoa que está, conscientemente, a escolher as suas
palavras para comunicar uma ideia de maneira correta. Aqui está um exemplo para ilustrar este ponto
que inclui duas imagens mentais que devem ser ajustadas de imagens negativas para positivas...
Exemplo: Um professor faz a seguinte declaração:
"Não cometa muitos erros ou você não passará no teste!"
Estão sendo criadas duas imagens: erre e falhe!
Em vez disso, o professor poderia ter dito...
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"Certifique-se de acertar o máximo que você puder, e
você receberá uma nota excelente no teste!"
Conscientemente, escolher com cuidado que palavras usar pode parecer estranho no princípio. Essa
estranheza é resultado de fazer algo diferente do que lhe é familiar. Fazendo uma analogia, lembre-se
da primeira vez que você andou de bicicleta. Isso pode ter sido extremamente estranho no início.
Eventualmente, no entanto, foi-se acostumando e, então, andar de bicicleta tornou-se algo
completamente natural para você.
 Refaça cada frase usando Imagens Mentais Positivas.
 Escreva as suas respostas no espaço abaixo.
Exemplo:
Frase: "Não saia sem o seu casaco".
Refazendo: "Lembre-se de levar seu casaco se for sair".
1. “Não olhe para lá”.
2. “Tente não se atrasar”.
3. “Seja cuidadoso, não torça o tornozelo”.
4. “Por favor, complete essa avaliação sem olhar para o seu caderno, o quadro na frente da sala ou
a prova dos outros”.
5. “Esteja consciente do perigo de perder a paciência”.
6. “É importante evitar áreas escuras na rua, isso vai prevenir que ladrões tenham a oportunidade
de o atacar”.
7. “Em nenhum momento durante uma emergência, você deve permitir que o pânico e as emoções
atrapalhem você”.
8. “Evite sair dessa sala por essa porta porque você pode disparar o alarme de incêndio”.

Os dez auxiliares linguísticos

A linguagem dirige os nossos pensamentos para direcções específicas e, de alguma maneira, ela ajuda-
nos a criar a nossa realidade, potencializando ou limitando as nossas possibilidades. A habilidade de usar
a linguagem com precisão é essencial para nos comunicarmos melhor.
A seguir estão algumas palavras e expressões que devemos observar quando falamos, porque podem
dificultar a nossa comunicação.
1. Cuidado com a palavra NÃO, a frase que contém "não”, para ser compreendida, traz à mente o
que está junto com ela. O “não” existe apenas na linguagem e não na experiência. Por exemplo,
pense em “não”... (não vem nada à mente). Agora vou-lhe pedir “não pense na cor vermelha”,
eu pedi para você não pensar no vermelho e você pensou. Procure falar no positivo, o que você
quer e não o que você não quer.
2. Cuidado com a palavra MAS que nega tudo o que vem antes. Por exemplo: “O Pedro é um rapaz
inteligente, esforçado, mas...” Substitua MAS por E quando indicado.
3. Cuidado com a palavra TENTAR que pressupõe a possibilidade de falha. Por exemplo: “vou tentar
encontrar com você amanhã às 8 horas”. Tenho hipóteses de não ir, pois, vou “tentar”. Evite
“tentar”, FAÇA.
4. Cuidado com as palavras DEVO, TENHO QUE ou PRECISO, que pressupõem que algo externo
controla a sua vida. Em vez delas use QUERO, DECIDO, VOU.
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5. Cuidado com NÃO POSSO ou NÃO CONSIGO que dão a ideia de incapacidade pessoal. Use NÃO
QUERO, DECIDO NÃO, ou NÃO PODIA, NÃO CONSEGUIA, que pressupõe que vai poder ou
conseguir.
6. Fale dos problemas ou descrições negativas de si mesmo, utilizando o tempo do verbo no
passado ou diga ainda. Isto libera o presente. Por exemplo: “eu tinha dificuldade de fazer isso”
“não consigo ainda.” O ainda pressupõe que vai conseguir.
7. Fale das mudanças desejadas para o futuro utilizando o tempo do verbo no presente. Por
Exemplo, em vez de dizer “vou conseguir”, diga “estou a conseguir”.
8. Substitua SE por QUANDO. Por exemplo: em vez de falar “se eu conseguir ganhar dinheiro eu
vou viajar”, fale “quando eu conseguir ganhar dinheiro eu vou viajar”. “Quando” pressupõe que
você está decidido.
9. Substitua ESPERO por SEI. Por exemplo, em vez de dizer, “eu espero aprender isso”, diga: "eu sei
que eu vou aprender isso”. “ESPERAR” suscita dúvidas e enfraquece a linguagem.
10. Substitua o CONDICIONAL pelo PRESENTE. Por exemplo, em vez de dizer “eu gostaria de
agradecer a vossa presença”, diga “eu agradeço a vossa presença. O verbo no presente fica mais
concreto e mais forte.

Comunicação e estilos de pensamento ou metaprogramas

Quando estamos a tentar ensinar e influenciar uma pessoa, o que mais a atrapalha é estar a pensar
(processando a informação) de modo diferente dela. Modificando nosso próprio estilo de pensamento,
podemos aumentar a nossa habilidade de criar relacionamentos de confiança e influência.
Muito tem sido escrito sobre os vários estilos de pensamento que usamos, que são também conhecidos
como “metaprogramas”. Eles funcionam como filtros de percepção da realidade para criar o nosso
próprio mapa do mundo. Há sempre um grande volume de informações que poderíamos perceber a
cada momento, os metaprogramas funcionam como padrões que usamos para determinar que
informações perceber.
Podemos notar os metaprogramas das pessoas através da sua linguagem e do seu comportamento. Os
metaprogramas são importantes nas áreas de ensino, aprendizagem, motivação, comunicação e tomada
de decisão. Os bons comunicadores moldam a sua linguagem para combinar com o modelo de mundo
da outra pessoa. Quando usamos uma linguagem que esteja de acordo com os metaprogramas do
outro, isto facilita o entendimento e a aprendizagem.

Estilos-chave de pensamento
Categoria de estilos de
Dimensões
pensamento
Abordagem em relação às metas Em direcção à meta Afastando-se do problema
Gosta de pensar sobre a meta e Gosta de pensar sobre o
em como chegar lá problema e como evitá-lo
Tamanho do enfoque Grande segmento Pequeno segmento
Pensa em termos da visão geral O seu pensamento tende a ser
orientado para detalhes

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26
Local de controlo Proactivo Reactivo
Faz o mundo encaixar em como Adapta-o a si mesmo e aos seus
ele acha que deveria ser – “Tem projectos à maneira que o
referência interna” mundo acha que deveria ser.
“Tem referência externa”
Abordagem em relação às Opções e Escolhas Procedimentos
tarefas Procura a melhor maneira de Gosta de seguir maneiras
fazer as coisas e gosta de ter testadas e experimentadas de
opções fazer as coisas
Ponto de vista Eu – Outros – Observador
Olha para as coisas do seu próprio ponto de vista (Eu), do ponto de
vista do outro (Outros) ou como um observador.
Escolha da informação Pessoas – Tarefa – Informação – Coisas
Escolhe informações em termos do impacto sobre as pessoas,
realização da tarefa, qualidade da informação ou em termos de
objectos materiais.

As leis do mapa mental

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27
Usos do mapa mental

Como as memórias são formadas

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28
Tipos de memória

Excelentes estratégias de memória

1. Pratique regularmente técnicas de relaxamento


Uma das maneiras mais eficazes de melhorar a memória pode ser relaxar conscientemente todos os
músculos antes de aprender alguma coisa nova. Parece que o relaxamento muscular reduz a quantidade
de ansiedade frequentemente sentida por um pessoa tentando aprender algo novo. Numa pesquisa na
Universidade de Stanford, um grupo voluntário de 39 homens e mulheres (de 62 a 83 anos), foram
divididos em dois grupos para fazer um programa de melhoramento de memória conduzido. Antes de
começarem um curso de 3 horas de treino da memória, um dos grupos foi ensinado a relaxar os seus
grandes grupos musculares, enquanto o outro grupo foi, simplesmente, exposto a uma palestra sobre
como melhorar a sua atitude perante o envelhecimento. Os resultados da experiência mostraram que o
grupo que foi instruído nas técnicas de relaxamento teve um desempenho 25% melhor que o outro
grupo para lembrar o que aprendeu (nomes e rostos).
2. Ouça música clássica
Na Universidade da Califórnia, o Dr. Frances Rauscher e o Dr. Gordon Shaw, demonstraram em
experiencias conduzidas no início dos anos 90, que pessoas expostas à música clássica, especialmente
Mozart, demonstravam um significante reforço nas habilidades de raciocínio espaço temporal. Essa
descoberta, rapidamente apelidada de “Efeito Mozart” tem despertado um grande interesse. Alguns
eruditos, incluindo Don Campbell, autor do livro O Efeito Mozart, acredita que ouvir músicas clássicas
pode também ajudar a memória e a aprendizagem; no entanto, esta premissa ainda não foi comprovada
empiricamente.
3. Valorize o poder das histórias
A nossa memória semântica vive num mundo de palavras. Ela é activada por associações, similaridades
ou contrastes. As histórias provêm um esquema ou script para ligar ou ancorar informações na nossa
memória.

