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Por que o Novo Nascimento é Necessário

Então a questão é: o que isso significa esta morte? Há pelo


menos dez respostas no Novo Testamento. Se as
considerarmos de forma honesta e em oração, elas nos
humilharão profundamente e nos levarão a estar maravilhados
com o dom do novo nascimento. Então o que eu quero fazer é
falar sobre sete delas hoje e três delas na próxima vez, junto
com a pergunta maior: Será que precisamos realmente ser
mudados? Não podemos apenas ser perdoados e justificados?
Isso não iria nos levar para o céu? Mas peço aos amados
irmãos que aguardem estas respostas para logo mais.

Aqui estão sete das explicações bíblicas sobre a nossa


condição sem o novo nascimento e porque ele é tão
necessário.

1. Sem o novo nascimento, nós estamos mortos em delitos


e pecados (Efésios 2:1-2).
A morte implica em estar sem vida. Não é sem vida física ou
moral. Versículo 1: “Nós estamos “caminhando” e “seguindo” o
mundo. Versículo 2: Nós temos “paixões” da carne, e nós
carregamos “desejos do corpo e da mente.” Então não estamos
mortos no sentido em que não podemos pecar. Estamos
mortos no sentido em que não podemos ver ou sentir a glória
de Cristo. Nós estamos espiritualmente mortos. Nós estamos
indiferentes a Deus e Cristo e sua palavra. Considere como
isso se desdobra em nove outras descrições da nossa
condição antes do novo nascimento acontecer.
2. Sem o novo nascimento, nós somos, por natureza, filhos
da ira (Efésios 2:3).
Versículo 3: “Éramos, por natureza, filhos da ira, como também
os demais.” O ponto disto é deixar claro que o nosso problema
não está somente no que fazemos, mas no que nós somos. À
parte do novo nascimento, eu sou o meu problema. Você não é
o meu maior problema. Meus vizinhos e colegas não são meus
maiores problemas. Meus inimigos não são meus maiores
problemas. Eu sou o meu maior problema. Não são minhas
ações, nem minhas circunstâncias, nem as pessoas da minha
vida, mas minha natureza é o meu mais profundo problema
pessoal.

O problema não é que nós primeiro tivemos uma boa natureza


e, em seguida, passamos a fazer coisas ruins e passamos a ter
uma natureza má. “Eu nasci na iniquidade, e em pecado me
concebeu minha mãe” (Salmo 51:5). Este é quem eu sou.
Minha natureza é egoísta, egocêntrica, exigente e muito hábil
em fazer você se sentir como se fosse o problema. E se a sua
primeira resposta a essa afirmação é conheço pessoas assim,
você pode estar totalmente cego para o engano do seu próprio
coração.
Paulo descreve a nossa natureza antes do novo nascimento
como “filhos da ira.” Em outras palavras, a ira de Deus é para
nós como um pai em relação a seu filho. Nossa natureza é tão
rebelde, tão egoísta e tão insensível à majestade de Deus, que
sua ira santa é uma resposta natural e correta para nós.

3. Sem o novo nascimento, nós amamos as trevas e


odiamos a luz (João 3:19-20).
O julgamento é este: que a luz veio ao mundo, e os homens
amaram mais as trevas do que a luz; porque as suas obras
eram más. Pois todo aquele que pratica o mal aborrece a luz e
não se chega para a luz, a fim de não serem arguidas as suas
obras. (João 3:19-20)

Esta palavra de Jesus enuncia algumas das coisas que a


nossa natureza é sem o novo nascimento. Nós não somos
neutros quando nos aproximamos da luz espiritual. Nós a
resistimos. E nós não somos neutros quando as trevas
espirituais nos envolvem. Nós a abraçamos. Amor e ódio estão
ativos no coração não regenerado. E eles se movem em
direções exatamente opostas — odiando o que deveria ser
amado e amando o que deveria ser odiado.

4. Sem o novo nascimento, nossos corações são duros


como pedra (Ezequiel 36:26, Efésios 4:18).

Nós vimos isso na semana passada, em Ezequiel 36:26, onde


Deus diz: “Tirarei de vós o coração de pedra e vos darei
coração de carne.” Aqui em Efésios 4:18, Paulo rastreia nossa
condição desde a escuridão à alienação, até a ignorância à
dureza de coração. “Obscurecidos de entendimento, alheios à
vida de Deus por causa da ignorância em que vivem, pela
dureza do seu coração.” O ponto crucial do nosso problema
não é a ignorância. Há algo mais profundo: “por causa da
ignorância em que vivem, pela dureza do seu coração.” Nossa
ignorância é a ignorância culpada, não a ignorância inocente.
Ela está enraizada nos corações duros e resistentes. Paulo diz
em Romanos 1:18 que nós detemos a verdade pela injustiça. A
ignorância não é nosso maior problema. Antes, são a dureza e
a resistência.

