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TEOLÓGICA E
DIREITOS
HUMANOS
Enir Cigognini
Humanismo cristão
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Introdução
Neste capítulo, você vai estudar a definição de justiça para a tradição cristã
católica, a partir de um ramo da teologia denominado moral social. Com
isso, vai ser capaz de definir os desafios nos campos técnico-científico,
social e político. Você vai, ainda, identificar os compromissos sociais assu-
midos pela Doutrina Social da Igreja e, por fim, conceituar um princípio
bastante caro ao humanismo cristão: o bem comum.
Desafios à justiça
É comum que as pessoas clamem por justiça. Dificilmente algum cidadão
pediria que a injustiça fosse instaurada. Entretanto, se você perguntar às
pessoas que pedem que a justiça seja feita o que é justiça, corre o risco de
ficar um pouco assustado com tamanha diversidade de perspectivas. Antes
de definirmos os desafios enfrentados pela justiça, é importante verificar o
que a Doutrina Social da Igreja define como justiça.
2 Humanismo cristão
A justiça é um valor, [...] Segundo a sua formulação mais clássica, “ela consiste
na constante e firme vontade de dar a Deus e ao próximo o que lhes é devido”. Do
ponto de vista subjetivo a justiça se traduz na atitude determinada pela vontade
de reconhecer o outro como pessoa, ao passo que, do ponto de vista objetivo,
essa constitui o critério determinante da moralidade no âmbito intersubjetivo e
social (PONTIFÍCIO CONSELHO JUSTIÇA E PAZ, 2004, documento on-line).
Outro aspecto que pode ser um risco à justiça pode ser verificado no uso dos dados
pela sociedade em rede. Nos tempos atuais, com o uso das novas tecnologias, é
praticamente impossível ter algum nível de privacidade. Não que a tecnologia seja
má; ela é uma ferramenta. Uma ferramenta nem boa, nem má em si mesma, mas que
depende do uso que dela a humanidade faz.
Humanismo cristão 3
https://goo.gl/9YyTib
https://goo.gl/REWN2w
https://goo.gl/fbDVom
É tarefa de todas as pessoas que professam a fé cristã anunciar Jesus Cristo, caminho,
verdade e vida (BÍBLIA, 2003, Jo 14, 6). Essa atividade não se dá única e exclusivamente
pelo anúncio explícito da mensagem cristã. Ela é realizada por todos que, com as suas
atitudes, testemunham a novidade do evangelho.
não é um projeto eclesial. O Reino de Deus, como Jesus Cristo anunciou, não
é deste mundo. No mundo, há sinais do reinado divino, entretanto, não pode
haver confusão entre o Reino de Deus e o poder político das nações.
Com relação aos serviços que os cristãos devem prestar, o CDSI destaca que
eles fazem parte da espiritualidade própria do cristão leigo. “A presença do fiel
leigo no campo social é caracterizada pelo serviço, sinal e expressão da caridade
que se manifesta na vida familiar, cultural, profissional, econômica, política,
segundo perfis específicos” (PONTIFÍCIO CONSELHO JUSTIÇA E PAZ, 2004,
documento on-line). Desse modo, aqui estão indicados os âmbitos de serviço que
os cristãos podem oferecer como testemunho da sua fidelidade a Jesus Cristo.
O primeiro compromisso em destaque no CDSI é o serviço à pessoa
humana. Dessa maneira, o documento entende que “[...] a promoção da dig-
nidade de toda pessoa, o bem mais precioso que o homem possui, é a tarefa
essencial, antes, em certo sentido é ‘a tarefa central e unificadora do serviço
que a Igreja, e nela os fiéis leigos, são chamados a prestar à família dos
homens’” (PONTIFÍCIO CONSELHO JUSTIÇA E PAZ, 2004, documento
on-line). Essa posição faz recordar Santo Irineu, bispo de Lião, que afirmou,
no século II, ser o homem vivo a glória de Deus.
Em seguida, destaca-se o compromisso entendido como serviço à cultura,
pois esse é “[...]um campo particular de empenho dos fiéis leigos” (PONTIFÍ-
CIO CONSELHO JUSTIÇA E PAZ, 2004, documento on-line). Ele deve ser
entendido como “[...] o cultivo de uma cultura social e política inspirada no
Evangelho” (PONTIFÍCIO CONSELHO JUSTIÇA E PAZ, 2004, documento
on-line). É claro que, ao falar de serviço à cultura, é importante dizer a que
exatamente o CDSI se refere. Assim o documento se expressa:
Não deixe de ler a instigante entrevista produzida pela BBC com Martin Hilbert sobre
coleta e uso de dados, privacidade e a relação dessas questões com a democracia,
disponível no link a seguir.
https://goo.gl/s23nhG
https://goo.gl/KSCQ5p
https://goo.gl/3m8VD8
o respeito à pessoa;
a exigência do bem-estar social e do desenvolvimento coletivo;
a paz.
https://goo.gl/kfJ39N
Leituras recomendadas
BEDOUELLE, G. Humanismo cristão. In: LACOSTE, J, Y. et al. Dicionário crítico de teologia.
São Paulo: Paulinas: Edições Loyola, 2004.
CONFERÊNCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL. Compêndio do catecismo da igreja
católica. São Paulo: Paulus: Edições Loyola, 2005.
JOÃO PAULO II, Papa. Carta encíclica: centesimus annus. 1991. Disponível em: http://
w2.vatican.va/content/john-paul-ii/pt/encyclicals/documents/hf_jp-ii_enc_01051991_
centesimus-annus.pdf. Acesso em: 31 jan. 2019.
JOÃO PAULO II, Papa. Carta encíclica: sollicitudo rei socialis. 1987. Disponível em: http://
w2.vatican.va/content/john-paul-ii/pt/encyclicals/documents/hf_jp-ii_enc_30121987_
sollicitudo-rei-socialis.pdf. Acesso em: 31 jan. 2019.