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Imagens concretas engajam as nossas emoções e senso de significado fornecendo um contexto e pista
para a nova informação. Contar histórias tem sido uma tradição nas culturas antigas para passar as
lembranças e memórias de uma geração para a outra.
4. Apoie-se em estratégias mnemónicas
Adquira o hábito de usar ferramentas mnemónicas regularmente. Codificar a sua memória de uma
maneira sistemática é a melhor maneira de ter a certeza de que você vai lembrar. Algumas pesquisas
demonstraram que pessoas que usam mnemónicos aprendem 2 ou 3 vezes mais do que aqueles que
confiam nos seus hábitos normais de aprendizagem.
5. Escreva o que você quer lembrar em detalhe
Há muito tempo, diários, catálogos, jornais e transcrições têm sido reconhecidos de grande ajuda para
assegurar uma memória acurada. Escrever a descrição de uma experiência, imediatamente após ela ter
acontecido, é a melhor maneira de lembrá-la em detalhes. Caixas de banco são treinados para fazer isto
imediatamente após um assalto. Mesmo antes deles fazerem um relato para a polícia, já que pode
ocorrer uma distorção de memória, por exemplo, simplesmente pela maneira como o policial faz uma
pergunta ou por um comentário ouvido ao acaso. É exigido pela Marinha que os comandantes dos
navios mantenham um diário de bordo da viagem. Além de deixar uma gravação sem contaminação, o
acto de escrever, por si só, melhora a memória. Por isso é aconselhável escrever ou reescrever
anotações de estudos e resumir um tópico com as suas próprias palavras.
6. Organize o seu pensamento
Impor uma ordem física na informação ou dar-lhe uma estrutura lógica faz com que ela fique mais fácil
de lembrar. Se você deseja lembrar-se dos mamíferos da América do Sul, por exemplo, agrupe-os por
cor, habitat, tamanho, a letra com que eles começam ou a ordem na cadeia alimentar. Organizar as
informações para o cérebro pode fornecer um ponto de referência imediato para o seu resgate.

7. Use movimento para engajar o sistema corpo/mente


O movimento reforça a memória por fornecer uma âncora ou estímulo externo para conectar com o
estímulo interno. Se você quer lembrar que “hola” significa olá em espanhol, toque a sua boca com a
ponta de seus dedos (como o gesto italiano para bom) e diga “hola”. Você acabou de associar um gesto
físico conhecido com uma nova palavra. Quando você repetir o movimento lembrará da palavra.
Investigações recentes sugerem que os NÚCLEOS DA BASE e o CEREBELO, duas áreas cerebrais que se
pensava anteriormente estarem relacionadas apenas com o controle do movimento muscular, são
importantes também na coordenação do pensamento. O movimento inicia o processo de memória
exactamente como o sabor, cheiro e a visão o fazem.
8. Mantenha padrões de boa saúde
Saúde comprometida, incluindo condições não graves como gripe ou pressão alta, podem atrapalhar a
memória. Um estudo demonstrou que num período de mais de 25 anos, homens com pressão alta
perderam até duas vezes mais a habilidade cognitiva quando comparados com os de pressão normal.
Por outro lado, um estudo da Universidade da Califórnia do Sul demonstrou que pessoas na faixa dos 70
anos tinham menos probabilidade de sofrer declínio mental durante um período de 3 anos se eles se
mantivessem fisicamente activos. Sono e nutrição adequados e enriquecimento mental desempenham
um papel-chave num estilo de vida com corpo/mente/memória saudáveis.
9. Quando a sua memória lhe escapa, investigue-a
Você pode investigar uma memória “perdida” retraçando seus passos, passando pelo alfabeto para ver
se uma letra sugere uma pista, recapturando o humor em que você estava quando a memória foi
formada ou, simplesmente, pensando sobre o contexto da memória que está a tentar reaceder.

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10. Use estratégias de ligação
Para relembrar itens de uma lista, ligue-os com uma acção imaginária. Por exemplo, visualize-os
chocando-se, ficando colados ou agindo como amigos. Coloque os itens abaixo, acima, dentro ou ao
lado um do outro. Coloque-os dançando, conversando ou jogando juntos. Mesmo os antigos
reconheciam a importância de ligar informações de forma a usar a imaginação e a ordem, muito tempo
antes de nós termos evidências objectivas de que o lado esquerdo do cérebro se lembra de uma forma
sequencial, enquanto o lado direito se lembra de cor, ritmo, dimensões e abstracções. As ligações
podem ser engraçadas, não reais ou ridículas; elas não têm que ser realistas ou razoáveis. Seja como for,
você lembrar-se-á com mais facilidade de uma associação concreta e orientada para a acção do que de
uma associação abstracta.
11. Desafie-se a si mesmo
O cérebro produz substâncias químicas chamadas NEUROTRANSMISSORES que transportam mensagens
entre as células responsáveis pela memória. A disponibilidade de tais neurotransmissores, incluindo a
substância química construtora da memória, a ACETILCOLINA, parece aumentar nos cérebros que estão
frequentemente acostumados a enfrentar problemas e a resolver desafios. Estudos importantes
conduzidos no final dos anos 60 pela Dra. Marian Diamond na Universidade da Califórnia em Berkeley,
demonstraram que ratos colocados em ambientes enriquecidos desenvolveram uma rede mais
complexa de dendritos do que ratos não desafiados. Talvez, isso ocorra porque pessoas com QI´s altos,
frequentemente, têm um desempenho melhor nos testes de memória: Eles tem mais “ligações de
memória” ou circuitos neurais disponíveis, demonstrando o efeito bola de neve da memória e o papel
de ambientes enriquecidos.
12. Durma adequadamente
Falta de sono, especialmente durante a fase de sonho (REM), pode reduzir a habilidade da pessoa de
lembrar aprendizagens complexas. Uma pesquisa na Universidade de Lilly mostrou que a mente
realmente depende do sono para reter na memória tarefas difíceis. Os sonhos podem, de facto, servir
como um reforço para a aprendizagem e lembrança; bem como um meio para processar as emoções –
separando o joio do trigo – e eliminando as informações desnecessárias dos circuitos sobrecarregados
da sua memória. Alguns cientistas afirmam que uma redução de apenas 2 horas de sono pode
atrapalhar a habilidade para lembrar coisas no dia seguinte.
13. Coma alimentos leves, coma adequadamente e beba muita água
Prefira alimentos com baixo teor de calorias e gorduras. Os cientistas demonstraram que pessoas que
fizeram uma refeição pesada de 1000 calorias antes de fazer teste de habilidade mental, cometeram
40% mais erros do que um grupo de pessoas que fizeram uma refeição leve de 300 calorias. Alimentos
com baixo teor de gordura e alto teor de proteína são: galinha (sem pele), peixe, crustáceos e carne
magra. Vegetais com baixo teor de gordura e bom teor de proteína são ervilhas e feijões. Produtos
lácteos com baixo teor de gordura são queijo tipo Minas e cottage, leite desnatado e alimentos à base
de soja. Tomar boa quantidade de água durante o dia ajuda a digestão, a respiração, aumenta a
capacidade do sangue de transportar oxigénio e mantém a saúde das células.
14. Exponha-se a estímulos novos
Alguns estudos mostram que as pessoas se lembram melhor de coisas que são novas para os seus
sentidos. Os estímulos não familiares podem desencadear a liberação de neurotransmissores que
reforçam e ajudam na fixação da memória.
15. Envolva as emoções
As emoções têm um tratamento privilegiado no nosso sistema de memória cerebral. Os estudos
sugerem um aumento da memória para os acontecimentos associados com grandes emoções. As
emoções negativas parecem ser lembradas mais facilmente, mas todas as experiências carregadas

