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Introdução

Em relação as atividades económicas, a teologia cristã foi definindo, ao longo da história, uma
serie de princípios e valores que, hoje, são conhecidos por Doutrina Social da Igreja.

Embora a Doutrina Social da Igreja, propriamente dita, tenha um início mais explícito em 1891,
com a encíclica “Rerum Novarum” (do Papa Leão XIII), a igreja sempre esteve atenta aos
problemas sociais, continuando a preocupação bíblica de alcançar justiça social para todos.
Com efeito, a atenção às questões da vida social estão na Bíblia desde o seu início, exemplo:
Capítulo 4 do livro de Génesis: “Onde está o teu irmão Abel?”, pergunta Deus a Caim.

Esta interpelação dirigida a Caim foi entendida pela igreja, como uma responsabilização de uns
para com os outros, perante Deus.

No livro do Êxodo, Deus surge como libertador do povo escravizado no Egito. Assim, desta
iniciativa nascem e fixam-se ideias de justiça e libertação que inspiram toda a história cristã. Por
outro lado, surgem os Mandamentos como princípios de orientação social para um povo que
fez uma Aliança com Deus. Alguns deles têm claras implicações económicas.

O que é a DSI e qual é a sua finalidade?

A doutrina social da Igreja é o pensamento da igreja acerca das questões económico-sociais,


ou seja, questões como por exemplo os direitos humanos, o trabalho, e riqueza, a pobreza, o
ambiente, etc. Esta tem como objetivo interpretar as realidades sociais, examinando a sua
conformidade ou desconformidade em relação aos princípios da igreja católica, visando por
sua vez orientar o comportamento cristão e inspirar as pessoas de boa vontade.

Os princípios da DSI 

 Dignidade da pessoa humana, não deve ser em nenhum caso violada. 

 Bem comum, alcançar mais plena e facilmente a própria realização  

 Destino universal dos bens. A terra e tudo o que se encontra nela destina-se a todos os
seres humanos de todos os povos. A propriedade privada é um meio para alcançar o
destino universal dos bens. 

 Subsidiariedade, uma instância superior não deve fazer aquilo que uma instância
inferior não pode fazer. Deve então ajudá-la. 

 Participação, todos têm o direito a participar. 

 Solidariedade, todos somos responsáveis por todos. 

 Justiça, vontade constante e firme de dar a cada pessoa, povo ou instituição o que lhe
é devido. Pode ser comutativa (particular para particular), distributiva (sociedade para
particular) e social (individuo para a sociedade) 

 Verdade, os seres humanos devem procurar a verdade, respeitá-la e testemunhá-la


com responsabilidade. 
 Liberdade, capacidade de escolher entre várias alternativas e realizar a sua própria
vocação pessoal.  

 Caridade, para o cristão o apelo ao amor é o argumento mais forte de todos. Pode
mudar instituições, leis e organizações.  

Conclusão

 A Cristianismo é, primeiramente, a adesão pessoal a Jesus Cristo, concretizada na


pertença à comunidade que n’Ele reconhece o Filho de Deus.
 Não sendo, primeiramente, uma ética, o Cristianismo era um modo concreto de ver a
existência humana que se repercute numa visão ético-moral com impacto na atuação
social concreta.
 A Doutrina Social da Igreja, tendo raízes profundas na experiência Bíblica e em toda a
longa tradição cristã, é a reflexão sistematizada, a partir da encíclica Rerum Novarum,
sobre os princípios com que deve estruturar-se a sociedade e pautar-se o agir humano.
 A Doutrina Social da Igreja é reflexão, denúncia e proposta, mas também compromisso
que transforma. Tu próprio podes ser/és agente desta transformação.

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