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Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro

CRE1127 - O Cristianismo
Prof. Claudio Jacinto
Aluna: Maria Carolina Rangel Cassella (2110649)

● Questão 1: O diálogo é uma condição constitutiva do cristianismo, que nasce e se


desenvolve no interior da tradição judaica. A evangelização cristã, durante a expansão do
cristianismo, favoreceu a inculturação do Evangelho de Jesus Cristo. Apesar de estar
presente em diferentes culturas, tem seu próprio “rosto”. A diversidade das culturas não foi
obstáculo para o cristianismo de manter a unidade da Igreja. Justifique como o diálogo se
expressa no processo histórico, que foi apresentado em cada uma das aulas de 1 a 5.
Utilize-se de 5 a 7 linhas, na elaboração da justificativa para cada uma das 5 aulas.

R:
(Aula 1) O principal marco histórico das religiões cristãs é o nascimento de Jesus Cristo
na Judéia, de modo que haja uma relação com os judeus de sua época, assim como o contexto
histórico, geográfico, econômico, social e religioso que vivenciava. O diálogo, nessa época, se dava
a partir de uma organização social própria (sacerdotes, anciãos, escribas, classe média e medievais)
e em ambientes como o templo e a sinagoga. Entretanto, nesse período - conhecido como Pax
Romana - os judeus podiam expressar sua religião e liberdade, permitida como forma de garantir
fidelidade aos súditos. Essa cultura foi disseminada por meio dos povos.
(Aula 2) Posteriormente, o diálogo foi se estabelecendo com diversas visões sobre quem
seria Jesus de Nazaré: Messias, Servo de Deus, Profeta, Filho de Deus, Logos, Filho do Homem,
Segundo Adão e o Homem Novo e Senhor. Cada uma dessas compreensões tinha o seu próprio
ponto de vista, mas todas focalizavam na figura Divina, esperança de um salvador, de uma
singularidade e em uma função exercida para com o seu povo. Em suma, Jesus foi entendido pelos
primeiros cristãos como o verdadeiro homem, situado no tempo e no espaço, entendido como
princípio de fé, cujo fundamento se encontra na experiência da ressurreição.
(Aula 3) Observa-se, portanto, um crescimento e difusão do Cristianismo que precisa
ser entendido em suas próprias raízes. O cristianismo não era, desde sempre, uma religião permitida
- fato que impulsionou perseguições religiosas e mostrou uma supressão de diálogo sob diversas
justificativas. Somente no período de Constantino que os ristãos foram favorecidos no Império,
adotando um valor político e de condenação religiosa e civil. No Império Romano, os diálogos eram
focalizados em condições internas.
(Aula 4) A Idade Média é o período da história que o Cristianismo ascendeu, com sua
presença incontestável em aspectos sociais, políticos e religiosos, de modo que a Igreja assumisse
um novo papel: conduzir a sociedade buscando unificá-la e acalmar conflitos. Isso resultou,
inclusive, em processos de cristianização dos “povos bárbaros”, fato muito criticado atualmente. O
Renascimento dialogou com o Homem na centralidade, trazendo reformas e um novo olhar social a
ser debatido. Um exemplo foi quando Carlos Magno buscou estabelecer uma reforma educacional
com uma língua oficial, um saber comum e um método único. Novos diálogos foram inseridos na
perspectiva cristã.
(Aula 5) O cristiano foi se configurando ao longo dos séculos diante das tensões que lhe
foram impostas, sendo na época moderna o seu diálogo mais difícil. Novos panoramas culturais e
mudanças de mundo, como a racionalidade e a crítica ao fenômeno religioso foram postas em
questão. Por fim, no mundo contemporâneo, novos desafios se demonstram como a desigualdade, o
consumo excessivo, a pluralidade e a polarização de opiniões, novas culturas que se misturam, o que
ratifica que estamos “à porta de uma nova realidade” que levanta diferentes diálogos e discussões.

● Questão 2:

A) -
B) Elabore um texto, de 20 a 25 linhas, relacionando este vídeo com 3 dos conceitos, abaixo:
Amor-serviço, Reino de Deus, Ética da solidariedade, Felicidade.

R:
Com a consolidação do sistema capitalista, o incentivo ao consumo intensivo, à
propaganda e à acumulação de capital e dinheiro foram fatores que passaram a se mostrar presentes
no cotidiano da sociedade. Dessa forma, observamos uma inversão de valores sociais, em que o
meio ambiente e ações sociais, por exemplo, foram deixadas de lado. A perspectiva religiosa se
mostra como uma alternativa para minimizar os efeitos desse sistema, aproximando os indivíduos
de sua essência e do que verdadeiramente importa.
A felicidade muitas vezes é confundida como resultado dessa acumulação, o que pode
ser visto na famosa frase “o dinheiro traz felicidade''. No entanto, a felicidade consiste na
articulação do bem-estar emocional e da vida que se leva, de modo que essa última deva ser pautada
não por valores gananciosos e acumuladores, articulando os momentos positivos da vida, e
criticando os sistemas de consumo excessivo que não preenchem a essência humana.
O amor-serviço pode ser visto como a compreensão de felicidade concentrada na figura
de Jesus Cristo, com noções de amor ao próximo, não violência e com a espiritualidade sendo
exercida, com o caminho que leva à Deus e à aproximação com outros indivíduos. Entre formas
sugeridas pelo vídeo para driblar o materialismo, o amor-serviço se mostra como uma oportunidade
na busca pela felicidade para si e para os outros.
A Ética da Solidariedade, portanto, resgata essa noção de amor ao próximo, da
centralidade de Deus na condução de uma vida feliz, colocando-a em prática. Como afirmado no
vídeo, trabalhos voluntários são ótimas formas de se distanciar de práticas acumuladoras. Ações
espiritualizadas e religiosas que tenham valor de gratuidade, solidariedade. Os valores sociais e
altruístas são resultado de valores intrínsecos e são uma forma de expressar o amor ao próximo,
aproximando todos os indivíduos e eliminando distinções entre ricos e pobres, justos e pecadores.
Em suma, inimizades seriam cessadas e o mundo estaria regido pelo princípio do amor de Cristo.

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