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emocionalmente são mais facilmente lembradas que as neutras. “Eu não consigo memorizar as palavras
sozinhas; tenho que memorizar os sentimentos e emoções”. Marilyn Monroe
16. Divida as informações, especialmente os números
As informações são mais fáceis de serem lembradas quando quebradas ou divididas em padrões
significativos; por essa razão, o número de telefone, CPF, número da conta bancária etc são divididos
em subgrupos de 3 ou 4 dígitos.
17. Use rimas, acrónimos e acrósticos
18. Enfatize a memória dependente do estado
O que se aprende num determinado estado mental ou circunstância externa, será melhor lembrado no
mesmo estado ou circunstância. Então, se você toma café enquanto estuda para o teste, esteja
preparado para tomar café durante o teste. Da mesma maneira, eventos tristes são mais facilmente
lembrados quando você está triste e eventos alegres quando você está alegre.
19. Use a sua modalidade preferencial de memória
Determine qual é a sua modalidade preferencial de memória e apoie-se nela. Aprendizes visuais
beneficiam-se de fazer listas e desenhos. Aprendizes auditivos beneficiam-se em falar a respeito do que
estão a aprender e criar rimas e jingles. Todos nós somos aprendizes cinestésicos, o que significa que a
nossa capacidade de aprender vai aumentar à medida que tocamos e manuseamos as coisas. Portanto,
experiências reais, excursões, movimentos e artes são extremamente benéficos para o processo da
memória.
20. Interaja com o material para aumentar o significado
Dê significado à informação que você deseja lembrar encontrando uma relação entre o aprendizado
novo e o anterior. Faça julgamentos pessoais a respeito dele e você aumentará imenso as suas hipóteses
de lembrá-lo. Resuma, reafirme, faça perguntas, desenhe, marque, dramatize, cante, faça uma piada
sobre ele, manipule, discuta, faça um mapa mental.
21. Desenvolva a sua acuidade sensorial
A maioria das pessoas com boa memória tem boa percepção sensorial e sensibilidade. Quando você
quer lembrar alguma coisa, faça uma pausa por um momento, ligue-se e note (internamente ou
externamente) o que quer lembrar a respeito da experiência.
22. Desenvolva uma atitude mental positiva
Troque a atitude de autocrítica como “Estou a ficar muito velho para lembrar coisas como essas” para
afirmações como “Se eu aplicar uma mnemónica para essa informação, aposto que posso lembrá-la”.
Examine as suas dúvidas e bloqueios mentais. A maioria deles foi estabelecida sem uma base real ou
produtiva quando você era muito jovem.
23. Pratique uma acção imediata
Procure fazer as coisas quando você se lembra delas. Se você fazer um telefonema, faça-o agora.
Se isso for impossível, faça um lembrete: deixe uma mensagem na secretária electrónica, escreva um
bilhete ou deixe o telemóvel num lugar visível.
24. Faça revisões intervaladas
Informações que são revistas em 1 hora, 1 dia, 1 semana e 1 mês após a aprendizagem inicial serão
lembradas. Quanto maior a exposição de tempo a um conceito ou habilidade, mais firmemente ele será
embutido na sua memória. O velho ditado “A prática leva à perfeição”, não valoriza muito a necessidade
do corpo por feedback e correcção no processo de aprendizagem. Faça revisões frequentes como parte
da sua rotina de aprendizagem.
25. Dê ao seu cérebro uma injecção de glicose
A glicose, um dos 3 açúcares simples (os outros 2 são frutose e galactose) é a fonte primária de energia
para o cérebro. Se a glicose não estiver disponível na corrente sanguínea, o cérebro não pode operar
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com a sua eficiência máxima. Alguns estudos concluíram que ingerir açúcar durante ou logo antes de um
novo aprendizado melhora a lembrança do novo material. Mais especificamente, a glicose é o
componente do açúcar que provê este benefício. O perigo, porém, é comer muito açúcar. Algumas
pesquisas relacionaram dietas muito ricas em açúcar com hiperactividade, dificuldade de aprendizagem,
com obesidade e outros problemas. Bebidas diet que contêm aspartamo não devem ser consumidas.
Alguns problemas de saúde foram relacionadas com esse aditivo químico. A stévia, no entanto, não tem
efeitos colaterais e parece ajudar no metabolismo do açúcar.
26. Faça exercício regularmente
Além de melhorar a sua força física, os exercícios físicos ajudam a manter a sua memória a funcionar
bem ao assegurar um suplemento saudável de sangue e oxigénio no cérebro. Eles também estimulam a
libertação de endorfinas (neurotransmissores do prazer), que aumentam a alegria, que é um óptimo
precursor para uma boa aprendizagem e boa retenção.
27. Evite sedativos e substâncias que induzem sonolência
Tudo o que seda o cérebro incluindo álcool, benzodiazepínicos (usados para tratar ansiedade) e muitas
drogas “recreacionais” impedem o cérebro e a memória de trabalharem com eficiência máxima. Se você
quer relaxar, coma alimentos ricos em carboidrato, que estimulam a produção de triptofano e agem
como um sedativo natural.
28. Lembre-se do princípio: início e fim
Preste atenção redobrada às informações apresentadas no meio de uma sessão de aprendizagem,
devido à tendência natural do cérebro de lembrar, com mais facilidade, o que é apresentado no início e
no final.
29. Tome consciência dos seus ritmos ultradianos
A nossa mente e o nosso corpo operam na base de um ciclo de actividade-repouso de 90 a 120 minutos.
Esse ciclo é conhecido como ritmo ultradiano. O nosso desempenho mental, bem como outras funções
como sono, controle de stress, dominância cerebral e actividade do sistema imunológico, estão
directamente ligadas a esse ciclo básico. Para aumentar o desempenho da memória, nós precisamos de
prestar atenção às variações nos nossos ritmos ultradianos. As tarefas que exigem muita demanda,
devem ser realizadas quando estamos na fase ascendente do ciclo. As tarefas que exigem menos
demanda física ou mental podem ser realizadas quando estamos na fase descendente.

30. Use a imaginação activa


Visualizar informações abstractas com imagens concretas é a base para muitas ferramentas
mnemónicas. Uma estratégia que incorpora o uso da imaginação é tirar uma foto imaginária de algo que
você queira lembrar: focalize, dispare e diga “essa lembrança vale uma comemoração”. Uma outra
maneira é visualizar algo tranquilizante e desejável que ajuda a relaxar. Um estado de relaxamento
alerta é o melhor para aprender. O uso de imagens tem mostrado mudanças na química corporal e dá-
nos mais controle corpo-mente. Dê à imaginação permissão para criar maneiras divertidas, bem-
humoradas, absurdas e surreais. Essas imagens terão o poder de permanecer. Faça-as coloridas, em 3
dimensões, em movimento, orientadas para a acção, realistas ou ficcionais. A imaginação é só sua. O
que chega a ela é organizado e, portanto, uma poderosa pista para recuperá-la mais tarde.
31. Use locais como cabides
Associe o que você quer lembrar a partes de seu corpo ou cómodos da sua casa. Faça isso: determine
dez coisas que você queira lembrar e associe a primeira da lista ao topo da sua cabeça. Desça para os
olhos, nariz, boca, garganta, peito, barriga, nádegas, quadris, coxas etc., ligando pedaços da informação
a cada local com uma associação imaginativa. Quando você quiser lembrar de cada informação os locais
serão um gatilho para a memória.

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32. Dê ao seu cérebro tempo para descansar
Para funcionar bem, o cérebro precisa de descanso para a consolidação da memória. Se não der ao
cérebro um descanso, com intervalos regulares, você pode continuar a estudar, mas tem grande
hipótese de diminuir muito o rendimento da aprendizagem. O tempo de descanso é imperativo e varia
em número de vezes e extensão, dependendo da complexidade e da novidade da informação, bem
como da experiência prévia da pessoa com a informação. Uma regra boa é fazer uma pausa de 3 a 10
minutos depois de cada 10 a 50 minutos de estudo ou aprendizagem.

Interface cerebral: activando o cérebro

Em pé, olhando para a folha com as letras, os braços à frente do corpo com as palmas juntas. Fale o
nome da letra em voz alta e, ao mesmo tempo, represente-a com os braços.
NOTA: Volte sempre à posição inicial. Entre uma letra e outra, bata uma palma e fale o nome da
próxima letra, representando-a com os braços. Aumente a velocidade gradualmente.

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II

Práticas, Conselhos
e
Reflexões

As próximas páginas, serão preenchidas com


exemplos, sugestões e exercícios práticos sobre a
prática da inteligência emocional e da programação
neurolinguística. Também serão apresentados vários
conselhos práticos de como melhorar a sua qualidade
de vida tanto ao nível físico como mental e espiritual.

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36
1. O movimento da retina ocular

Uma das técnicas mais espectaculares e eficazes que empregam técnicas de programação neurolinguística é a
observação da retina ocular. Ou seja aquela pequena bolinha que está no centro do olho humano. Há reacções no
ser humano que não são dominadas nem controladas ao nível consciente. Ou seja reacções que nas mais diversas
circunstâncias não podemos evitar que aconteçam pois são resultado de reflexos inconscientes do nosso sistema
nervoso e como tal nem sequer nos apercebemos delas.
Uma dessas reacções é o movimento da retina ocular. Estudiosos da programação neurolinguística chegaram à
conclusão que estes movimentos inconscientes podem revelar muito sobre as pessoas, inclusivamente sobre o
padrão da personalidade, gostos pessoais e até comportamentos de consumo.

Conforme já foi abordado anteriormente no programa, as pessoas podem ser classificadas, ao nível sensorial
como:
 Visuais: predominância do elemento visão na percepção e captação dos estímulos sensoriais.
 Auditivas: predominância do elemento auditivo.
 Cinestésicas: predominância do elemento físico, contacto e estimulação.

Obviamente que ninguém é totalmente uma destas categorias. A grande maioria tem em maior ou menor escala
as três classificações. Podem é ser predominantemente uma ou outra delas.

No esquema gráfico abaixo descreve-se as classificações da direcção do olhar em resultado do movimento da


retina.

Para cima e para a esquerda: Construção visual de imagens.


Se pedir a alguém para imaginar um “elefante amarelo”, será nesta
direcção que os seus olhos se moverão enquanto pensa no assunto,
ou seja, enquanto ele cria a imagem de um elefante amarelo na sua
mente.

Para cima e para a direita: Memórias visuais.


Se perguntar a alguém “Qual a cor da primeira casa onde morou?”
será nesta direcção que os seus olhos se moverão enquanto tenta
recordar-se.

Para a esquerda: Criação de um som


Se pedir a alguém para “imaginar o ruído de passar um prego numa
chapa de metal”, será nesta direcção que os seus olhos se moverão
enquanto cria esse comportamento.

