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Tiago 2
“…5Ouvi, meus amados irmãos. Não escolheu Deus os que para o mundo são pobres,
para serem ricos em fé e herdeiros do Reino que Ele prometeu aos que o amam?
6Contudo, vós tendes menosprezado o pobre. E não são os ricos que vos oprimem? Não
são eles que vos arrastam para os tribunais? 7Não são os ricos que blasfemam o bom
nome que sobre vós foi invocado? …”
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verdadeira essência da criaçã o humana que foi corrompida pelo pecado
(Gn.6:12).
Russell P. Shedd (2013) em seu livro “Justiça Social” comenta como a
justiça social esteve presente em boa parte do Antigo Testamento onde as
leis de Israel foram instituídas por Deus a fim de criar e manter uma
sociedade justa para todos os seus membros, independente de classe ou
posiçã o, e que Deus rejeita totalmente qualquer separaçã o entre religiã o
e justiça, pois a legislaçã o social e as regras de culto sã o justapostas no
Pentateuco para sublinhar o princípio de que Deus ordena aos homens e
mulheres que nã o só mantenham uma relaçã o vertical adequada com ele,
mas também atribuíam a necessá ria importâ ncia ao seu relacionamento
com a criaçã o e, especialmente, com o seu pró ximo.
Já no Novo Testamento a teologia nã o está dissociada da vida, os cristã os
sã o obrigados a praticar a rectidã o, e a levantar suas vozes contra a
injustiça. Só assim terã o condiçõ es de demonstrar fidelidade a Deus e a
veracidade de sua profissã o de fé como cristã os membros da Igreja, cujo
cabeça é Cristo.
Enquanto os humanistas seculares vã o à luta para defender as causas
sociais, indignados com a desigualdade, os evangélicos parecem aceitar
com tranquilidade todo este descontrole social, e o fato de grande parte
desse mundo nã o ter ouvido ainda a mensagem da salvaçã o. “Entretanto,
onde o Evangelho foi proclamado e aceito, nova alegria e esperança
substituíram o desespero predominante” (Shedd, 2013, p. 26).
Estes desafios podem ser solucionados à luz do Evangelho. É necessá rio
fazer uma releitura da Palavra e da prá tica de Jesus à luz da realidade
atual, reavivando a solidez dos ensinamentos recebidos, voltando à s
origens a fim de encontrar luzes para o momento presente. O evangelho
de Lucas dá atençã o especial à s pessoas pobres marginalizadas chamando
a atençã o dos ricos à conversã o, como é o caso de Zaqueu (Lc. 19:1-10).
No texto de Mateus 25:31-46 Jesus demonstra sua preocupaçã o com a
justiça social; esta preocupaçã o é tã o grande, que inclusive define aqueles
a quem Ele irá receber em seu Reino: aqueles que foram alcançados pela
graça do evangelho, e através deste evangelho produziram as
características de Cristo em suas vidas.
As boas obras nã o sã o um acréscimo da missã o da Igreja, mas parte
fundamental na integralidade da demonstraçã o presente do Reino de
Deus.
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A Igreja pode e deve ser um agente transformador da sociedade, através
da aplicaçã o do Evangelho em sua totalidade. Assim como Jesus
transformou o mundo com sua vida dedicada em favor da humanidade, a
Igreja se seguir o exemplo de Cristo, nã o se omitindo e nem
negligenciando em favor da sociedade, terá por resultado a
transformaçã o tanto dela como da sociedade.
Esmola: Esmola nunca foi açã o social. Ela nã o deveria nem aparecer
neste contexto, mas incontá veis vezes somos questionados sobre o tema,
assim, pretendemos aqui elencar um conceito que é, na verdade, uma
convicçã o pessoal. A esmola aparece como exercício religioso da caridade,
mas nã o a encontramos na Bíblia como boa obra fruto da fé. O há bito de
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dar esmolas caminha pelo campo do desencargo de consciência de
pessoas cristã s que sabem que até colaboram para a manutençã o do
sistema opressor e excludente. A esmola faz mal a quem doa e a quem
recebe. Quem doa se engana pensando que está fazendo o bem, mas pode
estar sendo explorado e até alimentar o crime da exploraçã o de crianças e
pessoas deficientes, ou simplesmente a preguiça. Faz mal a quem a
recebe, pois a pessoa se conforma, deixa de sonhar, buscar crescer e
alcançar desenvolvimento. Entretanto, há situaçõ es em que a ú nica forma
de sobrevivência de uma pessoa é a esmola. O cristã o nã o deveria se
contentar em somente dar esmola, mas buscar uma relaçã o que visa
desenvolvimento e emancipaçã o.
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justiça. A transformaçã o chama as pessoas a protagonizarem a mudança,
a serem parte, a quebrarem os muros das injustiças, a romperem com o
conformismo e se colocarem como agentes da graça doadora de Deus
para mudar vidas (Rm 12.2).
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os pobres. A Bíblia diz em Salmos 41:1: “Bem-aventurado é aquele que
considera o pobre; o Senhor o livrará no dia do mal.”