5. Sem o novo nascimento, nós somos incapazes de nos


submeter a Deus ou de agradar a Deus (Romanos 8:7-8).
Em Romanos 8:7 Paulo diz: “O pendor da carne [literalmente: a
mente da carne] é inimizade contra Deus, pois não está sujeito
à lei de Deus, nem mesmo pode estar. Portanto, os que estão
na carne não podem agradar a Deus.” Nós podemos deduzir
pelo próximo versículo o que Paulo quer dizer com “o pendor
da carne” e “estar na carne.” Ele diz no verso 9: “Vós, porém,
não estais na carne, mas no Espírito, se, de fato, o Espírito de
Deus habita em vós.” Em outras palavras, ele está
contrastando aqueles que são nascidos de novo e tem o
Espírito, com aqueles que não são nascidos de novo e,
portanto, não tem o Espírito, mas tem somente a carne. “O que
é nascido da carne é carne; e o que é nascido do Espírito é
espírito.” (João 3:6).
O que Paulo diz é que, sem o Espírito Santo, nossas mentes
são tão resistentes à autoridade de Deus, que nós não iremos,
e, portanto, não poderemos nos submeter a ele. “O pendor da
carne é inimizade contra Deus, pois não está sujeito à lei de
Deus, nem mesmo pode estar.” E se não podemos nos
submeter a ele, não podemos agradá-lo. “Os que estão na
carne não podem agradar a Deus.” Isso é o quão mortos, e em
trevas, e o quão duros nós somos para com Deus, até que
Deus nos faça nascer de novo.
6. Sem o novo nascimento, nós somos incapazes de
aceitar o evangelho (Efésios 4:18; 1 Coríntios 2:14).
Em 1 Coríntios 2:14, Paulo nos dá outro vislumbre das
implicações que esta indiferença e dureza trazem sobre aquilo
que somos incapazes de fazer. Ele diz: “O homem natural [ou
seja, o não regenerado por natureza] não aceita as coisas do
Espírito de Deus, porque lhe são loucura; e não pode entendê-
las, porque elas se discernem espiritualmente.” O problema
não é que as coisas de Deus estejam além das suas
capacidades intelectuais. O problema é que ele as enxerga
como tolice. “Não aceita as coisas do Espírito de Deus,
porque lhe são loucura.” Na verdade, elas são tão loucas para
ele, que ele não pode compreendê-las.
Lembre-se de que este é um “não pode” moral, e não um “não
pode” físico. Quando Paulo diz “O homem natural. . . não
pode entendê-las”, ele quer dizer que o coração é tão
resistente a recebê-las que a mente justifica a rebelião do
coração vendo-as, então, como loucura. Esta rebeldia é tão
abrangente que o coração realmente não pode receber as
coisas do Espírito. Isto é uma verdadeira incapacidade. Mas
não é uma incapacidade coagida. A pessoa não
regenerada não pode porque ela não quer. Suas preferências
pelo pecado são tão fortes que ela não consegue escolher o
bem. É uma verdadeira e terrível escravidão. Mas não é uma
escravidão inocente.
7. Sem o novo nascimento, nós somos incapazes de vir a
Cristo ou recebê-lo como Senhor (João 6:44, 65; 1
Coríntios 12:3).
Em 1 Coríntios 12:3, Paulo declara: “ninguém pode dizer que
Jesus é o SENHOR, senão pelo Espírito Santo.” Ele não quer
dizer que um ator num palco ou um hipócrita em uma igreja não
possam dizer as palavras “Jesus é o Senhor” sem o Espírito
Santo. Ele quer dizer que ninguém pode dizê-lo
verdadeiramente sem nascer do Espírito. É moralmente
impossível para o coração morto, em trevas, duro e resistente
celebrar o senhorio de Jesus sobre a sua vida sem ser nascido
de novo.

Ou, como Jesus diz três vezes em João 6, ninguém pode vir a
ele, a menos que o Pai o traga. E quando essa proximidade
produz numa pessoa uma ligação viva com Jesus, nós a
chamamos de novo nascimento. Versículo 37: “Todo aquele
que o Pai me dá, esse virá a mim.” Versículo 44: “Ninguém
pode vir a mim se o Pai, que me enviou, não o trouxer.
Versículo 65: “Ninguém poderá vir a mim, se, pelo Pai, não lhe
for concedido.” Todas essas maravilhosas obras
de trazer, conceder e dar são as obras de Deus na
regeneração. Sem elas nós não vamos a Cristo, porque nós
não queremos ir. Isso é o que tem que ser mudado no novo
nascimento.

Uma Resposta Pessoal e Urgente


Há mais a ser dito sobre o porquê do novo nascimento ser
necessário, mas isso é o suficiente por hoje. Concluo voltando
às palavras surpreendentemente cheias de esperança de
Efésios 2:4-5: “Mas Deus, sendo rico em misericórdia, por
causa do grande amor com que nos amou, e estando nós
mortos em nossos delitos, nos deu vida juntamente com Cristo,
—pela graça sois salvos.”

Há duas formas de responder a isto: uma é teórica e


impessoal; a outra é pessoal e urgente. Uma diz: como pode
ser isso, e como pode ser aquilo? A outra diz: Deus me trouxe
aqui hoje. Deus falou nestes textos para mim hoje. A
misericórdia de Deus, seu amor e sua graça me parecem
desesperadamente necessários e belos para mim hoje. Ó
Deus, hoje eu me submeto à sua sublime graça que me trouxe
aqui e me despertou, e me abrandou, e me abriu. Graças a
Deus pelas riquezas da sua misericórdia, pela grandeza do seu
amor, e pelo do poder de sua graça.

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