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Para a direita: Memórias auditivas
Se pedir a alguém para se recordar do “som da voz da sua mãe”,
será nesta direcção que os seus olhos se moverão enquanto pensa
na questão acerca da sua memória auditiva.

Para a esquerda e para baixo: Memória sensorial


Se pedir a alguém para se recordar do “cheiro de um perfume”, será
nesta direcção que os seus olhos se moverão enquanto pensa na
questão, quer seja um cheiro, um sabor ou um estado de espírito.

Para baixo e para a direita: Diálogo pessoal


Esta é a direcção na qual os olhos se moverão quando alguém fala
sobre si próprio. Reacção sensorial sinestésica.

Não será difícil imaginar a quantidade de possibilidades que esta técnica abre no estudo do comportamento.
Técnicos da área de psicologia usam-na nas suas terapias conseguindo assim respostas sensoriais que contrariam
muitas vezes as respostas verbais dadas pelos pacientes. Técnicos de marketing e de vendas também a usam para
convencer os seus clientes a adquirir os seus produtos, conseguindo “adivinhar” os seus gostos e preferências.
Qualquer pessoa pode praticar esta técnica, na sua vida social e profissional, ou simplesmente para se divertir
surpreendendo os seus familiares e amigos com os seus “diagnósticos”.

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2. O detector de mentiras
Infelizmente o recurso à mentira é uma prática frequente. A competição, as fraquezas e os medos falam
mais alto e nem sempre as pessoas são sinceras para com aqueles que os acompanham de perto. Com
base em conceitos de programação neurolinguística eis como age alguém que esconde algo:

Linguagem corporal
 O sujeito evitará qualquer contacto visual. Uma pessoa que esteja a mentir fará tudo para evitar
olhar nos seus olhos.
 A expressão física será limitada, com poucos movimentos dos braços e mãos. Os movimentos
presentes parecerão presos, e mecânicos. As mãos, braços e pernas estão contraídas, o indivíduo
ocupará pouco espaço.
 As suas mãos podem ir até à sua cara ou garganta, especialmente à boca. O contacto com o seu
corpo é limitado a estas áreas. É também improvável tocar no seu queixo com um gesto de mão
aberto. Pode também tocar no nariz, ou coçar atrás da orelha.
 Se o suspeito estiver a tentar parecer calmo e relaxado, ele gesticulará bastante.

Estados Emocionais – Consistência e contradição


 Se a expressão facial surgir depois da expressão verbal, soa a falso.
 Os gestos não combinam com a mensagem verbal.
 A expressão será limitada à área da boca quando a pessoa está a fingir determinadas emoções –
felicidade, surpresa, e assim por diante

Interacções interpessoal
 Quando somos acusados injustamente, apenas uma pessoa culpada começa na defensiva.
Alguém que é inocente ficará revoltado.
 O sujeito poderá colocar um pequeno objecto (um copo de água por exemplo) entre ele e quem
o está a questionar, com o sentido de colocar ali uma barreira que revela intenção de esconder
algo.

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3. Comportamentos e características que devem ser
aperfeiçoados para desenvolver a inteligência emocional

 Autoconfiança:

Tenha o controlo dos seus hábitos, atitudes e comportamentos: Para ter autoconfiança, pratique
hobbies, passatempos, desporto. Melhore a cada dia a sua capacidade e aptidão em tudo o que
realizar.

 Auto-estima:

Ela é conseguida pelos projectos realizados, sucessos obtidos e pela pessoa maravilhosa em que
você se torna: Para isso crie uma missão, um projecto, faça pequenas, ou grandes realizações
pessoais, adopte uma ética de vida, uma filosofia de vida e torne-se indispensável para as
pessoas ao seu redor.

 Comunicabilidade:

Capacidade que você tem de expressar os seus sentimentos e captar as mensagens dos outros:
Quando falar, procure dizer algo interessante, com conteúdo. Mantenha-se sempre bem
informada e lembre-se: comunicação tem duas vias. Fale e ouça o que os outros têm a dizer
também!

 Sinergia

Capacidade de trabalhar com os outros em equipa, de liderar e ser liderado. Saber compreender
e superar diferenças em prol dos objectivos: Essa é a arte da parceria, de estar com as pessoas,
de tocá-las, de senti-las, de tentar colocar-se no lugar delas para compreendê-las melhor.

 Bom humor e optimismo

Ver sempre o lado bom das coisas, tirando proveito dos momentos e acontecimentos: Enfrente
os seus problemas com coragem, reconhecendo falhas e dificuldades e estando sempre disposto
a agir e aprender. Nunca perdendo o bom humor e o espírito desportivo. Pessoas com essas
características estão sempre rodeadas de muita gente!

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4. Os Seis Chapéus Pensantes

Edward de Bono, na década de oitenta, criou a metodologia dos “Seis Chapéus Pensantes”. O objectivo
foi criar um modo de pensar, incorporando o pensamento lateral e outras formas de pensar. Com essa
metodologia incentivou o pensamento em paralelo, o pensamento em todo o espectro de análise e a
separação entre o ego e a performance. Os seis chapéus metafóricos são:

Chapéu Branco
Utilizado para a informação conhecida ou de que se necessita, cobre também, factos,
figuras e diferenças constatadas. Quando usa este chapéu, o participante lida com a
informação, examina a informação, verifica se há a necessidade de mais conteúdo, etc.

Chapéu Vermelho
Utilizado para intuições, “feelings” e emoções. Este chapéu permite ao indivíduo
“pensante”, expor uma intuição, sem ter com que se preocupar em justificá-la, permitindo,
assim, a sua introdução na discussão. Geralmente a intuição e/ou emoção é fidedigna sem
embasamento lógico.

O Chapéu Preto
É o chapéu do julgamento e da precaução. Utilizado para colocar o porquê de uma
sugestão anterior, não se “encaixar” nos factos. Também tem por objectivo evidenciar
uma falha, uma ameaça, um problema ou uma inconsistência. O chapéu preto deve
sempre ser lógico, no entanto, não deve ser considerado como lógica negativa e sim
como a voz da racionalidade.

O Chapéu Amarelo
Tem sempre lógica positiva. Ele explicita porque algo vai funcionar e vai trazer benefícios.
Utilizado para perscrutar o futuro, antever os resultados de alguma acção proposta.
Também pode ser utilizado para encontrar os resultados positivos de algo já feito.

O Chapéu Verde
Quando o participante “coloca este chapéu”, ele assume o papel de criativo, de gerar
alternativas, de criar novas propostas e de provocar mudanças. Geralmente é utilizado
para iniciar: acções de crescimento, acções inovadoras, e ideias férteis.

O Chapéu Azul
Quem o utiliza tem uma visão geral do controle do processo. Ele atua com uma visão
sistémica e vê o todo. Pode sugerir a utilização de algum outro chapéu para cobrir uma
área que, na visão global, pode estar com falhas.

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Um método eficaz para tomada de decisões

Tomar decisões é um dos componentes mais importantes da nossa vida quotidiana, seja no trabalho, na
nossa vida familiar ou social. A principal dificuldade em escolher reside no facto de que quando
pensamos lidamos simultaneamente com emoções, factos, lógica, criatividade. Muitas vezes, perdemo-
nos quando damos demasiada atenção à opinião dos outros. Isso dificulta a tomada de decisões e
compromete as nossas escolhas. Também podemos paralisar-nos se deixarmos que o medo de escolher
nos domine. Essa mistura do pensamento que por muitas vezes torna as nossas decisões difíceis de
serem tomadas. O que a Teoria dos Seis Chapéus vem sugerir é, precisamente, a separação entre os
vários tipos de pensamento, de forma a conseguir-se obter maior clareza e lucidez. Ela propõe, para a
hora de tomar uma decisão, uma análise do contexto na perspectiva de pensamento de cada um dos
chapéus. Cada chapéu representa um conjunto de pensamentos que devemos aprender para usar como
filtros decisórios.

Modo de Utilização dos Chapéus

O mais comum é a utilização dos chapéus em reuniões, conversas e discussões envolvendo várias
pessoas. Deve ser determinado um tempo específico para o uso de cada chapéu. Como
desenvolvimento da prática, o tempo de uso de cada chapéu é reduzido, aumentando assim a
performance e os resultados. Não existe uma sequência pré-determinada para a utilização dos chapéus,
mas pode-se definir uma para um uso sistemático. Um dos segredos do sucesso da metodologia é saber
abstrair os pensamentos do outro chapéu quando se está a utilizar um específico. Outra vantagem é que
quando definida a utilização de um chapéu, todo o grupo deve focar os seus pensamentos para o tipo de
chapéu determinado. Se vier um pensamento de outro chapéu, este deve ser descartado e toda a
concentração deve ser direccionada ao chapéu em uso. Não deve nem ser feita uma anotação desse
pensamento tido. Isto requer disciplina no pensamento e no controle do tempo.

Exemplo da utilização da teoria dos seis chapéus numa decisão pessoal

Pensamento: “Compro umas botas novas ou não?”


Pensamento “Branco”
Sim. Nesta cor, com este cano longo, eu ainda não tenho.
Pensamento “Vermelho”
Talvez. Essa cor não cai bem com tudo e não tenho certeza se gosto.
Pensamento “Verde”
Não foi paixão à primeira vista. Ainda posso ver outras mais bonitas e querer comprar.
Pensamento “Amarelo”
É certo que neste preço, não vou encontrar outras.
Pensamento “Preto”
Talvez o barato saia caro. O que me adianta comprar umas botas baratas se não a for usar!
Pensamento “Azul”
Acho que não vou comprar as botas. Apenas um factor foi totalmente favorável e se há tantas dúvidas,
não existe certeza de que desejo estas botas, realmente.

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5. Resolução de conflitos

Todas as relações interpessoais implicam uma dinâmica que envolve duas pessoas distintas e únicas,
pelo que é natural que ocorram situações em que não se está de acordo, em que se têm opiniões e
pontos de vista diferentes… Estes “desentendimentos” podem levar a conflitos que, quando resolvidos,
podem gerar um progresso significativo na relação entre as pessoas, levando ao seu fortalecimento. Por
outro lado, estes conflitos, quando mal resolvidos podem fazer com que ambas as pessoas se sintam
incompreendidas, zangadas, contrariadas ou magoadas, podendo levar à estagnação das relações, ao
seu deterioramento ou até à ruptura.

Os conflitos podem surgir através de uma incompatibilidade entre vários tipos de conteúdos e das
opiniões diferentes que temos sobre eles:
 Incompatibilidade de pontos de vista sobre o mesmo facto ou seja, diferenças em relação àquilo
que pensamos

Exemplo:
Conhecer a família do meu parceiro é um sinal de que ele gosta de mim.
Ou
Conhecer os pais do outro é um sinal de que o nosso namoro está a acabar.

 Incompatibilidade entre formas de agir. Diferenças em relação às formas como costumamos


fazer as coisas.

Exemplo:
Numa relação costumo conhecer os pais do meu parceiro o mais depressa possível
Ou
Numa relação só conheço os pais do meu parceiro após dois anos de namoro.

 Incompatibilidade de resultados desejados. Diferenças em relação àquilo que queremos.

Exemplo:
Quero que o primeiro encontro com os pais do meu parceiro seja muito duradouro e intenso.
Ou
Quero que o primeiro encontro com os pais do meu parceiro acabe o mais depressa possível.

 Incompatibilidade de valores e ideias. Diferenças em relação àquilo que nos é importante.

Exemplo:
A família é um dos aspectos mais importantes na minha vida.
Ou
A família está em segundo plano.

 Incompatibilidade de sentimentos e emoções

Exemplo:
Gosto muito dos meus pais.
Ou
Não gosto dos meus pais.

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Sendo assim, e sabendo que não podemos evitar os conflitos, torna-se importante compreendê-los para
os podermos resolver da melhor forma. De seguida dar-se-á pistas sobre a melhor forma de resolver os
conflitos.

Como resolver conflitos?

 Escolher um local e uma altura – Quando e Onde?

Muitas das vezes não é aconselhável resolver um conflito imediatamente quando ocorre, mas sim
permitir um pequeno intervalo, para que as emoções fortes que aparecem na altura da sua ocorrência
não façam com que sejam ditas coisas das quais mais tarde nos vamos arrepender. Para além disso, este
intervalo também lhe dá um tempo de preparação - pensar bem no que se quer e como se quer dizer as
coisas.

É também importante escolher uma altura em que haja tempo para se falar calmamente – por exemplo,
não escolher um espaço de 5 ou 10 minutos antes de entrar para o trabalho. Em privado - deve-se
escolher um local em que se possa falar a sós, sem ser interrompido.

 Como conduzir a discussão?

De forma organizada - é importante dar a voz a cada um dos envolvidos, consecutiva e alternadamente
e resolver o conflito em conjunto.

1ª Etapa: Preparação

 Identificar o problema - tentar perceber claramente o que nos incomoda e como isso nos faz
sentir.
 Descrever o problema de forma compreensível com frases simples e concretas.
 Preparar os pontos essenciais que vão ser expostos ao outro. Pode ser pedida a colaboração de
amigos ou outras pessoas, não para confirmar um ponto de vista, mas sim para dar uma opinião
honesta. Também poderá ser útil, no caso da exposição de assuntos mais delicados ou difíceis de
partilhar, treinar previamente o discurso com outra pessoa.
 Pensar em resultados razoáveis e aceitáveis - quais são os objectivos satisfatórios que é possível
atingir?

2ª Etapa: Exposição

 Assegurar que podem ser expostas todas as ideias sem se ser interrompido.
 Atenção à forma como é exposto o que se pretende dizer:
 Utilizar frases na primeira pessoa “Eu sinto que…”; “Eu penso que…”.
 Limitar-se a dizer as coisas importantes/essenciais. Limitar-se aos pontos fundamentais
explicando a importância que eles têm sem culpar ou apenas reagir ao outro.
 Evitar generalizações. Expressões como “Sempre” e “Nunca”.

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 Respeitar o outro. Não ridicularizar, não utilizar o sarcasmo, não deitar abaixo ou utilizar
comentários pouco adequados.
 Utilizar frases claras.
 Focar-se naquilo que quer e não naquilo que não quer.
 Expor um problema de cada vez.
 Focar-se no presente e não no passado.
 Não ter receio em admitir os seus sentimentos.

3ª Etapa: Assegurar-se que foi compreendido

Por vezes pode ser mal compreendido e isso pode perpetuar ou agravar o conflito que está a tentar
resolver, daí a importância de confirmar com o seu parceiro que ambos estão a falar da “mesma coisa” e
no “mesmo idioma”.

 Peça ao outro para lhe devolver o que ouviu – por exemplo: “O que achaste daquilo que acabei
de dizer?”.
 Conjuntamente cheguem a um acordo sobre o que disse.

4ª Etapa: Ouvir o outro

 Como o conflito envolve duas pessoas é também importante que se oiça a outra pessoa.
 Não interrompa a outra pessoa, deixe-a expor o seu ponto de vista.
 Foque a sua atenção naquilo que o outro está a dizer naquele momento e não pense logo nas
eventuais respostas que lhe pode dar.

5ª Etapa: Assegure-se que compreendeu o outro

Tal como é importante que seja efectivamente compreendido, também deve ter a certeza que
compreendeu o que ouviu. Por vezes pode acontecer que o conflito tenha resultado de uma
interpretação errada que fez do que o outro disse.

 Devolva ao outro o que ouviu - para isso pode utilizar frases como “Eu penso que o que disseste
foi que…”, “Do que disseste percebi que…”.
 Em conjunto tentem chegar a um acordo sobre o que o outro disse.

6ª Etapa: Identificação conjunta do problema

 Assegure-se que ambos estão de acordo relativamente ao que é o problema a ser resolvido.
 Identifique diferenças relativamente aos resultados que espera.

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7ª Etapa: Procura de soluções

 Proponha as soluções que acha que podem resolver o problema.


 Deixe que o outro também sugira soluções.

8ª Etapa: Negociação

O objectivo da resolução do conflito não é “ganhar”, mas sim chegar a uma solução que seja satisfatória
para ambos.

 Após ter ouvido as soluções propostas pelo parceiro, tentem chegar a uma solução com a qual
ambos “possam viver”, ou seja, que agrade a ambos.
 Por vezes, se estiver preparado para se adaptar às necessidades do outro, concordando com um
compromisso, o outro também estará mais disponível para fazer o mesmo consigo.
 Não negue as soluções do outro, poderão ser muito valiosas.
 E se não conseguirem encontrar uma solução?
 Podem concordar ou discordar. Existem situações ou assuntos que simplesmente não podem ser
resolvidos ou mudados
 Podem combinar uma próxima altura para tentarem novamente resolver o conflito - por vezes as
condições não são as ideais: cansaço de um dos envolvidos, local da discussão…

9ª Etapa: avaliação.

 Quais foram os resultados da discussão?


 Auto-avalie-se: o que é que correu bem, o que é que da próxima vez deveria correr melhor…
 Resumo do Guião
 Fale enquanto o outro ouve.
 O seu parceiro diz-lhe o que ouviu.
 Em conjunto chegam a um acordo relativamente ao que disse.
 O outro fala enquanto ouve.
 Diga o que ouviu.
 Em conjunto cheguem a um acordo relativamente ao que o outro disse.
 Em conjunto definem o problema.
 Cada um sugere soluções.
 Em conjunto cheguem a um acordo relativamente à solução a implementar.

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O que se ganha com os conflitos?

Pensando numa perspectiva evolutiva, para sobreviver temos de nos adaptar às mudanças do meio. Esta
adaptação só é possível através da nossa própria mudança, que é estimulada pelos conflitos e
problemas que vão surgindo. Como tal, numa relação, o objectivo não é o de evitar completamente
todo o tipo de conflitos, uma vez que um conflito não tem que ser necessariamente uma coisa negativa.
Muito pelo contrário, a ocorrência de conflitos é normal em qualquer tipo de relação e, se geridos de
forma eficaz, podem ter resultados positivos para os envolvidos e para a sua relação.

O conflito pode ajudar a:

 Fortalecer a relação - aumenta a confiança que temos em que podemos resolver eficazmente os
nossos desentendimentos e que poderemos resolver conflitos futuros.
 Libertar a relação de mal-entendidos e ressentimentos.
 Perceber quais são os problemas que são importantes para resolver - conflitos motivam-nos para
resolver os problemas.
 Conhecer a outra pessoa - o que é importante para ela, quais são os seus valores.
 Conhecer-se a si próprio - normalmente discute-se mais sobre temas e aspectos que são
importantes para nós e que têm valor, também discutimos mais com pessoas que são
verdadeiramente importantes para nós.
 Libertar emoções - que, se ficassem por expressar, poderiam prejudicar a relação.

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6. O pensamento positivo

A motivação vem do pensamento. Cada acção que temos é precedida por um pensamento que
inspira essa acção. Mas, quando “deixamos de pensar”, perdemos a motivação para agir.
Eventualmente caímos no pessimismo e isto leva-nos a pensar ainda menos. E assim
sucessivamente. Uma espiral descendente de negatividade e passividade, que se alimenta de si
própria como uma sanguessuga. A maior parte do nosso tempo é preenchido com
comportamentos automáticos. Diariamente fazemos as mesmas coisas, da mesma forma, com o
mesmo ritmo, criticando os outros e a nós próprios com as mesmas frases, como se tivéssemos
decorado o guião de um filme e desempenhássemos esse papel, dia após dia.

Os nossos hábitos

Grande parte das nossas rotinas criaram-se na nossa vida por nos serem úteis, por nos servirem
e nos facilitarem as tarefas que fazemos. Sentimo-nos confortáveis a fazer aquilo que sempre
fizemos, aquilo que nos é fácil, que fazemos sem ter que prestar atenção. Podemos chamar a
este processo, os nossos hábitos instituídos.

Mas, se alguns desses hábitos passam a não ser adequados, prejudicam-nos, incapacitam-nos e
impedem de sentirmo-nos bem, de sermos apreciados pelos outros, de sermos aceites em
sociedade, e de atingir os nossos sonhos e objectivos

Os nossos hábitos podem passar a ser a nossa maior dor de cabeça. Habituámo-nos a eles por
um processo de repetição até chegarmos ao ponto de julgarmos que nós somos mesmo assim,
que isso faz parte da nossa personalidade. Mas, nada poderia estar mais errado. Só julga ser
assim porque fechou a janela das possibilidades, das alternativas, da consciência, de pensar
acerca das coisas, das suas coisas, daquilo que quer e que não quer. Se continuarmos a
percorrer os trilhos da vida num estado “adormecido”, muito provavelmente iremos atingir um
ponto de cristalização do nosso pensamento, perdemos a flexibilidade de pensamento e
criamos uma inclinação mental desadequada.

Exemplo:
Digamos que uma pessoa com uma inclinação mental para o pessimismo levantou-se num
sábado de manhã e colocou na sua ideia que tinha de arrumar e limpar a garagem. Dirige-se à
garagem, abre a porta e fica chocado por ver a quantidade de lixo e desarrumação. “Esquece
isso” Diz o pessimista no maior dos lamentos. “Ninguém conseguiria limpar esta garagem num
só dia!” Perante esta situação e num estado mental de incapacidade, fecha a porta da garagem
e volta para outra divisão da casa para fazer outra coisa qualquer.
Os pessimistas têm um pensamento de “tudo ou nada”. Têm um pensamento catastrófico e
absolutista. Ou fazem as coisas de forma perfeita ou não fazem. Vejamos como é que o
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optimista enfrentaria o mesmo problema. Vamos assumir que até dizia a mesma coisa:
“Esquece isso”. Ninguém conseguiria limpar esta garagem num só dia!” No entanto, uma grande
diferença entre o pessimista e o optimista saltaria à vista. Ao invés de voltar para casa, o
optimista continuaria a pensar. “Pronto, não consigo limpar toda a garagem, mas ainda assim, o
que é que eu posso fazer?” Ele pensa durante um pouco, e tem a ideia de dividir a garagem em
4 secções e limpar apenas uma nesse dia. “De certeza que consigo limpar uma secção, e se
limpar uma parte por semana, certamente até ao final do mês consigo limpar toda a garagem”.
Ao fim de um mês os cenários serão diferentes: O pessimista terá a garagem numa desgraça e o
optimista uma garagem limpa.

O sabotador interno

O pessimista tem uma inclinação mental para pensar de forma desanimada ou que não
consegue fazer nada, que as coisas não valem a pena, desiste de pensar positivo muito
rapidamente. Na grande maioria das vezes, o pessimista é um desistente crónico, foca-se nos
piores cenários e não acredita que as coisas possam vir a dar certo. A estes aspectos negativos
do programa mental do pessimista podemos chamar de sabotador interno. É um sistema auto
perpetuador de ligações entre as células cerebrais, uma presença neurológica que parece ser
tão intrínseca a nós, que normalmente não temos consciência da sua influência. O sabotador
interno é uma consequência da forma como você pensa acerca das coisas. Pode ser muito difícil
desaprender aquilo que aprendeu e julga ser parte de você, mas é possível.

Sabemos que um músculo se desenvolve através do esforço repetido. Se você deixar de o usar,
se parar de o exercitar, as ligações entre as células musculares irão enfraquecer. Assim,
acontecerá com os vários aspectos da sua inclinação mental, do seu sabotador interno. Assim
que você o identificar, e inibir essas ideias e comportamentos, as ligações entre as células
cerebrais irão diminuir, perdendo a sua força, enfraquecendo a sua inclinação mental
pessimista.

Especialização neuronal

O nosso cérebro especializa-se através de um processo de repetição de comportamentos,


através do reforço de grupos de redes neuronais. Na infância, à medida que vamos enfrentando
os desafios e dificuldades da vida, vamos colocando em acção algumas formas de lidar com as
situações. Algumas destas estratégias funcionam e são retidas. O sabotador interno nasceu.

Por exemplo, se uma criança é criticada pelos seus pais, a estratégia de lidar com a situação
pode ser agir “erradamente” dado que esta é a única forma da situação lhe fazer sentido. Ela irá
desenvolver comportamentos “errados” para dar razão aos seus pais. Uma criança que é
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ignorada pode achar que só terá atenção quando está doente, assim, a doença, queixas
somáticas ou pequenos acidentes tornar-se-ão num mecanismo de enfrentamento
inconsciente. A criança “aprendeu” a ser um falhado, aceitar a crítica e a ter relacionamentos
sem apoio. Estas estratégias, até podem ter funcionado na infância para diminuir a fúria da mãe,
mas certamente serão disfuncionais na idade adulta. A dura realidade, é que estas estratégias
tornaram-se a sua “especialização” desenvolvida para lidar com um conjunto particular de
circunstâncias.

Se registássemos uma possível lista dos comportamentos auto-sabotadores desenvolvidos


através dos mecanismos de lidar com as situações, ficaria algo do género:

“Eu assumo que vou falhar, por isso não tento.”

“Eu comporto-me como se nada de bom me aconteça.”

“Eu dificilmente confiarei em alguém.”

“Eu critico os outros e acho que os outros me criticam.”

“Eu acho difícil fazer amigos.”

“Eu rejeito as pessoas que são boas para mim ou que me tentam ajudar.”

“Eu evito confrontar-me com situações em que as pessoas me possam julgar.”

Este é apenas um exemplo como o nosso sabotador interno se desenvolve. Estas especializações
infelizmente não se ficam apenas pela infância, podem sedimentar-se em qualquer altura da
nossa vida. Tal como esta criança, também nós nascemos com a capacidade para aprender um
conjunto quase ilimitado de respostas comportamentais. Importa referir, que a especialização
neuronal formada pelas nossas reacções a situações sobre as quais não temos controlo, limita-
nos severamente as nossas opções.

Um testemunho do valor do pensamento positivo

Para testemunhar uma das mais profundas ilustrações da efectividade prática do optimismo na
história da América, você tem de relembrar-se do filme, Apollo 13, ou então visioná-lo. Para
além do trabalho de trazerem os astronautas do outro lado da lua ter sido assustador e
esmagador, o desafio foi realizado em pequenas tarefas de cada vez. As pessoas que estavam no
controlo da missão em Houston e que salvaram os astronautas, conseguiram esse feito
extraordinário porque mesmo perante a “impossibilidade” dos problemas tecnológicos, eles
continuaram a pensar positivo. Eles nunca desistiram. Procuraram por soluções parciais, e

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declaram que iriam agarrar-se a essas soluções parciais e trazer os seus homens em segurança
para casa.

Dica: Sempre que você se sinta pessimista ou oprimido, relembre-se para continuar a pensar
positivo. Continue a pensar, continue a pensar positivo.

De acordo com a abordagem da psicologia positiva, pensar positivo não se resume de forma
alguma apenas a afirmações positivas ou de capacidade. Estas podem formar a base da intenção
daquilo que se quer e pretende que aconteça. Mas, provavelmente a estratégia que mais conta,
é a estruturação de um encadeamento de acções que suportadas pelas afirmações irão
expressar as forças, valores, objectivos e crenças adaptativas da pessoa ou grupo de pessoas. As
pessoas que pensam de forma optimista, capacitadora e positiva, escolhem fazer um uso
diferente da imaginação humana. A imaginação que cada um de nós possui deveria ser usada,
não para fugir à realidade, mas para a criar.

Não hesite em pensar, não hesite em pensar positivo. Não se deixe levar pelos caminhos
vincados (inadequados) da sua mente. Desperte, acorde, fuja à rotina da sua inclinação mental
para a desistência. Resista à sua paragem de pensamento para a solução, insista na busca de
possibilidades e caminhos alternativos, persista na reestruturação do seu pensamento positivo.

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7. Técnicas de relaxamento

O Bem-estar é um conceito pessoal e individualista e começa com a descoberta e aprendizagem de tudo


o que funciona melhor para nós próprios. A prática do exercício físico é um método bastante eficaz para
promover e melhorar a nossa saúde. O relaxamento é outra forma bastante eficiente para atingir a
harmonia e o equilíbrio físico e mental. Apesar de serem verdades admitidas por praticamente toda a
gente, a maioria das pessoas ainda não faz regra delas. Porém quanto mais familiarizados estivermos
com o nosso corpo, melhor conhecemos as suas potencialidades e limitações e melhor o sabemos
utilizar a nosso favor.

São inúmeros os benefícios da prática do exercício físico, nomeadamente na saúde, longevidade,


resistência à fadiga, mas provavelmente o maior benefício consiste no facto de ficarmos a conhecer
melhor o nosso próprio corpo, as suas limitações e as suas potencialidades ou seja aquilo que os
psicólogos chamam de autoconsciência corporal.

Aumentar a consciência que se tem do próprio corpo é uma aptidão que se pode desenvolver,
recorrendo a programas específicos de treino, naturalmente orientados por pessoas especializadas, tais
como, cardiofitness, técnicas de respiração, relaxamento imagético etc. Isto permite uma consciência
aumentada do corpo, aumento de energia, clareza mental, aumento das aptidões físicas e equilíbrio
emocional.

Todos nós temos aquilo que se chama memória física, ou seja toda a actividade física é registada nessa
memória acabando por se tornar num comportamento ou hábito. O mesmo se passa com todo e
qualquer comportamento repetido ao longo do tempo. As boas e as más posturas, os comportamentos
adequados e os inadequados são registados quer na memória muscular quer no cérebro. Boas posturas
conduzem a melhores posturas, e más posturas conduzem a piores posturas. O mesmo se verifica para
qualquer comportamento.

Um exemplo negativo disso é quando o stress se acumula no nosso corpo como tensão muscular. Se a
tensão não é activamente libertada, ela é armazenada nos músculos. O músculo não tem escolha a não
ser incorporar a tensão em posições estáticas. Por outras palavras, quanto mais tensão é acumulada,
menos flexíveis nos tornamos. E isto é igualmente verdadeiro em termos cognitivos e emocionais.

É surpreendente verificar que tão poucas pessoas consigam relaxar da forma correcta. Relaxar é mais do
que livrar-se da tensão de um dia de trabalho, e é mais do que libertar o stress acumulado. É algo
positivo e agradável. É uma sensação na qual se experimenta paz de espírito. Para relaxar de verdade, é
necessário tonar-se sensível às próprias necessidades fundamentais de paz, autoconhecimento e
reflexão – e estar disposto a reconhecer tais necessidades, ao invés de ignorá-las ou subestimá-las. As
pressões constantes da vida quotidiana causam grandes prejuízos ao bem-estar físico e mental de
milhões de pessoas todos os anos.

Inúmeras investigações médicas sobre as origens de doenças comuns, como a hipertensão arterial,
doenças cardíacas, úlceras, e enxaquecas, demonstram a relação entre o stress e o desenvolvimento
destes problemas. O stress é causa frequente de problemas emocionais e de comportamento, levando

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ao desgaste e até ao esgotamento nervoso. Existem também factores ambientais desde o ruído e
poluição atmosférica até circunstancias da nossa vida económica, como o desemprego, a inflação e a
recessão que podem tornar a vida ainda mais stressante.

O que nos impede de relaxar verdadeiramente, está sempre connosco, e é a nossa mente. Os nossos
pensamentos, quando se tornam repetitivos, obsessivos e extremos, ocupam toda a atenção do
cérebro. E como essa preocupação se torna a sua prioridade, ele coloca todo o organismo em estado de
alerta. A mente irá trabalhar permanentemente para resolver o problema, o que só vai complicar.

A mente desenvolveu um sistema de alarme, uma espécie de detector de ameaças, que responde
antecipadamente a tudo o que nos coloca em perigo. Mas se é verdade que todos nós temos esse
alarme, quando ele “apita” de forma exagerada leva-nos na grande maioria das vezes a esquecermo-nos
do nosso corpo, das boas sensações que este nos transmite, e as quais deveremos estimular e usufruir,
no sentido de criar caminhos no cérebro para o bem-estar e satisfação.

Os segredos para relaxar

Erradamente muitas pessoas quando tentam relaxar, fazem-no mantendo a mesma atitude e
preocupação com o tempo, a obtenção de resultados e pressa que demonstram nos seus padrões de
actividade do dia-a-dia.

O segredo para se conseguir bons resultados nas tentativas de relaxamento é simples: descubra as
actividades que lhe dão prazer e, quando você as praticar, empenhe a sua energia em obter total bem-
estar físico e mental. A melhor forma de o fazer é aproveitar as suas aptidões, gostos e inclinações
pessoais. A sua distracção e obtenção de prazer pode resultar da produção artística, do
desenvolvimento de habilidades musicais, do aprimoramento da educação pela leitura, do exercício
físico, ou o que quer que seja. Mas lembre-se que relaxar é o seu principal objectivo.

Algumas sugestões para praticar a arte de relaxar:

1. Defina quais as actividades em que você acha que poderia relaxar, e escolha actividades de que
você realmente goste.
2. Não tenha medo de se aventurar em algo novo e diferente. Estará a dar oportunidade a si
mesmo de descobrir novas formas de se relacionar com o seu corpo e assim usufruir das fontes
de prazer que ele lhe pode proporcionar.
3. Verifique a existência de actividades de lazer onde vive e provavelmente que pouco frequenta
(cinemas, praias, clubes, actividades culturais, parques, etc…)
4. Um amigo que o acompanhe nas horas de lazer costuma ajudar na descontracção e no
compromisso de persistir nas actividades de relaxamento.
5. Por exemplo: tente perceber quais as principais barreiras na sua vida que o possam impedir de
fazer aquilo de que gosta e necessita.
6. Procure praticar exercícios leves como caminhar, andar de bicicleta, dançar, nadar, praticar
jardinagem, etc.
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7. Por exemplo: sinta o peso do seu corpo ao caminhar, sinta a respiração, sinta a sensação do ar a
entrar e a sair dos seus pulmões, o cabelo ao vento, os músculos que usa, a sensação do
vestuário…entre muitas outras coisas.
8. Para aqueles com uma condição física mais desenvolvida, o exercício mais intenso pode ser mais
eficiente. Actividades como correr, jogar ténis, levantar, pesos, basquetebol, vólei, etc… podem
produzir um agradável efeito relaxante, após um treino puxado.
9. Por exemplo: podem usar ainda o relaxamento como função recuperadora e restauradora da
fadiga.
10. Caso tenha interesse, procure praticar algumas técnicas de relaxamento mental para criar a
sensação de paz e tranquilidade de corpo e mente.
11. Outras técnicas de relaxamento mental incluem a leitura de um bom livro ou deixar-se envolver
na tranquilidade de uma música suave, ou concentrar-se na contemplação.
12. Actividades criativas como pintura, desenho, cerâmica, carpintaria, tricô e mesmo arte culinária,
por prazer, podem-lhe dar também um sentido de realização, paralelamente ao tranquilizante
relaxamento de se concentrar em algo que você deseja fazer.
13. Você também pode aliviar o cansaço do dia-a-dia do trabalho com um banho bem demorado,
logo que chegar a casa. Este pode ser considerado um exercício excelente de estimulação dos
sentidos. Aprecie a água a cair no seu corpo, o som que faz, a temperatura que sente, o impacto
das gotas do chuveiro, o estado de relaxamento que consegue atingir, sinta isso e contemple o
prazer que está a presenciar, foque-se nas sensações e perceba o nível de bem-estar que sente.

Pratique o relaxamento diariamente

Após descobrir a sua técnica favorita de relaxamento, planeie dedicar-lhe alguma atenção diária. A
maior parte das pessoas aceita a responsabilidade de prazos e deveres que lhe são impostos por outros,
mas é igualmente importante dar atenção à necessidade de períodos de descontracção solicitados pelo
corpo e pela mente.

Donas de casa “incansáveis” ou profissionais “sempre ocupados” devem dar a si mesmos oportunidades
de relaxamento, se quiserem conservar o seu equilíbrio mental em períodos stressantes ou de agendas
preenchidas. O hábito de lembrar que se tem um corpo que necessita de atenção é de extrema
importância para quem pretende investir na sua saúde e bem-estar.

O último princípio da arte de relaxar é envolver-se em actividades de relaxamento com entusiasmo e


compromisso pessoal. Envolva-se completamente na actividade escolhida. Solte-se física e
mentalmente. Lembre-se que encontrar técnicas eficazes de relaxamento pessoal não é meramente um
passatempo para os mais afortunados e ociosos. É essencial para o bem-estar físico e mental de
qualquer um.

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8. É assim tão difícil ser feliz?
Todos nós já fizemos a nós próprios esta pergunta. Se existe alguma coisa comum a todos os seres
humanos, é o desejo de ser feliz. Por certo, também todos nós gostamos de comer, dormir, e todas as
outras necessidades básicas que fazem parte da nossa subsistência. Existem mil e uma coisas que
podem contribuir para a nossa felicidade, mas por alguma razão, subitamente todas elas perdem a sua
importância, a vida tonar-se complicada de gerir, ficamos vulneráveis, angustiados e tristes. Este é o
princípio da nossa desesperança, da nossa infelicidade.

Ser feliz é algo muito mais fácil de realizar, do que parece, desde que consigamos acertar com as setas
no alvo certo e que tenhamos as prioridades bem definidas. Podemos aprender a ser feliz. Se já nos
sentimos pessoas felizes, certamente encontraremos formas de tornar esse humor consistente e
duradouro e assim promover o nosso bem-estar. Se estamos a atravessar um momento menos bom e
gostaríamos de voltar a sentir felicidade, só temos que nos concentrar na prática de algumas regras
básicas que nos ajudem a ultrapassar essa realidade.

O estado de felicidade pode ocorrer em muitas situações e perante muitas circunstâncias. Pode ocorrer
porque ganhámos a lotaria ou porque estamos a assistir à nossa série de televisão favorita.
Independentemente de tudo, o único factor em comum é o sentimento de alegria. O caminho para a
infelicidade começa quando se permite que alguns obstáculos se coloquem no caminho da alegria e
consequentemente nos trazem a infelicidade. Importa no entanto perceber que quando as pessoas
dizem que são felizes nas suas vidas, habitualmente não querem dizer que estão sempre alegres ou que
experienciam prazer o tempo todo. O que elas querem dizer, é que após reflectirem sobre o balanço de
prazeres e infortúnios, sentem que a longo prazo o saldo é bastante positivo.

Não sabotar a alegria

A principal razão para as pessoas não serem felizes é porque simplesmente não se deixam ser felizes.
Seja por duvidarem de si próprios, focando-se naquilo que os outros fazem, por adiar objectivos, fazer
as coisas por fazer, não planear, viver no quase, ou tantas outras coisas que apenas servem para tornar
o caminho mais árduo e mais longo acerca dos assuntos e acabam por ser apenas e só a estrada directa
para a infelicidade. Perdemos a noção das nossas necessidades básicas e realizações pessoais e
enveredamos por um caminho errado.

Aceitar os contratempos

Um outro problema que se torna um obstáculo à felicidade é o facto de estarmos tão presos à nossa
rotina quotidiana que perdemos a noção da realidade e das limitações da nossa condição humana.
Perdemos muito tempo com preocupações acerca de coisas normais do dia-a-dia que fazem parte da
vida. A não-aceitação de algumas coisas que fazem parte da vida de todos nós, como a perda de algo,
erros, fracassos e também as exigências sociais e pessoais, como expectativas elevadas, perfeccionismo
desmedido, comparação social, levam-nos a pensar nessas coisas vezes sem conta. Acreditamos que
temos de analisar uma e outra vez, até que nos torne a vida num inferno.
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 Uma forma de ultrapassar este tipo de problemas é perceber que nem tudo tem de ser uma
situação ideal ou da forma como nós queremos.

Este é um passo importante para se sentir mais feliz com a vida que tem. Se conseguirmos aprender a
aceitar determinados factos acerca de nós próprios e da vida, tal como aceitamos o facto de o céu ser
azul e a erva verde, o panorama será muito melhor. Não devemos ficar submissos perante as
contrariedades da vida mas, que existem coisas as quais não controlamos e que inevitavelmente
acabarão por acontecer, nem sempre como queremos ou gostaríamos que acontecesse. No entanto,
mesmo perante uma catástrofe, podemos decidir o que fazer depois das coisas terem acalmado. Ou
podemos ficar eternamente a lamentar-nos, mas isso não ajuda nada a melhorar a nossa situação!

Alguns dos obstáculos que enfrentamos, que criamos ou que se colocam na nossa vida serão mais fáceis
de ultrapassar se os aceitarmos. Aceitar-se a si próprio, é perceber que é possível reestruturar-se,
procurar ajuda, redefinir crenças e trabalhar na autoconfiança e força interior. Todos nós, na grande
maioria das vezes possuímos forças que desconhecemos. Tente perceber quais são as suas, procure
ajudar-se a si mesmo. Tente não colocar-se numa posição de vítima eterna, de profeta das desgraças e
dos infortúnios. Aceite, aceite-se, reaja, recomponha-se, aja, acredite, avance, a alegria está a caminho.

Perseguir a felicidade…

Sim, existem muitas pessoas que são felizes, é possível ser-se feliz. Mesmo para quem está a passar por
dificuldades na vida, por muito que seja difícil acreditar, é possível melhorar o seu estado, é possível
recuperar o seu estado de desesperança e tristeza. Muitas são as pessoas que partilham desse estado
de felicidade e também todas elas apresentam algumas características em comum. Não há
coincidências, existem sim é algumas regras que se expressam nas suas atitudes.

 Não são excessivamente auto conscienciosas


 Não são excessivamente auto conhecedores
 Não são excessivamente preocupados
 Não estão sempre à procura de respostas
 Não se levam demasiado a sério
 Vivem no presente
 Conhecem e aceitam o seu lugar no mundo
 Aceitam o fato de nem sempre estar no controlo das coisas

Naturalmente toda a gente já praticou algumas destas regras, e também já observou esse
comportamento em outras pessoas, mas na verdade a maioria ainda não juntou o dois mais dois. É
provável que se considere esses comportamentos como demasiado simples, ou até mesmo que essas
pessoas sejam demasiado simples. Mas, quando se observa os pais a brincarem com os seus filhos, ou as
pessoas que gostam daquilo que fazem e que não correm atrás de uma promoção ou de mais dinheiro,
o que se retêm é que estas pessoas estão acima de tudo focadas no presente.

Claro que estas pessoas também pensam no futuro e certamente também o planeiam, e também
tiveram um passado, e pensam nele, mas não vivem necessariamente por uma coisa que ainda não
aconteceu, nem ficam paralisadas por algo que não conseguiram ou que correu mal. Não sacrificam a

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sua vida por algo que pode ou não vir a acontecer no futuro, nem condicionam o seu presente por
“fantasmas” do passado.

Não ligar o “complicador”

O acto de pensar deu-nos vantagem sobre todas as outras espécies, e é um processo indispensável à
gestão da nossa vida e consequentemente da felicidade. Num cenário de desvantagem e problemático,
pensar é algo que se aprende no sentido de encontrar soluções e evitar danos ou decepções. Nestas
circunstâncias o pensamento é algo valioso e construtivo. Desde que se desligue o “complicador”.
Aquele bichinho escondido num canto do cérebro, que quer resolver os problemas todos de uma vez e
que pensa, repensa, avalia, projecta todo o tipo de cenários, de forma tão obsessiva que acaba por inibir
qualquer alegria e satisfação. Ficar demasiado preocupado que as coisas corram mal ou se tornem
piores congela o pensamento. O resultado é ficar refém de uma situação de incapacidade para fazer seja
o que for, paralisado pelo medo de que alguma coisa má possa acontecer.

Pensar nos cenários positivos é uma boa táctica para evitar este bloqueio. Quando se imagina uma
solução raramente se pensa que o melhor cenário possível possa acontecer. Porém a única forma de
combater o pensamento catastrófico, é insistir no pensamento positivo. Com treino, dedicação e muita
repetição de pensamentos orientados para a solução, pensar positivamente, insistir no pensamento
positivo é meio caminho andado para a descoberta da solução.

Uma das maiores causas para que as pessoas se sintam infelizes é o facto de se sentirem impotentes
para fazer que as coisas aconteçam como desejam. Ou seja, quando se torna óbvio para essas pessoas
que não controlam a sua vida. A explicação pode parecer muito simples, mas não é. A perda de
controlo, quando existe um grau de percepção reduzido sobre as próprias acções e os acontecimentos
da vida, dá uma grande sensação de impotência, e no limite, torna as pessoas incapazes de levar a vida
para a frente. Para combater o sentimento de impotência e de falta de esperança:

 Manter a calma e avaliar bem a situação. Com cenários positivos e construtivos


 Tentar perceber por que razão se sente impotente
 Pensar sobre o que pode ser feito para mudar e melhorar a situação
 Formular um plano
 Colocar o plano em acção

Resistir, insistir e vencer

Ainda que no início algumas das coisas possam não dar certo, não se deve desesperar. Reformular,
insistir, fazer um esforço para mudar as coisas, persistir, certamente haverá uma forma de melhorar a
situação. Não devemos interiorizar a ideia de que é demasiado fácil, mas pode eventualmente não ser
tão difícil como parece.

 Quem consegue ultrapassar os sentimentos de impotência, é certamente capaz de vencer a


infelicidade.

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Toda a gente se sente mal acerca de alguma coisa em determinada altura da vida. Este sentimento é
humano. A diferença é que algumas pessoas sabem que não é permanente. Estas são as pessoas que
aumentam a probabilidade de serem felizes. Deve-se aceitar que por vezes as coisas na vida se
complicam e se tornam um fardo, mas também por vezes, as coisas correm de feição e tornam-se
maravilhosas. Agora que sabemos quais os sentimentos que estão na raiz da infelicidade, nada nos pode
impedir de seguir em frente… E de ser feliz

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